CAPÍTULO 1
A genealogia de Cristo( 1-17). Lemos aqui da descendência de Jesus desde Abraão;
em Lucas, da sua ascendência até Adão. Há algumas diferenças nos nomes citados
nas duas genealogias, mas não podemos reproduzir aqui todas as explicações que
temos lido a respeito. A mais comum é que em Mateus temos a genealogia de José,
e em Lucas a de Maria.
(Veja-se ,
porém, a nota explicativa de Lucas 3.23-38.)
()Nascimento
de Jesus Cristo (18-25). Podemos notar os seguintes fatos: A conceição
milagrosa; o propósito de José; a declaração do anjo; os dois nomes do Filho; a
obediência e a continência de José.
Aprendemos:
Que Deus tem poder para realizar uma
encarnação milagrosa; que uma resolução
humana pode ser corrigida por uma revelação divina; que uma profecia foi
cumprida; que temos aqui um exemplo de casal submisso à Palavra de Deus.
O versículo
23 refere-se a Isaías 7.14. Sobre este versículo escrevemos no Velho Testamento
Explicado: “ Sabemos de Mateus 1.21-25 que
o completo e final cumprimento desta estranha profecia deu-se com o nascimento
de Cristo. Contudo, havemos de entender que , em algum sentido, houve um
cumprimento parcial e suficiente nos dias de Acaz para servir-lhe de ‘sinal’ e
provar a veracidade do profeta.
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A visita dos magos (1-12). Não sabemos se eram três, nem se eram reis, mas vemos que
eram sábios e vieram do oriente guiados por uma estrela, tendo tido a revelação
referente a um menino que havia de “nascer rei”. Geralmente quem vai ser rei
nasce príncipe herdeiro.
CAPÍTULO 2
A visita dos magos (1-12). Não sabemos se eram três, nem se eram reis, mas vemos que
eram sábios e vieram do oriente guiados por uma estrela, tendo tido a revelação
referente a um menino que havia de “nascer rei”. Geralmente quem vai ser rei
nasce príncipe herdeiro.
Notemos: A
grande perturbação e a oposição de Herodes, o Grande, que já estava reinando
havia 40 anos na Judéia; a informação dos sacerdotes e escribas, instruídos na
verdade, mas indiferentes à sua aplicação; a astúcia do rei; a homenagem dos
magos e sua obediência à ordem divina.
Jesus não
está mais na manjedoura da estalagem, mas em casa (v11); e alguns entendem que
já tinha um ano de idade, e que Maria, depois de passar 12 meses em Nazaré,
estava de visita em Belém pela 2ª vez (v16).
F.W Grant
observa que no versículo 6 os sacerdotes e escribas não citam Miquéias 5.2
textualmente, pois trocam a palavra “reinar” por pastorear. Ele pensa que isso
pode ser para reprovar o rei Herodes, que estava muito longe de ser um pastor
para o seu povo. Porém pode também ter sido para não pensar que qualquer outro
reinasse em Israel senão ele.
Aprendemos
deste trecho: Que neste mundo um poder maligno costuma se opor ao Sumo Bem; que
um governador iníquo pode ter receio de uma criança santa nascida “rei”; que
Jesus é digno da nossa adoração e nossas dádivas; que convém mais obedecer a
Deus que a homens.
A fuga para
o Egito e a matança dos inocentes (13-18).Nestes dois capítulos um anjo do
Senhor ( ARA) fala três vezes a José – Mas sempre em sonhos. Na segunda vez
(v13) mandou-lhe fugir para o Egito “até que eu te diga”; assim mais uma
profecia cumpriu-se (Os 11.1).
Lendo em
Oséias, o trecho parece, a primeira vista, não ter nenhuma referência ao
Messias, mas quando examinamos a literatura judaica Verificamos que Êxodo 4.23,
sobre o qual Oséias é baseado “era aplicado pela antiga sinagoga ao Messias.” (
E-dersheim citado por Ingram)
Herodes,
irritado, manda matar os inocentes e inconscientemente, cumpre outra profecia (Jr
31.15).
Raquel, a
mulher predileta de Jacó, aqui é a figura de Israel. Alguns entendem que havia
uma localidade perto de Belém chamada Rama.
Edersheim
calcula que o número de meninos mortos por ordem de Herodes em Belém e
arredores poderia ser de uns 20. Um número relativamente pequeno, em vista do
grande número de assassinatos que esse rei mandou cometer durante o seu longo
reinado. E na própria família mandou matar Hircano, avô de sua mulher Mariana,
depois a própria Mariana, seus dois filhos Alexandre e Aristóbulo, e, apenas
cinco dias antes de seu próprio falecimento, seu filho primogênito Antipater, e
outros (Ingram).
Aprendemos
deste trecho a escutar a voz divina, que pode falar pela Sagrada Escritura ou
pela voz do pregador. Notemos que desde esses tempos muitos inocentes têm
sofrido. Um ódio cego contra Cristo tem motivado muitas perseguições.
“Será
chamado nazareno” (v23). Estas palavras não foram escritas por nenhum dos
profetas, mas poderiam ter sido ditas por algum deles.
“Temos
visto que foi dito pelos profetas que Cristo, durante seu ministério terreno,
teria um nome de desprezo e opróbio, e Mateus resume estas profecias nas
palavras figuradas mais corretas, será chamado nazareno”
Contudo
pode ser preferível a emenda de tradução “será chamado Renovo” (Zc 6.12), a
palavra hebraica “nezer”, renovo, vara, sugerindo nazareno.
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João
Batista prega o arrependimento (1-12).
CAPÍTULO 3
João
Batista prega o arrependimento (1-12).
João
Batista é a única pessoa do N.T., exceto nosso Senhor, cuja obra foi predita no
V.T. Em Isaías 40.3 ele é a ‘voz que clama no deserto: preparai o caminho do
Senhor’. Em Malaquias 4.5 fala-se dele: ‘Eis que vos envio o profeta Elias,
antes que venha o dia grande e terrível do Senhor’. O Senhor diz-nos em Mateus
11.14 que isto se refere a João. (Goodman)
Aqui João
Batista aparece de repente. Em Lucas lemos a sua história anterior. Nos
versículos 1-6 de nosso capítulo temos um resumo do seu aspecto, serviço e
êxito.
Comendo
gafanhotos (v.4). “O erudito e verdadeiro escritor Burkhard assim fala deste
assunto: “todos os árabes habitando as
vilas de Nejd e Hedaz comem gafanhotos. Tendo visto em Medina e Tayf lojas onde
se vendem gafanhotos por medida. No Egito, na Núbia, são comidos apenas pelos
mais pobres. Os árabes, para preparar os gafanhotos como alimento, põem-nos
vivos a ferver em água em que há bastante sal. Depois de alguns minutos
tiram-nos e secam-nos ao sol. Então são tiradas as cabeças, pernas e asas. Os
corpos quando bem secos são postos em sacos. Às vezes comem-se em manteiga” (The Land and the Book). (Veja-se Levítico
11.22)
O reino dos
céus (v2) refere-se ao reino terrestre prometido a Israel no V.T. sob o domínio
do Messias. É o governo dos céus sobre a terra (Dn 2.44; Mt 6.10). Quando
Israel rejeitou seu Rei, esse reino foi adiado até sua volta gloriosa. Os
crentes provam desde já as bênçãos espirituais do governo de Cristo.
Diz-se que
o batismo com água (v.6,13,etc.) era um rito usado pelos judeus quando faziam prosélitos
dentre os gentios. João Batista, não podendo sugerir uma pessoa em nome de quem
batizasse o povo, apontou para o arrependimento como o centro espiritual dos
piedosos, e falou de outrem, que usaria outro batismo, não de água, mas com
Espírito Santo e com fogo. Os crentes, (o trigo) seriam batizados com o
Espírito, e os descrentes, (a palha) futuramente, no fogo.
O
embaixador do Rei (1-12). Leia o que Jesus disse de João Batista no capítulo
11.7-15, considerando neste trecho: 1) O homem (1-4), notando com cuidado suas
características. 2) Sua missão (5,6) que era bastante limitada. Ele é chamado o
“batista” porque o seu trabalho era batizar. Paulo não podia ser chamado de o
batista porque disse: “Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar”
(1 Co 1.17).
O batismo
de João não era o batismo Cristão ( em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo), mas do arrependimento, a fim de “preparar o caminho do Senhor”. 3) A sua mensagem (7-12). De acordo com a
dispensação que ele representava a
mensagem não era de conforto, mas de aviso: Víbora, ira, machado, fogo , palha,
queimar. Estas não são palavras evangélicas, mas a Lei era uma preparação
necessária ao Evangelho. Antes de poder haver conversão precisa haver convicção
(Scroggie).
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O conflito
entre Cristo e Satanás (1-11). O Dr. Scroggie estuda este trecho assim.
CAPÍTULO 4
O conflito
entre Cristo e Satanás (1-11). O Dr. Scroggie estuda este trecho assim.
1)Os combatentes no conflito: Jesus e o Diabo. Sendo Jesus uma pessoa,
não é razoável dizer que o Diabo é uma mera influência. É certo que o Diabo é
uma pessoa.
2)O tempo do conflito: “Então”. Quando? Depois do batismo, da descida do
Espírito, da voz do Céu. Mas antes de Jesus entrar no seu ministério público.
3)O propósito do conflito: Por parte de
Satanás, tentar, pelo lado de Deus, provar. De um lado, uma provação para
derrotar Jesus; do outro lado, a provação para comprová-lo. Cada tentação é uma
provação, mas nem toda provação é uma tentação.
4)A cena do conflito: Um deserto. Lembremo-nos de que a primeira
tentação deu-se num jardim. Não há nenhuma circunstância em que não possamos
ser tentados. Não é uma mudança de lugar que necessitamos para ganhar a
vitória, mas a mudança de coração. Adão caiu no jardim, Jesus prevaleceu no
deserto.
5)A determinação do conflito: Jesus foi “conduzido pelo Espírito”.
Marcos diz que foi “impelido pelo Espírito”.
6)A duração do conflito: Por 39 dias Jesus foi
acometido de perseguições diabólicas, mas o conflito principal foi no
quadragésimo dia. O que fazemos durante os 39 dias determinará nossa vitória ou
derrota no último e grande dia da prova.
7)O plano do conflito ( Hb 4.15). A primeira tentação referia-se ao
apetite, a segunda a ventura, a terceira a ambição.
