Entrando no reino
(1-10). Vemos quanto o ensino de Jesus acentuava a necessidade de preparo
espiritual para se gozar as bênçãos do reino. Ele ilustra seu ensino por meio
de um menino posto entre os discípulos. Aprendemos : que um discípulo pode
carecer de conversão; que a entrada no reino depende de um estado espiritual
competente; que humildade com a criança é necessária; que “receber” uma
criança, por amor de Jesus, é, ainda hoje, semelhante a receber Cristo mesmo;
que “ofender” uma criança, prejudicando a sua vida espiritual, é um grande
pecado; que “desprezar” as crianças é ato insensato, pois elas são
representadas perante o Pai por seus “anjos de guarda”.
A verdade ensinada é
que uma criança, por sua condição natural de fraqueza, etc., é uma parábola da
atitude que um pecador deve tomar perante Deus quando se converte. Vejam a
parábola da criança: 1) É importante. 2) É humilde. 3) É objeto de
benevolência. 4) Vive pela fé. 5) Cresce, e aprende a falar.
Diz T. Gasquoine:
Os versículos 8 e 9
ilustram a verdade que a letra mata, mas o espírito vivifica. Evidentemente, o
ensino não é para se tomar ao pé da letra, porque o mal não está nas mãos ou
nos olhos, mas no coração perverso.
Deus e as criancinhas
(11-14). Consideremos o amor de Deus para com as criancinhas. É:
1) Amor todo
altruísta.
2)Amor de quem tem prazer nelas.
3)Amor de quem tem
compaixão para com elas.
4) Amor de esperança
nas possibilidades infinitas.
O pecado de um irmão
(15-22). É impossível exagerar a importância do ensino do versículo 15, mas
quantas vezes é desprezado! Uma pessoa se queixa de um irmão a outro, ou chega
mesmo a acusa-lo perante a igreja, em vez de ir ter com ele!
Porém uma advertência é necessária : antes de “ir
ter com ele” é preciso uma preparação espiritual suficiente para poder “ganhar
teu irmão”.
Somente em último
recurso pode ser necessário levar o caso a igreja.
Alguns manuscritos
antigos não tem as palavras “contra ti” no versículo 15.
“Quando a disciplina
na igreja é exercida com cuidado e simpatia (vv.18-20), as decisões da
irmandade cristã são aprovadas por Deus e serão ‘ligadas no céu’, mas a direção
divina precisa ser procurada mediante a oração (19,20)”(Scroggie).
“A igreja tem
autoridade para agir... mas autoridade para agir não garante a ação. Se a ação
não está de acordo com a vontade de Deus, não será abonada por Ele. Deus não
havia de atribuir pecado sobre alguém que não pecara, nem desliga-lo. Fazer
isso seria chamar ao bem mal a ao mal bem, e põr a igreja acima do seu Senhor”(Grant).
Acordo em oração
(19,20). Esta promessa especial para os que concordam em oração merece
cuidadoso estudo. Não devemos esperar que
todos os frequentadores da reunião de oração necessariamente
“concordem”. Para haver esse acordo deve haver o mesmo ardente desejo, a mesma
compreensão da necessidade, o mesmo propósito de cooperar com Deus em promover
o resultado pedido, a mesma experiência de respostas às orações passadas, a
mesma esperança de resposta no presente, o mesmo desejo de banir da vida própria
qualquer coisa que impeça a bênção divina.
Esta necessidade de
acordo, para dois ou mais poderem orar juntos, deve impedir o grupo de fazer
quaisquer orações extravagantes ou ridículas, pois seria difícil dois ou mais
concordarem em fazer uma petição insensata, na plena persuasão que pediram de
acordo com a vontade divina.
O versículo 20 afirma
um fato mas não contém uma promessa. Nisto é bem diferente de Mateus 28.20: “Eis que estou
convosco todos os dias até a consumação dos séculos”, ou a promessa ainda mais
maravilhosa de João 14.23: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu
Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.
A parábola do credor
incompassivo (23-35). O Dr. Graham Scroggie apresenta o seguinte estudo:
1)Como o rei tratou
seu servo. Aprendemos desta parábola:
a)Que Deus faz contas
com os homens, não somente depois da morte, mas aqui e agora (v.23).
b)Que todos os homens
lhe devem uma dívida incalculável, e que não podem de maneira alguma pagá-la
(v.24,25).
c) Que é necessário a
dívida ser paga, se não pelo devedor, então por outro (v.25).
d) Que o servo acusado
não apelou contra a sentença, mas apenas pediu prazo para pagar – coisa que
evidentemente não podia fazer tão cedo (v.25).
e) Que o Senhor
misericordioso libertou-o e perdoou-lhe (v.27). No nosso caso podemos conhecer
a base deste perdão: a satisfação oferecida pela obra redentora.
2) Como o servo tratou
o seu companheiro. Notemos os seguintes pontos:
a) Que é possível
receber a graça de Deus em vão (2Co 6.1), sem que ela produza em nós uma
correspondente bondade em nosso trato com os semelhantes.
b) Que é muito fácil
fazer maior questão das pequenas ofensas dos outros contra nós mesmos, do que
das grandes ofensas contra Deus.
c) Que é
característico da natureza carnal ser exigente, intolerante, incompassivo.
3) Que devemos
aprender da parábola:
a) A não sermos
intransigentes, visto que devemos tudo á graça divina.
b)A ver na dificuldade
do nosso semelhante uma oportunidade para sermos magnânimos.
c) A sermos
“imitadores de Deus”, não somente na sua graça perdoadora, mas também na sua
paciência, longanimidade, simpatia e tolerância.
Proposta emenda de
tradução. Ponha-se no texto o versículo 11, omitido pela V.B. (R.92): “Porque o
filho do homem veio salvar o que havia perecido”.
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