sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ROMANOS 8

ROMANOS
CAPÍTULO 8
A nova lei do Espírito liberta do pecado e ensina a justiça (1-4). É provável que a V.B. tenha razão em omitir a segunda parte do versículo 1, dada por Almeida. Em todo caso não deixa de ser verdade que os que estão em Cristo Jesus não andam segundo a carne.
No versículo 2 devemos  lembrar que no original não havia pontuação, que só foi feita muito depois dos primeiros séculos do cristianismo. Assim, para entendermos este versículo devemos pontuá-lo diferentemente: "Porque a lei do Espírito [que é] de vida em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte".
Nos capítulos 7 e 8 devemos atender às diversas "leis" referidas: "à Lei" dada a Moisés sobre o monte Santo; "à lei do pecado"; "à lei da morte"; "à lei do Espírito"; "à lei de Deus", etc. Comparando todas elas descobrimos que, segundo o ensino desta epístola, lei é "norma, ou ordem a que alguém obedece". Assim, a lei do pecado quer dizer a submissão ao domínio do pecado; a lei do Espírito é a submissão ao domínio do Espírito, etc.
Que era impossível à Lei? À Lei era impossível obter a justiça que ela exigia (v.3). Mas essa justiça se consegue, no crente, não pela exigência de um código, mas pelo domínio do Espírito Santo sobre todos os desejos da sua alma.
Conflito do Espírito com a carne (5-13). Devemos entender o sentido em que o apóstolo emprega a expressão "na carne" e "no espírito". Podemos tomá-lo como "dominados pela carne" ou "dominados pelo Espírito".
O versículo 9 dá-nos muito a pensar. "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele". Podemos com proveito fazer uma lista das características do Espírito de Cristo, e pensar quais delas se veem em nós.
Podemos estudar juntos os versículos 10 e 11, que parecem ensinar-nos que, devido ao pecado, devemos considerar como mortos os desejos carnais (6.6,11) e consentir que se manifestem somente as energias do Espírito de Deus. Alguns veem na última parte do versículo 11 uma promessa de abundante saúde.
O versículo 13 fala em linguagem bem compreensível, apontando o caminho da vida abundante que o Evangelho traz.
O ministério do Espírito (14-27). Com o versículo 14, o apóstolo começa a considerar o pleno resultado do Evangelho, e contempla o crente, em primeiro lugar, como filho e herdeiro.
Os versículos 18-25 contemplam a criação toda liberta do sofrimento e do pecado, na gloriosa consumação da esperança do crente.
Notemos que no versículo 19 a palavra "criatura" (em Almeida) deve ser "criação" (como na V.B.), dando-nos a entender que no Milênio os seres irracionais não mais se atacarão mutuamente (Is 11.7 e 65.25), pois esses seres oprimidos esperam um tempo futuro: o tempo das manifestações dos crentes como filhos de Deus (Veja-se também 1 João 3.2).
A expressão problemática "em esperança fomos salvos" (v.24), provavelmente significa "fomos salvos com uma perspectiva", isto é, a perspectiva da redenção do corpo, referida no versículo 23.
Os versículos 26,27, falando da obra intercessória do Espírito Santo, merecem ser mais meditados do que explicados. Podemos notar algumas características desta misteriosa intercessão: a) é baseada numa compreensão perfeita das necessidades de cada caso; b) é motivada por nossa ignorância; c) é inaudível, e quaisquer gemidos nossos não são os gemidos do Espírito; d) é segundo a vontade de Deus, e é sempre ouvida por Deus.
Os infalíveis propósitos de Deus pelo Evangelho (28-34). Vários pensamentos chamam a nossa atenção neste trecho. Os dois títulos dos crentes no versículo 28; o propósito da predestinação em Cristo, segundo o versículo 29. Notemos que Cristo quer fazer-nos seus irmãos por "fazer-nos conforme à nossa imagem"- não que Ele se tenha feito nosso irmão quando tomou "a semelhança da carne do pecado"(v.3).
Foi somente em ressurreição que Ele falou pela primeira vez de "meus irmãos" (Jo 20.17). Vemos também que, para Deus, o futuro é tão real quanto o passado, e Ele pode dizer que "glorificou" esse crente que já justificou, ainda que a consumação final ainda não se tenha realizado.
Vemos que todos os tradutores fazem interrogativa a segunda parte do versículo 35 e deviam ter feito o mesmo com as segundas partes dos 33 e 34, pois a construção original é a mesma.

A segurança do crente em Cristo (35.39). O capítulo que começa com "nenhuma condenação" termina com "nenhuma separação". E notemos que a coisa certificada e garantida é o amor de Cristo, de que o crente pode ter plena certeza, apesar de todas as circunstâncias contrárias ou ameaçadoras.

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