Este longo discurso,
em que Jesus censura os escribas e os fariseus, não se encontra completo nos
outros evangelhos.
Os sinais do fariseu (1-12).
A sua hipocrisia (1-4) e sua ostentação (5-12). Devemos distinguir entre o seu
caráter e seu ofício. Jesus mandou respeitar o ofício e ensino, mas não a
conduta dos fariseus – isto é, se aceitamos a tradução comum dos versículos 2 e
3.
A tradução mais exata
dos versículos 2 e 3 seriam: “Os escribas e os fariseus se assentaram na
cadeira de Moisés, e vós observais e praticais tudo o que mandam; mas não
deveis praticar as obras deles”(Bullinger).
Aprendemos deste
trecho:
1) A não dizer sem
fazer (v.3). Conhecer a verdade é bom, pregá-la é um privilégio, mas que vale
se não as praticamos?
2) A não mandar os
outros fazer o que não praticamos (v.4). Alguns livros sobre oração e piedade
exigem tanto, que chegamos a duvidar se os seus autores fazem tudo isso.
3) A não trabalhar para sermos louvados (v.5).
3) A não trabalhar para sermos louvados (v.5).
4)A não desejar honra
dos homens (6-12). Não há nada mais fatal. Nosso Senhor muitas vezes referiu-se
a isso: “Como podeis crer, se recebeis honra uns dos outros?” (Jo 5.44).
5)Que devemos amar,
servir e fazer o bem, sem outro motivo a não ser o empenho para que os homens
sejam abençoados, e Deus servido. (Goodman).
Os ais dos hipócritas
(13-39). Notemos os pecados destes fariseus hipócritas:
1) Fechavam aos homens
o reino dos céus: não entravam, nem deixavam que os outros entrassem (v.13).
Contudo tinham a certeza de que as suas doutrinas, que tiveram esse resultado,
eram corretas.
2) Tinham zelo em
fazer prosélitos (v.15), mas seus prosélitos não eram melhores do que eles.
3) Diziam-se guias,
mas levavam os outros para a cova (Lc 6.39).
4)Eram escrupulosos em
pequenas observâncias, mas falhavam no juízo, na misericórdia e na fé (v.23).
5) Eram limpos
exteriormente, mas impuros em pensamentos e desejos (v.27).
6) Professavam grande
respeito pelos mártires do passado, mas não atendiam as verdades que eles
ensinaram, e perseguiam os atuais campeões dessas verdades (Goodman).
O Dr. Scroggie chama
atenção para os oito “ais” que Jesus pronuncia sobre os fariseus: O Senhor
reprova no primeiro uma perversa obstrução; no segundo, uma capacidade cruel
(14); no terceiro, um zelo fanático (15); no quarto, uma discriminação
casuística (16-22); no quinto, uma escrupulosidade frívola (23,24); no sexto,
uma devoção superficial (25,26); no sétimo, uma religiosidade pecaminosa
(27,28); no oitavo, uma reverência fingida (29-33), o tipo de reverência que
zela os túmulos dos profetas falecidos enquanto quer matar os profetas vivos.
“O sangue de Zacarias,
filho de Baraquias” (v.35). A passagem
correspondente em Lucas 11.51 não tem as palavras “filho de Baraquias”, e 2
Crônicas 24.20 dá como “filho de Joiada”, o Zacarias que foi morto assim.
Alguns pensam que as palavras “filho de Baraquias” foram escritas primeiro na
margem de Mateus, depois acrescentadas ao texto.
O lamento sobre
Jerusalém (37-39). Lucas registra as mesmas palavras, mas em outra conexão (Lc
13.34).
Consideramos as
palavras “Quis eu... vós não quisestes”.
Na figura, Jesus
oferece colocar-se a si mesmo entre Jerusalém e o perigo que a ameaça.
Uma casa sem Cristo é
uma casa desolada.
Resumimos o seguinte
de um estudo de C. Stafford: Aqui Cristo nos apresenta como abrigo. É este o
pensamento central do Versículo 37, e somos convidados a estuda-lo humilde e
reverentemente;
1) O primeiro
pensamento sugerido por este pensamento é a ideia de perigo. Havia então o
perigo político dos romanos, mas o perigo principal de Israel era espiritual. O
mesmo perigo é de todos, em todos os tempos, aos que tem transgredido a lei
divina e não têm aceitado o Salvador.
2) O símbolo de um
abrigo é apresentado de maneira a realçar a glória de quem é ali revelado. É
uma proteção divina que é oferecida. Asas da onipotência são estendidas para
nossa defesa. É suficiente para abrigar um mundo arrependido.
3) Este símbolo de um
abrigo ilustra no mais alto grau a terna condescendência de Cristo. Faz isto
pela sua simplicidade familiar e ternura inefável.
4) É a figura de
alguém que interpõe a sua própria vida para abrigar-nos do perigo. Uma rocha
pode abrigar o viajante do calor do sol; um escudo abriga o soldado no dia da
batalha. Cristo é o abrigo das almas crentes nele, somente pelo fato de
interpor a sua vida entre eles e o perigo.
5) Notemos os fins
conseguidos pelo fato de refugiar-se o pecador em Cristo. O resultado imediato
é a segurança, mas esse é o primeiro passo para a piedade e o serviço
espiritual.
6) A figura é
delineada de maneira tal que mostra que o homem é responsável na matéria da sua
salvação.
Proposta emenda de
tradução. Deve ficar no texto o versículo 14, omitido pela V.B (C.38). No
versículo 38 leia-se; “Eis que a vossa casa será abandonada por vós” (O. 20).
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