ROMANOS
CAPÍTULO 15
Cristo altruísta (1-13). Este trecho ensina-nos que Cristo é
modelo da conduta cristã. Notemos as palavras: “Não agradar a nós mesmos...
agradar ao seu próximo”. Como podemos agradar ao nosso próximo? Alguém se
lembrou que, fazendo a barba diariamente, agradava mais a seu próximo do que
andasse entre os seus semelhantes com a barba por fazer.
Outro quis sempre retribuir qualquer grosseria do vizinho
com um ato de bondade, e não ficava contente enquanto não efetuava tal pagamento.
Como é que o leitor procura agradar seu próximo?
Do versículo 4 aprendemos o valor e a importância do Velho
Testamento, que “tudo’ escrito para o governo de Israel pode ter ensino para
nós. Que devemos aprender, por exemplo, da lei do Dízimo, dada a Israel?
Ponhamos sentido nas expressões “Deus de paciência e
consolação (v.5), e “Deus de esperança” (v.13), “Deus de amor e de paz” (2 Co
13.11). Os pagãos criam em diversas divindades : o deus da fertilidade, o deus
da guerra, etc., como ainda hoje alguns esperam certos proveitos de diferentes
“santos” – Sto. Antônio, para coisas perdidas; Santa Bárbara, quando troveja,
etc. O cristão crê em um só Deus – um só recurso sobrenatural – e seu Pai no
Céu é o Deus de todos os recursos que a mente necessita.
Quando, no versículo 8, o apóstolo diz que Cristo foi
“ministro da circuncisão”, ele provavelmente falou no mesmo sentido em que
Nicodemos falou quando chamou Jesus de “Mestre em Israel”. Cristo veio como
verdadeiro israelita “para confirmar as promessas feitas aos pais”.
“Recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu,
para glória de Deus” (v.7). O Senhor nos recebeu tal e qual estávamos. Por isso
todos os crentes devem ser recebidos, qualquer que seja seu conhecimento da
verdade. Devem ser recebidos mesmo que sejam crianças espirituais (Mt 18.5) ou
que sejam aleijados (Hb 12.13). O insistir num certo grau de compreensão da
verdade não é como Cristo procede. Todos os que Ele tem recebido devem ser
bem-vindos, não para contendas sobre pontos duvidosos (14.1), mas para a glória
de Deus.
O apóstolo fala do seu ministério (14-21) e começa com
algumas apreciações do progresso espiritual dos seus leitores. Não nos
esqueçamos de que ele ainda não tenha visto os crentes em Roma, mas tinha
ouvido boas notícias a seu respeito.
Podemos considerar algumas características do ministério do
apóstolo: era dirigido especialmente aos gentios; apresentava Cristo, e
oferecia Cristo aos gentios e ao mesmo tempo oferecia os gentios convertidos a
Deus – uma oferta santificada pelo Espírito e por isso aceitável: era
acompanhado por sinais sobrenaturais; abrangia uma grande extensão de
território: desde Jerusalém até o Ilírico; era serviço de pioneiro e não
serviço realizado nos lugares onde Cristo havia pregado.
A proposta viagem do apóstolo à Itália (22-33). Não podemos
deixar de contrastar as esperanças expressas neste trecho com as experiências
da realização relatadas nos últimos capítulos de Atos. Paulo visitou Roma em
verdade, mas não de caminho para a Espanha, porém preso. Contudo, não devemos
duvidar que, afinal, ele esteve ali em Roma “com a plenitude da bênção do
Evangelho de Cristo”, apesar de preso.
Parece que Paulo teve algum pressentimento da hostilidade de
inimigos na Judéia, pois ele pede as orações dos crentes em Roa a esse
respeito.
Se, apesar disso, ele chegou entre os Romanos “com alegria”
(v.32), deve ter sido uma alegria inteiramente espiritual, pois materialmente,
ele sofreu bastante em Roma.
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