segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 8

MATEUS
CAPÍTULO 8


Lepra, paralisia e febre (1-17). Podemos notar que, até o capítulo 8 de Mateus, não lemos nenhum milagre de Cristo, e então temos sete, um após outro, nos capítulos 8 e 9.
Depois das leis do reino (caps. 5 a 7) temos aqui as credenciais do rei, em obras milagrosas.
Neste capítulo e até o 9.8, encontramos um grupo de curas milagrosas que servem para ilustrar milagres semelhantes no mundo espiritual. Vemos que o pecado contamina (1-4), incapacita (5-13), perturba (14-17), endemoninha (28-34), etc.

Notemos que o contato com Cristo importava, então, como ainda hoje importa, em bênção para todos. A dúvida do leproso curado(v.2) era referente a vontade de Cristo. Em Marcos 9.22, a dúvida é do seu poder.
“A oferta do leproso curado está determinada em Levítico 14. Abrangia um ritual elaborado. Tinha, como se observa, um sentido típico. Acompanhando até o templo este leproso favorecido por Cristo, e observando a cerimônia, aprendemos como o pecado pode ser expiado, o pecador santificado e recebido entre o povo de Deus” (Goodman).
O testemunho do homem curado devia estar de acordo com a lei de Deus e não com a vontade própria (v.4).
O centurião crente (5-13)
1) Antes de estar com Cristo podemos acreditar que o centurião era:
a) Um homem disciplinado. Tinha chegado ao grau de capitão no exército romano depois de alguns anos de disciplina militar. Estava acostumado com a ordem, pontualidade, obediência, prontidão, vigilância, e a convivência com companheiros igualmente habilitados.
b) Um homem acostumado a mandar e ser obedecido.
c) Um homem caridoso, ao menos para com os empregados.
d) Um homem que conhecia as limitações dos médicos.
e) Um homem acostumado a acreditar em poderes sobrenaturais.
Este homem  havia muito ou pouco tempo, ouvira falar de Jesus. Soubera das curas maravilhosas que Ele fazia. Talvez tivesse ouvido alguma coisa dos seus ensinos. Podia tê-lo visto e ficado impressionado pelo seu aspecto benévolo.
2) Quando estava com Jesus o centurião:
a) Mostrou-se respeitoso: rogou-lhe.
b) Mostrou-se humilde: disse: “não sou digno”.
c) Mostrou-se confiado: pediu uma cura imediata.
d) Mostrou-se contente com pouco: pediu apenas “uma palavra” da boca de Jesus, porque tinha fé que seria suficiente.
e) Mostrou-se obediente. Quando Jesus lhe disse “Vai, e como creste te seja feito”, ele foi, e achou o servo curado.
f) Mostrou-se piedoso: amava a Israel e fizera uma sinagoga para os judeus seus vizinhos (Lc. 7.5). Notemos que os judeus disseram “ele é digno” e ele mesmo disse “não sou digno”.
Vemos que Lucas conta o caso diferentemente: diz que o centurião, em vez de ir ter com Jesus, mandou alguns anciãos dos judeus com o recado. Depois ele mandou uns amigos, dizendo: “Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado” (Lc 7.6).
Podemos acreditar que ambas as narrativas dizem a verdade. Que depois de mandar  os anciãos e amigos o homem mesmo foi ter com Jesus.
3) Depois de estar com Jesus:
a) O centurião achou saúde e satisfação, em lugar de sofrimento e enfermidade.
b) O centurião valeu-se novamente dos serviços do bem-estimado empregado.
c) O centurião teve preciosas recordações da entrevista com Jesus, sua simpatia e interesse; sua voz carinhosa; seu sereno poder; sua palavra autorizada; seu olhar benigno; seu discernimento e apreciação da fé. E tudo isso ele teria perdido se não tivesse mudado de propósito e ido pessoalmente ter com Jesus .
d) O centurião tem servido  de exemplo e inspiração a milhares através dos séculos, que tem imitado a sua fé, que tem recorrido a Jesus para achar a salvação desejada.
A sogra de Pedro (14-17) é um exemplo do lema “salvo para servir”.
Fraquezas humanas (18-34). Os versículos 18-22 ensinam-nos que o caminho de serviço pode ser o caminho de sacrifício.
Seguir a Cristo importa ter fé: isto é, ter tanta confiança Nele que desejamos partilhar da sua sorte, e com Ele ficamos contentes, quaisquer que sejam as consequências.
Neste trecho descobrimos: 1) Decisão apressada: “Mestre, onde quer que fores, eu te seguirei” (v.19). Quando a pessoa está emocionada, a carne apressa-se a agir. A boa semente é recebida com gozo mas, não tendo raiz, murcha. Por isso o Senhor adverte o discípulo apressado no versículo 20.
2) Obediência adiada. Aqui temos um caso diferente: “Permite-me que primeiramente...” Para o Cristão, Cristo deve ser o primeiro de tudo.
3)Pouca fé.
É uma coisa estranha que a “grande fé” se encontra num gentio (v10) e a “pouca fé” nos discípulos na companhia do Senhor (v.26). Pouca fé liga-se com grande medo.
4) Obsessão diabólica. Aqui vemos o pecado na expressão mais terrível. Os endemoninhados, um perigo para os outros  e uma tortura para si mesmos (v. 28).
Notemos que Mateus fala de dois endemoninhados, Marcos e Lucas de um. Também em 20.30 há dois cegos, e nos outros evangelhos é um. É de entender que Marcos e Lucas se referem em cada caso apenas ao mais destacado.
Neste capítulo encontramos a frase “Filho do Homem” que Jesus emprega a seu próprio respeito umas 80 vezes. Não devemos pensar que isso significa “filho de um homem”, porque Jesus não o era.
Provavelmente é uma alusão a Daniel 7.13, e também quer frizar o fato de que Jesus participou da verdadeira humanidade. Jesus nunca falou de si como “filho de israel”.

Parece certo que a localidade deste milagre foi Gergesa, como diz Mateus e não Gedara, como traduzido em Marcos e Lucas. O nome do lugar hoje é Kersa ou Gersa. O assunto é plenamente discutido no “The Land and the Book” p. 371.

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