8)O êxito do conflito. Jesus Venceu! Os nossos próprios conflitos com o
mal resultam em vitórias? Derrotas? Ou indecisões?
Podemos estudar este trecho de outra maneira,
usando as divisões:
1)O preparo para a tentação.
2)O
poder contra a tentação.
3)O proveito da tentação.
1)O preparo para a tentação começa: a) por não negligenciar nenhum
dever, mas “cumprir toda a justiça”; b) por escutar a voz de Deus e pensar no
bom prazer dele; c) por submeter-se à direção do Espírito Santo; d) por um tal
afastamento do mundo que Deus seja o nosso único recurso.
2)O poder contra a tentação adquire-se: a) pelo reforço espiritual que
vem do conhecimento do amor de Deus (3.17); b) pela dedicação que quer agradar
ao pai antes de tudo; c) pela dependência que considera o único e suficiente
recurso; d) pelo conhecimento da Palavra, e sujeição a ela; e) pelo desprezo
das riquezas e honras mundanas sem Deus.
3)O proveito da tentação pode ser: a) em uma compreensão mais viva da nossa
dependência; b)em maior conhecimento do socorro divino; c)em maior confiança para
enfrentar conflitos futuros.
Cada um deve pensar: como costuma ser tentado; por que tem sido vencido;
como pode ser vencedor.
Aprendemos deste trecho: que depois de uma experiência espiritual
(3.16), segue-se uma tentação carnal; que as mais fortes tentações nos assaltam
quando estamos sozinhos; que nem sempre é o Diabo que nos tenta ( Tg 1.14); que
a Palavra de Deus é o nosso recurso, que não devemos pedir milagres
desnecessários; que o inimigo pode citar a escritura; que depois do Diabo vem
os anjos.
Jesus inicia o seu ministério (12.25). No estudo deste trecho podemos
considerar:
1)O caráter do ministério
de Jesus. Ele: a) pregava o arrependimento, a fim de levar o povo a odiar o mal;
b) pregava o reino ( veja-se em Rm 14.17), para que o povo encontrasse o bem,
submetendo-se ao domínio divino; c) curava, para demonstrar o poder de Deus e a
sua compaixão pelos sofrimentos humanos.
2)Os companheiros de ministério.
Escolhendo companheiros, Jesus ensinou: a) que não é ideal trabalhar sozinho;
b) que o obreiro deve pensar em ensinar outros obreiros; c) que convém aprender
praticamente; d) que Deus prefere chamar gente ocupada, e não os ociosos; e)
que para servir a Jesus pode ser necessário deixar alguma coisa; f) que a
obediência à chamada divina deve ser imediata (v.22).
3)As consequências do ministério: a) luz, para quem estava nas trevas e na
sombra da morte; b) saúde, para os doentes; c)serviço, para os discípulos (v.19).
Perguntas: Que significa para nós o ministério
de Jesus? Porventura obtivemos dele nova saúde espiritual? Temos ouvido a sua
chamada ao serviço? O que temos deixado para o seguir?
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O sermão da
montanha: o manifesto do Rei (1-16), no qual se nos diz quem são os súditos do
reino, quais as suas verdades fundamentais, e como se entra nele. (Lucas também
registra este sermão, mas dos 107 versículos citados por Mateus ele menciona
apenas 30.)
CAPÍTULO 5
O sermão da
montanha: o manifesto do Rei (1-16), no qual se nos diz quem são os súditos do
reino, quais as suas verdades fundamentais, e como se entra nele. (Lucas também
registra este sermão, mas dos 107 versículos citados por Mateus ele menciona
apenas 30.)
Os súditos
do reino, seu caráter e sua influência (3-16).
Caráter e influência são intimamente ligados, pois a influência não pode
ser melhor que o seu caráter. O que somos é sempre mais importante do que o que
fazemos. Características daqueles que podem ser súditos do reino: Humildade(3),
simpatia(4), mansidão(5), retidão(6), misericórdia(7), pureza(8),
tranquilidade(9), lealdade(10-12). Estas não são qualidades que os homens
teriam escolhido.
A palavra
“bem-aventurado” repete-se nove vezes. Não quer dizer precisamente “feliz”, mas
antes útil, prestável, bem sucedido na vida espiritual.
Podemos
tomar estas “bem-aventuranças” como quadro do progresso espiritual de uma alma:
Versículo 3
– O humilde de Espírito (VB) talvez nem sempre fosse assim antes de ter
conhecimento de Cristo, mas, tendo-se comparado com Ele, perdeu o seu orgulho
próprio, reconheceu o seu pecado, e arrependeu-se.
Versículo 4
- Vai mais além: chora o mal, e então experimenta as consolações do Evangelho
de Cristo.
Versículo 5
- Vemo-lo depois revestido de Cristo, e “manso e humilde de coração”. Cresce em
graça e no conhecimento de Deus.
Versículo 6
- Progride ainda na vida espiritual. Aprecia os valores verdadeiros: ambiciona,
não prazeres, riquezas, comodidades, mas justiça na sua própria vida e em redor
de si.
Versículo
7- Ainda mais: pratica o bem, é misericordioso, é altruísta como era Cristo.
Versículo 8
- No íntimo de sua vida, ele é puro em desejo, pensamentos e palavras.
Versículo 9
- Além disso, é ativo em promover a harmonia entre os seus semelhantes, não
olhando apenas os interesses próprios, mas cuidando os interesses de Deus.
Versículo
10 – E mesmo quando mal-entendido, perseguido pelos maus, ele não deixa de ser
bem- aventurado; e se a perseguição chegar ao extremo e ele for morto, conta
que o resultado será uma “melhor ressureição” ( Hb 11.35), a qual será a
consumação da bem-aventurança.
“O Rei
anunciou a proximidade do seu reino, e agora pronuncia suas leis. Estas tem
dupla aplicação: futuramente: depois do reino estabelecido; e agora, de algum
modo, ao cristão da atualidade” (Gray).
Antes de
enunciar os preceitos do reino, Jesus aponta os que poderão gozar do seu
governo. “Bem -aventurado” não é o mesmo que “feliz”, como o versículo 4 nos
mostra. Significa ser enriquecido por Deus, e esse enriquecimento é no caráter,
não nas possessões. É “o que sou”, e não “o que tenho”, que me torna
verdadeiramente enriquecido ou bem-aventurado (Goodman).
Os pobres
de espírito são os que, em vez de reagir quando o “eu” é ofendido, ocupam-se
mais com a honra do Rei. Os que choram, os que lamentam, não tanto os prejuízos
pessoais, mas a perversidade que há no mundo. Os mansos, os que, em vez de
ofenderem-se, sabem responder brandamente. Os que amam a justiça e a praticam são
os que praticam a misericórdia em obras de caridade. Os puros, os que podem
esperar mais clara compreensão de Deus. Os pacificadores, os que sabem acalmara
as contendas.
Os
perseguidos e injuriados por amor de Cristo, são os que nada têm aqui, mas esperam
um futuro galardão.
Vemos nos
versículos 13-16 que os crentes são
semelhantes ao “sal”, à “luz”, e a uma “cidade”. O sal conserva da corrupção, e
a luz descobre e manifesta; uma cidade é um centro de cooperação, harmonia, e
governo, e, colocada sobre um monte é bem visível.
Sal que
perde seu valor. “Um negociante de Sidom, havendo obtido do governo o monopólio
de sal, trouxe uma quantidade imensa dos pântanos de Chipre, e alugou sessenta
e cinco casas na aldeia de June para armazenar o sal. Estas casas não tinham
assoalho, e em poucos anos o sal depositado no chão perdeu seu sabor. Vi uma
grande quantidade atirada á rua e pisada pelos homens. Semelhantes armazéns são
comuns na palestina desde tempos remotos” ( The Land and the Book).
Cristo e o
velho testamento (17-30). Ele veio dar cumprimento e atualidade às sombras e às
figuras do V.T. Também veio para dar uma interpretação mais espiritual aos
preceitos da Lei, como vemos, por exemplo no versículo 28.
Versículo
20. A nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus no seguinte:
1 – Não sendo somente uma prática exterior, mas nascendo no coração.
2 – Não sendo para obter honra dos homens, mas para servir a Deus.
3 – Não sendo limitada por nossos gostos, mas obedecendo toda a vontade
de Deus.
4 – Não sendo apenas ocasional, mas sim hábito, regra da nossa vida
(Goodman).
Nos versículos 21.22, “réu de juízo”
refere-se a um tribunal inferior em cada cidade, de 23 membros, que punia os
criminosos por estrangulação ou decapitação. “Réu do sinédrio” refere-se ao
tribunal superior dos anciãos, que aplicava pena de apedrejamento.
É preciso não “espiritualizar” o versículo
25, fazendo o “adversário” uma figura de Deus! É mais prudente tomar as
palavras ao pé da letra, com a sua evidente aplicação às experiências desta
vida.
Os versículos 29,30 empregam a
linguagem energética do Oriente, que como é evidente, não se deve entender ao
pé da letra, porque todos compreendem que o culpado não é o olho ou a mão, mas
o coração perverso que desejou tal pecado.
A base das boas relações sociais (27-48).
Neste trecho certos males são reprovados : Adultério (27-30); divórcio (31-32);
imprecações (33-37); represálias (38-42); ódio (43-48).
O trecho contém também ensino sobre a conduta
cristã, e descreve:
1) O caráter da conduta do crente –
É submisso (39); é bondoso (40); é altruísta (40); é prestável, e empresta,
embora evite tomar emprestado, para nada dever a ninguém (Rm 13.8); é
beneficente, não somente aos bons mas também aos maus, e diz bem até aos maldizentes;
é dado à oração, pedindo pelos amigos e inimigos, desejando a sua felicidade
espiritual.
2) O padrão de vida do crente é “
como faz também o vosso Pai” (v.45).
3) A recompensa da conduta do crente
será principalmente em ter a aprovação de Deus, também sentirá a íntima
satisfação em ter procedido bem- a aprovação da própria consciência, e, ainda
mais, pode ver o fruto imediato na apreciação que seus vizinhos hão de
manifestar.
Sobre a recompensa devemos estudar
com cuidado Lucas 6.35,38. É sempre verdade que “com a medida que medirdes,
também vos medirão”.
