Acerca do divórcio
(1-12). Notemos que Jesus considera no seu aspecto mais nobre e sublime: como
união feita pelo propósito e vontade de Deus. Em tais casos – união de
clientes, realizada em plena submissão à vontade de Deus – nem em sonhos deve
alguém pensar em desfazê-la.
Depois, perante a
insistência dos fariseus, Ele admite o divórcio ser lícito, quando o que se
manifesta não é a vontade de Deus mas a
perversidade humana; e quase dá a entender que nem todos podem contemplar o
matrimônio pelo prisma sublime que Ele apontou (v.11).
Depois fala de três
classes de eunucos (pessoas impotentes para a procriação). É evidente que a
terceira classe se entende espiritual e fisicamente.
Jesus recebe e abençoa
meninos (13-15). Estes versículos preciosos justificam a Escola Dominical, que
não é referida diretamente na Bíblia.
O moço rico (16-30)
Não sabemos em que sentido o moço empregou as palavras aramaicas que Mateus
traduz, no versículo 16, “zoem aionion”, ou vida eterna. Literalmente vida da
época (milenar).
Imaginamos que o moço
não tinha nenhuma ideia de viver para sempre nem tampouco de atingir uma
extraordinária longevidade, mas podemos acreditar que tivesse ouvido Jesus, ou
um dos discípulos, falar dessa vida mais abundante (espiritualmente falando), e
sentiu o desejo de entrar numa vida mais avantajada do que a existência
mesquinha e trivial que via em redor de si.
Vemos em João 5.39 que
os Judeus se preocupavam bastante com “a vida da época” vindoura. Com isso
concorda a resposta de Jesus: “Se queres entrar na vida...” A porta de
entrada nessa vida mais abundante,
pensavam os israelitas piedosos, que fosse a obediência à santa lei divina
[mas, na verdade era pela fé, porque pela lei ninguém foi salvo].
Isto é a parte que se
referia à entrada na vida, mas o gozo dela na sua plenitude havia de ser
estreitamente ligado com o próprio Senhor Jesus, mediante a intimidade de uma
fé contínua (Jo 3.16) e um andar na companhia dela (v21), depois de se ter
desembaraçado de qualquer empecilho, que, no caso do moço eram suas riquezas.
Esta é a primeira vez
que lemos de “vida eterna” nos evangelhos. Devemos preferir o sentido de “vida
da época ( vindoura)”, que dá a ideia de uma vida sobremaneira excelente, no
futuro.
No versículo 17 o Dr.
Torrey traduz: “O bom é um”. Quem é esse “um” entende-se melhor de Marcos 10.18
e Lucas 18.19 (O. 20).
Jesus quis corrigir a
maneira de pensar e falar do moço. O título “Bom Mestre” tinha tom de lisonja.
Sem falar da vida eterna, Jesus explica que a maneira de entrar na vida é
submeter-se á lei de Deus, isto é, guardar inteiramente essa Lei [mas ninguém
jamais conseguiu isso]. Então deu a entender que depois de se desembaraçar das
suas riquezas o moço poderia provar uma vida mais sublime, mais abençoado
seguindo-o. Consulte também a explicação do mesmo incidente em Marcos 10.
No versículo 24 temos,
provavelmente, um exemplo da figura retórica chamada hipérbole ( exagero),
empregada várias vezes na bíblia (18.8,9; 19.12, etc) Também pode ser, como
alguns entendem, que o fundo de uma agulha era o nome de uma portinhola na
porta da cidade, onde um camelo (animal bem maior que um cavalo) só passava
depois que tirasse toda a carga.
Propostas emendas de
tradução da V.B. Ao versículo 9 acrescentam-se as palavras “E o que se casar
com a repudiada, comete adultério” (C. 39). No versículo 17 leia-se: “Por que
me chamas bom?” (R. 139)
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