Jesus repreende os
escribas e fariseus (1-20). “A tradição dos anciãos (v2) significa a lei oral,
que os judeus acreditavam ter sido transmitida verbalmente desde os tempos de
Moisés. Foi, afinal, escrita por Judas, o Santo, em um livro chamado Mishneh, e
para explicar esse livro escreveram-se as duas Gemaras ou Talmudes, chamadas a
de Jerusalém e a de Babilônia” (Treasury).
A queixa não era de
que os discípulos faltassem com o asseio, mas que não observaram uma tradição
dos anciãos, e não praticaram a purificação cerimonial (Mc 7.1-4).
Jesus, longe de apoiar
as tradições, reprovou-as.
Notemos que, às vezes,
na Escritura, “honrar” significa “fornecer mantimentos, etc.” (1 Tm 5.17,18). A
tradição que invalidava o mandamento de Deus, ensinava a um filho que ele,
alegando que os mantimentos eram dedicados a Deus e que por isso não podiam
servir de sustento para os seus velhos pais, ficava isento da sua obrigação.
“Não devemos entender
que a declaração da palavra votiva ‘Corbã’, embora significando ‘um dom’, ou
‘dado a Deus’, necessariamente dedicasse o objeto ao Templo. O sentido podia
ser, e geralmente era que o objeto era para ser considerado como ‘Corbã’, isto
é, em relação às pessoas interessadas, esse objeto devia ser tido como se fosse
‘Corbã’, posto sobre o altar, e por isso fora do seu alcance. Embora o nome
fosse o mesmo, havia duas espécies de voto: uma consagração a Deus, e uma
obrigação pessoal, este último era o mais frequente” (Grant).
A mulher Cananéia
(21-28). A descrição da filha da mulher Cananéia é deveras triste:
‘miseravelmente endemoninhada’ (22). Não é de se esperar que alguma menina
esteja hoje nesse caso, mas vemos, infelizmente, moças e moços dominados por
vícios, vaidades, e desejos carnais, e, às vezes influenciados demasiadamente
pelos servos de Satanás, que procuram arrastá-los para o pecado e a perdição.
A lição principal do
incidente parece ser que Cristo, afinal, corresponderá à fé, ainda que Ele
pareça por algum tempo não fazer caso. Podemos considerar os motivos que os
homens se chegam a Cristo: Curiosidade? Admiração? Doenças? Tentações?
Necessidades de parentes? Neste incidente temos:
1) Uma grande
necessidade: Descobrimos: a) um caso terrível: uma moça sujeita a um espírito
maligno, mas, não nos parece ser sem o consentimento dela. A carne está em
todos nós, mas há quem franqueia a entrada de espíritos malignos. Na China tem
se verificado repetidas vezes que um acesso de cólera deixa a porta aberta para
a entrada de um espírito mau. Quem se mete com o espiritismo está sujeito ao
poder dos espíritos malignos; b) um caso sem remédio por quaisquer meios
conhecidos; c) um mal que afligia a mãe e toda a família. Sem dúvida a
necessidade era grande.
2) Uma grande
esperança: a) A mulher ouvira de Jesus e seus milagres. B) Dirigiu-se a Ele
inconvenientemente , porque ela nada tinha com “o filho de Davi”, e parece que
quis fingir-se israelita. C) Ela persistiu, porque não tinha outra esperança,
mas mudou sua maneira de tratar o Senhor.
3) Uma grande fé
manifestada: a) na humilde confissão da sua necessidade b) na sua súplica
fervorosa; c) na sua perseverança. Jesus quis experimentar a sua fé, porque
sabia que ela resistira à prova.
A segunda
multiplicação de pães (29-39). Neste trecho vemos Jesus: a) curando os doentes;
b) alimentando a multidão; c) ensinando o povo.
Para a explicação da
segunda multiplicação de pães consulte Marcos 8.1-10.
Os cestos do versículo
37 eram maiores que as alcofas de 14-20.
Proposta emenda de
tradução. O versículo 8 deve ser: “Este povo chega a mim com a boca e honra-me
com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (C.136).
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