JOÃO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 1
O verbo se fez carne
(1-14). Encontramos assunto para meditação até mesmo nos termos que joão
emprega. Que quer dizer "o princípio" ? Nós geralmente o entendemos
como "desde a eternidade", embora aí não diga isso.
O versículo 2 deve ser
"Quando ele estava no princípio com Deus, todas as coisas..." (O.6).
A palavra "o
Verbo" (grego "logos"), empregada só por João como título de
Cristo, merece demorada consideração. Podia ter sida traduzida
"palavra", mas nesse caso, teria sido preciso falar de
"ela", por isso os tradutores preferiram empregar o vocábulo
"Verbo".
As nossas palavras são
a maneira de nos expressarmos, por isso, Cristo, como a "Palavra de
Deus",expressa o que á a verdadeira vida.
O escritor aqui trata
primeiro do que o Filho era, depois do que veio a ser: Ele era: a) o Verbo ou
expressão de Deus; b) estava com Deus e Ele mesmo era Deus; c) Criador de todas
as coisas. Ele tornou-se: a) verdadeiro homem (v.14), e, em todo o seu andar;
b) a Luz dos homens; c) aquele que estabelece parentesco espiritual com Deus
(v.12).
Não devemos pensar do
versículo 9 que todos os homens recebem iluminação de Cristo, mas que a luz que
Ele traz é para todos.
Este trecho declara
várias verdades profundas que merecem nossa demorada meditação.
a) A identificação do
Verbo com Deus e, contudo, a possibilidade de discriminar entre o Verbo e Deus,
de tal maneira que se podia dizer que o Verbo estava com Deus ao mesmo tempo
que era Deus.
b) Que a obra da
criação é atribuída ao Verbo, ao Filho. Hebreus 1.2 e 11.3, que parece dizer a
mesma coisa, fala de o Filho fazer "tous aionas" ou os séculos, um
expressão problemática cujo sentido é difícil
determinar.
c) Em algum sentido
profundo, que nós não podemos analisar, "nele estava a vida". E nossa
experiência confirma que m quanto mais nos aproximamos de Cristo, tanto mais
provamos uma vida espiritual abundante.
d) A vida revelada em
Cristo era luz para todos os homens, como também a vida de Cristo em nós será
luz para nossos vizinhos.
e) As trevas (o mundo
descrente), não podiam compreender Cristo nem compreendem os que hoje se
parecem com Ele. E outras lições igualmente profundas que o leitor poderá notar
por si mesmo.
Uma tradução mais
literal do versículo 14 sugere preciosos pensamentos: "Discernimos a sua
glória: glória como a de um único filho para com seu pai". Foi isso que
impressionou o jovem João, de tal modo que uns 60 ou mais anos depois ele ainda
recorda a profunda impressão.
"Nos versículos
1-5, temos a divina revelação da Palavra, e em 6-13, a histórica manifestação
da Palavra. Aquele que era desde toda a eternidade foi manifestado a seu tempo.
A Luz foi revelada (6-9), rejeitada (10,11), e recebida (12,13). Cada um tem de fazer alguma coisa com
a Luz. Aquele que fez o mundo estava no mundo , mas este não o conheceu. Veio
para o seu povo (os judeus), mas não o conhecerem. A vida já veio, mas o mundo
permanece nas trevas" (Scroggie).
Os versículos12,13 devem
ser: "Aos que creem no nome daquele que não nasceu de sangue, nem da
vontade..."(O. 152).
O testemunho de João
Batista (15-34). Que João testificou de Jesus é afirmado várias vezes no
capítulo: nos versículos 7, 15,19,32,34. Notemos algumas das verdades que João
afirmou: a) que Jesus era a luz dos homens; b) que o que veio depois de João,
era antes dele; c) que ele mesmo não era o Cristo; d) que era apenas uma voz;
e) que Jesus era infinitamente mais digno do que ele (v.27); f) que Jesus era o
Cordeiro de Deus; g) que o Espírito desceu sobre Jesus; h) que Ele era o Filho
de Dues.
Devemos distinguir
entre as palavras do Batista e os comentários do apóstolo. Por exemplo, os
versículos 16-19 parecem ser palavras apostólicas e não do Batista.
Fizeram três perguntas
a João Batista: "Quem és tu?" (v.19); "Que dizes de ti
mesmo?" (v.22); "Por que batizas?" (v.25). Perguntas que se
referem à sua pessoa, ao seu testemunho, e à sua obra.
O versículo 17 merece
especial atenção porque mostra a diferença entre o Velho Testamento e o Novo. O
V.T. é caracterizado pela lei de Moisés. O N.T. pelo Evangelho que revela graça
e verdades divinas, que vieram por Jesus Cristo. Podemos ponderar: "Que
significa para nós que a graça e a verdade de Deus têm vindo a este mundo por
Cristo?""Como é que esta graça se expressa?""Que é que esta
verdade revela?"
No versículo 18
devemos ler: "que estava no seio do Pai" (O.117).
"Betânia além do
Jordão" (v.28). "Embora maior parte dos manuscritos tenha
"Betânia", não se conhece hoje a localização de qualquer Betânia além do Jordão. Em nove manuscritos -
não dos mais antigos - lê-se "bethabara", que pode ser um lugar
chamado hoje Abaral a 26 Km de Kerf- Kenna e 75 km de Betânia" (Pequeno
dicionário Bíblico).
"Tirar o pecado
do mundo"(v.29). Essa frase aponta Cristo como o Salvador para todos e não
somente para Israel. É necessário, porém, que cada pessoa se valha, pela fé, da
expiação consumada.
A PRIMEIRA VISITA À
JUDÉIA
Os primeiros
discípulos (35-51). É uma das características do quarto evangelho que se ocupa
maiormente com o ministério de Jesus na Judéia, enquanto os outros se ocupam
mais com o ministério na Galiléia. Em Mateus, depois da narrativa do batismo,
quase não há mais alusão às visitas de Jesus à Judéia até o capítulo 19, que
foi a sua última visita (gray).
"Notemos com
cuidado os dois "Eis" de João neste capítulo. O primeiro (v.29)
convida-nos a considerar o Senhor Jesus como quem faz a grande obra expiatória;
o segundo (v.36), a meditar no seu andar e exemplo. É nesta ordem que devemos
recebê-lo, pois a reconciliação deve sempre preceder à Salvação (Rm 5.10). Ele
tem de tirar da consciência e do coração humano a carga da culpa, antes de
ensinar-nos a andar como Ele andou" (Goodman).
Algumas lições que
aprendemos deste trecho são:
1) O verdadeiro
ministério não atrai os ouvintes ao pregador, mas a Cristo (v.37).
2) Jesus se ocupa com
quem o segue.
3) Ele convida a alma
interessada a novas experiências da sua companhia (v.39).
4) Quem conhece Jesus
leva outros a Ele. Havendo dúvida de que alguém é ou não crente, repare se ele
procura falar de Cristo a outros. É uma prova infalível.
5) Jesus nos conhece
por nome, individualmente (vv.42,47).
6) Jesus sabe quem é
sincero (v.47).
De Natanael podemos
notar: a) que ele aprendera nas Escrituras que o Messias viria; b) que era
cauteloso: o Messias havia de concordar com a profecia; c) que era sem dolo
(não sem pecado); era sincero, reverente, entusiasmado; d) que era suscetível
de ser convencido pela verdade; e) que, uma vez convencido, não hesitava em
agir; f) que recebeu uma revelação mais ampla (v.51)- (Goodman).
É um estudo
interessante considerar: 1) o caráter de Natanael; 2) o amigo de Natanael; 3) a
dúvida de Natanael; 4) a experiência de Natanael; 5) a perspectiva de Natanael.
O versículo 51 tem
sido interpretado de diversas maneiras, alguns veem nele uma alusão à escada de
Jacó (Gn 28.12). Preferimos entender uma referência ao ministério dos anjos
para com o Senhor Jesus que , em algum sentido (talvez espiritualmente)
Natanael havia de sentir.
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CAPÍTULO 2
As bodas em Caná
(1-12). Neste capítulo lemos do primeiro sinal milagroso que Jesus fez, e por
isso não acreditamos nos milagres pueris que a tradição relata da sua meninice.
Seus sinais manifestavam a sua glória e fortaleciam a fé dos discípulos (v.11).
Os sinais de Jesus
eram atos de bênção, conferindo saúde, ou dando alimento; eram parábolas de
salvação, ilustrando preciosas verdades; eram revelações da vontade de Deus,
pois quando Jesus curava um doente fazia este benefício pela vontade do Pai.
"Há três palavras
traduzidas por milagres no N.T. A primeira "dunamis" significa
simplismente manifestação de poder, obra poderosa; a segunda 'semeion'
significa um sinal, e a terceira 'teros' quer dizer maravilha. Neste Evangelho
a palavra traduzida milagre é sempre "semeion". A primeira palavra
nunca se emprega em João, e a terceira somente em 4.48"( Goodman).
Três lições simples
são evidentes nesta parábola em ação: Jesus veio suprir abundantemente o gozo
de vida que escoa, fornecendo um gozo melhor do que o mundo dá; Ele agiu em
obediência à vontade do pai, e não atendeu à observação de sua mãe; a
bem-aventurança da obediência que encheu as talhas e distribuiu o vinho.
Muitas pessoas que se
dizem "devotas da virgem Maria" têm sido convidadas a obedecer o
mandato dela no versículo 5.
Notemos que "as
purificações dos judeus" eram provavelmente por aspersão, como hoje os
romanistas fazem com a "água benta". Temos outro caso semelhante em
Marcos 7.4.
