O fermento dos
fariseus (1-12). “O sinal do profeta Jonas (v.4) significa a ressureição de
Cristo (Mt 12.39,40).
“Em Marcos o aviso
(v.6) abrange também os herodianos. As três classes representam princípios do
mal: Fariseus – o formalismo; saduceus – racionalismo; herodianos –
secularismo. Essas seitas não existem mais, porém ainda há o que elas
representaram. A tragédia é que esses males têm invadido as igrejas, e tem
substituído a realidade, fé e adoração”(Scroggie).
A confissão de Pedro
(13-23). A ignorância do povo a respeito do Senhor Jesus, revelada nesses
versículos, existe ainda hoje.
Muito tem sido escrito
referente às palavras “sobre esta pedra edificarei minha igreja”. Um dos
melhores ensinos está no livro “Problema Religioso” de E.C. Pereira.
Entendemos que a
“pedra” era a confissão de Pero: “Cristo, o filho do Deus vivo”, a verdade
fundamental da Igreja (1Co 3.11).
Versículo 18. Muitos
podem ter notado que as palavras “Tu és Pedro” (Sobre as quais tem havido tanta
controvérsia) parecem não ter referência ao assunto em publicação na língua
inglesa, com as iniciais W.A.F.: “Todas as evidências tendem a provar que as
palavras de Jesus não eram ‘su ei Petros’ (tu és Pedro) mas ‘su eipas’ (tu
falaste a verdade), uma forma de expressão empregada várias vezes pelo Senhor
(Mt 26.64, etc.) A Vulgata latina tem ‘Tu és Pedro’, mas sabemos que essa foi
uma tradução por S. Jerônimo encomendada pelo então bispo de Roma.
Mas Jerônimo nos seus
escritos particulares emprega as palavras gregas ‘su eipas’ (tu disseste) e o
grande S. Agostinho (d.C. 295) dá o equivalente em latim: ‘Tu dexiste’ (tu
disseste), que concorda muito melhor com o contexto”.
“Eu te darei as chaves
do reino dos céus” (v.19). A interpretação comum é bem apresentada pelo dr.
Goodman: “As chaves dadas a Pedro representam a essencial honra que lhe foi
concedida: a de ser o primeiro a anunciar o Evangelho aos Judeus ( no
pentecoste) e aos gentios ( na casa de Cornélio), tendo sido o Espírito Santo
dado do céu em cada uma dessas ocasiões. Pedro mesmo descreve seu privilégio
assim: ‘Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a
palavra do Evangelho, e cressem’ (At 15.7). Assim ele anunciou o perdão de pecados a todos os que creem. Deus
confirmou do Céu o perdão que todos os seus servos podem declarar sobre a terra
(v.19;18.18; Jo 20.23)”.
F.W. Grant interpreta
o versículo diferentemente: “É comum salientar o lugar notável de Pedro no dia
de Pentecoste, abrindo o Reino aos judeus, e depois, na pessoa de Cornélio, aos
gentios. Mas podemos admitir que ele ocupava um lugar eminente, enquanto
negamos que fosse um lugar exclusivo. E de fato não podemos excluir os outros
discípulos no dia de Pentecoste; nem no caso de Cornélio podemos concordar que
esse fosse o único uso das chaves com relação aos gentios, nem admitir que
fosse necessária outra chave diferente daquela que abrira o reino aos judeus.
Um só ato não havia de esgotar o uso da chave, nem seriam duas chaves para
abrir a porta duas vezes.
“Podemos entender que
a porta, uma vez aberta, assim permaneceu para nunca mais precisar de chave?
Pelo contrário, creio que se pode demonstrar concludentemente que a
administração do reino, simbolizada por estas chaves, ainda não terminou: não
findou com um ato inicial de autoridade. Os homens ainda recebem o reino e são
recebidos no reino; e se as chaves falam de admissão ao reino, e o reino á a
esfera do discipulado, então a chave é de fato somente autoridade para
discipular.”
“Ora, há chaves, e não
simplesmente uma chave; e se nosso pensamento é acertado, isto significa uma
dupla maneira de admitir. A primeira é a que o Senhor chama ‘a chave da
ciência’, a qual ele diz que os doutores da lei tiravam do povo (Lc 11.52).
Semelhantemente Ele denuncia os fariseus por fecharem o reino dos céus aos
homens: ‘Nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando’(Mt
23.13)”.
“Pedro não recebeu as
chaves da Igreja, mas do reino. Uma chave é sinal de autoridade (Is 22.22), e o
que esse poder de ligar e desligar significava para Pedro, significava também
para os outros discípulos (18.18)”.
É erro pensar que o
versículo 19 ensina que tudo que uma igreja local determina é aprovado no Céu!
Quem aprova um mal,
tem a mesma culpa de um malfeitor, mas Deus nunca aprovou uma decisão errada.
Uma igreja local pode, por exemplo, resolver excomungar todos os crentes que
não tem uma certa compreensão sobre o batismo, mas não vamos pensar que os tais
excluídos ficam reprovados no Céu.
As condições do
discipulado apontados nos versículos 24-27 merecem séria atenção – Renunciar;
tomar; seguir.
A expressão “tome
sobre si a sua cruz” (v.24) ou “tome cada dia a sua cruz”(Lc 9.23) Não parece
tão estranha e incompreensível a nós que nos gloriamos na cruz de Cristo (Gl
6.14), como deve ter soado aos ouvidos dos discípulos de Jesus, que nada sabiam
da morte violenta que Ele havia de sofrer, e que conheciam a crucificação
somente como o suplício dos criminosos e escravos rebeldes. O Dr. C.C Torrey
sugere que devemos ler “jugo” em vez de cruz, pois o jugo era feito em uma
forma de cruz e, por isso, uma palavra equivalia a outra. Assim pelo menos
obtém-se um sentido compreensível, de o verdadeiro discípulo de Cristo, em cada
dia da sua vida, tomar o serviço que lhe toca e fazê-lo na companhia do seu Senhor
(Mt 11.29).
Assim entendido, “o
seu jugo”, seria o mesmo que “o meu jugo” de Mateus 11.29, e o discípulo teria
a convicção de não ter nunca que trabalhar sozinho, nem ir adiante ou atrás de
seu Mestre.
A nota completa do dr.
Torrey é assim: A frase ‘tomar a cruz e seguir-me’ ocorre cinco vezes nos
evangelhos sinóticos ( MT 10.38; Mc 8.34; Lc 9.23 e 14.27). É geralmente
precedida pelas palavras ‘negue-se a si mesmo’. A primeira vez, em Marcos, a
exortação é dirigida não meramente a discípulos, mas ao povo, como também no
trecho paralelo em Lucas, onde o advérbio “diariamente” é acrescentado. Muitos
têm observado que podíamos esperar ler aqui não é cruz mas jugo, tornando a
exortação compreensível aos ouvintes. A
palavra (aramaica) é certamente “zoif”, que nós conhecemos somente com o
sentido de “cruz”. Quando, porém, se nota que o jugo dos animais que puxam o
arado tem precisamente a forma de cruz, uma vara com a outra transversal na
extremidade, parece quase certo que na linguagem popular da galileia a palavra
significava também “jugo”.
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