quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MARCOS CAPÍTULO 7

O mandamento de Deus e as tradições dos homens (1-23). Aprendemos deste trecho: que o cristianismo é uma religião espiritual e não formal; que a verdadeira contaminação é do mal sai do coração, não do alimento que entra pela boca.
É fácil haver uma religiosidade exterior que faz muita questão de ritos e cerimônias, da distribuição do cálice do Senhor em um ou mais copos, da atitude do corpo em oração, mas que não se preocupa com o estado do coração.
Podemos ter quase a certeza de que, na medido em que alguém se preocupa com coisas materiais, deixa de apreciar os valores espirituais. Alguns chegam a ponto de excomungar os crentes mais espirituais, uma vez que estes não usam os mesmos ritos e cerimônias.
Podemos considerar quatro pontos:
1) Qual foi a tradição dos anciãos.
2) Qual foi o costume dos discípulos.
3) Como os fariseus comentaram o caso.
4) Como Jesus vindicou seus discípulos.
(Matthew Henry).
Notemos que grande parte da religião dos fariseus consistia em censurar os outros. Vieram de Jerusalém, uma viagem de muitas léguas, não para aprender, mas para criticar.
A explicação dos versículos 1-4 mostra que Marcos não escreveu para os judeus, que já sabiam seus próprios costumes.
“Que seja um corbã (uma oferta dedicada a Deus v.11), assim permitindo a um filho mau alegar que seus bens eram dedicados a Deus, e por isso não disponíveis para sustentar seus velhos pais.
O fim do versículo 19 tem sido muito discutido pelos instruídos. Alguns preferem a tradução como na V.B. “isto disse, purificando todos os alimentos”, mas não é certo que deve ser traduzido assim “Isto disse” não estão no grego.
“O Senhor explica que o processo de comer, ainda que sem a cerimônia de lavar as mãos, à qual os fariseus davam tanta importância, não contamina o homem. Embora algumas partículas de impurezas fossem ingeridas, tudo seria purgado na ordem natural, e o homem não ficaria pior” (Goodman).
“Marcos salienta mais que Mateus a escrupulosidade religiosa que se preocupa com o exterior, as lavagens, cerimoniais de mãos, copos, vasilhas, leitos – uma coisa enfadonha e sem proveito espiritual. Deus, pela pena de Isaías (29-13), havia caracterizado isso como mero externalismo sem coração. Mandamentos humanos pretendendo autoridade divina – uma coisa tão essencialmente oca que o Senhor a denuncia como Hipocrisia” (Grant).
A mulher cananéia (24-30), Tiro era uma cidade de gentios, e a mulher era estrangeira. Neste incidente consideremos:
1)A menina sujeita a um poder diabólico, sofrendo um mal que os médicos não sabiam curar; figura de moças de hoje que não se submetem a vontade de Deus.
2) A mãe da menina, provavelmente viúva, empenhada pelo bem da filha, e persuadida a recorrer a Cristo.
3) O Salvador da menina, aparentemente indiferente ao mal, parecendo menos misericordioso que os discípulos, mas querendo desenvolver a fé da mulher e instruí-la a contar plenamente com a sua misericórdia.
4) A cura da menina. Vemo-la agora, em vez de aflita, tranquila; em vez de exaltada e irritada, cheia de gratidão; em vez de sentir o poder do maligno na sua vida, experimenta o poder e a graça de Cristo.
A cura do surdo e gago (31-37). É relatada somente por Marcos. Podemos achar nos benefícios que Cristo trouxe ao corpo dos doentes figuras das bênçãos que Ele quer trazer ao nosso espírito. Quem é espiritualmente surdo ou gago? Quem escuta bem a voz de Deus e fala claramente com Ele?
Notemos  neste milagre: a localidade. Decápolis (“dez cidades”) fora da Terra Santa, entre os gentios; o empenho dos amigos que trouxeram o surdo a Cristo; o pedido dos amigos; o silêncio do doente; numa semelhança com a cura do cego em 8.23, Jesus usa um processo em vez de simples palavras.
Jesus toma o homem à parte da multidão: a preocupação com a gente em redor pode, às vezes, impedir o recebimento da bênção divina.
Não nos esqueçamos de que Jesus levantou os olhos ao Céu, como que confessando que o ato de misericórdia que ia praticar era de acordo com a vontade divina. Ele suspirou, pensando, talvez, nos milhares que não procurariam a sua graça – ou talvez sabendo que o homem podia deixar de usar da melhor maneira a bênção recebida.
O que Jesus fez devia ter explicado ao doente (que não podia ouvir) o sentido da sua oração silenciosa, com os olhos levantados ao Céu. Assim ensinou ao doente que o benefício suplicado havia de vir dos céus.

“E ordenou-lhes que a ninguém dissessem”(v.36). Por que? Quando nada, Jesus não ambicionava publicidade; mas as maravilhas que fez não podiam ser escondidas: “Quanto mais lho proibia, tanto mais o divulgava”. 

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