Parece-nos que Maria
nesse período já é viúva, e com seus filhos reside em Cafarnaum e não mais em
Nazaré.
Há diversos
ensinamentos neste incidente:
1) Convidar Jesus e
seus discípulos para as bodas é o melhor começo possível para a vida de um
casal.
2) É importante
reconhecer Jesus presente em todas as circunstâncias da vida conjugal.
3)Não devemos contar
com a presença de Jesus sem a companhia dos seus discípulos (v.2).
4) A mãe de Jesus
recorreu a Ele quando faltou o vinho.
5) Jesus, já no começo
do seu ministério público, contava com a direção do Pai mediante a comunhão
direta, e não por sugestão humana (v.4).
6) "O mandado de
Maria" (tão ignorado por muitos que a adoram) tem sentido e aplicação
ainda hoje: "Fazei tudo o que Ele vos disser!" O que Ele disser pela
palavra inspirada; pelo seu ministério no poder do Espírito; em resposta à
vossa oração.
7) A casa em que Jesus
se encontrava era de uma família religiosa, cuidadosa da purificação cerimonial
(v.6).
8) Onde há zelo há
pureza. Jesus pode transformar a purificação em gozo.
9) O gozo que Jesus fornece
é melhor e mais abundante do que a nossa provisão.
10) A nós é lícito,
quando olhamos para Jesus, esperar o melhor no fim.
11) Este primeiro
milagre manifesta a 'glória" sobreexcelente de Jesus. A glória da sua
descendência que toma parte em nossos gozos e festejos; a glória do seu poder;
a glória da sua paciência, que espera 30 anos sem fazer milagres, até o momento
determinado pelo Pai; a glória da sua simpatia, que toma parte conosco nos
nossos prazeres lícitos, e conta conosco para entrarmos no seu gozo; a glória
da sua autoridade, que obteve uma obediência cega da parte dos serventes.
A SEGUNDA VISITA À
JUDÉIA
A primeira purificação
do templo (13-25). A segunda, cerca de três anos mais tarde, é relatada nos
três evangelhos sinóticos.
Nos versículos 14,15 a
palavra grega para o templo é "hieron": todo o conjunto do edifício
sagrado, com os pátios e entradas. Nos versículos 19-21 é "naos" o
recinto mais interno do conjunto (Westcott).
"O zelo da tua
casa me comeu" quer dizer: "estou consumido pelo zelo da tua
casa".
Evidentemente, a lição
deste trecho é que evitemos, por exemplo, como o apóstolo fugia de qualquer
aparência de estar tirando lucro de sua evangelização.
Vemos nos versículos
23,24 uma crença meramente intelectual, em que Jesus não cria ( a mesma palavra). Uma fé verdadeira
transforma a vida toda. Ao considerar este trecho podemos estudar:
1) O incidente.
a) Jesus indignado. Às
vezes a ira tem cabimento (Ef 4.26). Que provoca a nossa indignação? Uma ofensa
contra o nosso amor próprio, ou uma ofensa contra "nosso Pai"?
b) Jesus ensinando
pela ação. Nem sempre é suficiente uma queixa. Às vezes um pai ou professor
precisa castigar o mal.
c) Jesus preocupado
com a pureza da Casa do Pai. Isso nos preocupa também a nós?
d) Jesus mostrando autoridade
moral. Nós, se procedêssemos da mesma maneira, poderíamos apenas promover
contenda, mas Jesus tinha autoridade moral suficiente para efetuar seu protesto
energético.
2) A significação do
incidente:
a) Um templo de Deus
(2 Co 6.16) deve ser purificado com propósito, indignação e energia.
b) O comercialismo em
coisas sagradas é um pecado, mas a venda de Bíblias ou hinários que não traz
lucro ilícito ao vendedor, não é pecado.
c) Devemos ter zelo
pela casa de Deus.
d) Interesses baixos e
sórdidos às vezes encontram uma indignação santa.
e) Se nós repelíssemos
o pecado no templo de Deus, que é o nosso corpo, esse pecado fugiria de nós.
3) A profecia. Jesus
prediz a sua ressurreição, dando a uma pergunta insensata uma resposta
enigmática. Lições que aprendemos:
a) Nem toda a pergunta
merece uma resposta direta.
b) Uma resposta
indireta pode encerrar ensino profundo.
c) Jesus, preocupado
já com a sua morte expiatória, olhava ainda além, para a ressurreição.
d) A memória das
palavras do Mestre fortalecia a fé dos discípulos (v.22).
Que males havemos
lançado fora do templo de Deus? Quais são as manifestações de simonia em nossos
dias? Alguém diz a nosso respeito que o zelo pela casa de Deus nos consome?
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CAPÍTULO 3
A conversa com
Nicodemos (1.21). No original o versículo 1 começa: "Mas havia..."
ligando-se assim com o capítulo 2 e apresentando Nicodemos como um homem em quem Jesus podia depositar alguma
confiança.
Uma comparação de João
3.24 com Mateus 4.12 mostra-nos que essa entrevista se deu antes do sermão da
montanha. É portanto, o primeiro discurso do Senhor Jesus que temos em
registro.
Este é o trecho
principal sobre o novo nascimento. De novo nascimento Jesus afirma; a) que é
indispensável; b) que é "de cima" (v.3); que a palavra grega
"anothen", traduzida no versículo 3 "de novo", é traduzida
no versículo 31 "de cima", como também em 19.11 e Tiago 1.17 e 3.17;
c) que é "do Espírito"; d) que é inescrutável, como o movimento do
vento; e) que forma contraste com o nascimento natural da carne (Goodman).
O simbolismo de nascer
da água e do Espírito tem sido muito discutido, sem haver um acordo entre os
expositores. Neil entende que significa "água espiritual", mas isso
não combina com o versículo 6 onde água não é mais mencionada. Outros tem
ensinado que é nascer do batismo, porém a idéia de um rito exterior produzir um
novo ser espiritual é repugnante a todo o ensino do N.T. Ainda outros ensinam
que nascer da água significava o mesmo que da carne. Porém afirmar solenemente
que é necessário ter um nascimento natural para ver o reino, parece absurdo,,
visto que, sem nascer, a pessoa não existe.
Consultando as outras
passagens que descrevem o novo nascimento (Tg 1.18 e 1Pe 1.23), vemos que a
geração de um novo ser espiritual é atribuída à Palavra de Deus, aplicada, sem
dúvida, à consciência e ao coração pelo Espírito de Deus.
E isto condiz com a
experiência. A única coisa que tem produzido novidade de vida em seres humanos
é a revelação de Deus em Cristo, operando eficazmente pelo Espírito Santo, [
Por meio da palavra de Deus].
A frase "que está
no céu" no versículo 13 tem causado dificuldade. Alguns manuscritos não
têm as palavras, por isso a V.B. omite-as. Porém é provável que devam
permanecer. Sobre isto, consulte-se o livro. "Causes of Corruption"
p.223.
Neil, no livro "Strange
Figures", mostra que o original grego pode ser traduzido "que estava
no céu". Contudo parece ser preferível manter as palavras como em Almeida:
"que está no céu", pois permitem-nos entender melhor o que a comunhão
com o Pai era para Jesus, e pode ser para nós.
A bíblia não abona a
idéia popular que o Céu é um lugar muito distante, mas dá-nos a idéia de que o
Céu é a imediata presença de Deus (2Co 12.2); e, embora fosse para Paulo uma
experiência extraordinária achar-se, em espírito no Céu, ouvindo palavras
inefáveis, podemos acreditar que para Jesus uma semelhante experiência era
frequente ou até constante.
Outra versão traduz o
versículo assim: "Ninguém tem ascendido ao Céu senão ele que desceu do
Céu, o Filho do homem cuja morada é o Céu" (Christian's Armoury, pág.
215).
O pregador pode
basear-se neste trecho para seu discurso sobre o novo nascimento, e dividir seu
estudo assim:
1) Necessidade do novo
nascimento.
2) Processo do novo
nascimento.
3) Resultados do novo
nascimento.
Ou pode fazer aqui um
estudo sobre Nicodemos, usando as divisões:
1) Nicodemos indaga;
2) Nicodemos duvida; 3)Nicodemos aprende. Na revista "Lições", de 17
de Maio de 1942, encontrará o leitor o desenvolvimento deste estudo.
F.W. Grant comenta
comenta a semelhança e o contraste entre
o nome Nicodemos ("conquistador do povo") e Nicolau
("conquistador do povo de Deus"), donde vem a palavra
"nicolaítas" em Apocalipse 2. Os "nicolaítas", semelhantes
ao clero romano, dominavam o "laos" (leigos), o povo de Deus na
igreja. Deus tem um "laos", mas não um "demos" (donde vem a
palavra democracia).
"Há bons motivos
para pensar que a conversação entre Jesus e Nicodemos termina com o versículo
15, e que os versículos 16-21 são as reflexões do evangelista. A expressão
"Filho unigênito" nunca vemos usada em outro lugar por Jesus a seu
respeito, "crer no nome","praticar a verdade", e os tempos
dos verbos "amaram e eram" no versículo 19 apontam a mesma
conclusão"(Scroggie).
Se adotarmos este
parecer, então as sublimes e solenes verdades referidas nestes versículos, em
lugar de fazerem parte de uma conversa particular, apresentam o ensino
apostólico formulado cerca de 50 anos mais tarde. João, olhando para trás,
através dos anos, apresenta a solene conclusão que a experiência ensinara:
"A condenação é esta: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as
trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (v.19). O testemunho
final de João Batista (22-36). Alguém pode pensar que o versículo 22 ensina que
Jesus batizava, mas o capítulo 4.2 explica que quem batizava eram os
discípulos.
