“A transfiguração
(1-13) é relatada nos três evangelhos sinóticos com poucas diferenças. É
somente Mateus que tem as palavras “o seu rosto resplandeceu como o sol”, e o
versículo 6 deste capítulo.
“Para os discípulos
esta foi uma oportunidade precisa para ver seu amigo e Mestre glorioso e
resplandecente, ainda que falasse da hora que se aproximava, de seu ultraje e
crucificação (Lc 9.31).”
“Notemos a maravilhosa
reunião de pessoas: Deus Pai, Cristo, Elias, Pedro, Tiago, João: Sete pessoas.
O eterno Pai; o Redentor do mundo; o representante da lei; o representante dos
profetas; o núcleo da Igreja Cristã. Duas personagens da velha dispensação;
três da nova, uma de todas dispensações, e Deus sobre todos!” (Scroggie).
Para mais explicações
sobre a transfiguração, veja o comentário de Marcos 9 e Lucas 9.
“Elias virá primeiro”
(v.11). Em Malaquias 3.1 e 4.5 há duas profecias distintas. A primeira se
cumpriu na pessoa de João Batista, que veio no espírito e poder de Elias (Lc
1.17); a segunda se cumprirá antes de o Senhor voltar em glória, e sem dúvida
depois do arrebatamento da igreja” (Gray).
A experiência sublime
sobre a montanha era passageira. Não podemos suportar por longo tempo uma
suprema exaltação. Desceram ao vale onde acharam:
O jovem lunático
(14-23). Quem usa a versão brasileira verá que nela o doente é chamado de um
“epilético”, mas o fato é que o pai, que nada entendia de ciência médica do
século XX, disse “meu filho é lunático”, atribuindo (na sua simplicidade) o mal
à influência da lua.
Aprendemos do
versículo 18 que o mal não era causado pela lua, nem pela epilepsia, mas por um
espírito maligno, como pode acontecer ainda hoje, principalmente a algum adepto
do espiritismo em todas as suas formas.
“Os nove discípulos
nada podiam fazer em prol do rapaz aflito ou do pai entristecido. O miasma do
baixio entrara nas suas almas. Os discípulos queriam saber por que fracassaram,
e Jesus lhes esclareceu o motivo (19-21). ‘Um grão de mostarda’, é referido
aqui por ser uma coisa diminuta. Uma fé pequena pode fazer coisas grandes, mas
naturalmente, uma fé maior pode conseguir ainda mais. Remover montanhas era uma
expressão proverbial para vencer os
obstáculos que parecem intransponíveis. A fé fortalecida pela oração e pelo
sacrifício tudo pode vencer” (Scroggie).
“Mas isto pressupõe
que estamos na senda da vontade divina, pois na verdade, a fé não pode ser
exercida em outras circunstâncias. E a figura da montanha fala claramente do
desaparecimento de todos os obstáculos em tal senda. No caminho da vontade ou
da indulgência própria seria debalde esperar semelhantes vitórias” (Grant).
Jesus paga o tributo
(24-27). A palavra “didracmas” quer dizer “duas dracmas”. Um estáter valia 4
dracmas, por isso era a quantia justa “por mim e por ti”.
“Pedro disse que sim
(v.25) sem refletir. A contribuição era para o templo em Jerusalém, e Jesus,
como Senhor do templo, não devia pagar o tributo. Como “Filho de Deus”(v.26),
devia estar livre da obrigação. Isso seria bem compreensível para Pedro, que
logo antes confessara Filho de Deus (Mt 16.16). Porém muitas vezes convém fazer
uma coisa sem ser obrigado, “para que os não escandalizemos”.
“Estas palavras
dão-nos um exemplo da graça que concede um ponto sem importância, para não
ofender. O Senhor nunca ofendeu a ninguém sem necessidade. Ele não era como
esses que lutam até a morte (ou, ainda pior, dividir a igreja) sobre assuntos
sem importância prática. ‘Aos fracos, fiz-me fraco para ganhar os fracos’ (1Co
9.22). Muitas vezes podemos pela graça de Deus fazer concessões sem transigir,
e assim evitar contendas” (Goodman).
Propostas emendas de
tradução (v.11): “Porventura Elias há de vir e restaurar tudo? Digo-vos que
Elias já veio”(O.56). Versículo 9 leia-se: “dentre os mortos”. Versículo 20
leia: se “Por causa da vossa incredulidade” (R. 140).
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