terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 14


Até aqui temos visto, em nosso estudo de Mateus, o Messias chegado, o reino proclamado, suas leis promulgadas, mas o Rei praticamente rejeitado pela nação. Do capítulo 13 em diante Jesus não fala mais da aproximação do reino, mas em sete parábolas revela o que há de suceder entre as nações na ausência do Rei.


A morte de João Batista (1-12). “O nome Herodes está coberto de sangue. Herodes, ‘o Grande’, matara os inocentes. Herodes Agripa matou Tiago, irmão de João, e aqui Herodes Antipas mata João Batista” (Scroggie).
Considerações de Goodman:
“Segundo o historiador Josefo, a morte de João Batista deu-se no castelo de Machaerus, na Peréia, e ele nos relata também que Herodes foi banido pelo imperador Caio à cidade de Lyon (na França) e depois levado a Espanha, onde morreu na miséria.”
“Sua primeira esposa era filha de Aretas, rei de Damasco, mencionado em 2 Coríntios 11.32. Herodias era esposa de seu irmão (por parte de pai) Filipe (Não o Filipe de Lucas 3.1). Ela era filha de Aristóbulo, o filho que Herodes matou, e por isso sobrinha de ambos os seus maridos” (Ellicott). As más qualidades no caráter de Herodes aparecem neste trecho:
1) Era supersticioso. Pensava que Jesus podia ser João Batista ressuscitado. Como muitas vezes acontece, o assassino tinha receio da sua vítima.
2) Era vingativo e cruel. João Batista somente apontara aquilo que Herodes sabia ser verdadeiro e vergonhoso.
3) Era covarde, como geralmente são os cruéis. Tinha medo da multidão, como temia o reaparecimento de João Batista,
4) Era Licencioso. Excitado pela dança da enteada, e provavelmente embriagado, ele cumpriu a sua promessa temerária.
5) Era louco. Prometer sem saber o que seria pedido, era colocar-se à mercê de uma mulher vingativa e má.
6) Mostrou-se triste, fraco. Não é que tivesse pena de João Batista, pois queria mata-lo (5), mas ficou triste porque ia incorrer na ira do povo por seu ato abominável. Tais são as misérias dos iníquos. “Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que se não deixa admoestar” (Ec 4.13) (Goodman)
A primeira multiplicação de pães (13-21). Jesus retira-se para um lugar deserto, por ter sido Ele rejeitado, e morto o seu precursor. Mas não podia esconder-se, e o povo o seguia. Notemos:
Os discípulos acharam necessário despedir a multidão. Jesus tinha um recurso melhor. Como havemos de agir hoje?
Os pães e peixes, por Ele abençoados (v.19), bastaram para suprir a necessidade.
O que os discípulos receberam dele, puderam repartir com o povo.
Diz F.W.Grant: “Os discípulos têm apenas cinco pães e dois peixes! Que evidente quadro de nós mesmos, com recursos diminutos! Por que colocar uma provisão tão íntima na sua mão para servir a tanta gente ? Mas Jesus não despreza a oferta, não a recusa, para agir sem ela. Se fosse a realização de um milagre o que Ele tinha em vista, seria natural que a desprezasse, mas , pelo contrário, Ele preferiu tornar mais singelo o milagre a deixar de lado a pessoa que quer identificar-se consigo e empregar-se no seu serviço. Esta precisa verificar que o pouco que tem é suficiente, uma vez que a bênção divina a acompanha –e assim também será convosco.
“Mas os discípulos devem levar-lhe esse pouco, para depois receberem dele. Então Jesus manda o povo descansar sobre a relva. Ele dá descanso primeiro, e depois sustento. Então abençoa o pão e o parte, e torna a entrega-lo aos discípulos, para que eles o distribuam todo – e há mais que suficiente para toda a multidão. Como é bom saber que nessa insignificante provisão há o suficiente para cada um dentre o povo ali, e mais do que o suficiente. No fim há mais do que no princípio. E isso que acontece constantemente com os bens espirituais – abundante distribuição, e, contudo, aumento... Cada partícula da verdade que possuímos leva consigo uma responsabilidade correspondente, um privilégio proporcional, e oportunidade para aumento”.
Jesus anda por cima do mar (23-36). Notemos a diferença entre este incidente marítimo e do capítulo 8.23-27. Ali Jesus estava presente, dormindo e os discípulos sozinhos no barco. O incidente de Pedro andando sobre as ondas é registrado só por Mateus.
Temos aqui uma figura do “andar por fé em Cristo”. Notemos que isso:
1) É impossível à carne.
2) Deve ser em obediência à palavra de Deus.
3) Necessita-se de coragem para fazer a aventura da fé.
4) A fé não se preocupa com as condições e circunstâncias.
5) O que a fé começa, deve continuar. Pedro falhou nisto, embora tivesse começado bem.
A fé não é apenas um ato, mas uma atitude de toda a vida.
“A quarta vigília da noite”. Os Judeus dividiam a noite em quatro vigílias: das 6 às 9; das 9às 12; das 12 às 3, das 3 às 6 da manhã. Por isso era provavelmente de madrugada quando Jesus foi visto pelos discípulos.
“Em verdade este vulto sobre a água não é discernido senão pela fé; até os discípulos podem pensar que é um fantasma, e recear em vez de serem atraídos. Notemos que é a alma que é dirigido o convite que a voz faz: “Vem!”Não fala a mais ninguém. Nem fala senão com aprovação, embora o convidado provasse completamente a fraqueza da sua própria resposta ao convite... Mas ele não é censurado pela sua ousadia. Os outros discípulos podem tê-lo feito, mas o Senhor apenas diz: “Por que duvidaste?”E certamente essa dúvida é tão insensata como desastrosa. Por um momento, ao menos, Pedro tinha provado o poder de Cristo; tinha realmente andado sobre a água, e por que haviam os ventos fortes de enchê-lo de receios? O poder não era seu , e ele podia contar com o poder do Mestre, tanto nas ondas procelosas como na calma. Mas quando o olhar se desvia de Cristo, torna-se impossível a resolução acertada. Pedro duvida, e começa a afundar, mas quando clama, uma forte mão se lhe estende, e ele é sustentado. Não é a embarcação que o socorre, nem é ele tirado do caminho, senão sustentado nele. Bom é lembrarmo-nos de que assim a graça de Cristo pode ainda hoje valer-nos em nossos fracassos” (Grant).
O versículo 36 ensina-nos que o mais leve contato com Cristo importa em bênção.



















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