A parábola das dez
virgens (1-13). O sermão profético é interrompido por parábolas desde 24.32 até
25,31, e as destes capítulos ensinam outra vez a necessidade de vigilância
(1-13) e fidelidade (14,30).
As virgens representam
cristãos professos, dos quais cinco são renascidos. Devemos notar os pontos de
semelhança que havia antes do grito da meia-noite e os pontos de diferença
depois desse brado.
O nosso estudo desta
parábola podemos considerar:
1) O propósito das
virgens que foi o de se encontrar com o esposo – sem dúvida um bom propósito.
Quais são os propósitos que mais preocupam o pensamento humano? Alguns aspiram
a, mais cedo ou mais tarde encontrarem-se com Cristo.
2) A prudência das
virgens. Notemos que havia aparente semelhança exterior entre elas, mas
fundamental diferença íntima. Cinco prudentes; cinco loucas.
3) O preparo das
virgens para se encontrarem com o esposo era, então, azeite nas lâmpadas:
Talvez uma figura do Espírito Santo. Qual é o preparo de que nós necessitamos?
4) A paciência das
virgens. Houve uma demora inesperada, como também parece acontecer com a
segunda vinda de Cristo; e essa demora serviu para revelar a prudência das
virgens. O decorrer dos anos descobre, em nós, o que?
5) O prêmio das
virgens prudentes foi o de entrarem no gozo do noivo. Há galardão para o crente
em Cristo, pois gozará futuramente a companhia do seu Senhor.
6) O prejuízo das
virgens loucas foi a perda de toda essa alegria. O remorso por bênção perdidas
pode bem ser um dos principais castigos do impenitente.
7) A lição da parábola
é: “Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora”. Efeitos desta vigilância: a)
guarda-nos de demasiada preocupação com interesses atuais; b) preserva do
desânimo que poderia resultar das provações do momento; c) inspira-nos com
grande esperança para o porvir; d)preocupa-nos com o Cristo, não como sofredor,
mas como Rei vindouro.
A parábola dos
talentos (14-30) ensina-nos a aproveitar bem o tempo até a vinda de Cristo. O
verdadeiro Crente não pode ser um servo mau ou negligente.
O talento era o
dinheiro da antiguidade que, segundo o dicionário de Davis, valia 29,374,50
dólares, sendo de ouro, ou, de prata, valendo este 1950,00 ( em 1942).
Em figura, os talentos
representam as oportunidades da vida. Nós podemos ter pouco dinheiro com que
servir nosso Senhor, mas temos força, tempo, oportunidades, etc.
“Esta parábola dos
talentos deve ser comparada e contrastada com a das minas em Lucas 19”. Ambas
falam da ida, da ausência, da volta, e em ambas a ênfase é sobre o que se faz
durante a ausência.
“A cada um destes
servos é dado segundo a sua capacidade (14,15); os servos são então
contrastados (16-18); depois vem a volta, a prestação de contas, o prêmio dos
diligentes, e reprovação do indolente (19-30)” (Scroggie).
“Não é a quantia que
nos é dada que determina a recompensa, mas a fidelidade no seu emprego. O servo
que recebera cinco talentos ganhou outros cinco, mas o que recebera dois também
dobrou o capital recebido, e merece a mesma aprovação; e havia de ser uma
satisfação para o senhor achar um dos seus pronto a servir tanto na condição
humilde como na condição mais elevada” (Grant).
O fim do sermão. O
juízo das nações vivas (31-46). Não se deve confundir este juízo com o dos
mortos em Apocalipse 20.11-15.
A ocasião do juízo é a
vinda gloriosa de Cristo com seus anjos. Segunda fase da segunda vinda, logo
antes de ser estabelecido o Milênio.
O lugar:
provavelmente, a Palestina.
Os julgados: as nações
vivas.
O assunto do juízo é a
maneira pela qual as nações têm tratado os “irmãos de Cristo”.
O resultado é
separação, galardão ou condenação.
O versículo 40 merece
a nossa detida consideração, e deve influir em todo o nosso serviço.
O versículo 45 mostra
que há castigos por pecado de omissão.
O expositor prudente
evitará aplicar o ensino deste juízo a outras pessoas ou outros pecados não
referidos no trecho.
“O Filho do homem vem
na sua glória, e todos os santos anjos com Ele, e senta-se no trono da sua
Glória (v.31). Todas as nações estão reunidas perante Ele. As palavras são “panta
ta ethne”, que muitas vezes são traduzidas num sentido geral e não com
referência às nações individualmente (Gl 3.8; 2 Tm 4.17). Por isso não convém
insistir que temos aqui o julgamento de nações e não de indivíduos. Talvez seja
mais prudente tomar a parábola como ensinado o princípio geral em que o
julgamento se baseará, para que assim os nossos corações sejam exercitados por
ela. Nem devemos insistir demasiadamente sobre as palavras ‘estes meus irmãos”
aplicando-as exclusivamente aos judeus. “As palavras de 10.40-42 permitem-nos
dar à expressão uma aplicação mais extensiva” (Goodman).
Este trecho não contém
qualquer alusão aos crentes no Evangelho da graça de Deus. As nações aqui são
julgadas não por sua fé ou descrença numa obra redentora, mas segundo as suas
próprias obras. Por isso o trecho pouco serve ao evangelista na sua
apresentação do Evangelho da graça de Deus.
Nota: As anotações
entre colchetes([]) no comentário aos
capítulos 24 e 25 permitiu-se ao editor inseri-las.
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