ROMANOS
CAPÍTULO 2
O homem inteligente
(1-16). No capítulo 1 o apóstolo considerou o caso do pagão com a luz da
natureza. Agora ele considera o do filósofo, o do homem inteligente, que
"julga" pela luz da ciência, arguindo-o de ter praticado as mesmas iniquidades
que aquele.
E tem sido sempre
assim. O homem instruído, ilustrado, não é mais moral, mais humilde, mais
temente a Deus do que o pagão ignorante. Ele julga e bem sabe, mas pratica os
mesmos males.
O apóstolo acusa o
filósofo pecador de desprezo, ignorância, impenitência e falta de
arrependimento, e o ameaça com o juízo divino, com a ira de Deus e com o
castigo que as suas obras merecem.
Os versículos 6-11
ensinam-nos como Deus consider-29)a aqueles que amam o bem, e como Ele propõe,
mediante o Evangelho, levá-los para a vida eterna. A história de Cornélio
ilustra o caso.
O versículo 7 tem sido
traduzido: "a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram
honra e glória incorruptíveis" (C.H.502), e o versículo 12: "Todos os
que, sem o conhecimento da lei, pecaram, sem o castigo da lei perecerão"
(C.H.503).
Notemos nos versículos
12-16 como a consciência natural de quem nunca ouviu nem a lei nem o Evangelho
pode acusá-lo ou exonerá-lo por sua conduta.
Os judeus são
inescusáveis (17-29). O argumento do apóstolo aqui é que o judeu, com a luz da
revelação, se mostrara ainda mais perverso que o pagão com a luz da natureza, e
o filósofo com a luz da ciência. Este mesmo argumento ele continua no capítulo
3.9-20.
Então afirma que é
muito possível o judeu ser arguido e condenado pelo gentio (2.27).
Notemos, de passagem,
a pouca importância que o apóstolo atribui ao rito da circuncisão quando a vida
não condiz com a sua significação. Podemos entender que ele diria o mesmo do
rito do batismo?
"Esta constante
referência à circuncisão, tão tediosa ao leitor superficial, tem um interesse
agudo para o estudioso que tiver bastante imaginação para colocar-se no lugar
do apóstolo, confrontando constantemente este irritante obstáculo ao progresso
do Evangelho - o judeu, que julga ter tudo que precisa para a salvação na
observação formal do ritualismo da lei mosaica, sendo , por isso, refratário a
qualquer novo ensino.
"A intensidade
desse interesse é ainda maior para o estudante que compreende ter o pregador do
Evangelho hoje o mesmo obstáculo com o "judaísmo" que tem ressurgido
(ou, antes, nunca morreu) e que hoje floresce qual planta nociva, no ritualismo
das seitas judaizantes e na noção da "regeneração pelo batismo", que
ensina serem o sinal (batismo) e a graça (purificação espiritual)
inseparáveis" (Isaacs).
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