segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 5

MATEUS
CAPÍTULO 5
O sermão da montanha: o manifesto do Rei (1-16), no qual se nos diz quem são os súditos do reino, quais as suas verdades fundamentais, e como se entra nele. (Lucas também registra este sermão, mas dos 107 versículos citados por Mateus ele menciona apenas 30.)
Os súditos do reino, seu caráter e sua influência (3-16).  Caráter e influência são intimamente ligados, pois a influência não pode ser melhor que o seu caráter. O que somos é sempre mais importante do que o que fazemos. Características daqueles que podem ser súditos do reino: Humildade(3), simpatia(4), mansidão(5), retidão(6), misericórdia(7), pureza(8), tranquilidade(9), lealdade(10-12). Estas não são qualidades que os homens teriam escolhido.
A palavra “bem-aventurado” repete-se nove vezes. Não quer dizer precisamente “feliz”, mas antes útil, prestável, bem sucedido na vida espiritual.
Podemos tomar estas “bem-aventuranças” como quadro do progresso espiritual de uma alma:
Versículo 3 – O humilde de Espírito (VB) talvez nem sempre fosse assim antes de ter conhecimento de Cristo, mas, tendo-se comparado com Ele, perdeu o seu orgulho próprio, reconheceu o seu pecado, e arrependeu-se.
Versículo 4 - Vai mais além: chora o mal, e então experimenta as consolações do Evangelho de Cristo.
Versículo 5 - Vemo-lo depois revestido de Cristo, e “manso e humilde de coração”. Cresce em graça e no conhecimento de Deus.
Versículo 6 - Progride ainda na vida espiritual. Aprecia os valores verdadeiros: ambiciona, não prazeres, riquezas, comodidades, mas justiça na sua própria vida e em redor de si.
Versículo 7- Ainda mais: pratica o bem, é misericordioso, é altruísta como era Cristo.
Versículo 8 - No íntimo de sua vida, ele é puro em desejo, pensamentos e palavras.
Versículo 9 - Além disso, é ativo em promover a harmonia entre os seus semelhantes, não olhando apenas os interesses próprios, mas cuidando os interesses de Deus.
Versículo 10 – E mesmo quando mal-entendido, perseguido pelos maus, ele não deixa de ser bem- aventurado; e se a perseguição chegar ao extremo e ele for morto, conta que o resultado será uma “melhor ressureição” ( Hb 11.35), a qual será a consumação da bem-aventurança.
“O Rei anunciou a proximidade do seu reino, e agora pronuncia suas leis. Estas tem dupla aplicação: futuramente: depois do reino estabelecido; e agora, de algum modo, ao cristão da atualidade” (Gray).
Antes de enunciar os preceitos do reino, Jesus aponta os que poderão gozar do seu governo. “Bem -aventurado” não é o mesmo que “feliz”, como o versículo 4 nos mostra. Significa ser enriquecido por Deus, e esse enriquecimento é no caráter, não nas possessões. É “o que sou”, e não “o que tenho”, que me torna verdadeiramente enriquecido ou bem-aventurado (Goodman).
Os pobres de espírito são os que, em vez de reagir quando o “eu” é ofendido, ocupam-se mais com a honra do Rei. Os que choram, os que lamentam, não tanto os prejuízos pessoais, mas a perversidade que há no mundo. Os mansos, os que, em vez de ofenderem-se, sabem responder brandamente. Os que amam a justiça e a praticam são os que praticam a misericórdia em obras de caridade. Os puros, os que podem esperar mais clara compreensão de Deus. Os pacificadores, os que sabem acalmara as contendas.
Os perseguidos e injuriados por amor de Cristo, são os que nada têm aqui, mas esperam um futuro galardão.
Vemos nos versículos 13-16 que os crentes  são semelhantes ao “sal”, à “luz”, e a uma “cidade”. O sal conserva da corrupção, e a luz descobre e manifesta; uma cidade é um centro de cooperação, harmonia, e governo, e, colocada sobre um monte é bem visível.
Sal que perde seu valor. “Um negociante de Sidom, havendo obtido do governo o monopólio de sal, trouxe uma quantidade imensa dos pântanos de Chipre, e alugou sessenta e cinco casas na aldeia de June para armazenar o sal. Estas casas não tinham assoalho, e em poucos anos o sal depositado no chão perdeu seu sabor. Vi uma grande quantidade atirada á rua e pisada pelos homens. Semelhantes armazéns são comuns na palestina desde tempos remotos” ( The Land and the Book).
Cristo e o velho testamento (17-30). Ele veio dar cumprimento e atualidade às sombras e às figuras do V.T. Também veio para dar uma interpretação mais espiritual aos preceitos da Lei, como vemos, por exemplo no versículo 28.
Versículo 20. A nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus no seguinte:
1 – Não sendo somente uma prática exterior, mas nascendo no coração.
2 – Não sendo para obter honra dos homens, mas para servir a Deus.
3 – Não sendo limitada por nossos gostos, mas obedecendo toda a vontade de Deus.
4 – Não sendo apenas ocasional, mas sim hábito, regra da nossa vida (Goodman).

Nos versículos 21.22, “réu de juízo” refere-se a um tribunal inferior em cada cidade, de 23 membros, que punia os criminosos por estrangulação ou decapitação. “Réu do sinédrio” refere-se ao tribunal superior dos anciãos, que aplicava pena de apedrejamento.
É preciso não “espiritualizar” o versículo 25, fazendo o “adversário” uma figura de Deus! É mais prudente tomar as palavras ao pé da letra, com a sua evidente aplicação às experiências desta vida.
Os versículos 29,30 empregam a linguagem energética do Oriente, que como é evidente, não se deve entender ao pé da letra, porque todos compreendem que o culpado não é o olho ou a mão, mas o coração perverso que desejou tal pecado.
A base das boas relações sociais (27-48). Neste trecho certos males são reprovados : Adultério (27-30); divórcio (31-32); imprecações (33-37); represálias (38-42); ódio (43-48).
O trecho contém também ensino sobre a conduta cristã, e descreve:
1) O caráter da conduta do crente – É submisso (39); é bondoso (40); é altruísta (40); é prestável, e empresta, embora evite tomar emprestado, para nada dever a ninguém (Rm 13.8); é beneficente, não somente aos bons mas também aos maus, e diz bem até aos maldizentes; é dado à oração, pedindo pelos amigos e inimigos, desejando a sua felicidade espiritual.
2) O padrão de vida do crente é “ como faz também o vosso Pai” (v.45).
3) A recompensa da conduta do crente será principalmente em ter a aprovação de Deus, também sentirá a íntima satisfação em ter procedido bem- a aprovação da própria consciência, e, ainda mais, pode ver o fruto imediato na apreciação que seus vizinhos hão de manifestar.

Sobre a recompensa devemos estudar com cuidado Lucas 6.35,38. É sempre verdade que “com a medida que medirdes, também vos medirão”.

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