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Avisos
contra a hipocrisia (1-18), no que se diz respeito a:
CAPÍTULO 6
Avisos
contra a hipocrisia (1-18), no que se diz respeito a:
1) Esmolas
(1-4): aqui a coisa principal é o motivo, que pode ser egoísta, mas deve ser
espiritual.
2) Oração
(5-15), que pode ser motivada pela ostentação (5,6), e por repetições vãs
(7,8).
A oração
modelo, que podemos chamar “Oração dos discípulos” (porque Jesus lhes ensinou),
é uma oração perfeita, visto que contém: adoração, confissão, petição, intercessão,
ações de graças (9-13).
3) Jejum
(16-18) Sobre o Jejum podemos consultar Isaías 58. 3-7.
Diz o Dr.
Goodman : “Jejuar é negar-se a si mesmo para a glória de Deus ou para a
disciplina do próprio coração. Não é uma observância religiosa ou uma demonstração de piedade”.
Avisos
contra o materialismo (19-34). Aqui temos quatro:
1) contra a
acumulação de bens materiais (19-21), com desprezo aos valores espirituais.
2) Contra a
falta de sinceridade (22,23). Singeleza de propósito é luz, duplicidade é
trevas; sinceridade á saúde; insinceridade é doença.
3) Contra o
coração dividido (24).
4) Contra a
ansiedade (25-34), com respeito a duas coisas comuns, alimento e vestuário.
Os
versículos 25-34 ensinam confiança na proteção do Pai, e contemplam o homem
cuja primeira ocupação é “o reino de Deus e sua justiça”. Aos tais Jesus declara
que as necessidades materiais serão supridas. A maneira, Ele não a explica.
O versículo
28 deve ser traduzido, provavelmente: “Considerai os lírios do campo: Não
cardam nem fiam”.
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Não
julgueis (1-6). O que aqui é reprovado não é o discernimento sensato e
necessário, mas uma inclinação para a censura, que é condenada por dois
motivos: porque prejudica o próprio caráter (1,2) e impede-nos de servirmos aos
outros (3-5). A ilustração do argueiro e a trave é penetrante e humorística.
Pretender que não possa haver ministério que remova os argueiros é um erro. O
que o Senhor diz é que quem tiver trave no próprio olho não pode ver claramente
para tirar o argueiro do olho de outro. Quando julgamos pequenas as nossas
próprias culpas é certo que havemos de pensar que as dos outros são grandes
(Scroggie).
CAPÍTULO 7
Não
julgueis (1-6). O que aqui é reprovado não é o discernimento sensato e
necessário, mas uma inclinação para a censura, que é condenada por dois
motivos: porque prejudica o próprio caráter (1,2) e impede-nos de servirmos aos
outros (3-5). A ilustração do argueiro e a trave é penetrante e humorística.
Pretender que não possa haver ministério que remova os argueiros é um erro. O
que o Senhor diz é que quem tiver trave no próprio olho não pode ver claramente
para tirar o argueiro do olho de outro. Quando julgamos pequenas as nossas
próprias culpas é certo que havemos de pensar que as dos outros são grandes
(Scroggie).
Nossas “pérolas”,
no versículo 6, podem ser as preciosas verdades que somente os crentes têm
capacidade para apreciar. Por exemplo, o parentesco espiritual que nos une a
família de Deus. Mas temos ouvido alguém, conversando com descrentes,
falar-lhes do “irmão Fulano”. Para o mundo esse Fulano não é um “irmão “, mas um cidadão.
Oração
(7-12). Notemos quanto se trata deste assunto no sermão. A oração deve ser
sincera, confiada, definida, perseverante.
Caráter e
destino (15-23). O manifesto do Rei (caps. 5 a 7) fala de três coisas, a última
das quais se considera neste trecho. Elas são: os súditos do reino (5.1-16); a
doutrina do reino (5.17 a 7.6); o caminho para o Reino (7.7-29). Sob este
último título temos direções (7-14) e avisos (15-29).
Aprendemos
dos versículos 15-20 que devemos conhecer os “profetas” pelos “frutos” do seu
ensino e exemplo. Quando qualquer ensino novo produz discórdias entre os
crentes, aniquila a espiritualidade dos adeptos, diminui o amor e a caridade,
promove discussões e contendas, podemos saber que quem o traz é “falso profeta”.
A prova do
verdadeiro servo de Deus é que ele faz a vontade do Pai (v.21). O Senhor
gostava de ensinar contrastes; o sermão termina com três: caminho largo e
caminho estreito; árvore boa e árvore ruim; fundamento de rocha e fundamento de
areia.
Os dois
alicerces (24-29). O ensino de Jesus é para ser posto em prática. Quem basear
seu caráter sobre as verdades do Salvador, suportará as tempestades e as
provações.
Podemos
notar que a palavra grega traduzida “combater” no versículo 25 não é a mesma do
versículo 27. Contudo, o dicionário não faz muita diferença no sentido dessas
palavras.
Jesus “ensinava
como tendo autoridade, e não como os escribas” (v.29). Os Homens necessitam
comprovar as suas afirmações, citando documentos ou autoridades competentes.
Jesus podia afirmar sem necessidade de comprovantes.
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Lepra,
paralisia e febre (1-17). Podemos notar que, até o capítulo 8 de Mateus, não
lemos nenhum milagre de Cristo, e então temos sete, um após outro, nos
capítulos 8 e 9.
CAPÍTULO 8
Lepra,
paralisia e febre (1-17). Podemos notar que, até o capítulo 8 de Mateus, não
lemos nenhum milagre de Cristo, e então temos sete, um após outro, nos
capítulos 8 e 9.
Depois das
leis do reino (caps. 5 a 7) temos aqui as credenciais do rei, em obras
milagrosas.
Neste
capítulo e até o 9.8, encontramos um grupo de curas milagrosas que servem para
ilustrar milagres semelhantes no mundo espiritual. Vemos que o pecado contamina
(1-4), incapacita (5-13), perturba (14-17), endemoninha (28-34), etc.
Notemos que
o contato com Cristo importava, então, como ainda hoje importa, em bênção para
todos. A dúvida do leproso curado(v.2) era referente a vontade de Cristo. Em
Marcos 9.22, a dúvida é do seu poder.
“A oferta
do leproso curado está determinada em Levítico 14. Abrangia um ritual
elaborado. Tinha, como se observa, um sentido típico. Acompanhando até o templo
este leproso favorecido por Cristo, e observando a cerimônia, aprendemos como o
pecado pode ser expiado, o pecador santificado e recebido entre o povo de Deus”
(Goodman).
O
testemunho do homem curado devia estar de acordo com a lei de Deus e não com a
vontade própria (v.4).
O centurião
crente (5-13)
1) Antes de
estar com Cristo podemos acreditar que o centurião era:
a) Um homem
disciplinado. Tinha chegado ao grau de capitão no exército romano depois de
alguns anos de disciplina militar. Estava acostumado com a ordem, pontualidade,
obediência, prontidão, vigilância, e a convivência com companheiros igualmente
habilitados.
b) Um homem
acostumado a mandar e ser obedecido.
c) Um homem
caridoso, ao menos para com os empregados.
d) Um homem
que conhecia as limitações dos médicos.
e) Um homem
acostumado a acreditar em poderes sobrenaturais.
Este
homem havia muito ou pouco tempo, ouvira
falar de Jesus. Soubera das curas maravilhosas que Ele fazia. Talvez tivesse
ouvido alguma coisa dos seus ensinos. Podia tê-lo visto e ficado impressionado
pelo seu aspecto benévolo.
2) Quando
estava com Jesus o centurião:
a)
Mostrou-se respeitoso: rogou-lhe.
b) Mostrou-se
humilde: disse: “não sou digno”.
c)
Mostrou-se confiado: pediu uma cura imediata.
d)
Mostrou-se contente com pouco: pediu apenas “uma palavra” da boca de Jesus,
porque tinha fé que seria suficiente.
e) Mostrou-se
obediente. Quando Jesus lhe disse “Vai, e como creste te seja feito”, ele foi,
e achou o servo curado.
f)
Mostrou-se piedoso: amava a Israel e fizera uma sinagoga para os judeus seus
vizinhos (Lc. 7.5). Notemos que os judeus disseram “ele é digno” e ele mesmo
disse “não sou digno”.
Vemos que Lucas
conta o caso diferentemente: diz que o centurião, em vez de ir ter com Jesus,
mandou alguns anciãos dos judeus com o recado. Depois ele mandou uns amigos,
dizendo: “Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo
do meu telhado” (Lc 7.6).
Podemos
acreditar que ambas as narrativas dizem a verdade. Que depois de mandar os anciãos e amigos o homem mesmo foi ter com
Jesus.
3) Depois
de estar com Jesus:
a) O
centurião achou saúde e satisfação, em lugar de sofrimento e enfermidade.
b) O
centurião valeu-se novamente dos serviços do bem-estimado empregado.
c) O
centurião teve preciosas recordações da entrevista com Jesus, sua simpatia e
interesse; sua voz carinhosa; seu sereno poder; sua palavra autorizada; seu
olhar benigno; seu discernimento e apreciação da fé. E tudo isso ele teria
perdido se não tivesse mudado de propósito e ido pessoalmente ter com Jesus .
d) O
centurião tem servido de exemplo e
inspiração a milhares através dos séculos, que tem imitado a sua fé, que tem
recorrido a Jesus para achar a salvação desejada.
A sogra de
Pedro (14-17) é um exemplo do lema “salvo para servir”.
Fraquezas
humanas (18-34). Os versículos 18-22 ensinam-nos que o caminho de serviço pode
ser o caminho de sacrifício.
Seguir a
Cristo importa ter fé: isto é, ter tanta confiança Nele que desejamos partilhar
da sua sorte, e com Ele ficamos contentes, quaisquer que sejam as
consequências.
Neste
trecho descobrimos: 1) Decisão apressada: “Mestre, onde quer que fores, eu te
seguirei” (v.19). Quando a pessoa está emocionada, a carne apressa-se a agir. A
boa semente é recebida com gozo mas, não tendo raiz, murcha. Por isso o Senhor
adverte o discípulo apressado no versículo 20.
2)
Obediência adiada. Aqui temos um caso diferente: “Permite-me que
primeiramente...” Para o Cristão, Cristo deve ser o primeiro de tudo.
3)Pouca fé.