A questão com um judeu
acerca da purificação (v.25) podia ter sido sobre o relativo valor do batismo
de João e de Jesus. Mas João não aceita uma posição de rivalidade. Ele é apenas
o "amigo do esposo" e alegra-se com a voz do esposo.
O versículo 30
expressa o espírito de todo o verdadeiro servo de Cristo.
Provavelmente devemos
entender que de 32 a 36 temos um comentário do apóstolo.
No fim do versículo
34, devemos preferir a V.B. "porque ele não dá o espírito por
medida".
Podemos considerar a
significação do tempo presente no versículo 36: "Aquele que crê...
tem..."
Muitas vezes pensamos
que aquele que creu terá, mas é a fé atual que goza a vida abençoada agora.
Devemos em oração
procurar compreender o sentido da profunda palavra "crer" (ter fé), e
pensar que quem crê agora tem a vida agora; quem crê muito, tem muito. Quem crê
hora após hora desfruta dessa vida de intimidade com Deus hora após hora.
E devemos notar que a
fé não é mera crença em certos fatos,
mas uma atitude da alma, abraçada com o Salvador, de quem espera tudo.
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CAPÍTULO 4
Jesus e a samaritana
(1-13). "O começo do capítulo quase dá a entender que, devido ao que os
fariseus tinham ouvido, Jesus, ao retirar-se da Judéia, não batizava mais.
" O batismo de preparação era serviço de um arauto, não de um rei. O batismo
cristão pressupõe a morte e a ressurreição de Cristo" (Scroggie).
Podemos ver na
entrevista com a samaritana um exemplo de como o Senhor Jesus ganhava uma alma.
Notemos os seguintes pontos: a) Era um serviço individual e particular. É
melhor, às vezes, evangelizar um do que mil. b) Foi feito por quem estava
cansado. Nós, muitas vezes, quando cansados, abandonamos o serviço. c) Ele
pediu quando quis dar, e assim despertou os melhores sentimentos no coração da
mulher: interesse, simpatia, generosidade, proteção. d) Ele tocou na
consciência, referindo-se ao passado. f) Ele satisfez o desejo de saber e
revelou o que é culto aceitável a Deus. g) Ele declarou que era o Cristo.
A samaritana desconfia
(14-30). Podemos considerar algumas perguntas que o incidente sugere:
1) Qual é o dom de
Deus? Há três notáveis dons referidos no N.T.- a) O Senhor Jesus mesmo (Jo
3.16). b) A vida eterna (Rm 6.23). c) O Espírito Santo (1 Jo 3.24).
2)Qual é a água viva?
A figura de água nunca se aplica a Cristo. Ele é chamado o Pão da Vida, mas
nunca a água da vida. Ele dá a água (v.10). A água é reservada na Escritura
como figura do Espírito Santo (Jo 7.37-39).
3) Qual é a fonte de
água que salta para a vida eterna? Sem dúvida é a operação do Espírito no
próprio crente: a) em novos desejos para uma vida mais espiritual; b) no
derramamento do amor de Deus no nosso coração; c) na íntima satisfação dos
nossos mais puros anelos (Goodman).
A lição principal do trecho parece ser que a
verdadeira adoração, embora expressada materialmente, é espiritual. Podemos
notar que neste trecho a palavra "adorar" (empregada dez vezes) tem
um sentido geral de "servir a Deus". Muitos se preocupam com o lugar
do culto, outros com o processo do culto, mas o essencial é o espírito do
culto. Podemos considerar:
1) O preparo de um
adorador. O homem natural não está em condições de servir a Deus
aceitavelmente. Há condições para servir a Deus.
a) Uma entrevista com
o Salvador (Este é o empenho e serviço do evangelista: conseguir que o seu
ouvinte venha a achar-se na presença de Cristo).
b) Sentir confiança e
liberdade em se abrir com Jesus.
c) Uma consciência
despertada para julgar todo o seu passado na presença do Senhor.
d) Descobrir que é
conhecido, mas não condenado pelo Salvador.
2) O objetivo de um adorador:
ver o Pai, revelado em Cristo.a) Jesus é
digno de adoração, sempre se manifesta em graça para com os mais indignos; b)
Ele sabe suprir a nossa mais urgente necessidade espiritual; c) Ele não somente
perdoa, mas protege.
3) As condições para
adorar: "em espírito e verdade", necessitando, para isso, de: a)
exercício espiritual, mas não de uma exibição intelectual ou de uma despesa
material com vestimentas, incenso, música, etc; b) conhecimento e apreciação da
"verdade" do Evangelho, tão positivo, tão profundo, que transborda em
louvor e adoração.
4) O serviço de um
adorador: testemunhar do seu Salvador, ainda que isso importe em confissão de
que Ele sabe "tudo quanto tenho feito".
A ceifa e os ceifeiros
(31-42). Aprendemos deste trecho: que evangelizar essa mulher era fazer a
vontade de Deus (v.34); que em tal serviço há satisfação e sustento, comparável
ao que se deriva do alimento material; que a ceifa pode estar mais próxima do
que pensamos; que há galardão por todo o serviço fiel; que quem principia um
trabalho nem sempre o acaba; que o crer por informação de outros não é tão
positivo como crer por experiência própria.
A cura de um rapaz
(43-54). Vemos: o empenho do pai em querer apresentar o filho a Jesus; a sua
assistência, sem discussão; a sua fé, quando compreendeu que Jesus o curaria
mesmo sem "descer"; a sua experiência, de acordo com a sua fé, na
salvação de Deus; a sua convicção, e a de toda a família, em consequência do
milagre.
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CAPÍTULO 5
A TERCEIRA VISITA À
JUDÉIA
Cura de um
paralítico(1-15). Notemos neste paralítico: o longo período da sua doença: 38
anos; que seu mal resultou do seu pecado (v.14); que ele estava já sem
esperança de cura; o poder da palavra de Cristo (v.8); a responsabilidade da
fé; "não peques mais".
Muitos manuscritos
omitem o versículo 4.
1) Pensamentos do
doente: a) que durante 38 anos ele tinha nutrido uma esperança vã: o bem que
esperava do poço, nunca obteve; b) que sem dúvida vivia sofrendo: inútil,
decepcionado, triste, mas sempre tinha nutrido uma fraca esperança; c) que
(como milhares hoje) nunca sonhava em obter algum benefício imediato de Cristo;
d) que na presença de Cristo descobriu novas forças físicas- podia agora
obedecer, andar, e até mesmo carregar a sua cama; e) que sua obediência a
Cristo resultou em algum conflito com os vizinhos; f) que, no começo, compreendia mais a salvação
do que o Salvador, mas depois testificou de quem o curara.
2) Pensemos de Cristo:
a) que toda necessidade humana faz um apelo ao seu coração; b) que, vendo o
paralítico, quis servi-lo; c) que achou necessário verificar primeiro se o
homem desejava provar seu poder; d) que tinha poder de conceder saúde física (e
também espiritual) imediata, completa, permanente, e exuberante; e) que quis
ensinar ao homem que sua doença era resultado do seu pecado, e encaminhá-lo na
senda da santidade.
3) Pensamos acerca dos
vizinhos: a) na sua indiferença diante da necessidade do homem; b) na sua
cegueira e revelação da graça de Deus; c) na sua ignorância da pessoa, do
poder, do caráter, e do amor de Cristo.
O sermão que seguiu o
sinal (16-47). Nos ouvintes- os judeus- vemos: uma insensibilidade espiritual,
apesar de presenciarem aquela manifestação do benéfico poder de Deus; uma
hostilidade mortal que queria matar o Benfeitor; um apego às particularidades
dos preceitos religiosos, sem qualquer compreensão do espírito desses
preceitos.
No discurso de Jesus
podemos notar os seguintes pontos: a sua
perfeita sujeição ao Pai e dependência dele para poder fazer as obras de
misericórdia (vv.19 e 30); que afirmou ser Ele mesmo o doador da vida (vv.21,24), e o juiz (v.27); as quatro
testemunhas: o Pai (vv.37,38), as Escrituras (vv.39-44), as obras (v.36), e
Moisés (vv.45-47).
Sem dúvida devemos ver
uma significação bem profunda no versículo 17. O descanso de Deus era numa obra
completa, perfeita, irrepreensível. Mas entrara o pecado, transtornando tudo, e
agora num mundo cheio de pecado e sofrimento, o Pai e o Filho também operam
incessantemente.
Convém meditar outra
vez no tempo presente do versículo 24: " Quem ouve... e crê... tem".
Muitas vezes os pregadores nos dão a entender que "quem ouviu... e creu...
terá..."Que significa o tempo presente na experiência espiritual do leitor?
Veja-se sobre 3.32-36.
Podemos entender o
versículo 25 em sentido material e físico, e também em sentido espiritual e
atual.
Dos versículos 28-47,
podemos tirar diversas lições:
a) Haverá duas
ressurreições, uma para vida, outra para juízo (v.29). Outras escrituras que
falam do assunto são 1 Coríntios 15.42; Filipenses 3.11; Apocalipse 20. 5,6.
b) É importante
afirmação do versículo 30. Na encarnação, o Filho de Deus fez-se realmente
dependente do Pai, como deve ser toda criatura humana.
c) É importante a
alusão à vida eterna (v.39), que os judeus investigavam nos escritos dos
profetas, e que Jesus afirmou ser inerente a Ele mesmo.
d) Um dos principais
impedimentos da fé (v.44) é a preocupação com as honras humanas.
