O paralítico (1-12).
Depois de uma viagem de evangelização, Jesus está de volta em Cafarnaum, e
“logo se ajuntaram tantos que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam”.
Notemos: que o
paralítico não podia ir procurar a cura; que a bênção que recebeu foi devida ao
empenho de quatro amigos; que menos um desses sabia como poderia abrir um
buraco no telhado da casa; que Jesus apontava o motivo da doença, o pecado; que
Ele tinha poder para perdoar; que Ele lia os corações; que o “leito” do doente
era provavelmente uma espécie de esteira; que os assistentes ficaram
impressionados com o milagre.
Sobre a construção das
casas em Cafarnaum, e como se podia baixar um doente pelo telhado, podemos
consultar “The Land and the Book”, pág. 358. A descrição é muito longa para se
traduzir aqui, mas, em resumo, podemos entender o seguinte: os telhados das
casas eram muito baixos: os caibros tinham uma distância de um metro de um ao
outro; transversalmente aos caibros colocavam-se ramos cobertos de reboco e
barro para proteger tudo do tempo. Não é difícil remover uma parte dessa
coberta, mas a maior dificuldade da narrativa é pensar no incômodo que a poeira
havia de causar às pessoas dentro da casa. Não precisamos supor que os quatro
amigos baixassem o doente até o chão sem auxílio algum do povo lá dentro.
Várias coisas
interessam-nos neste milagre de cura. Por exemplo:
1) Como Jesus tratou
primeiro da origem da doença: o pecado do homem.
2) Como Ele podia e
quis perdoar os pecados que causaram o mal, e em fazê-lo demonstrou ser Deus
(v.7).
3) A oposição dos
escribas assentados ali, e ao mesmo tempo o discernimento deles que o perdão de
pecados é prerrogativa de Deus.
4) Como Jesus percebeu
os pensamentos íntimos deles (8).
5) Porque era mais
fácil curar que perdoar: para isso tinha que haver uma obra expiatória; para
aquilo, uma manifestação do poder divino.
6) Saúde restaurada
era uma prova de pecado perdoado (10).
O homem curado,
“tomando logo o leito, saiu”. O dr. Scroggie pergunta a seus leitores; “Vosso
leito está debaixo das costas, ou carregado no ombro?”
Levi (Mateus) é
chamado (13-17). Ficamos a imaginar se Mateus seria irmão de Tiago, outro
“filho de Alfeu” (3.18), e qual dos dois teria falado ao outro a respeito do
Mestre.
Vemos o poder da
palavra de Jesus; disse apenas “Segue-me”, e foi transformado toda uma vida.
Quais palavras de Jesus que mais nos têm impressionado?
A primeira coisa que
Levi quis fazer foi apresentar Jesus aos seus amigos, e lembrou-se de fazê-lo
por meio de um jantar. Alguém pode fazer hoje coisa semelhante?
O jejum (18-22). Hoje,
perante o mundo, jejuamos (abstendo-nos de certos gozos lícitos) porque Cristo
está ausente. Reunidos com os crentes, regozijamo-nos porque Cristo está “no
meio”.
Os versículos 21.22
ensinam que Cristo não propôs remendar o velho judaísmo nem pôr o “novo vinho”
do Evangelho dentro dos antigos ritos e cerimônias. Ele trouxe um novo ensino,
uma nova proclamação – as boas-novas de que a graça de Deus pode agora
manifestar-se em bênçãos para todos que, arrependidos, creem em Cristo.
Diz o Dr. Scroggie: “A
verdade é que o judaísmo e o cristianismo; a Lei e o Evangelho; o legalismo e a
liberdade espiritual, são incompatíveis. O novo material do Evangelho não deve
ser empregado para remendar o velho vestido da Lei; nem devemos pôr o novo
vinho do cristianismo nos velhos odres do judaísmo (leia-se Gálatas 4.5 e especialmente
5.1). É de lamentar que muitos cristãos vivem na velha dispensação do tempo e
das estações: “não toques, não proves, não manuseies”- confessando a Cristo,
seguem a Moisés. O cristianismo nunca havia de ser um judaísmo remendado. Este
fato é a condenação do ritualismo”.
Jesus, Senhor do
Sábado (23-28). Cristo viu o povo muito apegado ao ritualismo, por isso ensinou
que ritos, cerimônias e dias de guarda não constituem uma lei de ferro. Em seu
serviço podemos trabalhar até num dia de guarda, como também atender a
necessidade do nosso corpo (25).
A essência do
parágrafo está no versículo 27 – O sábado era uma bênção, não uma carga; o
sábado era para o homem, e não o homem para o sábado.
Conforme 1 Samuel 21,
o nome do sumo sacerdote era Aquimeleque e não Abiatar (v.8). Esta diferença
tem sido explicada de diversas maneiras pelos expositores. O livro de Treasury
diz que Abiatar era filho de Aquimeleque e que provavelmente pai e filho
levaram os dois nomes, que parece ser certo de 2 Samuel 8.17 e 1 Crônicas
18.16, onde Aquimeleque é evidentemente chamado de Abiathar, enquanto Abiathar
é chamado de Aqimeleque.
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