É uma coisa
estranha que a “grande fé” se encontra num gentio (v10) e a “pouca fé” nos
discípulos na companhia do Senhor (v.26). Pouca fé liga-se com grande medo.
4) Obsessão
diabólica. Aqui vemos o pecado na expressão mais terrível. Os endemoninhados,
um perigo para os outros e uma tortura
para si mesmos (v. 28).
Notemos que
Mateus fala de dois endemoninhados, Marcos e Lucas de um. Também em 20.30 há
dois cegos, e nos outros evangelhos é um. É de entender que Marcos e Lucas se
referem em cada caso apenas ao mais destacado.
Neste
capítulo encontramos a frase “Filho do Homem” que Jesus emprega a seu próprio
respeito umas 80 vezes. Não devemos pensar que isso significa “filho de um
homem”, porque Jesus não o era.
Provavelmente
é uma alusão a Daniel 7.13, e também quer frizar o fato de que Jesus participou
da verdadeira humanidade. Jesus nunca falou de si como “filho de israel”.
Parece
certo que a localidade deste milagre foi Gergesa, como diz Mateus e não Gedara,
como traduzido em Marcos e Lucas. O nome do lugar hoje é Kersa ou Gersa. O
assunto é plenamente discutido no “The Land and the Book” p. 371.
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O
paralítico de Cafarnaum (1-8). Tem-se dito com razão: “Se a vossa religião não
é suficiente para vos impedir de pecar, por que pensar que é suficiente para
salvar a vossa alma de perecer?” é essa a lição que podemos aprender do incidente
do homem paralítico. Aquele que perdoa os pecados é o mesmo que nos manda andar
em novidade de vida (v.6). Se não ando direito, por que pensar que meus pecados
estão perdoados? A reconciliação pelo sangue vem sempre acompanhada da
regeneração (pelo poder divino). Em palavras simples: O pecador perdoado sempre
anda em novidade de vida (Goodman).
CAPÍTULO 9
O
paralítico de Cafarnaum (1-8). Tem-se dito com razão: “Se a vossa religião não
é suficiente para vos impedir de pecar, por que pensar que é suficiente para
salvar a vossa alma de perecer?” é essa a lição que podemos aprender do incidente
do homem paralítico. Aquele que perdoa os pecados é o mesmo que nos manda andar
em novidade de vida (v.6). Se não ando direito, por que pensar que meus pecados
estão perdoados? A reconciliação pelo sangue vem sempre acompanhada da
regeneração (pelo poder divino). Em palavras simples: O pecador perdoado sempre
anda em novidade de vida (Goodman).
A cura do
paralítico ensina duas lições: Que a fé dos amigos pode cooperar na salvação de
alguém, trazendo-o a Jesus, e que o perdão dos pecados tem íntima relação com a
cura do corpo (Tg 5.15).
Os
construtores de casa podem estranhar o fato de se ter feito, rapidamente um
buraco no telhado suficiente para baixar uma cama com um doente. O caso não é
explicado, porque não tem interesse espiritual. Não é impossível que um dos
quatro amigos tenha sido pedreiro, e, sabendo que o telhado estava em obras de
renovação nesse dia, tenha podido fazer um grande buraco com rapidez. (Consulte-se
também a explicação de Marcos 2.1-12).
Na escola
dominical estudamos o incidente assim:
1) Os
amigos do paralítico. Notemos que: a) muitas vezes alguém (ou alguns) se
empenha em levar-nos a Jesus; b) os
amigos eram persistentes, e venceram as dificuldades (Mc 2.4).
2) O
passado do paralítico: a) Sua doença era resultado dos seus pecados. b) Ele
necessitava de perdão quanto ao seu passado antes de obter saúde para o seu
presente. C) Jesus (e somente Ele) podia e pode perdoar.
3) A cura
do paralítico : a) Seu contato com Jesus deu-lhe uma nova saúde. b)O mandado de
Jesus deu-lhe uma nova direção de vida : e, vez de ficar deitado, inútil, ele
se levanta e anda. c) A mudança na sua vida impressionou os vizinhos.
A vocação
de Mateus( 9-13) ensina: que Jesus chama a quem conhece (Rm 8.29,30); que a
chamada de Jesus pode resultar em mudança de emprego; que uma pessoa chamada
por Jesus pode querer “fazer-lhe um grande banquete” Lc 5.29); que Mateus era
um dos doentes que necessitava de médico.
“Misericórdia
quero e não sacrifício” (13). O Senhor cita duas vezes Oséias 6.6; aqui com
refer}encia a Ele comer com publicanos e pecadores (v.13) e em Mateu 12.7,
quando os fariseu se queixaram que os discípulos violavam o sábado ao comerem
espigas.
O que Deus,
em Oséias , pede de seu povo não é
sacrifício e oferta queimada, mas misericórdia e o conhecimento de Deus. É a
mesma verdade que Samuel ensinou ao rei Saul : “Obedecer é melhor do que
sacrifício, e o atender do que as gordura das ovelhas”.
Porém
Jesus, nos dois trechos, dá às palavras uma conotação diferente; ambas as vezes
empregada com o seguinte sentido: “ Eu o Senhor, desejo mostrar-vos
misericórdia, e não exigir sacrifícios” (Goodman).
Sobre o
jejum (14-17). Este trecho dá-nos a
idéia de que jejuar é semelhante a “estar de luto” por um
Salvador, um esposo, tirado neste mundo por uma morte violenta.
O novo
ensino do Evangelho não veio para remendar o velho Judaísmo (v.16)
A filha de
Jairo e a mulher do fluxo de sangue (18-26). Este caso pe relatado mais
detalhadamente por Marcos e Lucas. Eles contam que o nome do pai da criança era
Jairo, que a menina tinha 12 anos e que Jesus mandou que lhe dessem de comer.
A cura
desta mulher vem no meio da história da filha de Jairo. Marcos e Lucas também
relataram sua cura.
Estas curas
seguem o trecho sobre o jejum. Delas aprendemos
coisas preciosas : Que Jesus atende a chamada da fé; que Ele corresponde
à confiança do necessitado (v.21); que a simpatia acompanha o seu poder (22)
que Jesus, às vezes, exige fé por parte de quem Ele vai curar (28) e outras
vezes não (8.28-32).
Dois cegos
e um mudo curados (27-34). Notemos a expressão “ Seja-vos feito segundo a vossa
fé” (v.29) Toda bênção é segundo a medida da fé (Rm 12.6). Se trouxermos um
copo pequeno ao oceano da graça, será cheio. Se trouxermos um maior, não haverá
falta. Deus não é limitado. Nós o limitamos, trazendo a nossa pequena vasilha.
Porventura cremos que Ele pode? (28). Cremos que pode mais que pedimos ou
pensamos? (Goodman)
A seara e
os ceifeiros (35-38). Notemos que a seara: a) só vem depois da sementeira; o
evangelista lida com gente cujos corações o Espírito Santo já tem operado. (
Como...? Jó 33.14-22); b) é uma obragrande, que necessita de grandes recursos
espirituais e materiais, de grande entusiasmo, abnegação, paciência; c) é um
serviço que deve ocupar as nossas orações (v.38).
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Os
discípulos, os ceifeiros: a) Seu preparo: “ordenou aos doze que estivessem com
Ele, para que os mandasse a pregar” (Mc 3.14). b) Seu poder resultou do seu
contato imediato com Cristo. C) Sua mensagem: o reino de Deus (Rm 14.17). d)
Seu serviço: curas milagrosas ( podem ser comparadas com as curas milagrosas de
hoje) e) Seu prêmio (v.32).
CAPÍTULO 10
Os
discípulos, os ceifeiros: a) Seu preparo: “ordenou aos doze que estivessem com
Ele, para que os mandasse a pregar” (Mc 3.14). b) Seu poder resultou do seu
contato imediato com Cristo. C) Sua mensagem: o reino de Deus (Rm 14.17). d)
Seu serviço: curas milagrosas ( podem ser comparadas com as curas milagrosas de
hoje) e) Seu prêmio (v.32).
Notemos que
agora é que se fala pela primeira vez de apóstolos ou “enviados” (v.2), cujo
ministério seria o de anunciar, somente a Israel, que o reino estava próximo.
Os poderes referidos nos versículos 1 e 8 acompanhavam esta pregação do reino.
Os “dignos” (v.11) eram os que esperavam o messias prometido. O Evangelho da
graça de Deus é pregado hoje, não aos dignos, mas a todos (Gray).
A expressão
“nem alforges para o caminho” (v.10) refere-se ao costume de religiosos
ambulantes de então levarem um saco para receber os donativos dos fiéis. Não
importa em uma proibição ao evangelista hoje de levar a sua mala ou capoteira
contendo a muda de roupa.
Podemos
notar os seguintes pontos referentes aos doze apóstolos:
9.38 – Seu
preparo: oração
10.1 – Seu
fornecimento : poderes sobrenaturais
2-4 Sua
companhia: dois a dois
5-6 – Seu
objetivo : a casa de Israel.
7-8 – Seu
serviço : pregar, orar, purificar, expulsar, tudo gratuitamente.
9-15 – Seu
sustento : fornecido pelos “dignos”.
16-25 –
Seus perigos: açoites e prisões.
26-27 – Seu
testemunho: Público, corajoso, de acordo com o que ouviram de Jesus.
28-32 – Sua
proteção : os cuidados do Pai.
33-39 – Seu
conflito : ás vezes com os próprios parentes.
40-42 – O
galardão de quem recebe um discípulo de Cristo é amplo, é de acordo, e é
garantido pelo próprio Deus.
Os
expositores concordam em entender que é
Deus que pode destruir no inferno
a alma e o corpo (v.28).
Uma
exigência estupenda (v.37) “ Ninguém que não fosse Deus teria o direito de
fazer tamanha exigência. Colocar-se acima de pai, mãe, filho, filha, nas nossas
afeições, seria absurdo se partisse de um mero homem. Que o Senhor Jesus faz
tal exigência é uma prova da sua divindade, porque somente Deus pode colocar-se
acima de pai ou mãe nas nossas afeições. Que se fizesse tal exigência é um fato
extraordinário, porém mais extraordinário ainda é que todo cristão a considera
razoável e justa, e que milhares a tem obedecido.
Mas há
compensações:
a) Perder a
vida por amor de Cristo e achá-la (39).
b) Receber
a Cristo é receber o Pai (40).
c) Há
galardão futuro pelo menor ato de serviço de amor (42) (Goodman).
