Um profeta sem honra
(1-6). Jesus volta a Nazaré, onde fora
criado, e onde, com certeza, assistira sempre ao serviço da sinagoga. Mas agora
Ele começa a ensinar ali (v.2) e dá ensinos preciosos, que vemos mais detalhados
em Lucas 4.18-22.
Mas os ouvintes
estranham que um *carpinteiro “se tenha tornado pregador”, e alguns, em lugar
de atender ao ensino, criticavam o ensinador.
* “Operário”, ou
antes, “construtor” parece-nos dar melhor o sentido do grego “carpinteiro”. A
palavra Tekton não se encontra em outra parte do N.T., mas Paulo se chama
archi-tekton (donde vem à palavra arquiteto) em 1 Co 3.10. Tekton empregava-se
frequentemente, mas nem sempre, para oficiais em construções em madeira.
Notemos as várias alusões nos evangelhos à construção de casas (A.C. Deane).
Notemos as cinco
perguntas (vv.2,3). Há também uma incredulidade que resulta de familiaridade
(vv. 3,6); a própria família é, às vezes, quem menos aprecia: Jesus, rejeitado
na cidade percorre as aldeias.
Os irmãos de Jesus
(v.3). Se estes “irmãos” (Mt 12.46; Gl 1.19) eram ou não filhos de Maria é um
ponto muito debatido. Podemos entender que a linguagem favorece a ideia, e que
não é necessário atribuir a Maria uma completa esterilidade depois do
nascimento de seu primeiro filho.
O romantismo, querendo
honrar a virgem, ensina que o casal não tinha filhos, mas, segundo o ensino do
V.T., isso, em Israel, não era tido por honroso (Gn 25,21; 29,31; Dt 33.24; Sl
127.3,4; Lc 1.7).
Podemos contrastar os
poucos enfermos curados do versículo 5 com os muitos curados do versículo 13.
Os doze enviados
(7-13). Em 3.14 Jesus chama os doze para estarem com Ele, sendo assim,
preparados para se tornarem mensageiros. Ele agora envia-os de dois em dois.
Consideremos algumas vantagens desta associação em serviço: a) Se um tropeçar,
o outro poderá apoiá-lo. b) Podem combinar em oração e assim melhor discernir
qual seja a vontade do Senhor. c) O testemunho de cada um é reforçado pelo
outro. d) Podem encorajar e admoestar um ao outro. e) Podem trocar impressões
da Palavra de Deus. f) Podem estimular
um ao outro ao amor e às boas obras (Hb 10.24).
Mas por serem dois, precisam:
de longanimidade, tolerância, paciência, aptidão para apreciar o ponto de vista
do outro; da humanidade que não insiste na própria vontade, do amor fraternal
que considera o bem do seu irmão.
Notemos que “três a
três” não traz as mesmas vantagens de dois a dois. Pelo contrário, às vezes
acarreta grandes inconvenientes.
Embora “dois a dois”
seja o ideal para o serviço cristão, é preciso, muitas vezes, devido às
circunstancias contrárias, empreender um serviço isolado, ou continuar sozinho
quando desaparece o companheiro.
“Para todo o programa
da missão dos doze, consulte-se Mateus 10.5-42, notando: a esfera da sua
missão; o tema da sua pregação; as suas credenciais; seu aparelhamento; a sua
maneira de chegar às casas, e o seu procedimento nas casas e nas vilas”.
No versículo 8
leia-se: “nem saco para esmolas” (J.237)e “nem bordão”, e no versículo 9: “nem
alparcas” (O.143).
A morte de João
Batista (14-29). Podemos notar em toda a história e influência maléfica de
mulheres iníquas. “Sob a sua influência os reis têm se tornado ignóbeis, e
déspotas; benignos têm se tornado monstros e assassinos”.
Uma das lições
principais deste incidente é a iniquidade de fazer uma promessa sem a condição
essencial: “Se Deus quiser”.
O crente é um ‘servo
de Jesus Cristo’ (1Co 7.22) e o escravo não dispõe de nada, nem de si mesmo (em
casamento, por exemplo) sem consultar a vontade de seu Senhor.
No versículo 14
leia-se; “por isto estas maravilhas são feitas por ele” (O.98). No versículo 20
“e guardava {em memória} muitas coisas que ouvira dele, e de boa mente o ouvia”
(O.155).
No versículo 27, em
vez de “executar” (como em Alm.) leia-se “soldado da sua guarda” (como na V.B.)
“Herodes sabia mais do
que quis fazer (v.20) e nisto era semelhante a muitos outros. É uma tragédia
ter ideias nobres e costumes baixos; sublimes pensamentos e hábitos
degradantes. Porventura a sua vida é uma unidade sublime ou uma patética
contradição?” (Scroggie).
A primeira
multiplicação dos pães (30-44). Uma lição deste trecho é a necessidade de
descanso e tranquilidade. Jesus (v.31) considerou esta necessidade, e
providenciou. Contudo, parece que o descanso foi logo interrompido (v.33).
Outra lição é que o
pouco pode ter muito valor, com a bênção de Deus. Que alimento espiritual temos
nós que podemos repartir com nossos semelhantes?
Supõe-se geralmente
que o versículo 44 significa “em cem filas, com cinquenta pessoas em cada uma”.
Isto combina com Lucas 9.14,15. Assim a contagem seria fácil e 50 X 100 dá
5000.
“Notemos alguns pontos
neste milagre: a) O versículo 36 mostra a simpatia dos discípulos e também a
sua falta de fé. Eles sentiam a necessidade do povo, mas nunca pensaram em
supri-la; e quando Jesus propôs-lhe que fizessem, perceberam somente
dificuldades (37). Quão facilmente levantamos dificuldades! b) Jesus serve-se sempre dos meios
disponíveis (v.38). c) Em todo o serviço do Mestre havia método (39,40): “Fazei
tudo com decência e ordem”. d) Jesus pediu a bênção divina sobre a refeição
(41). Notemos que Ele tomou o alimento, levantou os olhos, deu graças, quebrou
o pão e o distribuiu. É possível que umas 20000 pessoas tenham sido alimentadas
milagrosamente nessa ocasião”.
Jesus anda sobre o mar
(45-52). Tanto o capítulo 4 como o capítulo 6 relatam um incidente marítimo:
Os discípulos embarcados,
e uma tempestade no pequeno mar da Galiléia. (Veja-se no mapa)
Na primeira vez Jesus
estava com eles na barca, e na segunda, estavam sozinhos, e Ele, no alto,
orando.
O primeiro incidente
pode representar os tempos passados; o segundo, o período atual. Jesus agora
está lá no alto, intercedendo, mas a fé do verdadeiro discípulo considera-o
sempre presente, e superior às ondas da tribulação.
“Este incidente é
história, parábola e profecia. Nosso Senhor lá do alto, orando por nós, vê como
são contrários os ventos, e, na vigília que termina a noite, Ele virá a nós, e
nos levará à praia. Renovado pela oração da montanha, Jesus volta ao seu
trabalho na planície (53-56) e os que o tocam são sarados”.
Notemos o empenho de
Jesus em servir às necessidades físicas do povo (vv.53-56). Notemos também como
todos os necessitados se sentiam atraídos a Ele, e em seguida provaram que
“Cristo Salva”.
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