quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MARCOS CAPÍTULO 5


O endemoninhado gadareno (1-20). Thompson em The Land and the Book, entende que Mateus aponta, como sendo o lugar onde este incidente se deu a aldeia de Chersa ou Gergesa, à beira do lago.
A província dos gadarenos (habitantes de Gadara) ao leste do mar da Galiléia, era fora da terra Santa, e sob o domínio dos gentios. Aprendemos deste milagre de cura:
1) Que espíritos imundos são capazes de dominar um ser humano. O espiritismo pode oferecer-nos hoje alguns exemplos de semelhante obsessão.
2)Que uma pessoa  sob tal maléfico domínio torna-se incompatível para a sociedade de gente civilizada.
3) Que tal pessoa fica sem sossego, sem paz; perigosa, indomável.
4) Que na presença de Jesus, o homem se sentiu atraído e repelido. Atraído, talvez, pela graça e compaixão do Salvador, e repelido pela santidade que reprovava a sua impureza.
De Jesus notamos:
1)Que, na presença dos poderes diabólicos, sendo reprovado por eles, reprovou imediatamente esses espíritos imundos.
2) Que a sua presença inspira respeito, até dos perdidos.
3) Que exigiu uma ampla confissão do nome e estado do possesso (v.9)
4) que, sendo rogado a retirar-se, foi imediatamente.
5) Que recusou levar consigo o homem  curado, porque este devia primeiro testemunhar aos seus (v.20)
O Dr. Scroggie dá as seguintes divisões:
1)Uma criatura miserável (1-5).
2) Um Salvador poderoso (6-10).
3)Um pânico entre porcos (11-13).
4) Uma grande sensação (14-17).
5) Um servo obediente (18-20).
Notemos os quatro pedidos: do endemoninhado (v.10); dos demônios (v.12); dos gadarenos (v.17); do homem curado (v.18).
“Temos um quadro do homem curado, ‘assentado, vestido e em perfeito juízo’. Passaram o desassossego, a veemência, a paixão. A vergonha da sua nudez está coberta, ele tornou em si mesmo e tem juízo perfeito. Porventura pode haver um juízo perfeito sem que se venha a Cristo?
“Mas o mundo é um mundo caído, e Satanás o seu príncipe. Aqui vemos como isto chega a ser. Esses que rogam a Cristo que se vá, verão o Diabo ficar. O Senhor nos explicou como uma casa varrida e adornada convida a uma visita dessa natureza. Rogam a Cristo, cortesmente, que se vá, pois é possível alguém rejeitar ao Senhor com bons modos; e Ele vai mesmo.
“Mas o homem libertado tem outros pensamentos. A graça divina tem operado no seu coração, e a libertação de que ele tem sido objeto é uma grande realidade. Roga permissão para ficar com Jesus, mas o Senhor tem outros propósitos a seu respeito: “Vai para a tua casa, para teus parentes, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti”. Assim o pecador salvo é feito testemunha da salvação que recebeu no mundo onde Cristo tem sido rejeitado. “E ele foi, e começou a publicar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera” (Grant).
A mulher com fluxo de sangue (21-34). Notemos dela: os anos do seu padecimento; os esforços inúteis para conseguir uma cura (Lucas, o médico, refere que ela gastara com os médicos, mas não conta que ela padecera com eles); o esgotamento dos seus recursos; o desenvolvimento da sua moléstia (v.26); o evangelho que ouviu (v.27); o esforço que fez; o caráter da sua fé (v.28); a rapidez da sua cura; seu susto (v.33). Para entender “a orla do seu vestido” consulte-se Números 15.38.
Segundo Levítico 15.19, o contato com a mulher imunda contamina; mas Jesus ao invés de ser contaminado pelo mal, curou-a.
O Dr. Scroggie marca as seguintes divisões: sua necessidade (v.25); seus desapontamentos (v.26); sua esperança (v.27); seu esforço (v.27); seu contato com Cristo (v.28); sua recompensa (v.29); seu medo (v.33); sua confiança (v.33); sua confissão (v.33); sua salvação (v.34).
Notemos a diferença entre a mulher e Jairo. Este um homem, aquela uma mulher; este interessado na necessidade de outrem, aquela na própria necessidade; este abastado, aquela pobre; este veio abertamente, aquela secretamente; este pediu a bênção, aquela tentou furtá-la. Mas ambos obtiveram seu desejo porque Cristo era a sua única esperança.
A filha de Jairo (35-43). Entre as lições que este incidente ensina, notemos: a) que uma interrupção pode ser uma prova de fé. Visto que a menina estava nas últimas, a demora com a mulher doente deve ter afligido bastante o pai da criança; b) que Jesus, ao receber a notícia do falecimento da criança, apressou-se a reanimar o pai: “Não temas! Crê somente!”; c) que o Salvador corresponde à medida da fé do indivíduo; quem crê que um mero contato trará saúde, prova que assim é (v.28); quem sente a necessidade da presença do Salvador na sua casa (v.23) terá Cristo ali consigo; quem conta que uma palavra de Jesus será suficiente (Mt 8.8), prova que até isto basta.
A palavra “a menina não está morta, mas dorme” não quer dizer que ela não tinha realmente falecido, pois Lucas 8.53 dá a certeza disso. Mas para Jesus – e para o crente- a morte é parecida com um sono, do qual a voz divina acorda o que dorme (At 7.60; 1 Ts 4.13,14).
As palavras “Thalitha cumi” são da língua aramaica.
Depois de a palavra do Senhor Jesus ter dado vida à menina, era mister o cuidado dos pais em alimentar essa vida (v.43). “As palavras provam que a menina tinha agora perfeita saúde, a ponto de ter apetite. Embora recebesse vida por um poder extraordinário, devia ser alimentada por meios comuns. O conselho de um pagão sobre outro assunto é aplicável: ‘nec Deus intersit, nisi dignus vindice nodus inciderit’. (Quando o poder milagroso de Deus é necessári, que seja procurado; quando não é preciso, que se empreguem os meios comuns.) Agir de outro modo seria tentar a Deus” (Treasury).
Podemos notar os mesmos doze anos da doença e da vida da criança. Por doze anos a mulher ficando cada vez mais fraca; por doze anos a menina ficando mais robusta, até que lhe sobreveio uma doença repentina. Então, no momento de extrema necessidade, as duas encontraram seu recurso suficiente e completo em Cristo.
Na bíblia há somente sete casos são de crianças. Elias levantou o filho da viúva de Sarepta (1Rs 17.19-24); Eliseu, o filho da mulher sunamita (2 Rs 4.34-37). A maneira de ressuscitar a criança em cada caso é instrutiva. Elias estendeu três vezes sobre o menino e pôs a boca sobre a boca dele, os seus olhos sobre os olhos dele, as suas mãos sobre as mãos dele, e curvou-se sobre ele, transmitindo-lhe calor à carne.

Quão diferente o procedimento do Senhor Jesus! “Tomando a mão da menina, disse-lhe Thalitha cumi”. Ele era maior poderoso do que a morte. Mas em ambos os casos houve contato.

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