quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 20


Parábola dos trabalhadores (1-16). Aqui temos mais uma figura do reino.
Notemos que o reino dos céus é referido cerca de 40 vezes em Mateus, mas nunca nos outros evangelhos. Mateus fala do reino de Deus somente 4 vezes. Lucas fala 30 vezes do reino de Deus e nunca do reino dos céus.
A expressão “reino de Deus” geralmente tem um valor mais íntimo e espiritual que o reino dos céus ( Rm 14.7). O reino dos céus significa muitas vezes a esfera onde a autoridade celestial é reconhecida (Dn 4.26).
O assunto deste trecho é recompensa, porém aprendemos que Deus, sendo soberano, às vezes dá uma recompensa melhor que a justiça requer.
É preciso ligar esta parábola com o fim do capítulo 19 e a pergunta de Pedro: “Que teremos?” A resposta é: “O que é teu! (20.14), mas, visto que o Senhor é bondoso, podes receber mais que mereceste”.
Muitos chamados, porque o convite do Evangelho é universal, a todos. Poucos escolhidos, porque relativamente poucos confessam ter as cinco características dos escolhidos por Deus (1Co 1.27,28).
“Neste trecho duas espécies de recompensas distinguem-se: de justiça (1-8) e de graça (9-15). A narrativa ilustra o sentido das palavras com que começa e termina ( 19.30 e 20.16). Com os primeiros trabalhadores havia um contrato; com os outros não havia. Na ocasião do pagamento todos recebem o mesmo dinheiro, os primeiros queixam-se. Os que barganham no serviço de Cristo não devem esperar mais do que ajuntam. Devemos entrar no seu serviço pelo amor e não pelo lucro, sabendo que Ele nos dará o que é justo. A surpresa final deve ser não que alguns recebam tão pouco, mas de alguém receber tanto. Nós somos incapazes de julgar o merecimento dos outros, porque a habilidade, as oportunidades, e muitas outras circunstâncias têm de ser avaliadas, e somente Deus pode fazer isso. Podemos contar com seu amor por uma recompensa surpreendente e imerecida. Ele nunca será menos que justo, e muitas vezes ultrapassará o merecido. “Primeiro” e “último” no fim do dia podemos deixar ao seu infalível cuidado e inerrante sabedoria”(Scroggie).
“A resposta do proprietário a um dos murmuradores recorda-lhes as condições que determinaram o resultado do que eles agora tão loucamente se queixam.  Não podem dizer que não receberam a quantia do contrato. Receberam o que era justo. A graça, não  a pediram nem a esperavam. Por que, então, queixar-se daqueles aos quais a graça se mostrou?
“Para estes era uma recompensa bondosa, e não somente da justiça. E porventura o doador não tinha o direito de ser bondoso? O que mereço há de ser medido pelo que sou; o que a graça dá somente pode ser medido pelo que Deus é” (Grant).
Ambição mundana é o assunto deste parágrafo (17.28). Tiago e João ( segundo Marcos), ou a mãe deles (segundo Mateus), fazem um pedido que nos parece insensato. Ninguém deve querer outro lugar senão aquele que pode ocupar com mais vantagem para melhor servir os interesses de seu Senhor.
Alguns pedem a Deus licença para ocupar um púlpito, quando a sua competência é antes para evangelizar um indivíduo.
É certo que mais respeitados na igreja são os que mais servem (v.26).
Notemos com cuidado que o Senhor Jesus definiu o caráter da sua própria morte; não era martírio, nem exemplo de resignação, mas um resgate (v.28)- o preço pago por nossa redenção.
“A mãe dos filhos de Zebedeu mostra-nos como os nossos parentes naturais precisam ser vigiados: Não devemos consentir que se imiscuam nas coisas de Deus. Vemos no caso do Senhor Jesus como Ele recusou qualquer controle desta natureza” (Grant).
A lição principal do trecho pode ser expressa na seguinte sentença: “Desce, se queres subir; sofre, se queres gozar; morre, se queres viver; perde, se queres ganhar”.
Podemos notar:
1) A preocupação de Jesus. Ele andava rodeado da multidão, mas chamou á parte os doze para dizer-lhes as coisas tremendas que o esperavam. A sombra da cruz estava sobre seu espírito. Ele predisse:  a) uma dupla traição: seria traído por um discípulo aos sacerdotes e escribas, e por estes aos gentios; b)que seria escarnecido, açoitado, crucificado; c) que ressuscitaria.
2) A preocupação de Tiago e João com seu lugar no reino: a)Era inoportuna: não estavam em comunhão com o Espírito de Cristo. Este pensava na cruz, eles na glória do reino. b) Era insensata: pensavam que os lugares no reino seriam dados por mero capricho do soberano aos seus favoritos. Devemos entender que, no Reino de Deus, cada um ocupa o lugar que lhe compete. Em uma fábrica, alguém não deve querer ser contador, se a sua competência é para outro serviço. C) Era ignorante: disseram “podemos”, mostrando uma ignorância ou leviandade em responder sem refletir.
3) Jesus ensina aos dois: a) Que grandes provações precedem grandes honras; b) que eles seriam provados, mas nem por isso deviam pensar em ganhar os primeiros lugares; c) que o pai se interessa em nós, e determina o lugar que nos compete no seu serviço e Reino.
4) Jesus ensina: a) que entre o povo de Deus quem mais serve é o maior; b) que Ele mesmo é nosso exemplo. Frisemos bem o versículo 28, considerando nele uma verdade negativa e duas positivas.
Dos dois cegos de Jericó (29-34), um Bartimeu (Mc 10.46), e o outro, provavelmente, alguém menos conhecido. Este milagre é um dos prediletos dos evangelistas. No Guia do Pregador o assunto é estudado em três partes: 1)O que o cego fez; 2) O que a multidão fez; 3) O que Cristo fez.

Proposta emenda de tradução. Leia-se o versículo 22 como em Almeida e não como a V.B.( T.209).

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