A palavra “vida”
(v.39) é a que sempre se emprega para “alma”. A alma é a própria pessoa. O
homem é uma alma (Gn 2.7; 1 Co 15.45). Ele tem um corpo, pelo qual está em contato
com os seus semelhantes, e um espírito pelo qual se relaciona com Deus.
Perder a
alma (vida), como em Mateus 16.25, é perder-se a si mesmo; falhar no propósito
para o qual a vida nos foi dada, sendo lançado fora como inútil. “Achar a vida”
(39) é viver para si mesmo e assim perder a verdadeira “vida”. “Perder a vida”
por amor a Jesus é negar-se a si mesmo, gastando a vida toda por Ele. O mundo
considera perdida uma vida nessas condições, mas o Senhor a considera “achada”.
Propostas
emendas de tradução: No versículo 10 em vez de “ alforges” ler “saco de mendigo”
(J.237)
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A transfiguração (1-13) é relatada nos três evangelhos sinóticos com poucas diferenças. É somente Mateus que tem as palavras “o seu rosto resplandeceu como o sol”, e o versículo 6 deste capítulo.
CAPÍTULO 11
João
Batista (1-19). Um ministério que termina encontra um ministério que começa
(1-3). O recado de João Batista revela
certa decepção. O reino não se manifestou tal qual ele esperava.
Jesus
aponta alguns dos benefícios mais evidentes do seu próprio ministério (4-6) e
depois (7-19) dá testemunho da nobreza espiritual do profeta que jazia na
masmorra de Herodes.
Notemos
algumas das características que tornam João Batista um grande Profeta:
a) Seu
caráter intransigente.
b) Seu
ofício exaltado; mais que um profeta: Um precursor de Cristo.
c) Seu alto
privilégio: O de ver os céus abertos sobre Jesus.
d) Sua
maravilhosa mensagem em chamar uma nação ao arrependimento, e apontar o
Messias.
e) Seu
paciente sofrimento às mãos de Herodes.
f) Sua morte
de Mártir.
“Contudo,
quem é menor no reino, é maior do que
ele. Quem, mediante o renascimento, entra na nova criação é maior que o melhor
que os anteriores, assim como nenhum membro do reino animal é comparável a
outro da raça humana” (Goodman).
Alguém pode
pedir mais explicação do versículo 11, “aquele que é menor no reino dos céus é
maior do que ele”.
Traduzimos
o seguinte: “ No que diz respeito aos privilégios, o menor crente nesta
dispensação é maior que o chefe da dispensação anterior. A diferença é
determinada pela distância entre o Evangelho e a Lei.” ( Scorggie)
Podemos
fazer uma relação dos pontos de
superioridade do cristão de hoje ao maior dos profetas da velha dispensação.
Ele descansa numa obra redentora consumada; conhece a Deus como Pai bondoso,
revelado em Cristo; no seu serviço tem parte no jugo de Cristo; tem a esperança
de um glorioso porvir na companhia de seu Salvador, etc.
“Pode haver
duas interpretações do versículo 12, uma exterior e outra interior. Na
primeira, os inimigos de Jesus e João são os ‘violentos’ que violentamente
rejeitam o reino; na segunda, os ‘violentos’ são aqueles que apesar de
oposição, se esforçam para entrar nele” (Gray)
Mas o dr.
Bullinger prefere a tradução: “Desde os dias de João Batista, o reino de Deus
se impõe [ao povo] e os energéticos lançam mão dele”.
Notemos o
testemunho que Jesus dá de João Batista:
“a) Mais
que um profeta. Fala dele como “Meu mensageiro”, um precursor para anunciar a
sua vinda.
b) Não era
uma cana abalada pelo vento; não era nenhum volúvel, e sim um espírito forte.
c) O maior
dos que têm nascido de mulher, por isso o maior dos homens, a não ser, talvez,
Adão, o único que não nasceu de mulher.
d) Elias.
Isto é, nele se cumpriu a profecia de Malaquias 4.5, como está confirmado em
Lucas 1.17 ” (Goodman).
Soberania
divina e responsabilidade humana (20-30). Do equilíbrio destas duas coisas
depende a balança da verdade. O ensino de nosso Senhor conserva perfeitamente
este equilíbrio. Cada alma remida dá glória a Deus. Cada alma perdida sabe que
é responsável pela sua escolha pecaminosa.
Somos
convidados a vir a Jesus para três fins:
a) Para
descansar, o que importa descanso da consciência, da culpa do pecado, descanso
da mente, do receio do castigo, descanso da vontade, do domínio e tirania do
pecado, descanso do coração no amor de Cristo.
b) Para
tomar seu jugo, isto é, submeter-nos em obediência à sua disciplina. A
liberdade, temo-la somente na submissão.
c) Para
aprender dele, pois em salvar-nos o Senhor propõe santificar-nos. Nossa
tríplice bem-aventurança está em achar descanso Nele, prestar-lhe obediência e
ser conforme a sua semelhança (Goodman).
Deste
capítulo aprendemos que podem acontecer coisas que desanimam a servo de Deus
(v.3), mas Jesus convida a tomar sentido do seu poder, e esperar (vv.4-6). Que
Ele pode discernir grandeza apesar de haver um aspecto de humilde (v .11). Que
Ele reprova o espírito queixoso (vv. 16-19). Que trabalhar com Ele é uma
ocupação “suave e leve”.
O grande
convite do evangelho é um tríplice apelo: “Vinde a mim; tomai meu jugo;
aprendei de mim”. Abrange toda a extensão da vida cristã : Salvação – serviço –
santificação.
Proposta
emenda de tradução (v.23 –V-B.). Preferir Almeida: “E tu, cafarnaum, que te ergues até
aos céus” ( R.54).
CAPÍTULO 12
Cristo e o sábado (1-8). F.W.Grant, na
exposição deste trecho, chama atenção para o caráter da lei do sábado nos dez
mandamentos.
Um dia de descanso depois de seis dias
laboriosos era concedido a Israel como privilégio: o sinal da aliança entre
Israel e Jeová (Ex 31.17). Não era baseado nos eternos princípios da moralidade
como os outros mandamentos; seu caráter era mais cerimonial que moral, e o
privilégio do descanso semanal poderia perder-se caso fosse violada a aliança.
O senhor “expõe toda a condição do povo perante Deus, mostrando que devido a
sua descrença Nele, o Senhor do sábado, os judeus, rejeitando-o perderam o
direito ao sábado.”
Davi, o rei ungido, mas rejeitado, tinha
necessidade de pão, e a aliança, com seus privilégios e cerimônias estava
suspensa devido à rejeição do ungido do Senhor. Por isso o pão consagrado era,
num sentido, comum. Quanto mais o antítipo de Davi estava no mundo, mas
rejeitado, e eles estavam ocupados com a santidade do dia de descanso que Deus
lhes tinha dado! Como podia o sábado permanecer para aqueles que rejeitaram o
Senhor do sábado?
Não convém introduzir em nosso estudo do
sábado judaico, pensamentos referentes à guarda pela igreja cristã do primeiro
dia da semana, tão claramente ensinada em outros lugares do N.T.
Deste incidente aprendemos: que sempre
existem pessoas dispostas a criticar as ações dos discípulos de Cristo; que os
incidentes do V.T. podem ter valor para a nossa instrução na atualidade; que
uma pessoa divina importa mais do que uma ordenança (v.8)
Em que sentido é Cristo Senhor do Sábado?
1) Porque Ele o criou; 2) Porque Ele podia
abolir o sétimo dia de obrigação legal para dar lugar ao primeiro dia, de
guarda voluntária, caracterizado pelo gozo e culto que resultam na sua
ressurreição (Goodman).
A mão mirrada
(9-21). Notemos: que Jesus queria obrigar os adversários a fazer uma apreciação
mais espiritual da lei do sábado; que, antes de obter a salvação de Deus,
talvez seja necessário expor o mal (v.13); que aqui temos o motivo por que
Jesus proibiu publicar as suas obras milagrosas (v. 16-20); que Cristo havia de
ser a esperança, não só de Israel, mas de todo o mundo (v.21).
[Sobre o pecado
imperdoável (32) consulte a explicação de Marcos 3.28-30.]
“A blasfêmia
contra o Espírito Santo é essa perversa e obstinada recusa de seu testemunho a
Cristo como Senhor e Salvador, que nasce de um coração mau, expressando a sua
inimizade contra Cristo em palavras que difamam o bendito Filho de Deus” (Goodman).
“A misericórdia
não mais podia ser mostrada onde o poder do Espírito de Deus tinha sido manifestado,
mas atribuído a Satanás. Esta blasfêmia era mais que uma incredulidade
ignorante: Era uma aberta e consciente oposição a Deus e a tudo que é de Deus.
Uma palavra falada contra o Filho do Homem; o lugar humilde que Ele tomar podia
ocultar a sua glória dos olhos dos homens carnais; mas havia aquilo que
precisava ser reconhecido e que não podia ser ocultado. O ódio manifestado por
pessoas esclarecidas não podia ser
perdoado. Os Judeus esperavam misericórdia mais ampla na época vindoura – no
dia do Messias – do que na então
presente época da Lei; mas esse seu pecado não podia ser perdoado, nem nesta
época nem na vindoura” (Grant).
Os frutos
revelam a árvore (33-37). Jesus, mais que ninguém, podia submeter-se a essa
prova, como também podia reprovar os fariseus, porque o fruto que produziam
revelava a perversidade de seus corações.
O sinal de Jonas
(38-42). Jesus aponta três testemunhas: Jonas, os ninivitas, e a rainha de
Sabá, que presenciaram o poder e a graça de Deus e creram.
A casa
desocupada (43-45). O ensino dos versículos 39 a 45 é dirigido a “uma geração
má e adúltera”.
Sobre a palavra
“geração” F.W. Grant diz: Geração na Escritura muitas vezes se emprega com uma
aplicação moral mais do que um sentido cronológico – Uma sucessão de pessoas
com as mesmas características morais (veja Salmo 12.7). Sem dúvida é este o
sentido aqui.
“Na parábola da
casa desocupada, trata-se de uma pessoa que já está desiludida do inimigo das
almas, mas que ainda não se chegou a Deus; afastou aquele, porém não acolheu
este. Na nossa revolta contra o erro, se não dermos entrada á verdade, é certo
que o erro voltará reforçado” (Scroggie).
