sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ROMANOS 7

ROMANOS
CAPÍTULO 7
Libertação do pecado mediante o domínio do Espírito (1-6). O argumento aqui não é muito fácil de compreender, porque o propósito parece identificar o pecado com a Lei que o condena, e considera o crente, não mais debaixo da Lei como sua regra de vida, mas unidos em Cristo e, por isso, libertos do pecado.
Notemos aqui que o ensino sabatista, de não estarmos  debaixo de uma lei cerimonial, é refutado pelo sentido da Lei dado no versículo 7: "Não cobiçarás". Este mandamento certamente não é preceito cerimonial, mas moral. Em Gálatas, a outra epístola que afirma que o crente não está debaixo da Lei, o sentido é o mesmo, pois lemos: " se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde". E ninguém nos dirá que a justiça vem mediante cerimônias.
O crente não é santificado pela Lei (7-14). Este trecho ensina-nos que a Lei, apesar de ser "Santa, e justa, e boa", não pode santificar uma criatura pecaminosa. Pelo contrário, descobre ainda mais claramente a sua perversidade. Por isso, argumenta o apóstolo, necessitamos de um Salvador.
Referente ao versículo 14 "eu sou carnal", tem havido muita controvérsia entre teólogos sobre se Paulo descreve ou não seu próprio estado. Pelo visto em 6.17, seus leitores estão libertos do pecado; e em 8.4, Paulo se inclui no número dos que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.
Contudo, não devemos ler "eu era antigamente" onde Paulo escreve "eu sou", mas antes procurar compreender por que ele emprega o tempo presente, assim tornando o caso vívido e atual.
Creio que a dificuldade desaparece quando subentendemos a palavra "Cristo" no meio do argumento: "mas eu [sem Cristo] sou carnal", e o tempo presente revela o que o apóstolo sentia no momento de escrever, e sempre, que em si, nada era  senão uma criatura carnal e pecaminosa, salva na medida que nele operava a graça de Cristo.
Do versículo 5 até o 19 o escritor emprega 19 vezes as palavras "eu", "mim", mas "Cristo" nem uma só vez. Quando, no versículo 25, ele olha para Cristo, pode dar graças a Deus e vê a vitória.
O conflito de duas naturezas debaixo da Lei (15-25). O apóstolo continua seu argumento relatando o conflito entre o carnal e o espiritual, que sempre pode travar-se no íntimo de quem admira o bem mas não encontra em si o poder de conseguir fazê-lo. Esse conflito termina quando a pessoa se sente na presença de Cristo (v.25); e é sempre assim: não podemos pecar quando estamos gozando a comunhão com nosso salvador.
Podemos estudar as "leis" referidas neste capítulo: no versículo 16 a lei dos mandamentos divinos; no versículo 21 "esta lei" ou princípio mau que "o mal está comigo" apesar de querer o bem; no versículo 22 "a lei de Deus" - o controle da divina vontade, a "lei do meu entendimento", e a "lei do pecado", ou propensão para o mal que " está nos meus membros"; no versículo 25 temos de novo a lei de Deus e a lei do pecado.
Parece evidente que a preocupação do apóstolo neste capítulo é com o corpo (v.24) e os pecados carnais. Não se refere a pecados da alma, tais como a vaidade, a inveja, a cobiça, etc.

O versículo 25 tem sido traduzido: "Assim que eu em mim mesmo [ isto é, sem a graça de Deus], embora com o meu entendimento sirva á lei de Deus, com a carne estou sujeito à lei do pecado" (C.H. 515).

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