Proposta emenda de
tradução (v.34): "Eu não recebo testemunho do homem; mas digo o que vós
recebereis". E no versículo 44: "E não buscando a honra que vem do
unigênito Filho de Deus?"
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CAPÍTULO 6
A multiplicação de
pães (1-4). Este milagre é registrado pelos quatro evangelistas. É somente João
que se refere ao rapaz que tinha os pães e os peixes que serviram como base do
milagre.
Ainda hoje, às vezes,
um rapaz tem alguma coisa de que o Senhor precisa, e que não se encontra com os
adultos. Por exemplo: Deus quer algum companheiro para algum jovem crente, e
somente um rapaz pode ser este companheiro. Deus quer um exemplo de vida cristã
no colégio, e precisa de um rapaz para isso. Deus precisa de alguém para
alegrar um lar cristão, e procura uma criança para esse serviço.
Dos oito milagres que
João relata, este se encontra nos outros três evangelhos e mais um (5.15-21) em
Mateus e Marcos. Outros seis são relatados somente por João. Faça-se uma lista
deles.
Quase um ano de
ministério houve entre João 5 e 6. Então Jesus estava em Jerusalém; agora esté
na Galiléia que é relatada por João.
Esta narrativa revela
a compaixão de Cristo, e não somente o seu poder. Mostra também que Ele não
descuidou das necessidades do corpo (Scroggie).
Andando sobre a água
(15-21). A situação parece simbólica: noite tenebrosa; grande tempestade, e
Jesus , no alto, intercedendo (Mt 14.23); viagem longa e perigosa,e, de
repente, a vinda do Senhor - e a bonança surge.
Nove vezes, em João,
Jesus disse "Sou eu". Vale a pena fazer uma lista dessas ocasiões.
Jesus é o pão da vida (22-59). A chave deste trecho é o versículo 35. O
versículo 29 não quer dizer que a fé é uma "boa obra", mas que nosso
primeiro dever perante Deus é crer no Senhor Jesus, que Ele enviou (Goodman).
Três vezes os judeus murmuram
contra as palavras de Cristo. Os três assuntos em que tropeçaram são os
alicerces da nossa fé: 1) a encarnação (v.41); 2)a expiação (v.51); 3) a
ressurreição (v.62).
O versículo 47 ensina-nos mais uma vez, pelo
emprego do tempo presente, que a fé de agora é o que nos faz gozar da vida de
Deus. Não é porque alguém creu, que terá; mas é quem crê que tem. Pensemos no
que significa "crer" e quais as características da vida que o crente
goza. Por que ela se chama "vida eterna?".
Devido a murmuração
dos judeus (41-59), Jesus prossegue com seus ensinos preciosos sobre a
"alimentação espiritual', que é Ele mesmo.
O Senhor destaca a
verdade de que Ele é o alimento do seu povo, por meio de: a) afirmação direta
(v.47); b) um tipo, o maná (vv.48-51);
c) linguagem figurada: precisavam comer a sua carne e beber o seu sangue- isto
é, apropriarem-se, pela fé, da eficácia da sua morte expiatória (53-56); d) uma
analogia maravilhosa (57). Como Ele mesmo vivia aqui pela fé em seu Pai, assim
os seus viverão pela fé nele- não somente comendo ("phagein",
v.53)para receber a vida, mas comendo ("trogein", v.56) para
sustentar a vida.
Em tudo isto devemos
notar que não há nenhuma alusão direta à ceia do Senhor, embora seja claro que
por meio dessa Santa Ceia, pela fé, nossas almas se alimentam dele. Limitar o
sentido, porém, a esse rito suscita grandes dificuldades. Será que somente os
que tomam a Ceia podem ter vida nele? Não podemos alimentar-nos com o Pão da
Vida a não ser em tais ocasiões? É evidentemente inviável assim limitar o
sentido (Goodman).
Os versículos 48,51
ensinam-nos acerca do "Pão vivo". Investiguemos o seguinte: Por que
Jesus empregou a figura do Pão? (Pão: é um alimento de todos os dias, de que
nunca enfastiamos; sustenta sem prejudicar o organismo; combina bem com os
outros alimentos.)
Devemos ler em Êxodo
16 acerca do maná, o pão do Céu, e em Josué 5.11,12 acerca do "trigo da
terra". Em que sentido são ambos figuras de Cristo? Qual a diferença?
Os versículos 51-56
empregam a figura da "carne" do Salvador. Em que sentido podemos
comer sua carne e beber seu sangue? ( é provável que signifique apropriarmo-nos
pela fé, do valor da sua morte expiatória) Será que significa tomar a Santa
Ceia? Não, não pode significar isso, porque nenhum rito nos pode dar vida
eterna. Contudo a Ceia é outra figura da mesma verdade: O crente pode alimentar
a sua vida espiritual com Cristo, pela fé.
O versículo 56 dá-nos
a idéia de uma íntima associação espiritual com Cristo, tal que se chama
permanecer nele e Ele em nós.
O versículo 57 dá-nos
mais um pensamento precioso: viver por Jesus, sendo Ele o sustento das nossas
almas. Podemos também viver com Ele, desfrutando sempre da sua companhia, e
viver para Ele, servindo sempre à sua vontade.
Um duro discurso
explicado (60-71). Jesus ensina que suas palavras devem ser compreendidas em
sentido espiritual. Foi assim com o ensino do novo nascimento no capítulo 3,
com a água viva no capítulo 4, com a vida que Ele dá no capítulo 5,e com a
comida do capítulo 6.
Os versículos 60-63
ocupam-se com a pouca compreensão dos discípulos. Acham "duro" o
ensino porque o tomam ao pé da letra. Em vez de explicar o ensino do pão, Jesus
deu o ensino ainda mais estranho: acerca da ascensão.
A carne para nada
aproveita (v.63) pode significar que comer de seu corpo material não lhes daria
a vida espiritual a que Ele se referia. O leitor precisa ter cuidado em
discriminar os vários sentidos em que se emprega a palavra "carne".
Às vezes é o corpo humano; outras, a natureza pecaminosa que tende à
carnalidade.
Do versículo 65
aprendemos que por instinto natural ninguém recorre a Cristo para receber vida,
mas que o Pai aponta Cristo pela Palavra, pelo Espírito, pelas suas
providências, e assim consegue que os homens, dispostos naturalmente a recorrer
a recursos e expedientes humanos, venham a Cristo para receberem vida
espiritual dele.
Os versículos 66-69
ensinam que muitos não podem acompanhar os ensinos espirituais, e voltam para
trás. A retirada desses foi ocasião para Pedro fazer a sua notável confissão de
Jesus como o Cristo. Que significa "o Cristo"?
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CAPÍTULO 7
A QUARTA E ÚLTIMA
VISITA À JUDÉIA
Podemos dividir este
capítulo em três partes: antes da festa (1-13); durante a festa (14-36); no fim
da festa (37-52) (Scroggie).
Antes da festa (1-13).
Notemos; porque Jesus não podia continuar a ensinar os judeus (v.1); a
diversidade de pareceres a seu respeito (11-13); Jesus não apreciado pelos seus
irmãos (v.5). Pensemos: os irmãos eram mais moços do que Ele, e não sentiam a
influência do exemplo incomparável de seu irmão mais velho, ou eram filhos mais
velhos de um matrimônio anterior, que ligavam pouca importância ao "pequeno"?
Durante a festa
(14-36). Notemos a discussão de Jesus: a) Com os judeus (14-24), que achavam
impossível ser Jesus um ensinador competente, não sendo Ele formado em qualquer
dos seus seminários; b) com o povo: é triste quando pessoas, afirmando seus
conhecimentos, apenas patenteiam sua ignorância (v.27). Diz Scroggie:
"Lembraram-se de Nazaré mas esqueceram-se de Belém. O que esqueces pode
roubar-te a Cristo"; c) com os servidores que, vindo prendê-lo, apenas
aprenderam que Ele ia retirar-se (vv. 33 e 34). Ficaram muito impressionados
com as palavras de Jesus.
No fim da festa
(37-52). A chave do capítulo 6 é "pão" e do capítulo 7
"água". No versículo 39 temos a explicação do evangelista, confirmada
pela experiência de cerca de 60 anos.
Os versículos 37,38
falam de ter sede, vir, beber, repartir. Nossa experiência coincide com essa
sequência?
O dr.Bullinger oferece
outra tradução destes versículos: "Se alguém tem sede, que venha a mim, e
beba; quem crê em mim, como a Escritura diz [de mim], dele manarão rios de
água". Não ´´e quem bebe que se torna em fonte; quem bebe é o recebedor,
mas não o doador.
"Dissensão por
causa dele" (v.43). Desde então até agora as pessoas são classificadas,
espiritualmente, segundo a sua apreciação de Cristo. Os moralistas apreciam o
seu perfeito exemplo; os sentimentalistas falam dos sofrimentos dele; os
intelectuais notam os seus ensinos sublimes; os cristãos adoram a Deus revelado
em Cristo.
Nicodemos (v.51) fala
com cautela em favor de Jesus, mas não faz uma declaração aberta da sua fé.
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CAPÍTULO 8
A mulher adúltera
(1-11). Aprendemos algumas lições importantes do incidente:
a) Jesus não tinha
pressa de censurar a transgressora.
b) Para julgar os
outros é preciso estar sem pecado. Aprendemos de 1 Pedro 4.1 que quando o
pecado não significa para nós prazer, mas sofrimento - no corpo ou no espírito
- temos "cessado' dele, então podemos tratar do pecado dos outros.
c) Os mais culpados
são os primeiros a fugir da presença do juiz.
d) Só Jesus pode dizer
com justiça "Não te condeno", porque somente com Ele há expiação.
e) A exortação:
"Não peques mais" precisa ser atendida.