A família de
Jesus (46-50). O Senhor foi rejeitado até pela própria família (Mc 3.21). Por
isso Ele não atende á chamada, mas fala de uma nova parentela espiritual
(Gray).
Proposta emenda
de tradução. No versículo 40, ler “grande peixe” como V.B . e não “baleia” como
em Almeida.
CAPÍTULO 13
Comentário
de Scofield:
Podemos
discernir neste capítulo um novo começo.
Jesus, rejeitado por Israel (Jo 1.11), e tido por desvairado pela própria
família (Mt 12.46; Mc 3.21), toma o caráter de um semeador que, não encontrando
os frutos que procura, semeia, e espera uma colheita futura.
No fim do
capítulo 12 Jesus está dentro da casa; no começo do 13 ( mas no mesmo dia) já
saiu e chegou á beira-mar. No versículo 36 Ele volta para casa.
Jesus apresenta
sete parábolas: quatro á multidão, publicamente na praia, e três aos
discípulos, particularmente, em casa. Todas apresentam aspectos do reino;
quatro têm aspecto exterior e as outras três um aspecto mais íntimo.
As duas
primeiras têm a particularidade, de serem explicadas pelo próprio Jesus. Por
isso não existe dúvida sobre à sua interpretação.
Parábola do
semeador (1-9). Notemos:
a)
Sementeira abundante, sem economias; até mesmo cai alguma semente.
b) Terreno
de uma só qualidade – Não devemos imaginar diferentes terras no mesmo campo,
mas terreno em diferentes condições: Terra pisada pelo muito trânsito; terra
rasa e escassa, devido ao lagedo de pedra que lhe fica por baixo; Terra previamente
ocupada, com espinhos, etc,; Terra bom, preparada para a semente: capinada,
arada, regada.
c) A
semente é sempre a “palavra do reino” e hoje é o Evangelho da graça de Deus. O
dr. Campbell Morgan, e, mais recentemente, Alexandre Frazer, têm chamado
atenção pra o caso que “a boa semente são os filhos do reino”: pessoas, não as
verdades do evangelho. Pensam que isto deve-se entender na parábola do semeador
tanto como na do trigo e joio. Que fruto tem esta sementeira produzido em nós?
O evangelista é hoje o semeador, semeando alguma coisa de Deus revelado em
Cristo, e esperando ver os frutos: alguma coisa do caráter de Cristo nos seus
ouvintes.
Recentemente
um expositos notou que em Mateus a “semente” é a palavra grega “sperma”, ou
semente humana, e a interpretação se encontra no versículo 38, “a boa semente
são os filhos do reino”. Em Lucas 8 a “semente” é a palavra grega “sporos”, ou
a semente vegetal, e a interpretação está no versículo 11, “a semente é a
palavra de Deus”.
Ensinando
por parábolas (10-17). A linguagem é figurada, ocultando o sentido aos
indiferentes e ilustrando-o para os sinceros.
Um mistério
(segredo, v.11) é uma verdade outrora escondida mas agora divinamente revelada.
Comentário
de Goodman:
O reino dos
céus é esse reino que há de ser estabelecido na terra.
O Senhor
Jesus alega três motivos por que Ele falou em parábolas.
1) “Porque
a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é
dado”(11). Um mistério é um segredo de Deus que não pode ser conhecido a não
ser mediante uma revelação. Mesmo quando revelado é muitas vezes
incompreensível como, po exemplo, o grande mistério da piedade (1 Tm 3.16); mas
a fé regozija-se no fato revelado, sem compreender como pode ser ( Mt 11.25).
Quem são esses “vós” que ouvem a revelação ? Certamente são aqueles que o
buscam (Mt 7.8; Rm 2.7), e o temem (SL 25.14), e que querem fazer a sua vontade
(Jo 7.17). Ele não lança as suas pérolas aos porcos.
2)Porque “aos
que têm dar-se-á”(12). Esta lei natural encontra-se também no mundo espiritual.
O forte aumenta suas forças; o sábio, sabedoria; o rico, a riqueza; enquanto os
outros, por falta de uso e exercício, perdem o que têm. Assim, quem ouve e
observa a Palavra de Deus, cresce, enquanto o preguiçoso deseja e nada tem. Ele
é preguiçoso demais para quebrar a casca (a parábola) e por isso não alcança a
noz (verdade).
3) “Para
que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam” (13-16). O Senhor aqui cita
Isaías 6.9,10. O profeta foi mandado declarar uma cegueira judicial sobre a
geração pecaminosa do seu tempo. Assim o Senhor adverte a geração má do seu
tempo que, devido à dureza dos seus corações, Deus lhes cegará os olhos.
Comentário
de Scroggie:
Parábola do
trigo e joio (24-30 e 36-43). Na primeira parábola a semente era só de uma
espécie, ma havia diferença nas condições do terreno. Agora o campo – o mundo-
é um só, mas há mistura de sementes.
A boa
semente não é, aqui, a palavra do Evangelho, mas o que o Evangelho produz: “os
filhos do reino”(v.38). Estes são semeados entre os homens, e Satanás semeia
justamente o “joio”.
O ensino é
que não podemos tirar o joio do mundo, embora muitas perseguições religiosas no
passado tentassem fazê-lo. Mas na igreja pode haver uma disciplina purificada.
Desta
parábola aprendemos que, quando Cristo age, Satanás opera também; que um dos
seus modos prediletos de agir é pela imitação; que ele opera ocultamente, e nós
devemos agir cautelosamente (29); que no fim tudo será acertado.
Comentário
de Gray:
Parábolas
da mostarda e do fermento (31-35). A figura da semente ensina o rápido e
anormal crescimento da cristandade. As aves do céu simbolizam descrentes de
diversas classes que, por motivos de interesse, abraçam o cristianismo e acham
abrigo nos seus ramos. (Compare Daniel 4.20,22 e Apocalipse 18.2)
“O fermento
representa um princípio de corrupção, operando sutilmente. A figura do fermento
é empregada sempre com sentido ruim (Gn 19.3; Mt 16.11,12; Mc 8.15; 1Co 5.6-8,
etc) O ensino da parábola é que o Evangelho será misturado com o ensino falso,
que aumentará até o fim”.
“A mais
pequena de todas as sementes”(v.32). Tomadas ao pé da letra, estas palavras
podem parecer erradas, pois há muitas sementes menores que a mostarda, algumas,
como as dos fetos, tão pequenas que só podem ser vistas através do microscópio!
Mas nosso Salvador falava como galileu aos camponeses da Galiléia, e suas
palavras, conforme todos os ouvintes entenderiam, contêm a figura de elipse ou
omissão, significando simplesmente ‘ que é a menor de todas as sementes’
(usadas por vós na agricultura)” (Neil).
Parábolas
do tesouro escondido, da pérola e da rede (44-58). Estas foram ditas aos
discípulos em casa, e dão um aspecto mais íntimo, menos evidente, do reino. O
campo é o mundo (v.38) que o homem (Cristo) comprou com seu sangue (2 Pe 2.1).
A pérola
simboliza a igreja, que o negociante (Cristo) comprou (Ef 5.25-33). “Um hino
diz ‘Achei a pérola de grande preço’, querendo dizer Cristo, mas isso pode não
ser a significação, a não ser que a salvação seja pelas obras. Que significam,
pois estas duas parábolas? Suponhamos
que o tesouro dá o aspecto plural e a
pérola o aspecto singular da mesma coisa, representando um os cristãos e a
outra, a Igreja, e sendo Cristo em ambos os casos. Certamente Ele sacrificou
tudo por amor da Igreja. Ele comprou o mundo para possuir a igreja; o preço foi
o seu sangue. Esta interpretação apresenta menor número de dificuldades”
(Scroggie).
“A rede não
é o evangelho mas é uma figura do que acontecerá no fim, depois do
arrebatamento da Igreja” (Gabelein).
Propostas
emendas de tradução. No versículo 32 leia-se “é maior que as hortaliças”. No
versículo 36 “tendo despedido” como A. e não “tendo deixado” como na V.B.(R
195). Nos versículos 39 e 40 ler “fim da época” em vez de “fim do mundo”.
CAPÍTULO 14
Até aqui
temos visto, em nosso estudo de Mateus, o Messias chegado, o reino proclamado,
suas leis promulgadas, mas o Rei praticamente rejeitado pela nação. Do capítulo
13 em diante Jesus não fala mais da aproximação do reino, mas em sete parábolas
revela o que há de suceder entre as nações na ausência do Rei.
A morte de
João Batista (1-12). “O nome Herodes está coberto de sangue. Herodes, ‘o
Grande’, matara os inocentes. Herodes Agripa matou Tiago, irmão de João, e aqui
Herodes Antipas mata João Batista” (Scroggie).
Considerações
de Goodman:
“Segundo o
historiador Josefo, a morte de João Batista deu-se no castelo de Machaerus, na
Peréia, e ele nos relata também que Herodes foi banido pelo imperador Caio à
cidade de Lyon (na França) e depois levado a Espanha, onde morreu na miséria.”
“Sua
primeira esposa era filha de Aretas, rei de Damasco, mencionado em 2 Coríntios
11.32. Herodias era esposa de seu irmão (por parte de pai) Filipe (Não o Filipe
de Lucas 3.1). Ela era filha de Aristóbulo, o filho que Herodes matou, e por
isso sobrinha de ambos os seus maridos” (Ellicott). As más qualidades no
caráter de Herodes aparecem neste trecho:
1) Era
supersticioso. Pensava que Jesus podia ser João Batista ressuscitado. Como
muitas vezes acontece, o assassino tinha receio da sua vítima.
2) Era
vingativo e cruel. João Batista somente apontara aquilo que Herodes sabia ser
verdadeiro e vergonhoso.
3) Era
covarde, como geralmente são os cruéis. Tinha medo da multidão, como temia o
reaparecimento de João Batista,
4) Era
Licencioso. Excitado pela dança da enteada, e provavelmente embriagado, ele
cumpriu a sua promessa temerária.
5) Era
louco. Prometer sem saber o que seria pedido, era colocar-se à mercê de uma
mulher vingativa e má.
