Destruição do templo
(1-3). Seu cumprimento foi às mãos do imperador Tito, no ano 70 d.C.
A tríplice pergunta:
1) Quando serão estas
coisas (a destruição do templo, etc.)?
2)Que sinal haverá da
tua vinda (parousia: presença)?
3) Que sinal haverá do
fim da época?
Nota: A expressão
grega “sunteleias tou aionos”, traduzida por Almeida e V.B. “fim do mundo”,
significa cumprimento do período, ou época, ou tempo, como em Figueiredo.
Importa uma consumação final. (15-28) e prediz o destino de Israel. As guerras
e distúrbios que haviam de seguir imediatamente não eram o fim (6). Poucos anos
depois, em 70 d.C. estas guerras começaram, e terminaram com a destruição do
templo e da cidade, e a dispersão dos judeus. As palavras do versículo 2 foram
cumpridas literalmente, pois i imperador Tito mandou escavar os alicerces da
cidade toda, como também do templo, e mais tarde Terêncio Rufo lavrou o lugar.
Assim cumpriu-se literalmente Miquéias 3.12” (Goodman).
A grande tribulação
(15-26). Este trecho é geralmente reconhecido como se referindo ao período
final, que, segundo o parecer de muitos expositores de confiança, seguirá a
vinda de Cristo para arrebatar a sua Igreja. Primeira fase da segunda vinda.
“A abominação da
desolação (v.15) é mencionada quatro vezes em Daniel: em 8.13 como a
transgressão assoladora; em 9.27 como asa das abominações; em 11.31 como
abominação desoladora; e em 12.11 como abominação desoladora. Estudando estas
quatro passagens, vemos que se referem a profanação do santuário (o Templo), à
cessação dos sacrifícios, e ao estabelecimento de uma abominação (um ídolo?) no
lugar de sacrifício” (Goodman).
Dez anos após a morte
de Cristo, o imperador romano Calígula decretou que a sua estátua fosse
colocada no Templo em Jerusalém para ser reverenciada. Profecia de dupla
realização: ocorreu antes da destruição de Jerusalém 70 d.C. e ocorrerá no
segundo período da grande tribulação.
A volta do Rei em
glória (27-31). Segunda fase da segunda vinda, julgamento das nações. Notemos
as seguintes circunstâncias. A volta será:
a) evidente como um relâmpago
(v.27).
b)acompanhada de
juízos (v.30).
c) com um sinal no céu
(v.30).
d) lamentável com os
descrentes (v.30).
e) junto com os anjos
(v.31).
f)uma ocasião do
ajuntamento dos escolhidos (v.31).
O cadáver e as águias
(v.28). É difícil ser positivo sobre a interpretação das palavras aqui e em
Lucas 17.37. Uma explicação é que significam a destruição – repentina, útil e
necessária- dos inimigos do reino. Da mesma maneira que os urubus descem dos
céus para imediatamente removerem tudo que é morto e corrupto, assim também os
anjos de Deus na segunda vinda separarão os maus e corruptos – os
espiritualmente mortos- dos “escolhidos”(21) que têm vida em Cristo (Mt
13.40-50). Contudo, não deixa de ser um dos versículos mais problemáticos do
N.T.
Diz F.W. Grant “Onde
estivesse o cadáver (a corrupção), as águias haviam de descobri-lo: o juízo
seria completo na sua obra. Não haveria mais esperança de longanimidade. O
juízo era agora o único remédio. A vara do pastor havia de ferir e destruir os
destruidores do rebanho e da terra”.
“Aprendemos no
versículo 29 que os versículos 15-29 relatam aquele período conhecido como a
Grande Tribulação, à qual há frequente alusão nos escritos do V.T., nos Salmos
e no Apocalipse. Os estudantes da profecia conhecem-no como a segunda metade da
septuagésima semana de Daniel. Devemos distinguir entre a Grande Tribulação e a
destruição de Jerusalém em 70 d.C. A referência a esta última não está em
Mateus, mas em Lucas 21.12-24. O período da Tribulação é relacionado
imediatamente com o povo judaico, a Palestina, e o aparecimento do Anticristo,
mas todo o mundo é afetado. Devemos ligar o versículo com Daniel 12.11”
(Scroggie).
A volta do Senhor
(32-51). O assunto de 24.23 a 25.46 é a segunda vinda de Cristo, e chama-se
atenção para a maneira (23-28), a ocasião (29-51) e o efeito da sua vinda
(cap.25). Trata-se da segunda fase da vinda de Cristo, no fim do segundo
período da grande tribulação, mas algumas dessas profecias e períodos se
referem também à primeira fase da segunda vinda- o arrebatamento da igreja.
“Aqui estudamos a
ocasião. Será no fim da Grande Tribulação, e, efetivamente, terminará esse
período de aflição. O aparecimento do Reis será acompanhado por certos sinais
que não deixarão ninguém em dúvida sobre o que vai acontecer (29). A volta do
Senhor (segunda fase) terá efeitos opostos sobre os inimigos (30) e amigos (31);
tristeza e alegria, gemidos e adorações, medos e delícias. Ele não virá afinal
como veio da primeira vez, em fraqueza e humildade, mas com poder e glória.
