quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 18


Entrando no reino (1-10). Vemos quanto o ensino de Jesus acentuava a necessidade de preparo espiritual para se gozar as bênçãos do reino. Ele ilustra seu ensino por meio de um menino posto entre os discípulos. Aprendemos : que um discípulo pode carecer de conversão; que a entrada no reino depende de um estado espiritual competente; que humildade com a criança é necessária; que “receber” uma criança, por amor de Jesus, é, ainda hoje, semelhante a receber Cristo mesmo; que “ofender” uma criança, prejudicando a sua vida espiritual, é um grande pecado; que “desprezar” as crianças é ato insensato, pois elas são representadas perante o Pai por seus “anjos de guarda”.
A verdade ensinada é que uma criança, por sua condição natural de fraqueza, etc., é uma parábola da atitude que um pecador deve tomar perante Deus quando se converte. Vejam a parábola da criança: 1) É importante. 2) É humilde. 3) É objeto de benevolência. 4) Vive pela fé. 5) Cresce, e aprende a falar.
Diz T. Gasquoine:
Os versículos 8 e 9 ilustram a verdade que a letra mata, mas o espírito vivifica. Evidentemente, o ensino não é para se tomar ao pé da letra, porque o mal não está nas mãos ou nos olhos, mas no coração perverso.
Deus e as criancinhas (11-14). Consideremos o amor de Deus para com as criancinhas. É:
1) Amor todo altruísta.
2)Amor de quem  tem prazer nelas.
3)Amor de quem tem compaixão para com elas.
4) Amor de esperança nas possibilidades infinitas.
O pecado de um irmão (15-22). É impossível exagerar a importância do ensino do versículo 15, mas quantas vezes é desprezado! Uma pessoa se queixa de um irmão a outro, ou chega mesmo a acusa-lo perante a igreja, em vez de ir ter com ele!
Porém  uma advertência é necessária : antes de “ir ter com ele” é preciso uma preparação espiritual suficiente para poder “ganhar teu irmão”.
Somente em último recurso pode ser necessário levar o caso a igreja.
Alguns manuscritos antigos não tem as palavras “contra ti” no versículo 15.
“Quando a disciplina na igreja é exercida com cuidado e simpatia (vv.18-20), as decisões da irmandade cristã são aprovadas por Deus e serão ‘ligadas no céu’, mas a direção divina precisa ser procurada mediante a oração (19,20)”(Scroggie).
“A igreja tem autoridade para agir... mas autoridade para agir não garante a ação. Se a ação não está de acordo com a vontade de Deus, não será abonada por Ele. Deus não havia de atribuir pecado sobre alguém que não pecara, nem desliga-lo. Fazer isso seria chamar ao bem mal a ao mal bem, e põr a igreja acima do seu Senhor”(Grant).
Acordo em oração (19,20). Esta promessa especial para os que concordam em oração merece cuidadoso estudo. Não devemos esperar que  todos os frequentadores da reunião de oração necessariamente “concordem”. Para haver esse acordo deve haver o mesmo ardente desejo, a mesma compreensão da necessidade, o mesmo propósito de cooperar com Deus em promover o resultado pedido, a mesma experiência de respostas às orações passadas, a mesma esperança de resposta no presente, o mesmo desejo de banir da vida própria qualquer coisa que impeça a bênção divina.
Esta necessidade de acordo, para dois ou mais poderem orar juntos, deve impedir o grupo de fazer quaisquer orações extravagantes ou ridículas, pois seria difícil dois ou mais concordarem em fazer uma petição insensata, na plena persuasão que pediram de acordo com a vontade divina.
O versículo 20 afirma um fato mas não contém uma promessa. Nisto é bem  diferente de Mateus 28.20: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”, ou a promessa ainda mais maravilhosa de João 14.23: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.
A parábola do credor incompassivo (23-35). O Dr. Graham Scroggie apresenta o seguinte estudo:
1)Como o rei tratou seu servo. Aprendemos desta parábola:
a)Que Deus faz contas com os homens, não somente depois da morte, mas aqui e agora (v.23).
b)Que todos os homens lhe devem uma dívida incalculável, e que não podem de maneira alguma pagá-la (v.24,25).
c) Que é necessário a dívida ser paga, se não pelo devedor, então por outro (v.25).
d) Que o servo acusado não apelou contra a sentença, mas apenas pediu prazo para pagar – coisa que evidentemente não podia fazer tão cedo (v.25).
e) Que o Senhor misericordioso libertou-o e perdoou-lhe (v.27). No nosso caso podemos conhecer a base deste perdão: a satisfação oferecida pela obra redentora.
2) Como o servo tratou o seu companheiro. Notemos os seguintes pontos:
a) Que é possível receber a graça de Deus em vão (2Co 6.1), sem que ela produza em nós uma correspondente bondade em nosso trato com os semelhantes.
b) Que é muito fácil fazer maior questão das pequenas ofensas dos outros contra nós mesmos, do que das grandes ofensas contra Deus.
c) Que é característico da natureza carnal ser exigente, intolerante, incompassivo.
3) Que devemos aprender da parábola:
a) A não sermos intransigentes, visto que devemos tudo á graça divina.
b)A ver na dificuldade do nosso semelhante uma oportunidade para sermos magnânimos.
c) A sermos “imitadores de Deus”, não somente na sua graça perdoadora, mas também na sua paciência, longanimidade, simpatia e tolerância.
Proposta emenda de tradução. Ponha-se no texto o versículo 11, omitido pela V.B. (R.92): “Porque o filho do homem veio salvar o que havia perecido”.


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