6)
Mostrou-se triste, fraco. Não é que tivesse pena de João Batista, pois queria
mata-lo (5), mas ficou triste porque ia incorrer na ira do povo por seu ato
abominável. Tais são as misérias dos iníquos. “Melhor é o mancebo pobre e sábio
do que o rei velho e insensato, que se não deixa admoestar” (Ec 4.13) (Goodman)
A primeira
multiplicação de pães (13-21). Jesus retira-se para um lugar deserto, por ter
sido Ele rejeitado, e morto o seu precursor. Mas não podia esconder-se, e o
povo o seguia. Notemos:
Os
discípulos acharam necessário despedir a multidão. Jesus tinha um recurso
melhor. Como havemos de agir hoje?
Os pães e
peixes, por Ele abençoados (v.19), bastaram para suprir a necessidade.
O que os
discípulos receberam dele, puderam repartir com o povo.
Diz
F.W.Grant: “Os discípulos têm apenas cinco pães e dois peixes! Que evidente
quadro de nós mesmos, com recursos diminutos! Por que colocar uma provisão tão
íntima na sua mão para servir a tanta gente ? Mas Jesus não despreza a oferta,
não a recusa, para agir sem ela. Se fosse a realização de um milagre o que Ele
tinha em vista, seria natural que a desprezasse, mas , pelo contrário, Ele
preferiu tornar mais singelo o milagre a deixar de lado a pessoa que quer
identificar-se consigo e empregar-se no seu serviço. Esta precisa verificar que
o pouco que tem é suficiente, uma vez que a bênção divina a acompanha –e assim
também será convosco.
“Mas os
discípulos devem levar-lhe esse pouco, para depois receberem dele. Então Jesus
manda o povo descansar sobre a relva. Ele dá descanso primeiro, e depois
sustento. Então abençoa o pão e o parte, e torna a entrega-lo aos discípulos,
para que eles o distribuam todo – e há mais que suficiente para toda a
multidão. Como é bom saber que nessa insignificante provisão há o suficiente
para cada um dentre o povo ali, e mais do que o suficiente. No fim há mais do
que no princípio. E isso que acontece constantemente com os bens espirituais –
abundante distribuição, e, contudo, aumento... Cada partícula da verdade que
possuímos leva consigo uma responsabilidade correspondente, um privilégio
proporcional, e oportunidade para aumento”.
Jesus anda
por cima do mar (23-36). Notemos a diferença entre este incidente marítimo e do
capítulo 8.23-27. Ali Jesus estava presente, dormindo e os discípulos sozinhos
no barco. O incidente de Pedro andando sobre as ondas é registrado só por
Mateus.
Temos aqui
uma figura do “andar por fé em Cristo”. Notemos que isso:
1) É
impossível à carne.
2) Deve ser
em obediência à palavra de Deus.
3)
Necessita-se de coragem para fazer a aventura da fé.
4) A fé não
se preocupa com as condições e circunstâncias.
5) O que a
fé começa, deve continuar. Pedro falhou nisto, embora tivesse começado bem.
A fé não é
apenas um ato, mas uma atitude de toda a vida.
“A quarta
vigília da noite”. Os Judeus dividiam a noite em quatro vigílias: das 6 às 9;
das 9às 12; das 12 às 3, das 3 às 6 da manhã. Por isso era provavelmente de
madrugada quando Jesus foi visto pelos discípulos.
“Em verdade
este vulto sobre a água não é discernido senão pela fé; até os discípulos podem
pensar que é um fantasma, e recear em vez de serem atraídos. Notemos que é a
alma que é dirigido o convite que a voz faz: “Vem!”Não fala a mais ninguém. Nem
fala senão com aprovação, embora o convidado provasse completamente a fraqueza
da sua própria resposta ao convite... Mas ele não é censurado pela sua ousadia.
Os outros discípulos podem tê-lo feito, mas o Senhor apenas diz: “Por que
duvidaste?”E certamente essa dúvida é tão insensata como desastrosa. Por um
momento, ao menos, Pedro tinha provado o poder de Cristo; tinha realmente
andado sobre a água, e por que haviam os ventos fortes de enchê-lo de receios?
O poder não era seu , e ele podia contar com o poder do Mestre, tanto nas ondas
procelosas como na calma. Mas quando o olhar se desvia de Cristo, torna-se
impossível a resolução acertada. Pedro duvida, e começa a afundar, mas quando
clama, uma forte mão se lhe estende, e ele é sustentado. Não é a embarcação que
o socorre, nem é ele tirado do caminho, senão sustentado nele. Bom é lembrarmo-nos
de que assim a graça de Cristo pode ainda hoje valer-nos em nossos fracassos”
(Grant).
O versículo
36 ensina-nos que o mais leve contato com Cristo importa em bênção.
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 15
Jesus
repreende os escribas e fariseus (1-20). “A tradição dos anciãos (v2) significa
a lei oral, que os judeus acreditavam ter sido transmitida verbalmente desde os
tempos de Moisés. Foi, afinal, escrita por Judas, o Santo, em um livro chamado
Mishneh, e para explicar esse livro escreveram-se as duas Gemaras ou Talmudes,
chamadas a de Jerusalém e a de Babilônia” (Treasury).
A queixa
não era de que os discípulos faltassem com o asseio, mas que não observaram uma
tradição dos anciãos, e não praticaram a purificação cerimonial (Mc 7.1-4).
Jesus,
longe de apoiar as tradições, reprovou-as.
Notemos
que, às vezes, na Escritura, “honrar” significa “fornecer mantimentos, etc.” (1
Tm 5.17,18). A tradição que invalidava o mandamento de Deus, ensinava a um
filho que ele, alegando que os mantimentos eram dedicados a Deus e que por isso
não podiam servir de sustento para os seus velhos pais, ficava isento da sua
obrigação.
“Não
devemos entender que a declaração da palavra votiva ‘Corbã’, embora significando
‘um dom’, ou ‘dado a Deus’, necessariamente dedicasse o objeto ao Templo. O
sentido podia ser, e geralmente era que o objeto era para ser considerado como ‘Corbã’,
isto é, em relação às pessoas interessadas, esse objeto devia ser tido como se
fosse ‘Corbã’, posto sobre o altar, e por isso fora do seu alcance. Embora o
nome fosse o mesmo, havia duas espécies de voto: uma consagração a Deus, e uma
obrigação pessoal, este último era o mais frequente” (Grant).
A mulher Cananéia
(21-28). A descrição da filha da mulher Cananéia é deveras triste:
‘miseravelmente endemoninhada’ (22). Não é de se esperar que alguma menina
esteja hoje nesse caso, mas vemos, infelizmente, moças e moços dominados por
vícios, vaidades, e desejos carnais, e, às vezes influenciados demasiadamente
pelos servos de Satanás, que procuram arrastá-los para o pecado e a perdição.
A lição
principal do incidente parece ser que Cristo, afinal, corresponderá à fé, ainda
que Ele pareça por algum tempo não fazer caso. Podemos considerar os motivos
que os homens se chegam a Cristo: Curiosidade? Admiração? Doenças? Tentações?
Necessidades de parentes? Neste incidente temos:
1) Uma
grande necessidade: Descobrimos: a) um caso terrível: uma moça sujeita a um
espírito maligno, mas, não nos parece ser sem o consentimento dela. A carne
está em todos nós, mas há quem franqueia a entrada de espíritos malignos. Na
China tem se verificado repetidas vezes que um acesso de cólera deixa a porta
aberta para a entrada de um espírito mau. Quem se mete com o espiritismo está
sujeito ao poder dos espíritos malignos; b) um caso sem remédio por quaisquer
meios conhecidos; c) um mal que afligia a mãe e toda a família. Sem dúvida a
necessidade era grande.
2) Uma
grande esperança: a) A mulher ouvira de Jesus e seus milagres. B) Dirigiu-se a
Ele inconvenientemente , porque ela nada tinha com “o filho de Davi”, e parece
que quis fingir-se israelita. C) Ela persistiu, porque não tinha outra
esperança, mas mudou sua maneira de tratar o Senhor.
3) Uma
grande fé manifestada: a) na humilde confissão da sua necessidade b) na sua
súplica fervorosa; c) na sua perseverança. Jesus quis experimentar a sua fé,
porque sabia que ela resistira à prova.
A segunda
multiplicação de pães (29-39). Neste trecho vemos Jesus: a) curando os doentes;
b) alimentando a multidão; c) ensinando o povo.
Para a
explicação da segunda multiplicação de pães consulte Marcos 8.1-10.
Os cestos
do versículo 37 eram maiores que as alcofas de 14-20.
Proposta
emenda de tradução. O versículo 8 deve ser: “Este povo chega a mim com a boca e
honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (C.136).
CAPÍTULO 16
O fermento
dos fariseus (1-12). “O sinal do profeta Jonas (v.4) significa a ressureição de
Cristo (Mt 12.39,40).
“Em Marcos
o aviso (v.6) abrange também os herodianos. As três classes representam
princípios do mal: Fariseus – o formalismo; saduceus – racionalismo; herodianos
– secularismo. Essas seitas não existem mais, porém ainda há o que elas
representaram. A tragédia é que esses males têm invadido as igrejas, e tem
substituído a realidade, fé e adoração”(Scroggie).
A confissão
de Pedro (13-23). A ignorância do povo a respeito do Senhor Jesus, revelada
nesses versículos, existe ainda hoje.
Muito tem
sido escrito referente às palavras “sobre esta pedra edificarei minha igreja”.
Um dos melhores ensinos está no livro “Problema Religioso” de E.C. Pereira.
Entendemos
que a “pedra” era a confissão de Pero: “Cristo, o filho do Deus vivo”, a
verdade fundamental da Igreja (1Co 3.11).
Versículo
18. Muitos podem ter notado que as palavras “Tu és Pedro” (Sobre as quais tem
havido tanta controvérsia) parecem não ter referência ao assunto em publicação
na língua inglesa, com as iniciais W.A.F.: “Todas as evidências tendem a provar
que as palavras de Jesus não eram ‘su ei Petros’ (tu és Pedro) mas ‘su eipas’
(tu falaste a verdade), uma forma de expressão empregada várias vezes pelo
Senhor (Mt 26.64, etc.) A Vulgata latina tem ‘Tu és Pedro’, mas sabemos que
essa foi uma tradução por S. Jerônimo encomendada pelo então bispo de Roma.
Mas
Jerônimo nos seus escritos particulares emprega as palavras gregas ‘su eipas’
(tu disseste) e o grande S. Agostinho (d.C. 295) dá o equivalente em latim: ‘Tu
dexiste’ (tu disseste), que concorda muito melhor com o contexto”.