Jesus se diz "a
luz do mundo" (12-20) e ligamos isto com o que precede: a luz revelara o
pecado oculto dos acusadores; a luz manifestara o perdão divino; a luz iluminara
a senda da santidade (v.11).
O que Jesus afirma
aqui sobre o testemunho de si mesmo mostra que devemos entender 5.31 em sentido
reservado. Ali parece que Ele quer dizer que seus ouvintes deviam atender às
outras quatro testemunhas a seu respeito, e não querer que Ele afirmasse
qualquer coisa referente à sua Pessoa: "Ele não quis dizer que não dava
nenhum testemunho de si, mas que não o dava por si só: tinha a confirmação do
Pai" (Goodman).
Aprendemos do
versículo 19 que Jesus é a perfeita e completa revelação do Pai. No porvir não
vamos descobrir nenhuma característica divina que Jesus não tenha revelado.
Vários discursos
instrutivos (21-44). Resumindo os discursos contidos neste trecho, o dr.
Westcott diz que consistem em duas partes. A primeira (vv.21-30) contém a
apresentação do único objeto da fé e a declaração das consequencias da
incredulidade. Termina com um grande afluxo de discípulos (v.30).
A segunda parte
(31-58) apresenta uma análise do caráter essencial e as consequencias de uma
crença egoísta e de um judaísmo falso. Finaliza com o primeiro assalto com
violência contra o Senhor (v.59) (Scroggie).
Podemos colher alguns
pensamentos importantes.
a) Pela fé no Salvador
é que alguém pode evitar a triste sorte de morrer nos seus pecados (v.24).
b) A mensagem que
Jesus deu ao mundo era a mensagem do Pai (vv.26-28).
c) é possível falar da
liberdade e ainda ser escravo do pecado (vv.31-36).
d) Filho, no sentido
bíblico, é alguém que apresenta o aspecto de seu pai (vv. 39-44). (Compare-se
Mateus 5.45).
Podemos ver como neste
trecho Cristo revela a verdade a respeito: a) de si mesmo (25,28,29); b) do Pai
(26,27,29); c) do discipulado (31); f) dos filhos de Abraão (39); g) Do diabo
(44).
Também podemos
considerar as seguintes perguntas: Que verdades de valor espiritual podemos
saber sem Cristo? Que aprendemos de Deus através da natureza? (Rm 1). Que
sabemos do Pai que Cristo nos revelou? Entre todos os crentes, quais são
discípulos?
Jesus arguindo os
adversários (49-50). É grande a perversidade dos homens maus: na aparência de
religiosos, na sua ação de combater o precioso ensino do Salvador. Vemos que é
possível, quando falta espiritualidade, atribuir a ensino sublime uma origem
diabólica (vv.48-52).
Cristo e a morte
(51-59). Aprendemos aqui que alguém pode morrer fisicamente e nunca "ver a
morte" no sentido espiritual da separação de Deus (v.51). Um servo de Deus
disse certa vez: "se cortassem a minha cabeça, não interromperiam meu
gozo"; seu gozo era espiritual!
O versículo 56
ensina-nos que a fé enxerga longe! Notemos o sublime "Eu sou" do
versículo 58.
É provável que a
tradução do versículo 56 deva ser: "Abraão rogou para ver o meu dia"
(O.144).
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CAPÍTULO 9
A cura do cego de
nascença (1-38). Vemos que os discípulos (como também fizeram os amigos de Jó)
caíram no erro muito comum de atribuir toda doença ao pecado, e assim de
expressarem, na sua pergunta , um contra senso.
Quando temos a certeza
de que nossa doença não é por motivo de pecado, podemos esperar que alguma obra
de Deus se manifeste a seu respeito.
Notemos algumas coisas
que eram necessárias para que o cego fosse curado:
a) A presença, o
interesse, o contato e o poder do Salvador.
b) A submissão e
obediência do cego.
c) A lavagem com água
do poço apontado.
d) A boa vontade do
Pai (v.4).
Notemos também algumas
consequências da cura: Nova visão - o homem percebe agora mil coisas que sempre
o cercaram mas que outrora não podia discernir. E, sobretudo, ele viu seu
Salvador! Nova alegria de sentir-se liberto do pesadelo de inferioridade que
outrora o acabrunhava. Novo serviço: pode agir e trabalhar como os que vêem.
Novo testemunho do poder de Jesus. Novo sofrimento, ao ser perseguido pelos
inimigos do seu Salvador.
Podemos também
estudar:
1) O que lemos de
Cristo.
2) O que lemos do
cego.
3) O que lemos dos
fariseus.
1) De Cristo lemos: a)
Que viu o cego e compadeceu-se dele; b) Que sabia a origem e a razão do seu
mal; c) Que resolveu não perder a oportunidade (v.4); d) Que empregou um meio
estranho de curar; e) Que ensinou o cego a fazer alguma coisa; f) Que procurou
o homem abandonado (2 Tm 4.16,17) e o instruiu; g) que admoestou os fariseus.
2) Do cego lemos: a)
que obedeceu à ordem de que se lavasse no tanque; b) que admitiu seu estado de cegueira;
c) que testificou do seu Salvador (vv.11,17); d) que confessou que não sabia
(vv.12 e 25) e que sabia (vv.25,31,33); e) que descreveu o milagre (v.15); f)
que fez algumas perguntas (vv. 27,36); g) que sofreu perseguição; h) que creu e
adorou (v.38).
3) Dos fariseus lemos:
a) que indagaram a respeito do milagre (v.15); b) que reprovaram a Jesus
(v.16); c)que chamaram os pais do cego (vv.18,22); d) que mentiram (v.24); e)
que injuriaram o homem (v.28) e o perseguiram (v.34); f) que perguntaram se
eles mesmos eram cegos (40).
O dr Scroggie faz sete
divisões deste capítulo : Beneficência (1-7); Surpresa (8,9); Investigação
(10-23); Confissão (24-33); Perseguição (34). Revelação (35-38); Condenação (39
a 10.21).
Alguns pensamentos
ligam-se com o trecho 18-41: a prudência dos pais, não querendo comprometer-se
para com os fariseus. Mas a prudência em certos casos pode ser excessiva.
"Uma coisa
sei" (v.25). Convém haver um testemunho positivo de fatos sabidos.
O ódio dos fariseus
(v.28); o discurso do cego curado (vv.30-33).
Vemos que uma pessoa,
mesmo excomungada pelos chefes religiosos, pode estar com o Senhor Jesus
(v.35).
Ver ou não ver
(39-41). "O Senhor, que não viera ao mundo para julgá-lo, mas para o
salvar, pode, pela sua presença nele, trazer-lhe juízo. O resultado espiritual
é que os conscientemente cegos - os que por isso procuram a luz - chegam a ver,
enquanto os que alegam que vêem - os que possuem apenas a sabedoria deste
mundo- ficam cegos. Os fariseus perguntam qual a sua classificação - com os
cegos ou os videntes? O Senhor responde que eles mesmos se têm classificado,
dizendo "Vemos". Se tivessem sido cegos, o seu pecado não teria
permanecido" (Grant).
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CAPÍTULO 10
Jesus, o Bom Pastor
(1-21). Notemos as credenciais do verdadeiro pastor. 1) Ele entra no curral,
isto é, a nação judaica, o povo eleito; 2) Ele entra pela porta - por submissão
à Lei, à circuncisão, o selo do velho concerto; 3) o porteiro, o Espírito
Santo, abre-lhe a porta operando por João Batista; 4) Ele chama por nome as
suas ovelhas, porque em Israel havia um restante piedoso para ouvir a sua voz;
5) Ele tira as ovelhas para fora do curral do judaísmo.
Notemos que o curral é
um cercado - por leis e ordenanças - para que as ovelhas não fujam, ao passo
que o rebanho é composto de um grupo de ovelhas que não querem fugir, porque
têm como centro o Bom Pastor.
Vemos neste trecho as
características do verdadeiro pastor: 1)Não é mercenário. 2) Ele mesmo é o
Salvador das ovelhas. 3) Ele dá sua vida por elas .
Notemos, referente à
sua morte: que era voluntária (v.18); que se realizava em obediência ao Pai
(v.18); que era agradável a Deus (v.17)- (Goodman).
No versículo 8
evidentemente devemos subentender palavras não expressas: "Todos quanto
vieram antes de mim [com pretensões de ser o Messias] são ladrões e
salteadores". Sabemos, pelo historiador Josefo, que havia naquele tempo
vários falsos Cristos. (Veja-se também Atos 5.36,37).
Cristo, a porta das
ovelhas (v.9). No versículo 7 Jesus se declara Pastor das ovelhas (veja-se
"Our Translated Gospels",
p.108), mas aqui muda de figura e se chama a porta pela qual as ovelhas podem
entrar (Ele não diz para um curral), mas para um lugar de salvação, de
liberdade (entrará e sairá) e fartará.
Mais uma vez vemos um
conjunto de pessoas, as ovelhas de Cristo, não agora cercadas por um curral,
mas reunidas em torno de um centro. Deuteronômio 12.11 fala de um lugar onde
havia de ser localizado o culto de Jeová, e todo o Israel havia de chegar para
esse lugar Santo. O N.T. fala de uma Pessoa, e de discípulos congregados em seu
nome - as ovelhas em torno do Bom Pastor.
