sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

MATEUS INTRODUÇÃO

MATEUS
INTRODUÇÃO
O escritor do primeiro evangelho no nosso Novo Testamento foi Mateus, chamado também de Levi, um judeu da Galiléia, que aceitara o cargo de cobrador de impostos sob o opressor romano, tornando-se, por conseguinte, um dos odiados “publicanos”.
A data do Evangelho de Mateus tem sido muito discutida, mas não há motivo convincente para duvidar da data tradicional de 75 d.C.
Tema. O escopo e propósito deste Evangelho vão indicados no primeiro versículo: é o “livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Esta declaração liga-o imediatamente com as duas mais importantes alianças  do V.T. : a aliança davídica de soberania e a aliança abraâmica da promessa (2 Sm 7.8-16; Hb 11.17-19).
Mas a característica predominante de Cristo em Mateus é a do Rei prometido, o Renovo de Davi (Jr 23.5;33.15). Mateus registra, a genealogia de Cristo, seu nascimento em Belém, a cidade de Davi, de acordo com Miquéias 5.2; o ministério do seu precursor, segundo Malaquias 3.1, o ministério do Rei; sua rejeição por Israel, e as suas predições de uma segunda vinda em poder e grande glória.
Somente depois de ter apresentado Cristo como Rei, é que Mateus volta à aliança anterior, relatando a morte expiatória do Filho de Abraão (Mt 26-28).
Essas considerações determinaram o propósito e estrutura de Mateus, que é, em primeiro lugar, o Evangelho para Israel, e, extensivamente, pela morte expiatória de Cristo, um Evangelho para todo o mundo.
O livro divide-se em três partes principais:
1. A manifestação de Jesus Cristo, Filho de Davi, a Israel, e a sua rejeição (1.1 a 25.46). As subdivisões desta parte são: a) a genealogia oficial do Rei, e seu nascimento (1.1-25); b) a infância e obscuridade do Rei (2.1-23); c)o reino que se aproxima (3.1 a 12.50); d)os mistérios do reino(13.1-52); e) o ministério do Rei rejeitado (13.53 a 23.39); f) a promessa do Rei de voltar em poder e glória (24.1 a 28.8).
2) O sacrifício e ressureição de Jesus Cristo, Filho de Abraão (26.1 a 28.8).
3) O Senhor em ressureição, ministrando aos seus (28.9-20) (Scofield).
“ O livro primeiramente escrito em hebraico ou aramaico, visando principalmente aos Judeus, por isso o V.T. é citado muitas vezes”.
Mateus retrata Cristo como Rei. A palavra Reino encontra-se 55 vezes, o reino dos céus 32 vezes, e Filho de Davi 7 vezes.
O Evangelho do Reino pregado por Cristo e seus discípulos (4.23; 10.7) não é idêntico ao Evangelho pregado Hoje. Aquele era a boa notícia de que Deus estava para estabelecer sobre a terra um reino político e espiritual, governado por Jesus, como Filho de Davi. Este se ocupa com o domínio espiritual de Cristo. O Evangelho do Reino foi pregado até a rejeição e crucificação de Cristo, e será pregado novamente durante a grande tribulação (24.14) e antes da segunda vinda de Cristo como Rei. “As boas-novas que pregamos hoje são concernentes á salvação por Cristo, e a chamada de um povo seu. Isto é o Evangelho da graça de Deus”(Lee).
Mateus , Marcos e Lucas são chamados os evangelhos “sinóticos”( da palavra latina “Synopticos” “que tem forma de sinopse; resumido”, Cândido de Figueiredo), porque narram a vida de Jesus de modo mais ou menos id~entico, e apresentam uma vista geral dos incidentes mais notáveis. João, porque trata do assunto com outro propósito e sob um outro prisma, não é um dos evangelhos “sinóticos”. O título “sinótico” foi primeiro empregado por Griesbach( F.W. Grant).
ANÁLISE DE MATEUS
1. A preparação do Rei( caps.1 a 4.16).
1.1. A descendência do Rei (1.1-17).
1.2. O advento do Rei (1.18 a 2.23).
1.3. O embaixador do Rei (3.1-12).
1.4. A progressão do Rei (3.13 a 4.16).
2. O programa do Rei (4.17 a 16.20).
2.1. O começo do Reino (4.17-25)
2.2. O manifesto do Reino ( caps. 5 a 7).
2.3. Os sinais do Reino (caps. 8 e 9).
2.4. Os mensageiros e mensagens do Reino (Caps. 10 e 11).
2.5. Os princípios do Reino ( cap.12).
2.6. Os mistérios do Reino (13.1-52).
2.7. A ofensa do Reino (13.53 a 16.20).
3. A paixão do Rei (16.21 a  cap.28).
3.1. A revelação do Rei (16.21 a 17.27).
3.2. A doutrina do Rei (caps.18 a 20).
3.3. A rejeição do Rei (caps.21 a 22).
3.4. A acusação do Rei ( cap.23).
3.5. As predições do Rei (caps. 24 e 25).
3.6. Os sofrimentos do Rei (caps. 26 e 27).
3.7. A vitória do Rei (cap. 28)- (Scroggie).
A MENSAGEM DE MATEUS
O propósito deste evangelho é mostrar que Jesus , a quem os Judeus crucificaram, era o Messias predito, por isso abundam as referências ao V.T. em número  superior a oitenta, havendo mais de quarenta citações verbais.
A frase “ que fosse cumprido” ocorre nove vezes, e mais nove vezes se encontram “cumprir” ou “cumprido”.
Jesus nasceu de uma virgem, como foi predito por Isaías (Mt 1.23), nasceu em Belém, de acordo com a profecia de Miquéias (Mt. 2.5,6); desceu ao Egito, de acordo com Oséias (Mt 2.23). Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, para cumprir a profecia (Mt 4.13-16); e Ele veio, não para destruir a Lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17,18). Quando curava fazia-o de acordo com a profecia (Mt 8.16,17), e seus discursos eram o cumprimento das escrituras (13.10-15).
A sua entrada em Jerusalém, a denúncia, a captura no jardim, a sua morte e a maneira  pela qual se realizou, a sua voz na cruz, o seu enterro e sua ressureição, todos estes fatos se deram de acordo com as Escrituras : A Lei, Os Profetas, e os Salmos, e mediante essas mesmas Escrituras, Jesus derrotou o Diabo no deserto.

Tão intimamente estão ligados a vida e ministério de Jesus â revelação do V.T. que para entender a Cristo é necessário conhecer essas mesmas Escrituras do V.T., e para entender essas mesmas Escrituras é preciso conhecer a Cristo. E desta verdade que Mateus é o expositor.

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