Conspirando (1-5). “Esta é a quarta vez que
Jesus prediz a sua morte. Chega a marcar o dia, que foi justamente o contrário
do plano dos inimigos: Não durante a festa”.
“Durante o seu
ministério, Jesus referiu-se 25 vezes à sua morte” (Scroggie).
O jantar em Betânia
(6-13). Aqui devemos ler, provavelmente, “Simão, negociante de louças”, e não
“o leproso” (O. 93).
Esta ocasião, tão
tocante e íntima, patenteou o amor dos seus amigos ao mesmo tempo em que o ódio
dos adversários chegava ao seu auge.
João ensina-nos que a
mulher era Maria, a irmã de Lázaro, e nos deixa imaginar que Simão era o pai
dela, talvez um dos que Cristo curara (Gray).
O que se gasta com
Jesus não é “desperdício”. Aprendemos de João que foi Judas quem falou em
desperdício.
Jesus atribuiu a Maria
mais inteligência do que aos outros referente à morte. Ela não foi ao sepulcro para
embalsamar um corpo incorruptível, mas prestou o seu serviço antecipadamente.
“Aqui está uma
profecia que tem sido cumprida tão literalmente que ninguém o pode negar
(v.13). E hoje, na China, na Índia, na África, na América, fala-se deste
incidente constantemente. Nossa familiaridade com o fato tende a diminuir a
nossa admiração. Deveras havia um profeta ali! Por que havia de ser divulgado
em toda parte o que a mulher fizera? Porque o Senhor aprecia mais do que tudo a
dedicação dos nossos corações à sua pessoa?”
“Este trecho apresenta
contrastes notáveis. Uma mulher, um homem; um amigo, um inimigo; dando alguma
coisa, recebendo alguma coisa; devoção, engano; sacrifício, egoísmo; um vaso de
unguento, trinta moedas; abençoado, amaldiçoado” (Scroggie).
O preço da traição
(14-16). “Devemos ler: ‘ajustaram com ele trinta moedas’ (R.149). Judas é bem
diferente da mulher que quis gastar com Jesus. Ele quis e obteve as 30 moedas
de prata, e tornou-se o primeiro entre dezenas de milhares que tem abandonado a
Cristo por amor de lucro material”(Goodman).
A última páscoa
transformada em a Santa Ceia (17-30). “Jesus tomou os elementos da páscoa e
deu-lhes uma nova significação. A páscoa tinha servido seu propósito, porque o
Cordeiro que o sacrifício simbolizava ia ser morto no dia seguinte. Por isso
foi instituído uma nova festa, apresentando a verdade fundamental do
cristianismo, como a Páscoa tinha apresentado a do Judaísmo” (Weston).
O que preocupava o
pensamento de Jesus era a traição. A pergunta de cada um, ‘‘porventura sou eu,
Senhor?”é melhor do que suspeitar do próximo”.
Entende-se que entre a
festa pascoal (20-25) e a ceia do Senhor (26-30), Judas tinha saído (JO 13.30).
“O hino que cantaram
eram os salmos 115 a 118” (Scroggie).
Entre os versículos 20
a 21 leia-se João 13. 1-20; e depois do versículo 25 leia-se João 14.1 a 17.26.
Em Lucas e 1
Coríntios, e não nos dois primeiros evangelhos, é que o caráter memorial da
Ceia é afirmado, e isto é de importância decisiva para a sua interpretação.
“Fazei isto”, diz o Senhor, em memória de mim” (Lc 22.19). Aqui se afirma o
propósito preciso do pão e do cálice.
“Ora, lembrança é
daquilo ou de quem não está presente. Ainda mais, é de alguma coisa passada. O
comentário do apóstolo é tão claro quanto possível: “Todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor ,
até que venha” (1Co 11.26). Claramente a
morte do Senhor não é uma coisa presente, mas passada. “A morte não terá mais
domínio sobre Ele”. É um Senhor morto que recordamos, mas um Senhor vivo que
adoramos” (Grant).
Vemos Pedro (como
alguns de nós) entusiasmado, confiado em si, não compreendendo a própria
fraqueza. Ele está tão confiado que até contradiz o próprio Mestre!
