ROMANOS
CAPÍTULO 1
Introdução (1-17).
Começa com a salvação (1-7); prossegue com ações de graças (8-12), e conclui
com a apresentação do tema da epístola (13-17).
A saudação afirma três
coisas acerca do escritor da carta (v.1). Do Evangelho, diz que fora prometido
pelos profetas; afirma que seu assunto é o Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor;
revela que Jesus é da semente de Davi, provado ser Filho de Deus, e dador da
"graça e apostolado" de Paulo.
Sobre o versículo 4
Wilfrid Isaacs tem a seguinte nota: "'Anastasis'... não pode referir-se à
ressurreição dentre os mortos por parte de Cristo, embora isso possa ser
incluído na ideia geral de ressurreição".
Apesar da ausência da
preposição "ek", o sentido parece ser "por (sua) ressurreição
(de entre ) os mortos".
Dos destinatários da
carta declara: 1) Sua localidade; 2) que eram amados de Deus; 3) que eram
"santos" por vocação divina; 4) que podiam receber "graça e
paz" do próprio Deus.
Neste trecho podemos
notar os seguintes pontos:
1) Que a fé cristã é
uma obediência (v.5).
2) Que o crente é
considerado um "santo", isto é, uma pessoa separada para Deus.
3) Que ele pode (e precisa) receber "graça" e
"paz" de Deus.
4) Que o apóstolo,
pensando nos romanos, primeiro deu graças; depois orou por eles. (E nós,
fazemos assim?)
5) Que, a seu próprio
respeito, Paulo falou: "sou devedor"; "estou pronto";
"não me envergonho".
O versículo 17 merece
cuidadosa atenção pela maneira que descreve o Evangelho.
O que está escrito
aqui não significa que "Deus age com justiça", pois não há, no
original, o artigo "a" antes de "justiça"; mas diz que é
revelada no Evangelho, para o crente, uma justiça que vem de Deus, em contraste
com a Lei, que exigia uma justiça que vem da parte do homem para Deus. O que a
Lei exige a graça fornece.
Esta justiça que vem
de Deus não nos vem por algum esforça humano, por uma cuidadosa observação de
leis e cerimônias, ou por qualquer bondade que nos seja inerente, mas resulta,
na vida do crente, da sua fé (v.17). Esta é uma fé que não olha para dentro,
para descobrir justiça própria, mas que olha para Cristo e vê nele uma redenção
que responde pelo passado, uma graça constante que santifica o presente, e um
poder que garante o porvir.
A ira de Deus (18-32).
Em seguida o apóstolo considera a ira de Deus que é eternamente contra tudo que
prejudica o bem estar espiritual da sua criação. a ira divina reprova o mal,
como o médico combate a doença, como o pai reprova qualquer conduta que é
nociva ao caráter do seu filho.
Este trecho trata do
testemunho que a natureza dá ao Criador, e deve ser estudado junto com o Salmo
19.
Às vezes se diz:
"A vida do crente é a Bíblia do descrente", e, pelo ensino deste
trecho, podemos dizer que a natureza é a Bíblia do pagão. Cada um deles - o
descrente e o pagão -, pela sua própria Bíblia, deve aprender que existe um
Criador, infinitamente superior aos homens, e capaz de fazer tudo que nos
rodeia e que os homens não podem fazer. Devem aprender também que, por isso,
Ele é digno de ser glorificado como Deus e de receber ações de graças; e que
seu "eterno poder" e "divindade" são evidentes pelas suas
obras.
Porém o apóstolo
afirma que o povo não aprendeu a lição. Por isso sofreu a reprovação de Deus, a
sua ira, manifestada, principalmente, pelo fato de ter Deus entregado os homens
(24, 26,28) ao pleno desenvolvimento das suas concupiscências naturais.
Ainda hoje, e entre
gente civilizada, vemos que a pessoa destituída de qualquer sentimento de responsabilidade
para com Deus, tende a obedecer aos instintos das suas paixões.
Os últimos versículos
do capítulo apresentam um quadro terrível da depravação dos pagãos que se
recusavam a obedecer à pouca luz que tinham, a da natureza.
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