A parábola do semeador
(1-20). Para alguns pensamentos referentes a esta parábola, consulte-se o
comentário de Mateus 13. Marcos acrescenta no versículo 7 as palavras “e não
deu fruto”.
Note-se que na Bíblia
“as aves do céu” quase sempre têm mau significado.
Qual é a sementeira
que Deus tem semeado na vossa alma, e qual o fruto?
Notemos que o semeador
é um: Deus (ou seus servos); a semente é uma: a palavra que declara Deus
revelado em Cristo; mas há um adversário – Satanás (ou seus servos) que tira
(de que modo?) a palavra semeada no coração.
Muitas vezes no seu
ministério o Senhor Jesus repetiu as palavras “Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça” (v.9) Esta parábola pode ser chamada a dos ouvintes que não ouviram. O
Filho de Deus é o Semeador, a semente é a Palavra, que, semelhante á semente,
tem vida em si, e, quando as condições são favoráveis, nasce e produz fruto.
Notemos três pontos na
parábola: 1) As coisas que impedem o ouvir. Estas são o caminho (desleixo e
indiferença), o pedregulho (a mente sem propósito e perseverança), os espinhos
(o amor dos prazeres e outros deleites). Tais ouvintes nunca realmente ouvem. A
verdade não pode fazer nada com eles. No primeiro caso, as aves consomem a
semente; no segundo, o sol queima-a; no terceiro, os espinhos sufocam-na. 2) O
coração que realmente ouve, é chamado de honesto e bom (Lc 8.15). Os tais ouvem
a palavra, isto é, com o ouvido da fé, recebem-na (20). 3) Os resultados são
diversos, em proporção à realidade do ouvir; alguns trinta, outros sessenta e
ainda outros cem por um. Esse fruto não é produzido de uma só vez, mas
representa o costume de uma vida inteira. Bem aconselhou-nos o Senhor: “Atendei
ao que ouvis” (v.24, V.B.) e “vede pois como ouvis”(Lc 8.18), pois nem toda
pregação é boa semente, e há diversas espécies de ouvintes (Goodman).
A parábola da candeia
(21-25). Não se encontra em Mateus, mas aqui e em Lucas somente. Ensina que,
tendo sido iluminados pela verdade de Deus, somos responsáveis por difundir
essa luz entre os nossos semelhantes. O alqueire representa os cuidados e
interesses materiais da vida: cama, os confortos. Devemos cuidar que nosso
testemunho não seja impedido por um ou outro (Gray).
A semente cresceu
ocultamente (26-29). O homem (26) não é Cristo, pois nem tudo que se diz dele é
aplicável ao Senhor. Este não dorme, nem acorda; e Ele “sabe como” (27).
Aplica-se, porém, ao servo de Deus que sai levando a preciosa semente.
A semente é lançada na
terra. Os que desejam ceifar precisam semear primeiro (Sl 126.6)
O semeador não pode
fazer mais nada do que isto. Ele dorme de noite e acorda de dia, e não se
aflige pelo resultado de sua sementeira.
A semente nasce sem
ele saber como. Quem poderá explicar o mistério da maneira pela qual a verdade
de Deus opera na mente dos homens?
A obra da fé passa por
determinadas etapas. Não esperamos fruto maduro do recém-nascido. Primeiro a
erva- o primeiro amor, o zelo do principiante, os desejos por bens
espirituais-, depois a espiga – o vigor da juventude espiritual (1 Jo 2.14).
Afinal, o grão cheio- o cristão desenvolvido, a graça madura, a plena
experiência (Goodman).
“Esta parábola do
progresso, manifestação e consumação da vida divina na alma. Uma vez lançada na
terra a semente está fora do campo de ação do semeador. Ele se foi embora, mas
entram em cena influências que operam até que o fruto apareça por ocasião da
ceifa”(Scroggie).
Esta é uma das
parábolas que achamos somente em Marcos. A outra encontra-se em 13-34.
Dormindo numa
tempestade (30-41). Deste incidente aprendemos algumas lições preciosas
referentes ao Senhor Jesus:
1)Seu exemplo de
tranquilidade e paz.
2)Seu cuidado dos
discípulos assustados.
3) Seu encorajamento,
visando estimular a fé.
“O incidente é também
uma parábola. Ainda é noite, e está tempestuoso; a Igreja e o crente ainda são
afligidos pelo mar proceloso do mundo. O divino Mestre está conosco, embora, às
vezes, julguemos que Ele dorme. Ele ainda transforma grandes tempestades em
bonanças, e ainda repreende a nossa incredulidade”(Scroggie).
“Acordam-no, e à sua
repreensão a tormenta acaba, mas porventura eles não perderam alguma coisa?”
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