Convém tomar sentido
numa proposta emenda de tradução dos versículos 14 e 15, devido a ter a palavra
grega "kai" dois sentidos , significando tanto e como também. Assim
devemos ler: " Eu sou o bom pastor e conheço as minhas ovelhas, e delas
sou conhecido, como o Pai me conhece a mim e eu conheço o Pai. E dou a minha
vida pelas ovelhas".
Isto quer dizer a
mesma compreensão, intimidade, confiança e simpatia que existem entre o Pai e o
Filho pode haver entre o Bom Pastor e as suas "ovelhas".
A festa da dedicação
(22-42). Esta festa celebrava-se durante uma semana, em dezembro. Fora
instituída por Judas Macabeus em 165 a.C. para comemorar a purificação do
Templo (Scroggie).
Notemos referente às
ovelhas de Cristo que: 1) ouvem a sua voz; 2) Cristo as conhece; 3) seguem-no;
4) gozam da vida eterna.
"Eu e o Pai somos
um". A palavra "um" é neutra. Não significa, por isso, uma
pessoa, pois isso requeria o masculino. Sabemos que na divindade há três
Pessoas mas um só Deus. "Um" significa uma substância com o Pai.
Assim não devemos confundir as Pessoas ou dividir a substância (Goodman).
Neste trecho o Senhor
Jesus declara definitivamente que Ele é o Messias, mas também afirma que o
pecado impede a fé (v.26).
Notemos a expressão:
"As obras de meu Pai". Os milagres de beneficência eram obras do Pai,
por serem feitas em dependência do poder do Alto, por expressarem o desejo do
Pai em fazer bem aos homens; por provarem que o Filho era a revelação do
caráter e coração do Pai.
Vemos que os judeus
queriam discutir com pedradas. Quem não tem argumentos para apresentar costuma
apresentar pedras.
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CAPÍTULO 11
Entre João 10 e 11 vem
Lucas 11.1 a 17.10, e os acontecimentos narrados em João 11 vêm entre os
versículos 10 e 11 de Lucas 17. A ressurreição de Lázaro é o sétimo milagre
registrado por João. A controvérsia que foi começada em 5. 1-18, e continuada
em 5.19 a 10.42, é concluída nos capítulos 11 e 12; e nesta conclusão vemos o
amor que simpatiza (11.1-37), a vida que salva (11.18 a 12.11) e a luz que
brilha (12.12-50). O capítulo 11 tem quatro partes principais, todas
relacionadas com o milagre: sua ocasião (1.16), sua aproximação (17-32), seu
cumprimento (33-44), suas consequências (45-47)" (Scroggie).
Jesus e Lázaro (1-18).
O capítulo divide-se naturalmente em três partes : a introdução (1-16); o sinal
(17-45); as consequências (46-57).
Notemos algumas lições
no começo do capítulo: 1) oração não respondida (v.3) nem sempre indica
indiferença; 2) demora (v.6) não importa falta de simpatia; 3) o que nós
chamamos calamidade, muitas vezes é para a glória de Deus; o bem resulta do
mal, quando há verdadeira fé; 4) a fé é fortalecida por seu exercício nos dias
sombrios (v.15); 5) a coragem tem sua oportunidade nos dias tristes ou
perigosos (v.16) - (Goodman).
As duas irmãs (19-37),
Maria e Marta, fornecem-nos um estudo. Devemos consultar Lucas 10.38-42 para
completar o quadro, e ainda mais João 12.1-12.
Vemos quão intimamente
a vida e a ressurreição são identificadas com a pessoa do Salvador (v.25).
Marta parece sentir
que a conversão estava passando além da sua compreensão, e achou melhor chamar Maria
para ajudá-la a responder convenientemente.
A ressurreição de
Lázaro (38-45). O milagre foi notável, por ser a ressurreição de um defunto de
quatro dias!
Nesta ocasião vemos:
Jesus comovido (33) na presença da morte; Jesus simpatizando (v.35) e chorando
com os que choram; Jesus pedindo que tirem a pedra, porque Ele não faz
milagrosamente o que nós podemos fazer; Jesus orando e dando graças, na certeza
de que o Pai o ouvia; Jesus mandando o defunto sair do sepulcro; Jesus
instruindo os amigos a libertarem o ressuscitado, como ainda hoje nos manda
libertar dos antigos embaraços mundanos as pessoas que dele receberam novidade
de vida.
Uma conspiração iníqua
(46-57). Encontramos neste trecho: 1) Um reconhecimento notável: "Este
homem faz muitos sinais", mas isso devia ter sido motivo de investigarem
cuidadosamente o merecimento de quem fazia. 2) Um receio fingido (v.48), sem
base, e ridículo. 3) Uma proposta iníqua, de sacrificar uma vida inocente para
evitar uma complicação política.
Podemos estudar aqui diversas
personalidades: crentes (45); portadores de notícias (46); conselheiros (47);
Caifás(49,50).
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CAPÍTULO 12
Maria unge os pés de
Jesus (1-11). Mateus e Marcos também relataram este incidente. Relatam que a
mulher ungiu a cabeça de Jesus, e não falam dos pés; João nota que os pés foram
ungidos, e não fala de cabeça. É preciso combinar as duas narrativas para ter o
incidente completo.
Aprendemos de Lucas
7.46 que não era nada extraordinário ungir a cabeça de uma visita, e em João 13
e Lucas 7.44 lemos da lavagem dos pés. Essas pequenas atenções pessoais variam
de acordo com os tempos e os lugares. No Brasil o uso é apenas tomar o chapéu
da visita, dar-lhe uma cadeira, e antes que se retire oferecer-lhe um café. No
interior é costume trazer-lhe à noite uma bacia com água para lavar os pés. No
Japão emprestam chinelos às visitas, a fim de que estas deixem o calçado
enlameado fora da porta. [ O autor escreveu em 1942].
É preciso não
confundir este serviço de Maria de Betânia com outro semelhante, feito muito
antes em Naim por uma mulher pecadora em casa de outro Simão, e relatado em Lucas 7.
No versículo 7 devemos ler provavelmente: "Porventura
para o dia da minha sepultura deve ela guardar isto?" (O.61). É somente
João que diz: que "encheu-se a casa do cheiro de unguento"; que a
queixa de desperdício foi de Judas; e que "para o dia da minha sepultura
guardava isto".
Notemos: 1) o
testemunho silencioso de uma nova vida em Lázaro; 2) serviço, em Marta; 3)
culto e adoração, em Maria.
No versículo 11
devemos ler: "Por causa dele, mais e mais criam em Jesus" (O.39).
A entrada triunfal
(12-19) é narrada pelos quatro evangelistas, mas é somente João que menciona a
profecia de Zacarias 9.9, e diz que o movimento do povo foi por ter ouvido da
ressurreição de Lázaro.
Notemos: que a
manifestação popular pode ser muito superficial; que é mais fácil dar a Jesus o
título de rei, do que submeter o coração ao seu senhorio; que Jesus não reprova
uma homenagem, embora saiba seu pouco valor; que até nem mesmo os seus
discípulos percebem o cumprimento de uma profecia; que um fariseu perverso pode
ficar aborrecido ao ver o mundo ir após Cristo.
O desejo dos gregos
(20-36). Diz F.W. Grant: "Os gregos aqui não são judeus Helenistas, mas
gentios, embora adoradores do verdadeiro Deus revelado a Israel". Eram
prosélitos de entre os gregos. É de notar que vieram adorar no dia da festa,
por isso não eram meros gentios pagãos.
Queriam uma entrevista
particular com Jesus, e podemos notar que ainda hoje há pessoas que desejam
entrar em relações mais íntimas com Ele. Por que?
Vemos que Jesus se
mostrou muito preocupado com a morte que se lhe aproximava, de maneira que nada
mais ouvimos sobre a entrevista com os gregos.
Notemos a afirmação
principal do trecho: "É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser
glorificado" (v.23), e a preocupação de Jesus não era tanto com o fato e o
processo da sua morte, mas com a consumação final. ( Há pessoas tão preocupadas
com o ao de morrer, que pouco pensam no final).
Entendemos que:
1) Esta glorificação
somente podia ser mediante a morte (v.24).
2) Somente assim podia
o celeiro de Deus ficar cheio de muito fruto (v.24).
3) Somente assim podia
a honra de Deus ser reivindicada, e o pecado expiado.
4) Somente assim Ele
podia ensinar aos homens o verdadeiro segredo da vida (vv. 25,26).
5) Somente assim podia
ser rompido o poder de Satanás (v.31)
6) Somente assim podia
Cristo atrair todos a si (v.32).
7) Somente assim podia
haver para nós a luz da vida (v.35) (Goodman).
Com o versículo 25 o
leitor estudioso pode começar a sua investigação das três palavras gregas
traduzidas por vida; "psyche" - vida animal; "bios" vida
material, bens, etc ; e "zoe" - geralmente vida abundante,
espiritual. "Quem ama a sua "psyche" perdela-á, e quem neste
mundo aborrece a sua "psyche", guardala-á para a "zoe" eterna.
Sempre que a Escritura fala de "vida eterna" é "zoe".
Devemos provavelmente
ler no versículo 34: "Como dizes tu que convém que o Filho do homem vá
embora? Quem é esse Filho do homem? (O.
45)".
A palavra escrita é
como a palavra de Jesus (37-50). Isaías 6.9,10 é citado aqui por João, e em
Mateus 13.14,15, Marcos 4.12 e Lucas 8.10 pelo Senhor Jesus. Em Aos 28.26,27 é
citado por Paulo.
O sentido parece ser
que não podiam crer porque não queriam crer; e pode também incluir o sentido de
que quando o coração não deseja a verdade de Deus, a inteligência não consegue
percebê-la. Certamente não ensina que Deus proíba alguns de serem crentes, pois
Ele quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (1
Tm 2.4).
