MATEUS
INTRODUÇÃO
O escritor do primeiro
evangelho no nosso Novo Testamento foi Mateus, chamado também de Levi, um judeu
da Galiléia, que aceitara o cargo de cobrador de impostos sob o opressor
romano, tornando-se, por conseguinte, um dos odiados “publicanos”.
A data do Evangelho de
Mateus tem sido muito discutida, mas não há motivo convincente para duvidar da
data tradicional de 75 d.C.
Tema. O escopo e
propósito deste Evangelho vão indicados no primeiro versículo: é o “livro da
geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Esta declaração
liga-o imediatamente com as duas mais importantes alianças do V.T. : a aliança davídica de soberania e a
aliança abraâmica da promessa (2 Sm 7.8-16; Hb 11.17-19).
Mas a característica
predominante de Cristo em Mateus é a do Rei prometido, o Renovo de Davi (Jr
23.5;33.15). Mateus registra, a genealogia de Cristo, seu nascimento em Belém,
a cidade de Davi, de acordo com Miquéias 5.2; o ministério do seu precursor,
segundo Malaquias 3.1, o ministério do Rei; sua rejeição por Israel, e as suas
predições de uma segunda vinda em poder e grande glória.
Somente depois de ter
apresentado Cristo como Rei, é que Mateus volta à aliança anterior, relatando a
morte expiatória do Filho de Abraão (Mt 26-28).
Essas considerações
determinaram o propósito e estrutura de Mateus, que é, em primeiro lugar, o
Evangelho para Israel, e, extensivamente, pela morte expiatória de Cristo, um
Evangelho para todo o mundo.
O livro divide-se em
três partes principais:
1. A manifestação de
Jesus Cristo, Filho de Davi, a Israel, e a sua rejeição (1.1 a 25.46). As
subdivisões desta parte são: a) a genealogia oficial do Rei, e seu nascimento
(1.1-25); b) a infância e obscuridade do Rei (2.1-23); c)o reino que se
aproxima (3.1 a 12.50); d)os mistérios do reino(13.1-52); e) o ministério do
Rei rejeitado (13.53 a 23.39); f) a promessa do Rei de voltar em poder e glória
(24.1 a 28.8).
2) O sacrifício e
ressureição de Jesus Cristo, Filho de Abraão (26.1 a 28.8).
3) O Senhor em
ressureição, ministrando aos seus (28.9-20) (Scofield).
“ O livro
primeiramente escrito em hebraico ou aramaico, visando principalmente aos
Judeus, por isso o V.T. é citado muitas vezes”.
Mateus retrata Cristo
como Rei. A palavra Reino encontra-se 55 vezes, o reino dos céus 32 vezes, e
Filho de Davi 7 vezes.
O Evangelho do Reino
pregado por Cristo e seus discípulos (4.23; 10.7) não é idêntico ao Evangelho
pregado Hoje. Aquele era a boa notícia de que Deus estava para estabelecer
sobre a terra um reino político e espiritual, governado por Jesus, como Filho
de Davi. Este se ocupa com o domínio espiritual de Cristo. O Evangelho do Reino
foi pregado até a rejeição e crucificação de Cristo, e será pregado novamente
durante a grande tribulação (24.14) e antes da segunda vinda de Cristo como
Rei. “As boas-novas que pregamos hoje são concernentes á salvação por Cristo, e
a chamada de um povo seu. Isto é o Evangelho da graça de Deus”(Lee).
Mateus , Marcos e
Lucas são chamados os evangelhos “sinóticos”( da palavra latina “Synopticos”
“que tem forma de sinopse; resumido”, Cândido de Figueiredo), porque narram a
vida de Jesus de modo mais ou menos id~entico, e apresentam uma vista geral dos
incidentes mais notáveis. João, porque trata do assunto com outro propósito e
sob um outro prisma, não é um dos evangelhos “sinóticos”. O título “sinótico”
foi primeiro empregado por Griesbach( F.W. Grant).
ANÁLISE DE MATEUS
1. A preparação do
Rei( caps.1 a 4.16).
1.1. A descendência do
Rei (1.1-17).
1.2. O advento do Rei (1.18
a 2.23).
1.3. O embaixador do
Rei (3.1-12).
1.4. A progressão do
Rei (3.13 a 4.16).
2. O programa do Rei
(4.17 a 16.20).
2.1. O começo do Reino
(4.17-25)
2.2. O manifesto do
Reino ( caps. 5 a 7).
2.3. Os sinais do
Reino (caps. 8 e 9).
2.4. Os mensageiros e
mensagens do Reino (Caps. 10 e 11).
2.5. Os princípios do
Reino ( cap.12).
2.6. Os mistérios do
Reino (13.1-52).
2.7. A ofensa do Reino
(13.53 a 16.20).
3. A paixão do Rei
(16.21 a cap.28).
3.1. A revelação do
Rei (16.21 a 17.27).
3.2. A doutrina do Rei
(caps.18 a 20).
3.3. A rejeição do Rei
(caps.21 a 22).
3.4. A acusação do Rei
( cap.23).
3.5. As predições do
Rei (caps. 24 e 25).
3.6. Os sofrimentos do
Rei (caps. 26 e 27).
3.7. A vitória do Rei
(cap. 28)- (Scroggie).
A MENSAGEM DE MATEUS
O propósito deste
evangelho é mostrar que Jesus , a quem os Judeus crucificaram, era o Messias
predito, por isso abundam as referências ao V.T. em número superior a oitenta, havendo mais de quarenta
citações verbais.
A frase “ que fosse
cumprido” ocorre nove vezes, e mais nove vezes se encontram “cumprir” ou
“cumprido”.
Jesus nasceu de uma
virgem, como foi predito por Isaías (Mt 1.23), nasceu em Belém, de acordo com a
profecia de Miquéias (Mt. 2.5,6); desceu ao Egito, de acordo com Oséias (Mt
2.23). Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, para cumprir a profecia (Mt
4.13-16); e Ele veio, não para destruir a Lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17,18).
Quando curava fazia-o de acordo com a profecia (Mt 8.16,17), e seus discursos
eram o cumprimento das escrituras (13.10-15).
A sua entrada em
Jerusalém, a denúncia, a captura no jardim, a sua morte e a maneira pela qual se realizou, a sua voz na cruz, o
seu enterro e sua ressureição, todos estes fatos se deram de acordo com as
Escrituras : A Lei, Os Profetas, e os Salmos, e mediante essas mesmas
Escrituras, Jesus derrotou o Diabo no deserto.
Tão intimamente estão
ligados a vida e ministério de Jesus â revelação do V.T. que para entender a
Cristo é necessário conhecer essas mesmas Escrituras do V.T., e para entender
essas mesmas Escrituras é preciso conhecer a Cristo. E desta verdade que Mateus
é o expositor.
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