“Primeiro ilustra a
certeza da vinda (32-35). Tão certamente como as árvores brotando anunciam a
vinda da primavera, assim estes sinais (29) anunciarão a vinda do Rei. Jesus
diz que somente o Pai sabe a hora deste grande acontecimento (36), mas quando
vier, o mundo será tomado de surpresa (37-39) como nos dias do Dilúvio. Esse
dia será um dia de separação (40,41). Palavras solenes: ‘levado ou deixado’” (Scroggie).
[Esta profecia também se aplica à primeira fase da segunda vinda, o
arrebatamento].
“Não passará esta
geração (v.34). Apalavra grega ‘genea’ significa raça, espécie, família, etc. É
certo que a palavra se emprega neste sentido aqui, porque nenhuma ‘destas
coisas’, a saber, a pregação do Evangelho do reino em todo o mundo, a volta de
Cristo em visível glória, o ajuntamento dos escolhidos, aconteceu na destruição
de Jerusalém por Tito em 70 d.C. A promessa é, portanto, que a geração – a
nação ou família de Israel- será conservada até o fim” (Scofield).
Um escritor oferece a
seguinte paráfrase: “Esta geração de homens vivos não passará até cumprir tudo
referente a Jerusalém, e esta geração – a nação de Israel- não passará até
cumprir o restante da profecia.”
Contudo, nos 41
lugares onde a palavra grega “genea” se encontra na Bíblia, o sentido é sempre
“geração” e não “nação”. Há um ensino que a palavra grega “an” importa dúvida
ou possibilidade: Young traduz “esta geração pode não passar”. Diz-se que a
volta foi adiada quando os judeus definitivamente rejeitaram o Evangelho.
Outra explicação do
trecho é a seguinte: “Se os tradutores tivessem traduzido “haute genea” ESSA
geração, como se traduzem as mesmas palavras em Hebreus 3.10, tudo teria ficado
claro, e tudo de acordo com a índole da língua grega, vista que “houtos”,
“haute”, “houto” costumam referir-se ao assunto em discussão: no presente caso,
a geração que vê estes sinais. Isto é, que os sinais e a consumação da vinda,
tudo caberia dentro de uma só geração”( Prophecy vol. XVIII. Ne 8, pág. 15).
Há outra interpretação
desta profecia de Mateus 24 e Marcos 13.26 e Lucas 21, baseada na repetição da
palavra vós até o versículo 28 em contraste com eles em Marcos 13.26. A
conclusão dessa interpretação é que “as profecias em Mateus 24 até o versículo
28; em Marcos 13 até o versículo 23; e em Lucas 21 até o versículo 24,
cumpriram-se enquanto alguns dos apóstolos ainda viviam”.
“Ninguém pode duvidar
que Lucas se refere explicitamente a Jerusalém, e devia acontecer dentro de 40
anos; e devemos lembrar que os três evangelistas registram o mesmo discurso, e
por isso no mesmo contexto, que a história recorda, que a igreja em Jerusalém
assim interpretou a profecia, e obedecendo o mandato do Senhor para que saísse
da cidade, salvou-se da destruição de Jerusalém” (Roberts, “The Olivet Prophecy”).
Se alguém nos disser
que, afinal, Jesus não deu uma resposta clara e positiva à pergunta: “Declara-nos
quando sucederão estas coisas” (3), responderemos que isso Cristo não podia
revelar, visto ter Ele declarado não saber o dia nem a hora (36).
“Levado” nos
versículos 39,40 e 41. Muitos expositores, inclusive Scroggie, Grant, Darby,
Kelly, etc. entendem que em cada um destes versículos o sentido é “levado para
o juízo” e “deixado para ter parte no milênio”.
Contudo, no versículo
39, a palavra traduzida “levar” é “airo”, e nos versículos 40,41 é “paralambano”.
Esta última palavra é empregada em Mateus 1.20,24; 26.37, onde é traduzida
“receber” (Mc 4.36 ; 5.40, e muitos outros lugares). Diz B.W. Newton: “Uma
consulta dos últimos versículos de Lucas capítulo 17 mostra a relação das
palavras ‘um será levado’ com o levar os santos por Cristo”. Assim há entre os
expositores diferença de interpretação de Mateus 24.40,41. [A expressão “um
será levado e o outro será deixado” também se aplica ao arrebatamento].
Servos bons (45-47) e
servos maus (48-51). O servo fiel e diligente será premiado; o servo mau será
castigado. Quando um servo de Deus, em vez de prosseguir com seu trabalho,
começa a “espancar os seus conservos”, depreciando-os, ele está em franca
decadência.
Propostas emendas de
tradução. Corrigir a V.B lendo “grande voz de trombeta” (v.31, C.179). Do
versículo 36 devemos omitir “nem o Filho” que pertence a Marcos 13.32 mas não
aqui (C 169).
Nenhum comentário:
Postar um comentário