Aprendemos deste
trecho: que um sinal nem sempre produz fé (37); que então, como agora, havia
crentes medrosos (v.42); Que Jesus era a perfeita revelação do Pai (v.45); que
os problemas espirituais se esclarecem na presença de Cristo (v.46);
que a verdadeira "vida" é conhecida no caminho da obediência (v.50).
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CAPÍTULO 13
Jesus lava os pés dos
discípulos (1-11). Aqui temos um bom exemplo da importância de se observar o
contexto para entendermos a significação de um trecho da Escritura.
O contexto, no caso
deste ato da lavagem dos pés, é o que lemos nos versículos 1-3. Ali aprendemos
que Jesus praticou o ato: 1) Em vista da sua partida para o Pai; 2) Como prova
do seu amor; 3) No pleno reconhecimento de todo o seu poder divino; 4) No
cumprimento da sua missão.
Assim o ato se reveste
de significação muito mais profunda do que um simples exemplo de humildade.
A chave está no
versículo 8 das palavras "parte comigo'. Durante os três anos do seu
ministério, Jesus tinha tido parte com seus discípulos em todas as
circunstâncias humildes da sua vida diária: comeu, viajou, e dormiu com eles.
Agora a cena vai mudar. Ele se retira para a casa do Pai. Para os discípulos
terem comunhão com Ele no palácio celestial, é necessário "outro
asseio", espiritualmente falando,e, mais particularmente, purificação da contaminação
inevitável que resulta do trânsito pelo mundo. A figura é de uma contaminação incidental:
não do pecado, que é purificação com sangue e não com água. (1 Jo 1.7).
No versículo 10
devemos ler "aquele que tomou banho". Conferir Tito 3.5.
Podemos dividir nosso
estudo deste precioso incidente de diversas maneiras. Por exemplo :
1) O fim proposto:
"parte comigo". Os discípulos já conheciam Jesus como
"Emanuel", Deus conosco, mas Ele quer que aprendam uma verdade ainda
mais preciosa: "Nós com Ele" na intimidade da comunhão celestial.
2) O serviço
necessário era de purificação e não de expiação. Necessário porque Jesus ia
para outra esfera e queria que os seus fossem preparados para estar naquele
novo ambiente.
3) O adequado para
semelhante serviço é a humildade que nasce do amor; o espírito que tem seu
prazer em servir e que não poupa esforço; o espírito que persiste até
conseguir.
Ou podemos fazer as
seguintes divisões:
1) As circunstâncias
do ato. O ato foi praticado em vista da sua partida: foi a expressão do amor
que fazia questão de remover tudo quanto impedisse a mais completa intimidade
com o Salvador glorificado. O ao feito "durante" a ceia pascal (não
no fim dela), estando Judas ainda presente, antes de sua retirada e da
instituição da Ceia do Senhor.
2) A significação da
lavagem dos pés é: que nosso trânsito pelo mundo inevitavelmente nos contamina;
que um crente, já "banhado"(v.10)
com a lavagem de regeneração (Tt 3.5), necessita a frequente lavagem de
água pela Palavra; que o próprio Cristo se empenha neste serviço.
3) A repetição do ato
compete a nós (14,17). Podemos e devemos lavar espiritualmente os pés uns dos
outros (14). Para isso é necessário que tenhamos:
a) A água da Palavra
(Ef 5.26).
b) A bacia que contém
a água. Não é suficiente haver a verdade na Bíblia: importa que esteja também
em nosso coração, disponível para o serviço.
c) A toalha que
conforta e consola depois da purificação. Com Jesus a toalha estava em
evidência antes que Ele começasse o serviço.
4) O valor deste
incidente para nós (12-20). Devemos estudar constantemente para ver como
podemos prestar igual serviço aos nossos irmãos. Podemos lavar os pés uns dos
outros pela exortação, aplicando as
verdades da Palavra à vida diária do crente.
A palavra que Jesus
dirigiu a Pedro: "O que eu faço, não o sabes tu agora" (v.7),
demonstra que a lavagem dos pés tinha um sentido profundamente espiritual, que
só mais tarde Pedro havia de compreender.
Jesus prediz que Judas
o há de trair (21-30). Este fato é referido pelos quatro evangelistas; por Mateus
e Marcos quase nas mesmas palavras. No versículo 27 Satanás é mencionado pela
única vez neste Evangelho. Entendemos que Judas não tomou parte na Ceia, e
alguns depreendem do versículo 29 que nem participou da festa pascal.
O novo mandamento
(31-35) ensina o amor fraternal entre os crentes. Este amor deve ser o
distintivo dos crentes em todos os tempos e em todos os lugares. É consolidado
pelo fato de terem todos o mesmo Salvador, o mesmo interesse, o mesmo recurso,
o mesmo serviço (o de promover os interesses do reino), o mesmo Espírito, o
mesmo destino. Cuidemos que este amor para com a irmandade cristã não seja
trocado por um amor ao partido, um amor à nossa igreja, um amor egoísta ou
interesseiro.
Pedro é avisado
(36-38). Devemos aprender: a não confiar em nós mesmos; que é possível um
discípulo fervoroso negar seu Senhor;
que Deus sabe levar os seus ao arrependimento, até por meio do cantar do galo.
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CAPÍTULO 14
O pai revelado no
Filho (1-15). O ensino deste trecho é importante, porque a vista ia dar lugar à
fé.
Assim Jesus ensina aos
discípulos que, da mesma maneira que Deus havia sido o objetivo da fé deles,
Ele futuramente o havia de ser também (v.1).
A significação das
"muitas moradas" pode ser de acordo com Hebreus 12.22,23, que parece
mostrar haver nos céus vários grupos de abençoados, mas que um lugar especial
está reservado para a Igreja de Cristo.
O versículo 6 tem sido
traduzido "Eu sou o caminho verdadeiro e vivo", segundo a figura
grega "hendiadis", que, para reforçar uma afirmação, emprega
substantivos em lugar de adjetivos (Neil).
Cristo é a entrada
para o caminho; Ele é o próprio caminho, e é também o término do caminho.
Neste trecho temos o
precioso ensino de que, em Cristo, o Pai é revelado, e que quem conhece a graça,
a compaixão, o amor e a santidade do Filho conhece também o caráter do Pai.
"Vir ao Pai"
(v.6) não quer dizer ir ao céu depois desta vida, mas entrar em relações com
Deus como Pai agora.
Devemos ler no
versículo 7: "Se vós me conheceis a mim, também conheceis a meu Pai"
(O.45).
Notemos nos versículos
13,14 o que significa pedir em nome de Jesus: é pedir qualquer coisa que temos
a certeza ser do agrado dele, "para que o Pai seja glorificado no
Filho".
A promessa do
Consolador (16-31). Notemos no versículo 16 as três pessoas da Trindade: Pai,
Filho e Espírito Santo. Sem hesitação nem dúvida, Jesus se coloca como
integrante da divindade.
Notemos os três
títulos do Espírito: Consolador (v.16,26); Espírito de Verdade (v.17) e
Espírito Santo (v.26). Que significa para nós cada um desses títulos?
"As palavras com
que o Senhor se refere ao Espírito neste último discurso são geralmente aceitas
como base da nossa confiança na inspiração do Novo Testamento: 1)'Ele vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito'; cumpriu-se na fiel recordação dos
quatro evangelhos. 2) 'Ele vos ensinará todas as coisas' (14-26); 'vos guiará
em toda a verdade' (16.13). Isso justifica nossa confiança no ensino das
epístolas. 3) 'Ele vos anunciará as coisas que hão de vir' (16.13) Isso
refere-se às profecias do Apocalipse" (Goodman).
Tão perto da cruz,
Jesus podia falar de glória, paz e gozo. No meio da confusão, Ele estava calmo.
Na hora em que o ódio humano chegava em seu auge, Ele descansava no amor do
Pai.
E nós, porventura,
vivemos sob a influência do que vemos em Deus? ou do que vemos nos homens?
Devemos ler nos
versículos 17,19: "Vós o conhecereis, pois ficará convosco e em vós...
Ainda um pouco e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis (O.49).
Uma tradução ao pé da
letra do versículo 27 seria: "... não como o mundo dá, eu vos dou".
Não há nada no original que diga que o mundo nos dê paz.
O fim do versículo 31
deve ser: "Levantar-me-ei e irei embora" (O.135).
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CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 15
Cristo, a videira
(1-9). Aprendemos de 14.31 que Cristo e seus discípulos saindo do Cenáculo,
provavelmente passaram pelo templo, e a videira de ouro sobre as portas sugeriu
esta grande lição de união vital do crente com seu Senhor. Devemos distinguir
entre o viticultor, a videira, e as varas... Havemos de entender mal esta
parábola se não reconhecermos que abrange a todos os que fazem uma profissão do
cristianismo, como também acontece com a parábola das virgens. Somente assim
podemos entender o versículo 6" (Scroggie).
Israel era a videira
que Deus trouxera do Egito (Sl 80.8-16), mas que não deu fruto (Is 5.2). Agora
Cristo se apresenta como a videira, e ensina que, para haver fruto aceitável a
Deus, devemos permanecer em íntima relação com Ele.
Este capítulo
divide-se em três partes. Dos versículos 1-8 a chave é a palavra permanecer; de
9-17 é amor; de 18-27 é aborrecer (Goodman).
"Fruto" não
é, necessariamente, almas convertidas por nosso testemunho. É a natureza e
valor da videira manifesto nas varas. É Cristo visto naqueles que permanecem em
comunhão com Ele.