Notemos em Pedro:
dedicação ao seu Mestre; ignorância de grandeza da provação que chegava;
confiança na própria coragem; uma atitude de superioridade sobre os outros.
Jesus em Getsêmane
(36-46). “Não devemos supor que o cálice aqui seja o mero receio da dor física
ou da morte... O cálice devia ser o ato de Ele fazer a sua alma uma oferta pelo
pecado (IS 53.10), incluindo o desampara de Deus (Sl 22.1); o valor da sua
petição é que testemunha a necessidade da expiação pelo pecado”(Gray).
Vemos que, nesse
momento de suprema provação, o que mais importava a Jesus era a vontade de
Deus. É assim conosco?
Entre três orações,
Jesus voltou duas vezes aos discípulos. Ele sentia o valor e a necessidade da
simpatia humana. A primeira vez, ele acordou a Pedro e falou com ele, talvez
lembrando a Pedro que ele necessitava de reforço espiritual que vem do “velar
com Jesus”. A segunda vez parece que não acordou nenhum deles. A terceira vez
achou-os meio acordados, e disse que podiam dormir (se podemos aceitar a
tradução “Dormi agora” e não a emenda “Dormes agora?”); era tarde para velarem.
“Como é profundo o
mistério das duas vontades de Jesus: a humana e a divina! Aqui a sua vontade
humana é submissa ao Pai (v.39). Ele recuaria da cruz, mas aceitou-a. O que
tinha soberana e eterna importância para Jesus era a vontade de Deus” (Scroggie).
Jesus é preso (47-56).
Confrontando as diferentes narrativas da traição de Judas e a prisão de Jesus,
notamos que só em Mateus Jesus chama Judas de “amigo”. Somente João diz que foi
Pedro que feriu com a espada, e dá o nome do servo: Malco. Somente Lucas (o
médico) recorda que Jesus sarou a ferida. Somente João tem a pergunta “Não
beberei eu o cálice que o Pai me deu?”.
A palavra que Jesus
emprega (hetairos), traduzida “amigo” (v.30), não é a mesma de João (15-14) (filos),
mas significa companheiro, colega, e nunca contém a ideia de amizade (veja-se
11.16; 20.13; 22.12) (Scroggie).
A perversidade de
Judas, depois de desfrutar por três anos a intimidade com Jesus, revela a
profundeza que a natureza humana pode rebaixar-se!
Jesus foi provado de
toda maneira: A contradição dos pecadores, a fraqueza dos discípulos, e a
malignidade de Satanás, mas conservou sereno e confiado seu espírito.
Doze legiões (v.53).
“Uma legião de soldados nos tempos de Jesus, era composta de 6200 soldados de
infantaria e 300 de cavalaria. Doze legiões, portanto, seriam 78000 homens” (Treasury).
Jesus perante os
juízes religiosos (57-68). ”Houve seis fases do processo de Jesus, sendo três
eclesiásticas e três civis: 1) Perante Anás (Jo 18.12-24). 2) Perante Caifás
(57-68). 3) Perante o Sinédrio (27.1,2). 4) Perante Herodes (Lc 23.8-11). 6)
Perante Pilatos outra vez (27.15-26)” (Scroggie). Este trecho em Mateus
refere-se à segunda fase.
Devemos notar que as
testemunhas falsas citaram erradamente as palavras de Jesus (versículo 61
comparado com João 2.19). Ao citar a Escritura devemos ter o cuidado de não
mudar nem uma palavra.
Notemos que Jesus não
se defendeu, mas quando era preciso testemunhar a verdade, falou (v.64).
Jesus afirmou quatro
verdades: 1) Que era o Cristo. 2) Que era o Filho de Deus. 3) Que havia de
sentar-se à direita da majestade divina. 4) Que viria “sobre as nuvens do céu”
(v.64).
Pedro nega a Jesus
(69-75). O Senhor lhe tinha dito: “Quando te converteres, conforta teus irmãos”
(Lc 22.32). Ele era já regenerado, mas a referida conversão aconteceu no
Pentecoste, sete semanas mais tarde. Não há maior necessidade hoje do que esta:
que todos os crentes sejam realmente convertidos: voltados a encarar sempre seu
Salvador. O versículo 70 deve ser “Não conheço este de quem falais” (O. 20).

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