quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MARCOS APRESENTAÇÃO


Marcos, também chamado João, era filho de uma das Marias do N.T e sobrinho de Barnabé. Era associado com os apóstolos e é mencionado nos escritos de Paulo e de Lucas (At 12.12,25; 13.13; 15.37,39; Cl 4.10; 2 Tm 4.11; Fm 24).
A data de Marcos tem sido calculada entre 57 a 63 d.C
Tema. O escopo e propósito do livro são evidentes pelo seu conteúdo. Nele Jesus é visto como o poderoso obreiro, mais do que como ensinador. É o evangelho do servo de Jeová, o “Renovo” (Zc 3.8); como Mateus, é o Evangelho do “Renovo... de Davi” (Jr 33.15).
A qualidade de servo de Deus no Filho manifesto em carne é sempre evidente. O versículo chave é 10.45. A palavra característica é “imediatamente”, a expressão adequada para um servo. Não há genealogia, pois quem cuidaria de apresentar a genealogia de um servo? O caráter distintivo do Cristo em Marcos é aquele que Paulo apresenta em Filipenses 2.5-8.
Mas este humilde Servo, que abandonou a forma de Deus (Fp 2.6) e foi achado na forma de homem, era, contudo, “o Deus poderoso” (Is 9.6), como o próprio Marcos declara (1.1), e por esta razão obras poderosas acompanharam seu ministério, comprovando-o. Como convém a um evangelho de serviço, Marcos destaca mais as ações do que as palavras.
O melhor preparo do coração para o estudo de Marcos é a leitura (Com oração) de Isaías 42.1-21; 50.4-11; 52.13 a 53.12; Zacarias 3.8; Filipenses 2.5-8.
Marcos tem cinco divisões principais: 1) A manifestação do Filho-Servo (1.1-12). 2) O Filho-Servo provado (1.12,13). 3) O Filho-Servo agindo (1.14 a 13.37). 4) O Filho- Servo obediente até a morte (14.1 a 15.47). 5)O ministério do Filho-Servo em ressureição, exaltado e com toda a autoridade (16.1-20) (Scofield).
INTRODUÇÃO (1.1-13).
a) A proclamação (1-8)
b) A preparação de Jesus (9-13).
1. O servo divino da Galiléia (1.14 a 9.50).
1.1 Jesus luta com os agentes e as atividades do mal (1.14 a 3.6).
1.2 Jesus separa os crentes dos descrentes (3.7 a 6.6).
1.3 Jesus opera milagres entre o povo (6.7 a 8.26).
1.4. Jesus instrui seus discípulos em vista da Cruz (8.27 a 9.50)
2. O Servo divino, da Galiléia a Jerusalém (cap. 10.1-52).
2.1 O ministério na Peréia (1-31).
2.2 Última viagem a Jerusalém (11.1 a 15.47).
3. O servo divino em Jerusalém (11.1 a 15.47).
3.1 Domingo (11.1-11). A entrada triunfal na cidade
3.2 Segunda-feira (11.12-19). A figueira amaldiçoada e o templo amaldiçoado.
3.3 Terça-feira (11.20 a 13.37). A final controvérsia e a grande predição.
3.4 Quarta-feira (14.1-11). A conspiração e pacto para prender Jesus.
3.5 Quinta-feira (14.12-52). A páscoa, o Getsêmane e a traição.
3.6 Sexta-feira (14-53 a 15.47). A condenação e a crucificação.
CONCLUSÃO (16.1-20)
a) A ressureição de Jesus (1.9).
b) A manifestação de Jesus (9-20)- (Scroggie).
A MENSAGEM DE MARCOS
Jesus Cristo se nos apresenta no Evangelho de Marcos como Servo humilde, fazendo a vontade do Pai. As primeiras palavras ensinam-nos que as qualidades de servo e filho são inseparáveis. Não é mediante o serviço que nos tornamos filhos, mas pela adoção de filhos que chegamos a ser servos (Ml 3.17; Mt 21,28; Mc 1,1).
Uma revista do conteúdo deste Evangelho mostra que todo o seu pensamento difere do de Mateus. Ali se estabeleceu o trono; e o Rei, sentado sobre ele, pronunciou os seus decretos e dominou seus súditos; aqui se vê o servo ungido andando entre os homens, passando de um lugar a outro, descansando mas incansável, cumprindo seu ministério. A narrativa de Marcos é rápida, enérgica, realista, pitoresca, dramática e caracterizada por transições repentinas.
As omissões são muitas e significativas, visando salientar Jesus como o Servo.
Por exemplo, em Marcos o título “Senhor” nunca é empregado pelos discípulos, e ocorre apenas 17 vezes neste Evangelho, comparado com 72 vezes em Mateus, 101 em Lucas e 108 em João. (Compare –se Mateus 8.2 com Marcos 1.40; Mateus 26.22 com Marcos 14.19; Mateus 8.25 com Marcos 4.38.)
Ainda mais, notamos que aqui não há nenhuma referência à preexistência de Cristo, como em João; nenhuma genealogia, nem nascimento milagroso; nenhuma adoração dos magos; nenhum sermão da montanha; nenhuma denúncia da nação ou juízo das nações; nenhuma sentença contra Jerusalém. Estes e outros pontos semelhantes não teriam cabimento na descrição do Servo humilde, e por isso omitem-se. Mas o aspecto refletido aqui não é somente negativo, é positivo também. Assim a atenção é chamada para as ações, as palavras para o aspecto de Cristo, como convém ao perfeito Servo.
Em Marcos chama-se especial atenção aos retiros de Jesus. Ele retirou-se a um lugar solitário, depois das primeiras curas (1.35); a lugares desertos depois da purificação do leproso (1.45); ao lago, depois de ter curado o homem que tinha a mão ressicada (3.7); às aldeias, depois da sua rejeição em Nazaré (6.6); a um lugar deserto, depois do assassínio de João Batista (6. 30-32); aos arredores de Tiro e Sidom, depois da oposição dos fariseus (7.24); à vizinhança de Cesaréia de Filipos, depois da cura de um cego (8.27); ao monte Hermon, após a primeira declaração aberta de sua paixão (9.2); a Betânia, depois da entrada triunfal (11.19), e ainda mais uma vez após o discurso sobre as coisas do fim (14.3). O parágrafo adicional sobre a ascensão é como que a história da sua última retirada (16.19).
É evidente o sentido disto. Quem muito serve, precisa estar muito com Deus, e os períodos de retiro e descanso espiritual serão mais frequentes e mais necessários à medida que o nosso serviço se torne mais verdadeiramente sacrificial: Somente à medida que permanecermos no esconderijo do Altíssimo poderemos ter um coração tranquilo, preparado para o serviço.
Mas junto a esta lição aprendemos outra, talvez mais difícil de entender, a saber, que devemos estar à disposição dos outros, e que nossos próprios retiros precisam ficar sujeitos às necessidades dos homens. Na vida do verdadeiro Servo isso é muito evidente (Scroggie).

‘Não sabemos se Marcos viu ou ouviu, pessoalmente, alguma vez o Senhor, embora alguns têm pensado que ele descreve a si mesmo no capítulo 14.51,52. Ele parece ter relatado principalmente o que ouviu Pedro. Justiniano Mártir (100- 165 d.C.) cita o seu evangelho sob o título ‘Recordações de Pedro’, e Irineu (130-202 d.C.) diz que ele era discípulo e intérprete de Pedro, e escreveu o que este pregara “(Goodman)”.

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