A parábola das bodas
(1-14). Lucas, quando relata os acontecimentos da última semana antes da cruz,
omite as parábolas dos dois filhos e das bodas. Contudo ele dá outra semelhante
(Lc 14.16-24) que parece ter sido contada em ocasião anterior.
A parábola das bodas
ensina que Israel recusaria o Evangelho e que os gentios seriam chamados. Aqui
quem convida é um rei. Em Lucas é “um certo homem”.
“A primeira parte da
parábola (1-10) é contra o indiferentismo; a segunda parte contra a irreverência.
A primeira fala da exclusão do judeu descrente; a segunda, da rejeição de um
gentio que figurava como crente. E fatal recusar a mensagem do Evangelho, mas
igualmente fatal tomar lugar de crente e não obedecer ao Evangelho. Na
verdadeira Igreja de Deus todos têm o manto da justiça; mas na cristandade, em
toda a esfera da profissão cristã, muitos não o têm” (Scroggie).
“Muitos são chamados
pelo Evangelho, e fazem uma certa profissão, mas ‘poucos são escolhidos’ no sentido
de realmente aceitar a Cristo e revestir-se com a sua Justiça” (Gray).
“Tem sido alegado que
não existia o costume de dar vestes nupciais aos convidados às bodas, mas
algumas escrituras apoiam o pensamento de que, ás vezes se fazia assim. José
apresentou mudas de roupas aos seus irmãos (Gn 45.22). Sansão, no seu
casamento, deu aos trinta companheiros mudas de roupa para os moços que alegou
terem visitado seu amo (2Rs 5.22). Chegar ao sacrifício do Senhor “de vestidura
estranha” era motivo de castigo (Sf 1.8). Porventura teria sido um dos “bons”
que assim se atreveu? Os trapos imundos da nossa própria justiça não servem
para substituir a Justiça que Isaías cantou: “Regozijar-me ei muito no Senhor,
e minha alma se alegra no meu Deus, porque me vestiu de vestidos de salvação,
me cobriu com o manto da justiça” (IS 61.60)( Goodman)
A questão do tributo
(15-22). Continuam as tentativas para confundir Jesus com os argumentos deles,
e agora os herodianos (gente da política) entram no assunto. Pedem
astuciosamente uma resposta “Sim” ou “Não”, mas há muitas perguntas que não
podem ser respondidas assim.
A ressureição dos
mortos (23-33). Os herodianos ficaram confundidos, e chegam os saduceus, mas
não tem melhor êxito.
“O Senhor primeiro
responde à pergunta dos saduceus, e então reprova a incredulidade que a
inspirou. A pergunta Ele a responde com uma simples afirmação, na qual contradiz
a incrédula teoria deles- de que não há anjos (At 23.8). Foi suficiente
confrontar o argumento baseado na ignorância com seu perfeito conhecimento.
Anjos havia, e os santos ressuscitados seriam semelhantes a ales, sem casar nem
dar em casamento. Os saduceus não compreendiam o poder de Deus, e não
imaginavam outra coisa senão uma reprodução das condições terrestres. A sua
perplexidade era o fruto das suas imaginações carnais” (Grant).
Duas perguntas:
“Qual?” e “Quem?” (34- 46). Uma feita por um doutor da Lei; a outra, por Cristo
mesmo. A pergunta do doutor feria uma questão muito discutida pelos fariseus.
Eles reconheciam 365 proibições e 248 mandamentos da Lei, e naturalmente alguns
mandamentos deviam ser mais importantes do que outros. Qual seria o mais
importante de todos?
Era uma pergunta
insensata, mas o Senhor valeu-se dela para dar um ensino precioso. Ele diz: 1)
Que a lei de Deus é uma e indivisível, e pode ser resumida numa só palavra:
amor, primeiro a Deus e depois ao próximo. Ofender a lei do amor é transgredir
tudo. Isto trouxe consigo outra lição: 2) Que a lei não pode ser cumprida por
quem tem um coração mau. “todo o coração” é aquilo que o que o homem caído
nunca dará a Deus nem ao próximo. Isso
leva a uma terceira lição, que se encontra na terceira pergunta que o Senhor
faz. 3) Que a graça necessária para cumprir a Lei se encontra somente em
Cristo, que é, ao mesmo tempo, filho de Davi e Senhor de Davi.
“Que pensais vós de
Cristo?” Esta é a grande pergunta. Da resposta que lhe dermos depende o nosso
eterno destino. O homem não é justificado pela Lei, nem salvo por um credo
correto (Goodman).
Proposta emenda de
tradução. Devemos ler no versículo 43, como na V.B. – “Davi, pelo Espírito, lhe
chama Senhor” (G.47).
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