quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 26


 Conspirando (1-5). “Esta é a quarta vez que Jesus prediz a sua morte. Chega a marcar o dia, que foi justamente o contrário do plano dos inimigos: Não durante a festa”.
“Durante o seu ministério, Jesus referiu-se 25 vezes à sua morte” (Scroggie).
O jantar em Betânia (6-13). Aqui devemos ler, provavelmente, “Simão, negociante de louças”, e não “o leproso” (O. 93).
Esta ocasião, tão tocante e íntima, patenteou o amor dos seus amigos ao mesmo tempo em que o ódio dos adversários chegava ao seu auge.
João ensina-nos que a mulher era Maria, a irmã de Lázaro, e nos deixa imaginar que Simão era o pai dela, talvez um dos que Cristo curara (Gray).
O que se gasta com Jesus não é “desperdício”. Aprendemos de João que foi Judas quem falou em desperdício.
Jesus atribuiu a Maria mais inteligência do que aos outros referente à morte. Ela não foi ao sepulcro para embalsamar um corpo incorruptível, mas prestou o seu serviço antecipadamente.
“Aqui está uma profecia que tem sido cumprida tão literalmente que ninguém o pode negar (v.13). E hoje, na China, na Índia, na África, na América, fala-se deste incidente constantemente. Nossa familiaridade com o fato tende a diminuir a nossa admiração. Deveras havia um profeta ali! Por que havia de ser divulgado em toda parte o que a mulher fizera? Porque o Senhor aprecia mais do que tudo a dedicação dos nossos corações à sua pessoa?”
“Este trecho apresenta contrastes notáveis. Uma mulher, um homem; um amigo, um inimigo; dando alguma coisa, recebendo alguma coisa; devoção, engano; sacrifício, egoísmo; um vaso de unguento, trinta moedas; abençoado, amaldiçoado” (Scroggie).
O preço da traição (14-16). “Devemos ler: ‘ajustaram com ele trinta moedas’ (R.149). Judas é bem diferente da mulher que quis gastar com Jesus. Ele quis e obteve as 30 moedas de prata, e tornou-se o primeiro entre dezenas de milhares que tem abandonado a Cristo por amor de lucro material”(Goodman).
A última páscoa transformada em a Santa Ceia (17-30). “Jesus tomou os elementos da páscoa e deu-lhes uma nova significação. A páscoa tinha servido seu propósito, porque o Cordeiro que o sacrifício simbolizava ia ser morto no dia seguinte. Por isso foi instituído uma nova festa, apresentando a verdade fundamental do cristianismo, como a Páscoa tinha apresentado a do Judaísmo” (Weston).
O que preocupava o pensamento de Jesus era a traição. A pergunta de cada um, ‘‘porventura sou eu, Senhor?”é melhor do que suspeitar do próximo”.
Entende-se que entre a festa pascoal (20-25) e a ceia do Senhor (26-30), Judas tinha saído (JO 13.30).
“O hino que cantaram eram os salmos 115 a 118” (Scroggie).
Entre os versículos 20 a 21 leia-se João 13. 1-20; e depois do versículo 25 leia-se João 14.1 a 17.26.
Em Lucas e 1 Coríntios, e não nos dois primeiros evangelhos, é que o caráter memorial da Ceia é afirmado, e isto é de importância decisiva para a sua interpretação. “Fazei isto”, diz o Senhor, em memória de mim” (Lc 22.19). Aqui se afirma o propósito preciso do pão e do cálice.
“Ora, lembrança é daquilo ou de quem não está presente. Ainda mais, é de alguma coisa passada. O comentário do apóstolo é tão claro quanto possível: “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor , até  que venha” (1Co 11.26). Claramente a morte do Senhor não é uma coisa presente, mas passada. “A morte não terá mais domínio sobre Ele”. É um Senhor morto que recordamos, mas um Senhor vivo que adoramos” (Grant).
Vemos Pedro (como alguns de nós) entusiasmado, confiado em si, não compreendendo a própria fraqueza. Ele está tão confiado que até contradiz o próprio Mestre!
