quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 23


Este longo discurso, em que Jesus censura os escribas e os fariseus, não se encontra completo nos outros evangelhos.
Os sinais do fariseu (1-12). A sua hipocrisia (1-4) e sua ostentação (5-12). Devemos distinguir entre o seu caráter e seu ofício. Jesus mandou respeitar o ofício e ensino, mas não a conduta dos fariseus – isto é, se aceitamos a tradução comum dos versículos 2 e 3.
A tradução mais exata dos versículos 2 e 3 seriam: “Os escribas e os fariseus se assentaram na cadeira de Moisés, e vós observais e praticais tudo o que mandam; mas não deveis praticar as obras deles”(Bullinger).
Aprendemos deste trecho:
1) A não dizer sem fazer (v.3). Conhecer a verdade é bom, pregá-la é um privilégio, mas que vale se não as praticamos?
2) A não mandar os outros fazer o que não praticamos (v.4). Alguns livros sobre oração e piedade exigem tanto, que chegamos a duvidar se os seus autores fazem tudo isso.
3) A não trabalhar para sermos louvados (v.5).
4)A não desejar honra dos homens (6-12). Não há nada mais fatal. Nosso Senhor muitas vezes referiu-se a isso: “Como podeis crer, se recebeis honra uns dos outros?” (Jo 5.44).
5)Que devemos amar, servir e fazer o bem, sem outro motivo a não ser o empenho para que os homens sejam abençoados, e Deus servido. (Goodman).
Os ais dos hipócritas (13-39). Notemos os pecados destes fariseus hipócritas:
1) Fechavam aos homens o reino dos céus: não entravam, nem deixavam que os outros entrassem (v.13). Contudo tinham a certeza de que as suas doutrinas, que tiveram esse resultado, eram corretas.
2) Tinham zelo em fazer prosélitos (v.15), mas seus prosélitos não eram melhores do que eles.
3) Diziam-se guias, mas levavam os outros para a cova (Lc 6.39).
4)Eram escrupulosos em pequenas observâncias, mas falhavam no juízo, na misericórdia e na fé (v.23).
5) Eram limpos exteriormente, mas impuros em pensamentos e desejos (v.27).
6) Professavam grande respeito pelos mártires do passado, mas não atendiam as verdades que eles ensinaram, e perseguiam os atuais campeões dessas verdades (Goodman).
O Dr. Scroggie chama atenção para os oito “ais” que Jesus pronuncia sobre os fariseus: O Senhor reprova no primeiro uma perversa obstrução; no segundo, uma capacidade cruel (14); no terceiro, um zelo fanático (15); no quarto, uma discriminação casuística (16-22); no quinto, uma escrupulosidade frívola (23,24); no sexto, uma devoção superficial (25,26); no sétimo, uma religiosidade pecaminosa (27,28); no oitavo, uma reverência fingida (29-33), o tipo de reverência que zela os túmulos dos profetas falecidos enquanto quer matar os profetas vivos.
“O sangue de Zacarias, filho de Baraquias” (v.35).  A passagem correspondente em Lucas 11.51 não tem as palavras “filho de Baraquias”, e 2 Crônicas 24.20 dá como “filho de Joiada”, o Zacarias que foi morto assim. Alguns pensam que as palavras “filho de Baraquias” foram escritas primeiro na margem de Mateus, depois acrescentadas ao texto.
O lamento sobre Jerusalém (37-39). Lucas registra as mesmas palavras, mas em outra conexão (Lc 13.34).
Consideramos as palavras “Quis eu... vós não quisestes”.
Na figura, Jesus oferece colocar-se a si mesmo entre Jerusalém e o perigo que a ameaça.
Uma casa sem Cristo é uma casa desolada.
Resumimos o seguinte de um estudo de C. Stafford: Aqui Cristo nos apresenta como abrigo. É este o pensamento central do Versículo 37, e somos convidados a estuda-lo humilde e reverentemente;
1) O primeiro pensamento sugerido por este pensamento é a ideia de perigo. Havia então o perigo político dos romanos, mas o perigo principal de Israel era espiritual. O mesmo perigo é de todos, em todos os tempos, aos que tem transgredido a lei divina e não têm aceitado o Salvador.
2) O símbolo de um abrigo é apresentado de maneira a realçar a glória de quem é ali revelado. É uma proteção divina que é oferecida. Asas da onipotência são estendidas para nossa defesa. É suficiente para abrigar um mundo arrependido.
3) Este símbolo de um abrigo ilustra no mais alto grau a terna condescendência de Cristo. Faz isto pela sua simplicidade familiar e ternura inefável.
4) É a figura de alguém que interpõe a sua própria vida para abrigar-nos do perigo. Uma rocha pode abrigar o viajante do calor do sol; um escudo abriga o soldado no dia da batalha. Cristo é o abrigo das almas crentes nele, somente pelo fato de interpor a sua vida entre eles e o perigo.
5) Notemos os fins conseguidos pelo fato de refugiar-se o pecador em Cristo. O resultado imediato é a segurança, mas esse é o primeiro passo para a piedade e o serviço espiritual.
6) A figura é delineada de maneira tal que mostra que o homem é responsável na matéria da sua salvação.

Proposta emenda de tradução. Deve ficar no texto o versículo 14, omitido pela V.B (C.38). No versículo 38 leia-se; “Eis que a vossa casa será abandonada por vós” (O. 20).

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