“Eu te
darei as chaves do reino dos céus” (v.19). A interpretação comum é bem
apresentada pelo dr. Goodman: “As chaves dadas a Pedro representam a essencial
honra que lhe foi concedida: a de ser o primeiro a anunciar o Evangelho aos
Judeus ( no pentecoste) e aos gentios ( na casa de Cornélio), tendo sido o
Espírito Santo dado do céu em cada uma dessas ocasiões. Pedro mesmo descreve
seu privilégio assim: ‘Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem
da minha boca a palavra do Evangelho, e cressem’ (At 15.7). Assim ele anunciou
o perdão de pecados a todos os que creem.
Deus confirmou do Céu o perdão que todos os seus servos podem declarar sobre a
terra (v.19;18.18; Jo 20.23)”.
F.W. Grant
interpreta o versículo diferentemente: “É comum salientar o lugar notável de
Pedro no dia de Pentecoste, abrindo o Reino aos judeus, e depois, na pessoa de
Cornélio, aos gentios. Mas podemos admitir que ele ocupava um lugar eminente,
enquanto negamos que fosse um lugar exclusivo. E de fato não podemos excluir os
outros discípulos no dia de Pentecoste; nem no caso de Cornélio podemos
concordar que esse fosse o único uso das chaves com relação aos gentios, nem
admitir que fosse necessária outra chave diferente daquela que abrira o reino
aos judeus. Um só ato não havia de esgotar o uso da chave, nem seriam duas
chaves para abrir a porta duas vezes.
“Podemos
entender que a porta, uma vez aberta, assim permaneceu para nunca mais precisar
de chave? Pelo contrário, creio que se pode demonstrar concludentemente que a
administração do reino, simbolizada por estas chaves, ainda não terminou: não
findou com um ato inicial de autoridade. Os homens ainda recebem o reino e são
recebidos no reino; e se as chaves falam de admissão ao reino, e o reino á a
esfera do discipulado, então a chave é de fato somente autoridade para
discipular.”
“Ora, há
chaves, e não simplesmente uma chave; e se nosso pensamento é acertado, isto
significa uma dupla maneira de admitir. A primeira é a que o Senhor chama ‘a
chave da ciência’, a qual ele diz que os doutores da lei tiravam do povo (Lc
11.52). Semelhantemente Ele denuncia os fariseus por fecharem o reino dos céus
aos homens: ‘Nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando’(Mt
23.13)”.
“Pedro não
recebeu as chaves da Igreja, mas do reino. Uma chave é sinal de autoridade (Is
22.22), e o que esse poder de ligar e desligar significava para Pedro,
significava também para os outros discípulos (18.18)”.
É erro
pensar que o versículo 19 ensina que tudo que uma igreja local determina é
aprovado no Céu!
Quem aprova
um mal, tem a mesma culpa de um malfeitor, mas Deus nunca aprovou uma decisão
errada. Uma igreja local pode, por exemplo, resolver excomungar todos os
crentes que não tem uma certa compreensão sobre o batismo, mas não vamos pensar
que os tais excluídos ficam reprovados no Céu.
As
condições do discipulado apontados nos versículos 24-27 merecem séria atenção –
Renunciar; tomar; seguir.
A expressão
“tome sobre si a sua cruz” (v.24) ou “tome cada dia a sua cruz”(Lc 9.23) Não
parece tão estranha e incompreensível a nós que nos gloriamos na cruz de Cristo
(Gl 6.14), como deve ter soado aos ouvidos dos discípulos de Jesus, que nada
sabiam da morte violenta que Ele havia de sofrer, e que conheciam a
crucificação somente como o suplício dos criminosos e escravos rebeldes. O Dr.
C.C Torrey sugere que devemos ler “jugo” em vez de cruz, pois o jugo era feito
em uma forma de cruz e, por isso, uma palavra equivalia a outra. Assim pelo
menos obtém-se um sentido compreensível, de o verdadeiro discípulo de Cristo,
em cada dia da sua vida, tomar o serviço que lhe toca e fazê-lo na companhia do
seu Senhor (Mt 11.29).
Assim entendido,
“o seu jugo”, seria o mesmo que “o meu jugo” de Mateus 11.29, e o discípulo
teria a convicção de não ter nunca que trabalhar sozinho, nem ir adiante ou
atrás de seu Mestre.
A nota
completa do dr. Torrey é assim: A frase ‘tomar a cruz e seguir-me’ ocorre cinco
vezes nos evangelhos sinóticos ( MT 10.38; Mc 8.34; Lc 9.23 e 14.27). É
geralmente precedida pelas palavras ‘negue-se a si mesmo’. A primeira vez, em
Marcos, a exortação é dirigida não meramente a discípulos, mas ao povo, como
também no trecho paralelo em Lucas, onde o advérbio “diariamente” é
acrescentado. Muitos têm observado que podíamos esperar ler aqui não é cruz mas
jugo, tornando a exortação compreensível aos ouvintes. A palavra (aramaica) é certamente “zoif”, que
nós conhecemos somente com o sentido de “cruz”. Quando, porém, se nota que o
jugo dos animais que puxam o arado tem precisamente a forma de cruz, uma vara
com a outra transversal na extremidade, parece quase certo que na linguagem
popular da galileia a palavra significava também “jugo”.
CAPÍTULO 17
A transfiguração (1-13) é relatada nos três evangelhos sinóticos com poucas diferenças. É somente Mateus que tem as palavras “o seu rosto resplandeceu como o sol”, e o versículo 6 deste capítulo.
“Para os
discípulos esta foi uma oportunidade precisa para ver seu amigo e Mestre
glorioso e resplandecente, ainda que falasse da hora que se aproximava, de seu
ultraje e crucificação (Lc 9.31).”
“Notemos a
maravilhosa reunião de pessoas: Deus Pai, Cristo, Elias, Pedro, Tiago, João:
Sete pessoas. O eterno Pai; o Redentor do mundo; o representante da lei; o
representante dos profetas; o núcleo da Igreja Cristã. Duas personagens da
velha dispensação; três da nova, uma de todas dispensações, e Deus sobre todos!”
(Scroggie).
Para mais
explicações sobre a transfiguração, veja o comentário de Marcos 9 e Lucas 9.
“Elias virá
primeiro” (v.11). Em Malaquias 3.1 e 4.5 há duas profecias distintas. A
primeira se cumpriu na pessoa de João Batista, que veio no espírito e poder de
Elias (Lc 1.17); a segunda se cumprirá antes de o Senhor voltar em glória, e
sem dúvida depois do arrebatamento da igreja” (Gray).
A experiência
sublime sobre a montanha era passageira. Não podemos suportar por longo tempo
uma suprema exaltação. Desceram ao vale onde acharam:
O jovem
lunático (14-23). Quem usa a versão brasileira verá que nela o doente é chamado
de um “epilético”, mas o fato é que o pai, que nada entendia de ciência médica
do século XX, disse “meu filho é lunático”, atribuindo (na sua simplicidade) o
mal à influência da lua.
Aprendemos
do versículo 18 que o mal não era causado pela lua, nem pela epilepsia, mas por
um espírito maligno, como pode acontecer ainda hoje, principalmente a algum
adepto do espiritismo em todas as suas formas.
“Os nove
discípulos nada podiam fazer em prol do rapaz aflito ou do pai entristecido. O
miasma do baixio entrara nas suas almas. Os discípulos queriam saber por que
fracassaram, e Jesus lhes esclareceu o motivo (19-21). ‘Um grão de mostarda’, é
referido aqui por ser uma coisa diminuta. Uma fé pequena pode fazer coisas
grandes, mas naturalmente, uma fé maior pode conseguir ainda mais. Remover
montanhas era uma expressão proverbial para
vencer os obstáculos que parecem intransponíveis. A fé fortalecida pela
oração e pelo sacrifício tudo pode vencer” (Scroggie).
“Mas isto
pressupõe que estamos na senda da vontade divina, pois na verdade, a fé não
pode ser exercida em outras circunstâncias. E a figura da montanha fala
claramente do desaparecimento de todos os obstáculos em tal senda. No caminho
da vontade ou da indulgência própria seria debalde esperar semelhantes vitórias”
(Grant).
Jesus paga
o tributo (24-27). A palavra “didracmas” quer dizer “duas dracmas”. Um estáter
valia 4 dracmas, por isso era a quantia justa “por mim e por ti”.
“Pedro
disse que sim (v.25) sem refletir. A contribuição era para o templo em
Jerusalém, e Jesus, como Senhor do templo, não devia pagar o tributo. Como “Filho
de Deus”(v.26), devia estar livre da obrigação. Isso seria bem compreensível
para Pedro, que logo antes confessara Filho de Deus (Mt 16.16). Porém muitas
vezes convém fazer uma coisa sem ser obrigado, “para que os não escandalizemos”.
“Estas
palavras dão-nos um exemplo da graça que concede um ponto sem importância, para
não ofender. O Senhor nunca ofendeu a ninguém sem necessidade. Ele não era como
esses que lutam até a morte (ou, ainda pior, dividir a igreja) sobre assuntos
sem importância prática. ‘Aos fracos, fiz-me fraco para ganhar os fracos’ (1Co
9.22). Muitas vezes podemos pela graça de Deus fazer concessões sem transigir,
e assim evitar contendas” (Goodman).
Propostas
emendas de tradução (v.11): “Porventura Elias há de vir e restaurar tudo?
Digo-vos que Elias já veio”(O.56). Versículo 9 leia-se: “dentre os mortos”.
Versículo 20 leia: se “Por causa da vossa incredulidade” (R. 140).
CAPÍTULO 18
Entrando no reino (1-10). Vemos quanto o ensino de Jesus acentuava a necessidade de preparo espiritual para se gozar as bênçãos do reino. Ele ilustra seu ensino por meio de um menino posto entre os discípulos. Aprendemos : que um discípulo pode carecer de conversão; que a entrada no reino depende de um estado espiritual competente; que humildade com a criança é necessária; que “receber” uma criança, por amor de Jesus, é, ainda hoje, semelhante a receber Cristo mesmo; que “ofender” uma criança, prejudicando a sua vida espiritual, é um grande pecado; que “desprezar” as crianças é ato insensato, pois elas são representadas perante o Pai por seus “anjos de guarda”.
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