Notemos em Pedro: dedicação ao seu Mestre; ignorância de grandeza da provação que chegava; confiança na própria coragem; uma atitude de superioridade sobre os outros.
Jesus em Getsêmane (36-46). “Não devemos supor que o cálice aqui seja o mero receio da dor física ou da morte... O cálice devia ser o ato de Ele fazer a sua alma uma oferta pelo pecado (IS 53.10), incluindo o desampara de Deus (Sl 22.1); o valor da sua petição é que testemunha a necessidade da expiação pelo pecado”(Gray).
Vemos que, nesse momento de suprema provação, o que mais importava a Jesus era a vontade de Deus. É assim conosco?
Entre três orações, Jesus voltou duas vezes aos discípulos. Ele sentia o valor e a necessidade da simpatia humana. A primeira vez, ele acordou a Pedro e falou com ele, talvez lembrando a Pedro que ele necessitava de reforço espiritual que vem do “velar com Jesus”. A segunda vez parece que não acordou nenhum deles. A terceira vez achou-os meio acordados, e disse que podiam dormir (se podemos aceitar a tradução “Dormi agora” e não a emenda “Dormes agora?”); era tarde para velarem.
“Como é profundo o mistério das duas vontades de Jesus: a humana e a divina! Aqui a sua vontade humana é submissa ao Pai (v.39). Ele recuaria da cruz, mas aceitou-a. O que tinha soberana e eterna importância para Jesus era a vontade de Deus” (Scroggie).
Jesus é preso (47-56). Confrontando as diferentes narrativas da traição de Judas e a prisão de Jesus, notamos que só em Mateus Jesus chama Judas de “amigo”. Somente João diz que foi Pedro que feriu com a espada, e dá o nome do servo: Malco. Somente Lucas (o médico) recorda que Jesus sarou a ferida. Somente João tem a pergunta “Não beberei eu o cálice que o Pai me deu?”.
A palavra que Jesus emprega (hetairos), traduzida “amigo” (v.30), não é a mesma de João (15-14) (filos), mas significa companheiro, colega, e nunca contém a ideia de amizade (veja-se 11.16; 20.13; 22.12) (Scroggie).
A perversidade de Judas, depois de desfrutar por três anos a intimidade com Jesus, revela a profundeza que a natureza humana pode rebaixar-se!
Jesus foi provado de toda maneira: A contradição dos pecadores, a fraqueza dos discípulos, e a malignidade de Satanás, mas conservou sereno e confiado seu espírito.
Doze legiões (v.53). “Uma legião de soldados nos tempos de Jesus, era composta de 6200 soldados de infantaria e 300 de cavalaria. Doze legiões, portanto, seriam 78000 homens” (Treasury).
Jesus perante os juízes religiosos (57-68). ”Houve seis fases do processo de Jesus, sendo três eclesiásticas e três civis: 1) Perante Anás (Jo 18.12-24). 2) Perante Caifás (57-68). 3) Perante o Sinédrio (27.1,2). 4) Perante Herodes (Lc 23.8-11). 6) Perante Pilatos outra vez (27.15-26)” (Scroggie). Este trecho em Mateus refere-se à segunda fase.
Devemos notar que as testemunhas falsas citaram erradamente as palavras de Jesus (versículo 61 comparado com João 2.19). Ao citar a Escritura devemos ter o cuidado de não mudar nem uma palavra.
Notemos que Jesus não se defendeu, mas quando era preciso testemunhar a verdade, falou (v.64).
Jesus afirmou quatro verdades: 1) Que era o Cristo. 2) Que era o Filho de Deus. 3) Que havia de sentar-se à direita da majestade divina. 4) Que viria “sobre as nuvens do céu” (v.64).

Pedro nega a Jesus (69-75). O Senhor lhe tinha dito: “Quando te converteres, conforta teus irmãos” (Lc 22.32). Ele era já regenerado, mas a referida conversão aconteceu no Pentecoste, sete semanas mais tarde. Não há maior necessidade hoje do que esta: que todos os crentes sejam realmente convertidos: voltados a encarar sempre seu Salvador. O versículo 70 deve ser “Não conheço este de quem falais” (O. 20).

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