A figura da videira e
das varas não pode exemplificar toda a verdade de Deus. Por exemplo, não pode exemplificar
a restauração de um crente desviado. Para isso precisamos recorrer a outra
figura, a do Pastor e a ovelha extraviada.
A videira é a figura
natural da dependência, pois depende permanentemente dos cuidados do
viticultor.
Cristo e seus amigos
(9-17). Notemos neste trecho: o caráter do amor de Cristo para com os seus amigos;
a condição para continuarem no seu amor; que a obediência resulta em gozo; que
o amor de Cristo é o modelo para nosso amor fraternal; que Cristo quer ter-nos
mais como amigos do que servos; que a prova dessa amizade é que Ele nos revela
seus planos e propósitos; que, atendidas determinadas condições (vv. 7,16), as
nossas orações serão ouvidas.
No versículo 16
devemos ler "para que vades e deis cada vez mais fruto" (O.40).
A igreja no mundo
(18-27). As divisões são: 1-11, os discípulos e Cristo; 12-17, os discípulos e
seus companheiros; 18-27, os discípulos e o mundo.
Aprendemos deste
trecho que não devemos esperar melhor tratamento por parte do mundo do que
Cristo recebeu. Parece-nos estranho que haja tanto ódio para com aqueles que
representam Cristo neste mundo. Como se explica? É ódio sem causa (v.25), que
existe porque o coração natural é inimizade contra Deus (vv.23,24) e porque
palavras santas condenam o pecado do mundo (vv. 22-24); é por causa do nome de
Cristo (v.21) e pelo desconhecimento de Deus por parte do mundo.
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CAPÍTULO 16
O Espírito no mundo e
na igreja (1-15). Vemos neste trecho algumas características do mundo
religioso. Persegue e mata os discípulos de Cristo, e imagina que assim serve a
Deus! Para não cairmos no mesmo erro, precisamos tomar conhecimento do Pai e do
Filho (v.3).
O versículo 4 mostra o
caráter especial do ensino destes capítulos, tendo em vista a partida de
Cristo.
No versículo 5 devemos
ler: "Nenhum de vós deve perguntar-me: Para onde vais?"(O.50).
O versículo 7 temos
mais ensinos importantes referentes ao Espírito Santo. No versículo 8 devemos
ler, que Ele arguirá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
Percebemos que esta
arguição do mundo é intimamente ligada, pelo Espírito Santo, com o testemunho
de Cristo. O Espírito Santo procura preocupar o homem com Cristo em toda a sua
perfeição e santidade, e, na presença de Cristo, o coração sincero reconhece-se
pecador (Lc 5.8). Se o homem continua descrente, seu pecado fica; mas se crê no
Salvador, resulta-lhe salvação.
O Espírito testifica
também da justiça, comprovada pelo fato de Cristo voltar ao Pai, depois de
consumada a obra redentora. E do juízo - passado, não futuro - em que o
príncipe do mundo, Satanás, é julgado e aniquilado (Hb 2.14) por Cristo.
Este trecho ocupa-nos
com o Espírito Santo como Ensinador, e Ele serve-se, como instrumentos e porta
vozes do seu ensino, de crentes submissos à sua influência. Ele ensina o mundo
e a Igreja.
Seu testemunho ao
mundo é referido por Jesus em João 16. 8-11 em três partes: pecado, justiça e
juízo. Na nossa compreensão destes versículos precisamos subentender certos
fatos para melhor entender seu sentido. O Espírito convencerá (arguirá) o
mundo:
a) "do
pecado", porque os mundanos são geralmente como o doente que não percebe a
gravidade do seu mal. Muitas vezes é preciso convencê-lo da sua doença para que
ele sinta a necessidade do médico. O mundo necessita ser arguido do pecado
porque não compreende a sua gravidade; está habituado com ele e não aspira à
santidade; não se lembra que pode haver castigo futuro.
b) "da
justiça", que dá a todos, desde o próprio Deus, o que lhes é devido. A
ascensão de Jesus à casa do Pai foi, por assim dizer, a consumação da justiça;
foi o que lhe era devido em virtude da sua vida imaculada, da glória do Pai reivindicada,
da expiação consumada.
c) "do
juízo". Parece-nos que aqui o Senhor Jesus está contemplando a plena
consumação da obra redentora da qual o Espírito Santo testificará, o que inclui
o julgamento do "príncipe deste mundo", Satanás.
O Espírito ensina a
igreja por intermédio daqueles a quem dá dons espirituais, fazendo lembrar
"tudo quanto vos tenho dito" e aplicar essas verdades à vida atual.
Ele também "anuncia as coisas que hão de vir' (João 16.13). Ele sempre
glorifica a Jesus, e assim podemos reconhecer o ensino que é no poder do
Espírito de Deus (v.14).
Palavras finais
(16.33). O versículo 20 descreve em linguagem viva os efeitos da morte e
ressurreição de Cristo sobre os discípulos: tristeza, choro, lamentação, logo
transformados em gozo permanente (v.22). E nós também nos regozijamos porque
Cristo vive? Notamos como, durante esta última semana, tão cheia de motivos de
tristeza, Jesus falou mais em "gozo".
O versículo 23
ensina-nos que agora toda oração deve ser feita em nome de Cristo - isto é, de
acordo com a sua vontade e para sua glória.
"O Senhor fala
novamente da sua partida, em termos que as suas palavras prévias esclarecem.
Ele ia realmente para o Pai, e contudo, pela vinda do Espírito, havia de estar
outra vez com eles, pois, como dissera, nesse dia haviam de compreender, como
nunca antes, que Ele estava no Pai, e eles nele, e Ele neles. Mas as suas
palavras apenas demonstram que eles estão preocupados com a misteriosa tristeza
da sua partida- a partida de quem viera ao mundo para trazer a esperada
bem-aventurança, e que ia embora, com esse fim, aparentemente, ainda sem
realizar, deixando-os decepcionados! A tristeza do momento era-lhes
demasiadamente pesada para que compreendessem devidamente a esperança futura. A
tristeza lhes era real; a esperança, para eles, era problemática" (Grant).
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CAPÍTULO 17
Depois de ter falado
tanto com os discípulos, Jesus termina com esta incomparável oração ao Pai.
É um grande privilégio
ser-nos permitido ouvir as grandes almas em oração; contudo, não devemos
imitar-lhes a linguagem sem partilhar do seu espírito.
Notemos os pensamentos
principais desta oração única: revelação (1-5); conservação (6-16);
santificação (17-19); unificação (20-23); glorificação (24-26).
1) Cristo orando por
si.
2) Cristo orando pelos
seus discípulos.
3) Cristo orando pela
Igreja em todo o tempo.
1) Cristo ora por si
(1-5). Notemos em primeiro lugar que Ele olha além da Cruz, como que vendo a
grande obra redentora já consumada (v.4). Notemos também que esta oração foi
feia na presença dos discípulos e para sua instrução (como também no capítulo
11.42). Não devemos pensar que o versículo 3 se destinasse a prestar
informações ao Pai, mas sim aos discípulos.
Nesta parte da oração
Cristo pede para ser "glorificado" outra vez na presença do Pai, por
ter glorificado o Pai na presença dos homens.
2) Ora pelos seus
discípulos (6-19). Cristo declara: a) ter-lhes manifestado o "nome"
do Pai, dando-lhes as "palavras" do Pai; b) estarem eles ainda no
mundo e, por isso, necessitados da proteção divina; c) não serem eles do mundo,
sendo, em consequência, odiados pelo mundo, mas, mesmo assim, enviados ao
mundo.
E pede que sejam
guardados (v.11) em unidade; libertados do mal (v.15); santificados (v.17) na
verdade.
Devemos entender a
palavra santificar no versículo 19 no sentido de consagrar ou dedicar.
3) Orando pela Igreja
em todo o tempo (20-26). Cristo declara ter dao aos seus a glória que Deus lhe
deu, e em seguida explica que a "glória" que Ele tinha neste mundo
era "Tu em mim", e que a glória que é nossa é "Cristo em
vós" (v.23); declara; ser sua vontade ter os seus eternamente com Ele; que
o mundo não o descobrira; que fizera conhecer o nome de Deus aos seus.
Ele pede que
"sejam um", para que este testemunho unido convença o mundo, e que os
seus estejam com Ele.
Sobre os versículos
21-23 diz F.W.Grant: "Esta é a unidade na vida prática, unidade de coração
e mente, tal como subsiste entre o Pai e o Filho: unidade que o mundo pode ver,
de maneira a ser por ela levado à fé. Claro que o mundo inteiro não crerá, mas
em todos os tempos homens do mundo todo tem sido influenciados por esta
unidade. Não fala aqui na Igreja, que não se encontra em João, embora, sem
dúvida, cada brecha na unidade da Igreja começou como uma brecha na vida prática.
A vida adquire seu caráter da verdade aprendida, e a expressão "um em
nós" mostra que se refere a uma vida de comunhão com o Pai e o Filho. Que
testemunho glorioso! Que testemunho
àquele pode operar em gente como nós somos!"
Jesus preso em
Gesêmane (1-11). Comparando este com os outros evangelhos, notamos o quanto
João omite de tudo que se passou no jardim. Aqui nada lemos do desejo do
Salvador pela companhia dos discípulos, nem da agonia, nem da oração, nem da
reprovação dos sonolentos, mas vemos a majestade do Filho de Deus, perante quem
os inimigos recuam e caem. Faz-nos lembrar as palavras proféticas do Salmo
27.2: "Quando os malvados, meus adversários e inimigos, investiram contra
mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram".
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