quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MATEUS CAPÍTULO 16


O fermento dos fariseus (1-12). “O sinal do profeta Jonas (v.4) significa a ressureição de Cristo (Mt 12.39,40).
“Em Marcos o aviso (v.6) abrange também os herodianos. As três classes representam princípios do mal: Fariseus – o formalismo; saduceus – racionalismo; herodianos – secularismo. Essas seitas não existem mais, porém ainda há o que elas representaram. A tragédia é que esses males têm invadido as igrejas, e tem substituído a realidade, fé e adoração”(Scroggie).
A confissão de Pedro (13-23). A ignorância do povo a respeito do Senhor Jesus, revelada nesses versículos, existe ainda hoje.
Muito tem sido escrito referente às palavras “sobre esta pedra edificarei minha igreja”. Um dos melhores ensinos está no livro “Problema Religioso” de E.C. Pereira.
Entendemos que a “pedra” era a confissão de Pero: “Cristo, o filho do Deus vivo”, a verdade fundamental da Igreja (1Co 3.11).
Versículo 18. Muitos podem ter notado que as palavras “Tu és Pedro” (Sobre as quais tem havido tanta controvérsia) parecem não ter referência ao assunto em publicação na língua inglesa, com as iniciais W.A.F.: “Todas as evidências tendem a provar que as palavras de Jesus não eram ‘su ei Petros’ (tu és Pedro) mas ‘su eipas’ (tu falaste a verdade), uma forma de expressão empregada várias vezes pelo Senhor (Mt 26.64, etc.) A Vulgata latina tem ‘Tu és Pedro’, mas sabemos que essa foi uma tradução por S. Jerônimo encomendada pelo então bispo de Roma.
Mas Jerônimo nos seus escritos particulares emprega as palavras gregas ‘su eipas’ (tu disseste) e o grande S. Agostinho (d.C. 295) dá o equivalente em latim: ‘Tu dexiste’ (tu disseste), que concorda muito melhor com o contexto”.
“Eu te darei as chaves do reino dos céus” (v.19). A interpretação comum é bem apresentada pelo dr. Goodman: “As chaves dadas a Pedro representam a essencial honra que lhe foi concedida: a de ser o primeiro a anunciar o Evangelho aos Judeus ( no pentecoste) e aos gentios ( na casa de Cornélio), tendo sido o Espírito Santo dado do céu em cada uma dessas ocasiões. Pedro mesmo descreve seu privilégio assim: ‘Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho, e cressem’ (At 15.7). Assim ele anunciou o perdão  de pecados a todos os que creem. Deus confirmou do Céu o perdão que todos os seus servos podem declarar sobre a terra (v.19;18.18; Jo 20.23)”.
F.W. Grant interpreta o versículo diferentemente: “É comum salientar o lugar notável de Pedro no dia de Pentecoste, abrindo o Reino aos judeus, e depois, na pessoa de Cornélio, aos gentios. Mas podemos admitir que ele ocupava um lugar eminente, enquanto negamos que fosse um lugar exclusivo. E de fato não podemos excluir os outros discípulos no dia de Pentecoste; nem no caso de Cornélio podemos concordar que esse fosse o único uso das chaves com relação aos gentios, nem admitir que fosse necessária outra chave diferente daquela que abrira o reino aos judeus. Um só ato não havia de esgotar o uso da chave, nem seriam duas chaves para abrir a porta duas vezes.
“Podemos entender que a porta, uma vez aberta, assim permaneceu para nunca mais precisar de chave? Pelo contrário, creio que se pode demonstrar concludentemente que a administração do reino, simbolizada por estas chaves, ainda não terminou: não findou com um ato inicial de autoridade. Os homens ainda recebem o reino e são recebidos no reino; e se as chaves falam de admissão ao reino, e o reino á a esfera do discipulado, então a chave é de fato somente autoridade para discipular.”
“Ora, há chaves, e não simplesmente uma chave; e se nosso pensamento é acertado, isto significa uma dupla maneira de admitir. A primeira é a que o Senhor chama ‘a chave da ciência’, a qual ele diz que os doutores da lei tiravam do povo (Lc 11.52). Semelhantemente Ele denuncia os fariseus por fecharem o reino dos céus aos homens: ‘Nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando’(Mt 23.13)”.
“Pedro não recebeu as chaves da Igreja, mas do reino. Uma chave é sinal de autoridade (Is 22.22), e o que esse poder de ligar e desligar significava para Pedro, significava também para os outros discípulos (18.18)”.
É erro pensar que o versículo 19 ensina que tudo que uma igreja local determina é aprovado no Céu!
Quem aprova um mal, tem a mesma culpa de um malfeitor, mas Deus nunca aprovou uma decisão errada. Uma igreja local pode, por exemplo, resolver excomungar todos os crentes que não tem uma certa compreensão sobre o batismo, mas não vamos pensar que os tais excluídos ficam reprovados no Céu.
As condições do discipulado apontados nos versículos 24-27 merecem séria atenção – Renunciar; tomar; seguir.
A expressão “tome sobre si a sua cruz” (v.24) ou “tome cada dia a sua cruz”(Lc 9.23) Não parece tão estranha e incompreensível a nós que nos gloriamos na cruz de Cristo (Gl 6.14), como deve ter soado aos ouvidos dos discípulos de Jesus, que nada sabiam da morte violenta que Ele havia de sofrer, e que conheciam a crucificação somente como o suplício dos criminosos e escravos rebeldes. O Dr. C.C Torrey sugere que devemos ler “jugo” em vez de cruz, pois o jugo era feito em uma forma de cruz e, por isso, uma palavra equivalia a outra. Assim pelo menos obtém-se um sentido compreensível, de o verdadeiro discípulo de Cristo, em cada dia da sua vida, tomar o serviço que lhe toca e fazê-lo na companhia do seu Senhor (Mt 11.29).
Assim entendido, “o seu jugo”, seria o mesmo que “o meu jugo” de Mateus 11.29, e o discípulo teria a convicção de não ter nunca que trabalhar sozinho, nem ir adiante ou atrás de seu Mestre.
A nota completa do dr. Torrey é assim: A frase ‘tomar a cruz e seguir-me’ ocorre cinco vezes nos evangelhos sinóticos ( MT 10.38; Mc 8.34; Lc 9.23 e 14.27). É geralmente precedida pelas palavras ‘negue-se a si mesmo’. A primeira vez, em Marcos, a exortação é dirigida não meramente a discípulos, mas ao povo, como também no trecho paralelo em Lucas, onde o advérbio “diariamente” é acrescentado. Muitos têm observado que podíamos esperar ler aqui não é cruz mas jugo, tornando a exortação compreensível aos ouvintes.  A palavra (aramaica) é certamente “zoif”, que nós conhecemos somente com o sentido de “cruz”. Quando, porém, se nota que o jugo dos animais que puxam o arado tem precisamente a forma de cruz, uma vara com a outra transversal na extremidade, parece quase certo que na linguagem popular da galileia a palavra significava também “jugo”.


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