quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MARCOS CAPÍTULO 6


Um profeta sem honra (1-6).  Jesus volta a Nazaré, onde fora criado, e onde, com certeza, assistira sempre ao serviço da sinagoga. Mas agora Ele começa a ensinar ali (v.2) e dá ensinos preciosos, que vemos mais detalhados em Lucas 4.18-22.
Mas os ouvintes estranham que um *carpinteiro “se tenha tornado pregador”, e alguns, em lugar de atender ao ensino, criticavam o ensinador.
* “Operário”, ou antes, “construtor” parece-nos dar melhor o sentido do grego “carpinteiro”. A palavra Tekton não se encontra em outra parte do N.T., mas Paulo se chama archi-tekton (donde vem à palavra arquiteto) em 1 Co 3.10. Tekton empregava-se frequentemente, mas nem sempre, para oficiais em construções em madeira. Notemos as várias alusões nos evangelhos à construção de casas (A.C. Deane).
Notemos as cinco perguntas (vv.2,3). Há também uma incredulidade que resulta de familiaridade (vv. 3,6); a própria família é, às vezes, quem menos aprecia: Jesus, rejeitado na cidade percorre as aldeias.
Os irmãos de Jesus (v.3). Se estes “irmãos” (Mt 12.46; Gl 1.19) eram ou não filhos de Maria é um ponto muito debatido. Podemos entender que a linguagem favorece a ideia, e que não é necessário atribuir a Maria uma completa esterilidade depois do nascimento de seu primeiro filho.
O romantismo, querendo honrar a virgem, ensina que o casal não tinha filhos, mas, segundo o ensino do V.T., isso, em Israel, não era tido por honroso (Gn 25,21; 29,31; Dt 33.24; Sl 127.3,4; Lc 1.7).
Podemos contrastar os poucos enfermos curados do versículo 5 com os muitos curados do versículo 13.
Os doze enviados (7-13). Em 3.14 Jesus chama os doze para estarem com Ele, sendo assim, preparados para se tornarem mensageiros. Ele agora envia-os de dois em dois. Consideremos algumas vantagens desta associação em serviço: a) Se um tropeçar, o outro poderá apoiá-lo. b) Podem combinar em oração e assim melhor discernir qual seja a vontade do Senhor. c) O testemunho de cada um é reforçado pelo outro. d) Podem encorajar e admoestar um ao outro. e) Podem trocar impressões da Palavra de Deus.   f) Podem estimular um ao outro ao amor e às boas obras (Hb 10.24).
Mas por serem dois, precisam: de longanimidade, tolerância, paciência, aptidão para apreciar o ponto de vista do outro; da humanidade que não insiste na própria vontade, do amor fraternal que considera o bem do seu irmão.
Notemos que “três a três” não traz as mesmas vantagens de dois a dois. Pelo contrário, às vezes acarreta grandes inconvenientes.
Embora “dois a dois” seja o ideal para o serviço cristão, é preciso, muitas vezes, devido às circunstancias contrárias, empreender um serviço isolado, ou continuar sozinho quando desaparece o companheiro.
“Para todo o programa da missão dos doze, consulte-se Mateus 10.5-42, notando: a esfera da sua missão; o tema da sua pregação; as suas credenciais; seu aparelhamento; a sua maneira de chegar às casas, e o seu procedimento nas casas e nas vilas”.
No versículo 8 leia-se: “nem saco para esmolas” (J.237)e “nem bordão”, e no versículo 9: “nem alparcas” (O.143).
A morte de João Batista (14-29). Podemos notar em toda a história e influência maléfica de mulheres iníquas. “Sob a sua influência os reis têm se tornado ignóbeis, e déspotas; benignos têm se tornado monstros e assassinos”.
Uma das lições principais deste incidente é a iniquidade de fazer uma promessa sem a condição essencial: “Se Deus quiser”.
O crente é um ‘servo de Jesus Cristo’ (1Co 7.22) e o escravo não dispõe de nada, nem de si mesmo (em casamento, por exemplo) sem consultar a vontade de seu Senhor.
No versículo 14 leia-se; “por isto estas maravilhas são feitas por ele” (O.98). No versículo 20 “e guardava {em memória} muitas coisas que ouvira dele, e de boa mente o ouvia” (O.155).
No versículo 27, em vez de “executar” (como em Alm.) leia-se “soldado da sua guarda” (como na V.B.)
“Herodes sabia mais do que quis fazer (v.20) e nisto era semelhante a muitos outros. É uma tragédia ter ideias nobres e costumes baixos; sublimes pensamentos e hábitos degradantes. Porventura a sua vida é uma unidade sublime ou uma patética contradição?” (Scroggie).
A primeira multiplicação dos pães (30-44). Uma lição deste trecho é a necessidade de descanso e tranquilidade. Jesus (v.31) considerou esta necessidade, e providenciou. Contudo, parece que o descanso foi logo interrompido (v.33).
Outra lição é que o pouco pode ter muito valor, com a bênção de Deus. Que alimento espiritual temos nós que podemos repartir com nossos semelhantes?
Supõe-se geralmente que o versículo 44 significa “em cem filas, com cinquenta pessoas em cada uma”. Isto combina com Lucas 9.14,15. Assim a contagem seria fácil e 50 X 100 dá 5000.
“Notemos alguns pontos neste milagre: a) O versículo 36 mostra a simpatia dos discípulos e também a sua falta de fé. Eles sentiam a necessidade do povo, mas nunca pensaram em supri-la; e quando Jesus propôs-lhe que fizessem, perceberam somente dificuldades (37). Quão facilmente levantamos dificuldades!  b) Jesus serve-se sempre dos meios disponíveis (v.38). c) Em todo o serviço do Mestre havia método (39,40): “Fazei tudo com decência e ordem”. d) Jesus pediu a bênção divina sobre a refeição (41). Notemos que Ele tomou o alimento, levantou os olhos, deu graças, quebrou o pão e o distribuiu. É possível que umas 20000 pessoas tenham sido alimentadas milagrosamente nessa ocasião”.
Jesus anda sobre o mar (45-52). Tanto o capítulo 4 como o capítulo 6 relatam um incidente marítimo:
Os discípulos embarcados, e uma tempestade no pequeno mar da Galiléia. (Veja-se no mapa)
Na primeira vez Jesus estava com eles na barca, e na segunda, estavam sozinhos, e Ele, no alto, orando.
O primeiro incidente pode representar os tempos passados; o segundo, o período atual. Jesus agora está lá no alto, intercedendo, mas a fé do verdadeiro discípulo considera-o sempre presente, e superior às ondas da tribulação.
“Este incidente é história, parábola e profecia. Nosso Senhor lá do alto, orando por nós, vê como são contrários os ventos, e, na vigília que termina a noite, Ele virá a nós, e nos levará à praia. Renovado pela oração da montanha, Jesus volta ao seu trabalho na planície (53-56) e os que o tocam são sarados”.

Notemos o empenho de Jesus em servir às necessidades físicas do povo (vv.53-56). Notemos também como todos os necessitados se sentiam atraídos a Ele, e em seguida provaram que “Cristo Salva”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário