Com respeito ao coxo
podemos notar: a) que provavelmente estivera ali há bastante tempo; muitas
vezes tinha visto Jesus passar, mas nunca lhe pedira a cura; b) que ele agora
pede uma esmola de dinheiro, obtendo uma dádiva de saúde; c) recebeu, por graça
divina, o poder de andar bem, e imediatamente faz uso dos seus novos poderes,
entrando na Casa de Oração. d) em consequência da graça recebida, vemos o homem
com nova saúde, nova alegria, nova direção, nova companhia, novo louvor.
A mensagem do milagre
(11-26). É o terceiro discurso de Pedro. O primeiro: 1.15-22; o segundo;
2.14-36; o terceiro: 3.12-26.
Vemos como Pedro fala
do nome de Jesus (v.16); esse nome nos ocupa com a Pessoa a quem pertence com o
caráter de quem é referido, e com o poder e a caridade do Senhor. Empregar o
nome de Cristo assim importa invocar o poder de Cristo (Goodman).
Notemos que no
versículo 26 devemos ler "levantando" (como no versículo 22) e não
"ressuscitando".
Pedro e João perante o
Sinédrio (1-12). Vemos agora o começo do conflito e da perseguição aos
cristãos, conflito esse que tem perdurado , ora mais intensamente, ora menos,
até hoje. Prisões, mais do que palácios, têm sido santificados pelas orações
dos crentes.
As primeiras
consequências (13-23) da pregação do Evangelho: a) os pregadores presos; b) as
autoridades religiosas opõem-se; c) as testemunhas cheias do Espírito Santo; d)
a verdade proclamada; e) as Escrituras citadas; f) a salvação anunciada no nome
de Cristo; g) muitos crêem.
Uma reunião apostólica
para oração (24-37). vemos: a) que estavam unânimes em levantar a voz a Deus em
oração - não em discutir o incidente perante o Sinédrio; b)glorificaram a Deus
como o inspirador das Escrituras; c) pediram ousadia para testemunhar, e sinais
confirmatórios.
A resposta à oração
foi notável: a) o lugar abalado (31); b) unanimidade (32); c) poder e graça
(33); d) liberalidade (32,34)(Goodman).
Podemos notar que o
ideal referido no versículo 32 de
comunidade de bens era comunidade de uso e não de posse. A medida em que uma
coisa semelhante pode realizar-se hoje depende do grau de confiança mútua que
existia entre os crentes (veja-se sobre 2.44).
Vemos ainda mais: a
venda de propriedades e a distribuição apostólica do produto (34-37).
"Isto não quer
dizer que todos vendiam tudo que tinham, mas que a necessidade do momento foi
suprida dessa maneira: mediante a venda de propriedades" (Grant).
O juízo começa pela
casa de Deus (1-16; 1Pe 4.17). O assunto de juízo na casa de Deus merece um
cuidadoso estudo. Podemos notar os seguintes pontos: a) o juízo do povo de Deus
merece um cuidadoso estudo. Podemos notar os seguintes pontos: a) o juízo do
mundo será no fim deste "Dia de graça" (At 17.31; 2 Co 5.10); b) O
juízo do povo de Deus em disciplina, castigo e correção começa nesta vida (1 Co
11.32) para que não pereçamos com o mundo; c) se nós julgássemos a nós mesmos,
não seríamos julgados (11.31); d) este julgamento, às vezes, toma a forma de
doença (1 Co 11.30; Tg 5.15); e) o juízo será consumado no Tribunal de Cristo
(2 Co 5.10).
O pecado de Ananias e
Safira foi chocante porque era: a) premeditado; b) disfarçado com hipocrisia;
c) acompanhado de mentira (Goodman).
Libertação milagrosa
(17-28). Em certas ocasiões, o crente, perseguido em uma cidade, deve fugir
para outra (Mt 10.23); em outras Deus revela ser sua vontade que volte a
apresentar-se perante os inimigos para tornar a dizer-lhes "todas as
palavras desta vida" (v.20).
Notemos a expressão
"esta vida" - não uma nova lei, uma nova religião, mas uma nova vida
de que Cristo é o motivo, poder e alvo.
Pedro e os príncipes
dos sacerdotes (29-42). Aqui temos o quarto discurso de Pedro, em que ele mais
uma vez testifica de Cristo.
Notemos: a) o que o
Sinédrio disse ao apóstolo; b) o que o apóstolo disse ao Sinédrio; c) o que
Gamaliel aconselhou. O conselho de Gamaliel mostra prudência humana, mas nenhum
zelo pela verdade.
Vemos a barbaridade
daqueles tempos, em que cruelmente açoitaram os dois apóstolos sem ter podido
provar qualquer delito contra eles.
"Os amigos de Jó
argumentaram como Gamaliel, e foram reprovados pelo sofredor por falarem
enganosamente (Jó 13.7), pois ele tem visto os iníquos passar seus dias na
prosperidade (Jó 21.13). O pregador tinha visto o mesmo e o relato entre as
vaidades das coisas terrestres (Ec 8.14). Habacuque fez uma queixa semelhante
(Hb 1.13), e Jeová respondeu-lhe que o justo viverá pela fé (2.4)" (Grant).
A instituição dos
diáconos (1-7). Estranhamos um pouco a situação revelada nestes versículos.
Parece ser consequência de terem tantos dos discípulos vendido seus bens e
entregado o dinheiro à igreja. Agora contam com a igreja para sustentar as
viúvas que deviam ser protegidas pelos seus parentes.
Acaso teria relação
com a mesma circunstância e fato de haver tantos crentes pobres em Jerusalém
(Rm 15.26), que foi preciso socorrê-los mediante coletas no estrangeiro?
No versículo 1 devemos
preferir a tradução da V.B. "helenistas" e não "gregos".
Entendemos que se trata, não de gentios, mas de israelitas moradores no
estrangeiro, nessa ocasião, presentes em Jerusalém, e dispostos a abraçar o
novo ensino.
Notemos as qualidades
necessárias até para prestar um serviço humilde na Igreja; cheio : 1) do
Espírito Santo; 2) da sabedoria; 3) graça (V.B. 8); 4) fé; 5)poder. Porventura
temos todas essas qualidades?
Uma das lições do
incidente pode ser que quem tem dons de ensino espiritual nem sempre deve
preocupar-se com a administração dos fundos da igreja.
Esta é a primeira vez
que lemos na Palavra de uma "reunião de negócios" da igreja.
É interessante notar
que todos os "diáconos" tinham nomes gregos, havendo assim mais uma
garantia de que as viúvas não seriam desprezadas.
O primeiro mártir
(8-15). Este esboço do caráter de Estevão é cheio de interesse. Vemos nele
qualidades preciosas: fé, poder, sabedoria, espiritualidade, e um aspecto como
de um anjo. Contudo, nada disso impressionava os inimigos, que fizeram seu
apelo à cobiça e ao fanatismo do povo. E ainda hoje acontecem coisas
semelhantes.
A sinagoga dos
libertinos (9). "É preferível a tradução da V.B. "libertos",
referindo-se talvez, a judeus levados cativos a Roma por Pompeu em 63 a.C. e cujos
filhos, libertados, voltaram à Jerusalém e ali fundaram uma sinagoga"
(Pequeno dicionário Bíblico).
"Mudar os
costumes que Moisés nos deu" (v.14). Essa foi a principal acusação contra
Estevão. Nada há que mais escandalize a maior parte das pessoas do que uma
proposta de mudança religiosa. Muitos chegam a reprovar o Evangelho ainda hoje
porque lhes parece diferente daquilo a que estão acostumados.
Estevão fala de
Abraão, Jacó, José, etc. (1-19). As acusações contra Estevão eram duas: 1)
blasfêmia contra Moisés e Deus, e 2) a afirmação de que "este Jesus"
havia de destruir o templo e a Lei.
Na sua defesa ele: a)
reconta a história nacional; b) diz que esta história demonstrava a disciplina
divina; c) afirma a constante perversidade do povo.
Podemos aprender
algumas lições deste trecho, por exemplo: que o passado contém lições para o presente;
que a nossa educação espiritual seria incompleta sem o Velho Testamento; que a
voz de Deus pode mandar-nos sair de nosso lugar e família; que a senda da fé é
uma peregrinação; que o povo de Deus pode ser oprimido pelo mundo.
"No versículo 16
há uma bem conhecida dificuldade relacionada com o que se diz aqui do enterro
de Jacó e seus filhos. A retificação mais simples é omitir a palavra
"Abraão" do texto aqui, que então seria "que ele comprara"
referindo-se a Jacó, e eles foi transportado para Siquém, havia de referir-se
somente aos filhos de Jacó, um dos quais, como sabemos, era José, e a tradição
judaica diz que os outros filhos também o foram. A omissão da palavra Abraão
encontra apoio na seguinte circunstância: que um manuscrito uncial (escrito em
letras maiúsculas) antigo e de boa autoridade, apresenta nesta altura um
acréscimo que dá uma forte presunção de que" Abraão" seja um
acréscimo" (Grant).
Bullinger traduz o
versículo 16 assim: "E foram transportados para Siquém, e postos na
sepultura, ele [Jacó], naquela que Abraão comprara por certa soma de dinheiro,
e eles nessa que foi comprada aos filhos de Hamor, em Siquém" (J. 349). E,
no versículo 18: "se levantou um rei de outra família" (J.350).
Estevão fala de Moisés
(20-40), provando que esse foi recusado por Israel (v.35), e que o mesmo Moisés
falara de Cristo (v.37), que os adversários também rejeitaram.
Um profeta como eu
(v.37),. Semelhante a Moisés em que ambos tinham um preparo especial e uma
vocação divina; ambos fundaram uma dispensação; exerciam uma nova força
espiritual; eram ensinadores religiosos; possuíam autoridade divina; foram
rejeitados por sua geração. Mas o Messias é maior do que Moisés (Scroggie).
Estevão fala da
apostasia de Israel (41-53), arguindo o povo de desobediência, de idolatria, de
hipocrisia religiosa, e referindo-se ao castigo divino. Fala do afastamento dos
israelitas de Deus, prevendo que serão abandonados às suas próprias
concupiscências (v.42 comparado com Romanos 1.24, 26) e desterrados da sua
pátria.
Contudo, não se
incomodaram muito com esta repreensão, porém quando Estevão parecia desprezar o
templo, o aspecto dos adversários mudou.
Houve murmuração, e
talvez gritaria. Assim é que se explica a mudança repentina do estilo do
discurso nos versículos 51-53.
Estevão é assassinado
(54-60). E no meio desta gritaria infernal, Estevão não mais encara os
inimigos. Com os olhos levantados ele vê a glória de Deus, e Jesus de pé
(compare-se com Colossenses 3.1 - Cristo sentado) como se estivesse ainda
disposto a voltar. "Mas os seus cidadãos aborreciam-no, e mandaram após
ele embaixadores [como Estevão] dizendo: Não queremos que este reine sobre
nós." (Lc 19.14).
Vemos que o Mártir,
nas suas últimas palavras (v.60), mostrou o mesmo espírito do seu Senhor (Lc
23.34). Compare-se a última oração de Sansão em Juízes 16.28.
Falando de Estevão e
do moço Saulo, diz F.W. Grant: "Aqui evidentemente temos uma previsão
daquilo que ia acontecer. Somente na linguagem de Saulo, o perseguidor, que
logo chegou a ser Paulo, o apóstolo, podemos achar uma expressão adequada da
interpretação espiritual dos últimos momentos do moribundo Estevão. Saulo havia
de ver, pela maravilhosa graça de Deus, aquilo que Estevão percebeu e de que
testificou na hora da sua morte. Saulo tinha visto aquele poder transformador
da glória de Cristo, do qual ele fala. Em algum sentido, Paulo dá uma ideia de
Estevão revivendo. A vida de Paulo parece ser o reflexo da impressão que
recebeu por ocasião da morte do Mártir. Certamente temos aqui a antecipação
daquele "Evangelho da glória de Cristo" (2 Co 4.4), que era, num
sentido especial, o Evangelho de Paulo".
Saulo, Filipe e Simão
(1-8). "O Evangelho descobre o verdadeiro caráter dos homens. Temos neste
capítulo uma tríplice ilustração desta verdade. Em Saulo, revela animosidade e
ódio; em Filipe, amor e desejo pelo bem dos samaritanos, outrora inimigos; em
Simão, avareza e ambição do poder" (Goodman).
Notemos as
consequências da primeira perseguição: espalhou os crentes, e assim resultou em
propagação do Evangelho; separou os genuínos dos meramente interessados;
despertou os coraçãoes dos verdadeiros crentes; fortaleceu esses crentes no seu
testemunho do Evangelho.
Este não é Filipe, o
apóstolo, mas o "diácono" (6.5) e evangelista (21.8).
Sobre o versículo 4
diz o dr. Maclaren:
1) Notemos o impulso
espontâneo a que estes homens obedeceram. Regozijando-se em um grande Salvador
e amigo, e vendo em redor os que necessitavam dele, pregavam-lhe a Cristo. Este
impulso resulta:
a) de um interesse
pessoal em Cristo, de uma experiência da sua graça salvadora; b) de uma
compaixão por aqueles que carecem de bênção espiritual; c) de uma lealdade a
Cristo, querendo obedecer ao seu mandato e proclamar a sua fama.
2) Notemos a obrigação
universal de todos os crentes de anunciarem a Cristo. Estes Homens não eram
formados; não tinham salário; evangelizavam espontaneamente.
3) Notemos a
simplicidade da mensagem que proclamavam, falando pela experiência própria,
anunciavam a Cristo como Salvador e Senhor.
4) Notemos o poderoso
ajudador que cooperava com eles: "a mão do Senhor estava com eles". E
nosso serviço, por mais humilde que seja, terá bom êxito com a sua bênção.
Simão, o embusteiro
(9-25). No caso deste homem vemos como é possível alguém ser "crente"
porque percebe que o Evangelho é a verdade (veja-se Jo 2.23), porém, sem ser
convertido pelo poder dessa verdade na própria vida.
1) Que Simão, o Mago,
creu (v.13) alguma coisa, mas, pelo visto, não era renascido. Contudo foi
batizado e incluído no rol dos discípulos.
2) Que ele pensava ser
o cristianismo mais uma forma de magia, e que se pudesse obter por dinheiro o
conhecimento dos seus mistérios.
3) Que Pedro discerniu
estar Simão Mago ainda no caminho da perdição (v.20), e o denunciou como quem
não tinha parte nem sorte em Cristo.
4) Que um tal
"crente", professo, batizado, mas perdido, pode arrepender-se e orar
a Deus, implorando perdão.
5) Que Deus toma
conhecimento dos pensamentos do coração (v.22; 1 Sm 16.7).
6) Que podemos
interceder pelos iníquos arrependidos.
Filipe e o eunuco
(26-40). Dos sete que foram escolhidos para servir às mesas (6.5), um foi
martirizado logo, e outro foi transformado em evangelista. Também a necessidade
de servir às mesas desapareceu com a dispersão da igreja (8.1).
Agora vemos em Filipe,
chamado pelo Senhor, deixar um centro movimentado onde está experimentando
grandes bênçãos, para ir para um lugar deserto, a fim de evangelizar um único
homem. No eunuco vemos: a) um homem que não está satisfeito, apesar de gozar
posição, poder e posses; b) um pesquisador, diligente, capaz de aprender, e,
finalmente, c) um homem convertido, crente, confessando, regozijando-se
(Scroggie).
Podemos pensar que
este etíope, vindo de Abissínia, era de descendência israelita, e que fizera a
peregrinação a Jerusalém a fim de satisfazer os seus anseios espirituais.
Chegou tarde para ver
Cristo em carne, mas não para ouvir o Evangelho.
Notemos que Filipe era
homem obediente, atento, submisso ao Espírito, cortês, instruído na Palavra
(Goodman).
No versículo 33 a
palavra para vida é "zoé", não "psychê". (veja-se a nota
sobre João 12.25) Assim entendemos que a "vida tirada da terra" não
se refere à vida física de Jesus, mas àquela vida espiritual em comunhão com p
Pai, que fora manifestada aos discípulos (1 Jo 1.2).
Notemos que o
versículo 37 não se encontra em muitos manuscritos, nem na V.B. Contudo, o
versículo não apresenta nenhum pensamento errôneo.
A palavra
"eunuco" geralmente significa homem castrado, mas pode ter também o simples
sentido de oficial do palácio real.
A conversão de Saulo
(1-18) é relatada três vezes em Atos: aqui, em 22.1-16, e em 26.6-19. As
palavras "Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões" e "ele
tremendo e atônito disse: Senhor, que queres que faça?" não se encontram
aqui nos antigos manuscritos gregos, mas somente no capítulo 26.
Comparando 9.7 com
22.9 entendemos que os companheiros ouviram a voz do céu, mas não a ouviram
para entender. Vemos frequentemente na Bíblia que ouvir significa atender ou
entender (Mt 13.18; 18.17; Mc 4.33, etc.)
Notemos algumas
características da conversão de Saulo, a mais notável que a Escritura relata:
foi repentina e completa; resultou de uma visão de Cristo, de uma manifestação
da graça divina, de uma comunicação do Céu. Tudo isso redundou em ter Saulo
aberto os olhos e os ouvidos, prostrado-se e obedecido, e de ter sido obediente
à visão celestial (26.19).
O efeito foi:
inteligência iluminada, coração contrito, vida transformada, serviço inspirado,
testemunho positivo, união à fraternidade, e morte de mártir.
Em Ananias vemos um
homem atento, informado, e por isso duvidoso, obediente, simpático e fraterno.
Consequências da
conversão (19-31): a) associação com os crentes (v.19); o novo convertido
procura a companhia dos seus irmãos na fé; b) testemunho público; da abundância
do coração a boca fala; c) esforço e argumento que resultam da convicção; d)
perseguição por parte dos inimigos; e) ousadia, até o ponto de pôr em perigo a
vida (v.29).
Podemos considerar
Saulo como perseguidor, prosélito e pregador.
Como perseguidor: a)
agia de acordo com instruções recebidas; b)era sincero: "entendia que
devia fazer toda a oposição ao nome de Jesus, o Nazareno" (26.9); c) era
intransigente - deu seu voto pela morte dos cristãos (26.10); d) era cruel - "obrigava-os
a blasfemar" (26.11); e) era persistente - "perseguia-os até nas
cidades estrangeiras" (26.11).
1. A causa da sua
conversão: a) uma visão de Cristo glorificado; b) uma audição da voz divina; c)
uma convicção da própria culpa; d) uma compreensão de que Cristo se identifica
com o seu povo perseguido.
2. Os efeitos: a)
submissão à vontade divina (22.10); b) compreensão da fraternidade cristã
(22.13); c) conhecimento do plano de Deus (22.14); d) orientação nova para o
serviço futuro (22.15); e) comunhão com os crentes (9.19); f) confissão pública
do seu Salvador (9.20).
Como pregador, Paulo
falou por experiência própria, não apenas repetindo verdades lidas num livro.
Testificou daquilo que recebera de Cristo. Seu assunto era uma Pessoa
conhecida, amada, obedecida: não apenas uma doutrina nova, ou um novo meio de
salvação. Afirmou ser Jesus "o Filho de Deus", isto é, a expressão da
natureza do Pai, o consumador dos propósitos do Pai.
O efeito da sua
pregação surpreendia os ouvintes (v.21), que notavam a transformação do
perseguidor em pregador. Os adversários ficaram confundidos (v.22).
Enéias curado, Tabita
ressuscitada (32-43). Vemos que os apóstolos, como seu Mestre, acharam em cada
caso de necessidade uma oportunidade para serviço. Enéias é curado sem pedir a
cura.
No caso de Tabita,
notamos o empenho dos amigos, a convicção de que o homem de Deus era o recurso
na hora da necessidade, e a lamentação que, afinal, não tinha cabimento na
presença do poder de Deus.
Pedro quis ver-se
livre das pessoas que não contavam com o poder divino; sente-se dependente da
graça que vem pela oração e ordena confiadamente: "Tabita,
levanta-te!"
Duas revelações
(1-16). Uma a Cornélio, outra a Pedro. Este capítulo é notável porque relata a
abertura da porta do Evangelho aos gentios (15-7). Em Cornélio, um oficial do
exército romano, descobrimos piedade, reverência, influência, liberalidade,
oração, receptividade e obediência (Scroggie).
Pedro estava em oração
ao meio-dia quando recebeu a revelação. É coisa difícil transformar idéias e
costumes religiosos, e, apesar da visão milagrosa Pedro mostra-se disposto a
desobedecer à voz divina. E na verdade é prudente desconfiar de qualquer
revelação que pareça contradizer um mandamento expresso da Palavra de Deus (Dt
14.4-20).
Pedro faz bem em
meditar a respeito da visão. Com a chegada dos servos de Cornélio ele encontrou
a interpretação.
Notemos a localidade:
Cesaréia, uma cidade importante no cristianismo, não somente porque ali as
portas do Evangelho foram abertas aos gentios, mas porque nesse mesmo lugar
Paulo esteve preso por dois anos. Em Cesaréia nasceu o historiador Eusébio;
nessa cidade Orígenes estudou, e escreveu seus comentários (Thomson).
Até este capítulo o
Evangelho tinha sido pregado somente aos judeus e samaritanos. Fazia, talvez,
uns onze anos desde o Pentecoste (Goodman).
Pedro visita Cornélio
(17-33). A expressão "Deus não faz acepção de pessoas" ocorre onze
vezes na Bíblia. É uma das verdades mais claras da revelação. Tanto Cornélio
como Pedro tiveram de aprendê-la. Pedro não devia pensar ser Cornélio imundo
pelo fato de ser gentio; Cornélio não devia adorar a Pedro por este ser um
servo de Deus (Goodman).
Devemos pensar ,muito
nessas palavras "Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum e
imundo" (v.28). Só pensamos com acerto em nosso semelhante quando nele
pensamos como Deus pensa.
O primeiro sermão aos
gentios (34-48). Podemos dividir o discurso em quatro partes: a) os fatos
históricos referentes à Cristo; b) as evidências desses fatos; c) a proclamação
dos fatos; d) o resultado.
Na nossa meditação
deste trecho, podemos considerar: o que Pedro reconheceu (v.34); o que agrada a
Deus (v.35); qual a Palavra que Ele enviou (v.36); onde essa palavra foi
primeiro anunciada, e até onde se espalhou (v.37); duas coisas que Jesus de
Nazaré andou fazendo; seu preparo espiritual e sobrenatural (v.38).
Seguiram-se as mesmas
manifestações que se verificaram no dia de Pentecoste - línguas, louvores,
batismo.
No versículo 47
podemos notar a expressão "impedir água".
ATOS
CAPÍTULO 11
Apologia de Pedro
(1-18). Notemos neste trecho: a) que então, como hoje, comumente acontecia
alguém ser arguido por ter feito o bem, quando esse bem transgredia alguma
regra eclesiástica (v.3); b) que Pedro se defendeu, contando os fatos, sem
argumentar sobre eles; c) que ele se lembrou das últimas palavras do Senhor
Jesus (1.5); d) que achou que seria "estorvar a Deus", o não
reconhecer como irmãos na fé estes gentios convertidos.
Vemos que assim os
apóstolos e demais crentes em Jerusalém fizeram a grande descoberta: o
Evangelho não era somente para Israel, mas também para os gentios (v.17).
O Evangelho pregado
aos gentios em Antioquia (19-30). Devemos distinguir entre esta Antioquia,
capital da Síria, e a terceira cidade do Império Romano, e Antioquia da Psídia
(At 13.14; 14.19,21; 2 Tm 3.11), que é também chamada Cesaréia (Pequeno
dicionário Bíblico).
Notemos neste trecho:
1) Como o Evangelho se difundiu, em consequência de uma perseguição (v.19); 2)Como
as igrejas se formaram: os crentes no
Senhor Jesus sentiram a necessidade da convivência; 3)Como as igrejas se
animaram mutuamente: a de Jerusalém enviando obreiros à Antioquia; 4) Como
foram estabelecidos pelo ministério de diversos servos de Deus.
Em Barnabé vemos
bondade, espiritualidade, fé, alegria no bem, serviço de exortação, capacidade
para guiar o serviço dos outros (v.25).
Aqui encontramos mais
um os títulos dados às pessoas que receberam Cristo como seu Senhor: cristãos.
Outros nomes bíblicos são crentes, irmãos, santos, remidos, salvos, povo de
Deus. Podemos notar que tais nomes bíblicos tendem a unir os crentes em uma só
família, porque são nomes comuns a todos os remidos, enquanto os nomes não
bíblicos dividem os crentes, porque não são comum a todos.
O fim do capítulo
dá-nos um ensino importante sobre contribuição: sua ocasião, sua proporção, sua
condução.
No versículo 28
devemos ler "fome em toda a terra" (O.82).
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CAPÍTULO 12
Pedro na prisão
(1-11). Notemos as pessoas referidas neste capítulo: Herodes Agripa, neto de
Herodes, o Grande, homem capaz de perseguir os humildes apóstolos de Jesus.
Tiago, que morre pela sua fé; Pedro, que pela fé é salvo da prisão (alguns pela
fé) escaparam do fio da espada; outros pela fé morrem ao fio da espada - (Hb
11.34,37); Maria e seu filho, João Marcos; a menina rode e outras pessoas em
oração; e o anjo que livrou Pedro da prisão.
Notemos a diferença
entre a porta de ferro (v.10) e a porta do pátio (v.13). Era necessário um
milagre para abrir a primeira, e Deus pelo seu anjo operou o milagre; a segunda
podia ser aberta do lado de dentro por uma menina, e por isso não foi preciso
Deus operar nenhum milagre.
Vemos o mesmo princípio
em outros casos: Que Deus não opera milagres desnecessários. Há doenças graves
que Deus, às vezes, cura milagrosamente, e há doenças triviais em que
precisamos servir-nos da nossa experiência ou da dos nossos semelhantes, a
saber, da ciência médica (embora Deus possa nos curar de qualquer doença
quando, com fé, lhe suplicamos).
Orações respondidas
(12-17). Notemos com respeito a esta reunião de oração; a localidade - a casa
da mãe de Marcos, provavelmente uma viúva abastada; o acordo - muitas pessoas oravam
juntas; a persistência e a fé - tinha, orado assim, provavelmente, por Tiago,
mas sem resultado; agora tornam a orar; resposta e incredulidade - não
esperavam ser atendidos tão prontamente; testemunho da graça salvadora de Deus
por parte de Pedro.
Devemos distinguir
entre o Tiago do versículo 2 e o do versículo 17. Este último era provavelmente
o irmão do Senhor, o mesmo que fala em Atos 15.13-21.
O dr. Goodman
apresenta as seguintes divisões deste trecho:
1) O mistério da
perseguição.
2) O mistério da
providência divina.
3) O mistério da
oração.
4) O mistério do
ministério angélico.
1) O mistério da
perseguição sugere os seguintes pensamentos:
a) Os iníquos tendem a
odiar os bons.
b) O abuso do poder é
uma tendência natural do homem sem Deus.
c) A perseguição
comprova o ensino bíblico, de que os que vivem piamente a sofrerão (2 Tm 3.12).
2) O mistério da
providência divina. Mistério quer dizer segredo. E é um segredo ignorado pelo
mundo, que Deus cuida dos seus.
Vemos que a
providência de Deus:
a) Cuida dos humildes,
fazendo caso de um pescador na cadeia.
b) Não encontra
impedimento nos propósitos iníquos dos malvados (4.6).
c) Age, apesar de
todas as circunstâncias contrárias - dois soldados, duas cadeias, portas de
ferro, etc.
3) O mistério da
oração é o meio de conhecermos a Deus pela experiência:
a) Ensina-nos a
dependência do amor e poder divinos.
b) Ensina-nos que as
circunstâncias contrárias não impedem os propósitos divinos.
c) Ensina-nos a
importância da persistência, da unanimidade, do propósito, e da fé em nossas
orações.
No presente caso
notamos: os crentes que oravam não contavam com uma resposta tão imediata e tão
completa.
4) O mistério do
ministério Angélico é raramente evidente. É pouco referido na Escritura (Mt
18.10).
É uma prova de que
Deus pode socorrer-nos indiretamente.
Um meio que o Senhor
comumente emprega para valer-nos é o auxílio prestado por outro crente. Uma
intervenção angélica, visível é extraordinária, mas os anjos ministram a nosso
favor (Hb 1.14).
O perseguidor perece (18.25).
Neste trecho notemos o contraste entre os humildes crentes orando e se
regozijando pela salvação de Deus, e o rei orgulhoso, fazendo imponente
espetáculo da sua grandeza, a perecendo afinal miseravelmente pelo juízo
divino.
Podemos aprender do
versículo 22 a não receber louvores imerecidos, pois isso não é uma glória a
Deus.
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CAPÍTULO 13
A chamada para a
evangelização mundial (1-12). Aprendemos deste trecho: a) que há diversidade de
dons na igreja; b) que a revelação da vontade divina veio em horas de jejum; c)
que o Espírito Santo pode revelar a sua vontade; d) que a Igreja pode
identificar-se com o serviço individual; e) que os primeiros serviços foram
limitados a Israel (v.5, etc).
Vemos também que o
procônsul - um oficial romano - quis muito ouvir o Evangelho, e que o
feiticeiro querendo impedir, foi ferido com cegueira.
Neste trecho podemos
considerar: 1) a chamada; 2) a consagração; 3) o trabalho.
1) Na chamada.
Notemos: a) as circunstâncias da chamada; servindo ao Senhor, orando e
jejuando, aqueles homens tinham o espírito preparado para ouvirem a voz divina;
b) o caráter da chamada: separar dois do seu número, ainda que assim ficassem
privados do ministério proveitoso; c) o propósito da chamada - a obra de Deus,
não em um determinado lugar, mas em qualquer parte; d) as incompatibilidades da
chamada; evidentemente, o egoísmo, a vontade própria, a falta de energia
espiritual ou a não cooperação seriam coisas incompatíveis com a chamada
divina.
2) A consagração dos
servos de Deus. Seu processo era a imposição de mãos dos conservos, e a oração
que significava: a) comunhão fraternal no serviço; b) identificação com os
servos enviados; c) cooperação material e espiritual.
Todo servo de Deus
deve contar com o apoio moral e espiritual da igreja local que melhor o
conhece.
3) O trabalho seguiu
sem demora. Em seguida viajaram. Notemos que ainda hoje, quem mais viaja
geralmente pode fazer mais no sentido de evangelizar.
Foi um trabalho em que
apareceram oportunidades, oposições, e experiências do poder do Evangelho.
Necessitava energia,
propósito, dedicação a Deus, simpatia para com os homens, reprovação do mal
(v.10). Confiava no poder de Deus (v.11).
O primeiro discurso de
Paulo (13-41). A retirada de João Marcos
sugere muitos pensamentos, e produziu mais tarde consequências desagradáveis.
Paulo e Barnabé tinham saído de uma Antioquia e agora chegam a outra - a da
Psídia. Ali, na sinagoga, Paulo prega. Seu discurso divide-se em três partes:
1) Um breve resumo da história de Israel. 2) Salvação em Cristo (v.26). 3)
Perdão e justificação pela fé em Cristo.
Notemos: que as bênçãos
divinas recebidas no passado constituem motivo para se esperares bênçãos
presentes e futuras; que Deus tem levantado diversos libertadores; que Ele,
afinal, levantou a Jesus, como Salvador; que João Batista preparou o caminho
para Cristo pela pregação do arrependimento; que as profecias se cumpriram na
condenação de Jesus.
Efeitos do discurso
(45-52); os gentios desejaram ouvir a mesma mensagem; houve várias conversões;
alguns judeus blasfemaram; Paulo volta definitivamente para os gentios (v.46);
houve perseguição.
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CAPÍTULO 14
Paulo entre os Pagãos
(1-18). Vemos quatro grupos neste trecho: a) judeus e gentios crentes; b)
judeus e gentios descrentes; c) dois partidos na cidade (v.4); d) judeus,
gentios, e principais organizados para um motim contra Paulo (v.5).
Em Listra (6-20)
estudemos as pessoas - pagãos, apóstolos e coxo. Aqui, pela primeira vez os
apóstolos trabalham entre pagãos. Notemos seu procedimento: a) rasgam seus
vestidos, manifestando tristeza pela ignorância que levava o povo a exaltá-los;
b) afirmam que não tem nenhuma superioridade; c) aproveitam a oportunidade,
fazendo seu apelo ao povo (Goodman).
1) Por que os
adversários perseguiram-nos? Talvez foi pelos seguintes motivos:
a) Porque desconfiavam
de novidades; essa desconfiança é um sentimento religioso mal orientado. É
lamentável quando nosso "zelo de Deus" é sem entendimento da verdade
(Rm 10.2), mas ainda hoje vemos muitas vezes os perseguidores influenciados por
sinceros motivos religiosos.
b) Por perversidade.
Nem sempre o perseguidor é sincero e temente a Deus. Alguns procuram qualquer
ocasião para dar lugar à sua própria maldade.
c) Por motivos
políticos, receando que um novo ensino espiritual resulte em algum prejuízo
material.
d) Por interesses
financeiros (At 19.27). Ainda hoje podemos, às vezes, perceber esse motivo
inspirando as oposições religiosas.
2) Por que Paulo
persistiu?
a) Por compreender que
fazia a vontade de Deus e que podia contar com sua proteção.
b) Por ter provado na
sua própria experiência a bênção divina, e querer partilhá-la com seus
semelhantes.
c) Por compreender
alguma coisa da bênção universal que o Evangelho de Deus oferece.
d) Pela recoração dos
resultados passados e a esperança de resultados futuros.
e) Pela convicção de
que as perseguições do momento eram passageiras, mas permanentes os proveitos
futuros.
3) Resultados para nós
hoje:
Se o Apóstolo não
tivesse persistido na sua ousada confissão, não teríamos herdado seus escritos
inspirados; não teríamos podido valer-nos do seu exemplo animador; não teríamos
compreendido todo o poder a graça divina.
Porque Paulo persistiu
milhares de fiéis servos de Deus têm sido encorajados a continuar, apesar das
oposições.
Porque ele persistiu,
muitos têm compreendido melhor os recursos que há em Deus, para auxiliá-los nas
provações.
Porque ele persistiu,
nações inteiras têm ouvido as boas-novas de salvação, e a Igreja de Deus tem
penetrado nas terras mais remotas.
Porque ele persistiu,
tem havido muito regozijo no Céu por pecadores que aceitaram a Cristo, sendo
salvos.
Termina a primeira
viagem (19-28). Vemos quão facilmente o entusiasmo popular é seguido de
perseguição insensata. Devemos sempre desconfiar dos louvores exagerados:
frequentemente, masi tarde dão lugar ao ódio.
Notemos o procedimento
dos apóstolos: a) confirmando o ânimo deles; b) exortando-os a permanecer na
fé; c) ensinando-lhes que tinham de sofrer pela sua fé; d) constituindo anciãos
em cada igreja; e) encomendando-os ao Senhor. Podemos confrontar o versículo 26
com Gálatas 1.16 e pensar quais os serviços que nós outros temos cumprido.
Diz F.W.Grant: "
No caso das assembléias aqui, os apóstolos escolheram anciãos para elas; por
isso entendemos que elas mesmas não tinham condições espirituais de fazê-lo.
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CAPÍTULO 15
Os gentios, e a lei de
Moisés (1-32).O versículo 5 diz claramente qual a exigência de "alguns da
Judéia", circuncisão e obediência a todo o ritualismo mosaico.
Esse ensino causou
tamanha perturbação entre os crentes em Antioquia que mandaram Paulo e Barnabé
tratar do assunto com os anciãos em Jerusalém. Toda a epístola aos Gálatas foi
escrita para combater esse mesmo erro.
Pedro fala, primeiro
(7-11), recordando que foi ele quem abriu a porta do Evangelho aos gentios.
Afirma: a) que Deus
lhes dera igualmente o Espírito Santo; b) que Deus não fizera diferença, mas
purificara os corações dos gentios também, pela sua fé em Cristo; c) que o
ritualismo da Lei seria um jugo insuportável para esses novos crentes; d) que a
salvação pela graça do Senhor Jesus Cristo é tanto para gentios como judeus.
Tiago fala (13-21) em seguida, mostrando que a bênção havia sido o assunto de
profecia. Referia-se provavelmente a Amós 9.11,12 e a outras profecias.
Não devemos tomar os
versículos 20 e 29 como contendo tudo que os gentios devem aprender, pois nas
várias epístolas é lhes ministrada grande soma de ensinos preciosos. Mas esses
dois versículos repetem certas proibições da economia mosaica que deviam ser
aproveitadas no cristianismo. E notamos que a guarda do sábado não figura entre
essas "coisas necessárias".
A questão principal
referia-se a um rito, a circuncisão, mas com certos compromissos inerentes e
sujeição à lei cerimonial mosaica, que Pedro chamou de "jugo
insuportável" (v.10).
Notemos:
a) que é muito
frequente as pessoas entusiasmarem-se por um rito (prática religiosa) e serem
exigentes para que esse rito seja observado do mesmo modo que eles mesmos o
praticam; b) que nenhum rito em si tem valor espiritual; o valor está no seu
significado; c) que, embora hoje em dia os crentes não contendam sobre a
circuncisão, facilmente há divergências sobre as duas ordenanças do
cristianismo, o batismo e a Ceia do Senhor; d) que onde reina o amor fraternal,
qualquer divergência não resultará em contenda; e) que a discussão sobre
divergências tende a acabar quando os servos de Deus começam a contar "quão grandes sinais e prodígios Deus
havia feito por meio deles" (v.12).
O que pareceu bem a
toda a igreja em Jerusalém (22-24). Notemos que a primeira investigação foi
feita pelos apóstolos e anciãos (v.6), mas a mensagem escrita foi enviada em
nome de toda a igreja (v.23).
A separação entre Paulo e Barnabé (33-41).
Deste triste incidente aprendemos várias lições: a) Sem acordo espiritual não
pode haver cooperação no serviço de Deus. b) Um único obreiro de pouca projeção
pode servir de empecilho a dois grandes servos de Deus. c) Um laço de
parentesco (Marcos era sobrinho de Barnabé), pode influir desastrosamente numa
decisão. d) Um afastamento entre irmãos nem sempre se conserta. e) Faltando um
companheiro, Deus pode fornecer outro.
Notemos os seguintes
pensamentos:
a) O projeto de
visitar os irmãos foi de Paulo e não de Barnabé. Por isso ele parecia ter mais
direito de escolher o companheiro.
b) O caso
complicava-se porque ambos tinham razão. Era razoável que Barnabé quisesse
perdoar seu sobrinho, mas também era razoável que Paulo não quisesse um
companheiro inconstante.
c) Podemos acreditar
que teriam evitado a separação: se tivessem orado juntos, apresentando
sinceramente o problema a Deus para que Ele o resolvesse; se tivessem esperado
até conseguir um acordo; se tivessem
feito sentir a João Marcos o peso da sua responsabilidade no serviço divino,
para o qual ele poderia ser ou um auxílio ou um empecilho.
d) Vemos que Paulo e
Silas tiveram a comunhão de seus irmãos na projetada viagem, ao passo que
Barnabé e Marcos, ao que parece, partiram sem esse apoio. E o nome de Barnabé
não se encontra mais na história sagrada.
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CAPÍTULO 16
Direção divina (1-10).
Este trecho traz-nos muita instrução sobre o assunto na direção divina dos
nossos passos no serviço de Deus. Aprendemos que: 1) Precisa haver um coração
obediente e submisso, disposto a ir ou a ficar, segundo a vontade divina. 2) Muitas
vezes há portas fechadas que mostram onde Deus não quer que vamos. 3) Pode
haver indicações da parte do Senhor que
os sábios hão de ponderar. Aqui houve uma visão. 4) O homem de coração e espiritualidade
"concluirá" com acerto qual a vontade de Deus (Goodman).
Notemos no versículo
10 a palavra "procuramos", na primeira pessoa do plural, que marca o
ponto onde Lucas começou a fazer parte da comitiva do apóstolo.
Lucas encontra-se na
sua companhia em Atos 16.10-17; 20.5 até 21.8; 27.1 até 28.16.
Os primeiros
convertidos na Europa (11.18). Não podendo achar uma casa de oração, Paulo,
Silas e Lucas vão a um lugar de oração à beira do rio, e conversam com algumas
mulheres sobre o Evangelho.
Em Lídia vemos um
coração preparado e um espírito atento; piedade e dependência; fidelidade ao
Senhor e hospitalidade aos seus servos.
Na moça espírita vemos
um comércio ilícito, um testemunho inaceitável, uma persistência inconveniente,
uma obediência aos padrões iníquos, e, finalmente, pelo poder de Deus, salvação
dos poderes malignos.
Deste fato resulta a
primeira perseguição por parte os gentios.
"O caminho da
Salvação" (liberdade, v.17). Escreveu O. Q. Sellers: "Estou
convencido de que é erro tornar aqui a Palavra salvação no sentido teológico.
Pois assim fazendo, as palavras importam uma verdade lisonjeira. Ora, ainda que
Paulo não quisesse a adulação de um demônio, tal louvor não havia de impedir a
sua obra. Mas as palavras não eram lisonjeiras. Significam antes uma acusação
falsa de que Paulo e Silas eram culpados de atos sediciosos e de que ensinavam
aos judeus um meio de libertação do jugo romano".
A conversão do
carcereiro (19-40). Os servos de Deus, em quaisquer circunstâncias, prosseguem
em dar o seu testemunho. À beira do rio, em casa de Lídia, nas ruas da cidade e
na cadeia, falam de Cristo como Salvador.
Podemos sentir algumas
coisas referentes ao carcereiro, que não são expressamente declaradas no
capítulo: que ele ouvira os apóstolos testemunhando de uma salvação em Cristo;
à qual ligara pouca importância; que ficou impressionado ao ouvir presos
cantando louvores a Deus; que percebeu a impressão das orações e hinos sobre os
outros presos.
Notemos que foi a um
homem sacudido por terremoto e com medo da morte que Paulo apontou o meio da
salvação. Foi, talvez, por isso que Paulo não se referiu ao arrependimento. O
evangelista de hoje prega, muitas vezes, a pessoas em nada abaladas, e raras
vezes ouve o grito: "Que é necessário para me salvar?"
Mas no carcereiro
notamos; reconhecimento do perigo, uma tendência ao suicídio, desejo ardente,
disposição para agir, e humildade (pelo fato de rogar prostrado), a um homem
nestas condições é que o apóstolo anuncia o Evangelho, nos termos mais simples.
Na resposta apostólica
notamos:
a) que fala com
autoridade: não admite dúvidas ou desconfianças nem diz "talvez";b)
que a salvação é pela fé: confiança em uma Pessoa - não pela aceitação de um
credo nem por seguir uma "nova lei"; c) que o meio é o mais simples
possível; crer no Senhor Jesus Cristo; não por obras nem por merecimento; d)
que o resultado assegurado é: "serás salvo!" e que o meio de salvação
é Cristo e a palavra de salvação é a sua promessa; e) que a responsabilidade é
pessoal: "tu" - os homens não são salvos em grupos; f) que a bênção
não é limitada: "tu, e a tua casa" (Goodman).
Podemos notar que o
original fala apenas da fé do carcereiro e do regozijo dele, embora explique
que se regozijou "em família" ("panoikia"); não se fechou
no quarto para regozijar sozinho.
Alguns expositores tem
achado problemática a pergunta do carcereiro: que quis ele dizer com a palavra
"salvo"? Estaria preocupado com o perigo de ser morto por não guardar
bem os presos? Ou devemos entender que escolheu um momento de perigo mortal
para investigar um problema espiritual? Em todo o caso parece-nos que foi assim
que Paulo o entendeu, valendo-se da ocasião para pregar-lhe o Evangelho e a
todos da sua casa.
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CAPÍTULO 17
Paulo visita
Tessalônica e Beréia (1-14). Notemos as grandes proposições da pregação do
apóstolo em Tessalônica: convinha que o Cristo padecesse, e que recussitasse
dos mortos. Afirmou ainda: que Jesus era o Cristo de quem os profetas falaram.
Em seguida levanta-se
uma perseguição, e os apóstolos fogem para Beréia, distante cerca de 90
quilômetros.
Notemos com cuidado a
nobre característica dos ouvintes em Beréia examinando cada dia nas Escrituras
para verificarem as verdades anunciadas.
"Disto
aprendemos: a) que a verdade não deve ser aceita sob autoridade de nenhum
homem; b) que cada um deve por si mesmo examinar as Escrituras; c) que o
Espírito Santo é dado a cada um para o iluminar (Goodman).
Vemos que a
perseguição não tardou, e mais uma vez contribuiu para a extensão do
evangelismo, pois Paulo seguiu para Atenas, a metrópole intelectual do mundo de
então.
Paulo em Atenas
(15-34). O apóstolo, como era seu costume, começou por discursar nas sinagogas
e praças, mas dentro de pouco tempo levaram-no ao Aerópago, centro de
discussões, onde ele pronunciou o seu mais célebre discurso.
"Após uma
introdução breve, mas prudente, Paulo apresenta um dos maiores discursos do seu
ministério. Aqui temos o resumo: Deus e o universo (24,25): a) os fatos; b) o
ensino. Deus e a raça (26-29): a) sua relação com a raça coletivamente (26.27);
b) sua relação com a raça individualmente (27,28); c) ensinos que resultam
dessas verdades (29). Deus e os séculos (30,31):a) sua relação aos séculos
passados (30a); b) sua relação ao século presente (30b, 31).
"Alguns
escarneceram, outros adiaram o assunto para outra ocasião, mas alguns creram
(32)" (Scroggie).
No versículo 22, em
vez de "um tanto supersticioso", deve-se ler "bastante
religioso", e no versículo 30, em vez de "Deus dissimulado",
leia-se: "Deus passando por alto".
Os poetas a quem Paulo
se referiu (v.28) eram Cleanthus e
Arantus, que o apóstolo habilmente incluiu no seu argumento contra os patrícios
deles, cuja proclamada filosofia ele chama de "ignorância"
(v.30)-(Gray).
"Há de julgar o
mundo" (v.31). "É do julgamento (governo) dos vivos, não dos mortos,
que o apóstolo fala, evidentemente com a intenção de anunciar a vinda do Senhor
e a inauguração do seu reino. Da salvação ainda não tem falado, porque seus
ouvintes são filósofos e não pessoas convictas e cansadas. Porém da necessidade
do mundo, e do meio de satisfazê-la, podiam querer ouvir, embora ignorassem a
própria necessidade; e seus corações poderiam ser comovidos a ouvir de um reinado de justiça em
lugar do despotismo dos Césares sob o qual estavam oprimidos. Mas já ouviram o
suficiente para que a simples menção da ressurreição acabasse de esgotar a sua
paciência. Alguns zombam; outros cortesmente adiam o assunto para outra
ocasião: não acham o ensino importante para despertar a sua hostilidade. Nada
se podia esperar de ouvintes como estes, e Paulo os deixa. Não temos notícia de
resultados tão parcos em outro lugar, mas para os sábios do mundo a sabedoria
de Deus parece loucura' (Grant).
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CAPÍTULO 18
Paulo em Corinto
(1-17). A segunda viagem missionária aproxima-se do seu término. Paulo ainda
está na capital da Acáia, Corinto, cidade comercial, de uma devassidão abismal.
Por isso Corinto era uma esfera modelo para trabalhos missionários, onde a
adaptação do Evangelho a todas as classes sociais podia ser experimentada, e
onde também a relação dos principios cristãos a todos os aspectos da vida podia
ser demonstrada.
Ali Paulo permaneceu
dezoito meses (v.11) nos anos de 52-54 d.C. Estudando seu trabalho naquela
cidade, devemos notar: 1) seu começo (1-4); 2) seu progresso (5-8); e 3) seu
resultado (9-17).
1) O começo é
impressionante. Passar de Atenas a Corinto era sair de um grande centro
intelectual para um grande centro comercial. Paulo chega sozinho, faz dois
amigos e trabalha com eles fazendo tendas, empregando os sábados na
evangelização. Passava certa necessidade material nesse tempo (2 Co 11.9).
2) O progresso é
variado. A mensagem de Paulo era mais positiva do que nunca (1Co 2.2), mas
evidentemente ele se sentiu oprimido e constrangido em espírito (5; 1 Co 2.3).
Jesus, às vezes, sentia-se oprimido. O leitor encontra nisto algum conforto?
Paulo volta dos judeus
aos gentios, e a casa de oração dos cristãos era junto à sinagoga (6,7). Alguns
dos judeus saíram de uma casa e entraram na outra (8).
3) O resultado é
resumido. Quando Paulo estava desanimado, o Senhor veio ter com ele e o
encorajou (9,10). Durante esses 18 meses, Paulo escreveu 1 Tessalonicenses em
52 d.C.; e 2 Tessalonicenses em 53. No que segue (12-17) notemos as relações do
legalismo (12,13); do secularismo (14,16); e do paganismo (17), ao Evangelho
(Scroggie).
Paulo em Éfeso
(18-23). Desde o leste até o Oeste Paulo tinha estabelecido uma cadeia de
igrejas nas cidades principais, excetuando a província da Ásia, da qual Éfeso
era a metrópole. Por que desprezara a Ásia? A explicação está em 16.6. Agora,
na viagem de regresso para a Síria, ele preenche a falta. Sobre a natureza do
voto que Paulo tomara, pouco sabemos. Atos é o único livro do N.T. em que lemos
de votos (18.18; 21,23), que se relacionam mais com o judaísmo do que com o
cristianismo. Votos e promessas representam muitas vezes o preço que a pessoa
oferece a Deus para obter dele a satisfação da própria vontade. O cristianismo
ensina-nos em tudo a preferir a vontade de Deus.
Apolo, o judeu erudito
(24-28). Um homem notável. Vemos as suas qualidades: eloquente (erudito),
poderoso nas Escrituras, instruído no caminho do Senhor, fervoroso em espírito,
diligente, ousado, desejoso de aprender mais.
Vemos as suas
limitações: conhecia somente o batismo de João: o ministério de arrependimento.
Vemos as consequências do seu serviço: proveito para os crentes e convicção
para os judeus.
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CAPÍTULO 19
Paulo passa dois
(19-10) ou três (20.31) anos em Éfeso (1-21). Apesar de haver sido
anteriormente proibido pelo Espírito de anunciar a palavra na Ásia (16,6), está
agora o apóstolo com residência estabelecida na capital dessa província, e a
sua pregação é abençoada "de tal maneira, que todos os que habitavam na
Ásia ouviram a palavra".
Primeiro notamos o
caso dos doze "discípulos" de João. Por que "cerca de doze
homens"? (19.7 V.B.). Algum leitor quer entender que um ou dois eram
moços, e por isso o escritor não os quis contar como homens.
Podemos imaginar que
chegaram a Éfeso na companhia de Apolo, e participaram do seu limitado
conhecimento da verdade.
Quando Paulo lhes
impôs as mãos (v.6), veio sobre eles o Espírito Santo, e então manifestaram-se
neles dois dos dons; línguas e profecia.
É um estudo
interessante considerar-se quem fala no versículo 5; se é Paulo ou Lucas, o
escritor. O dr. Bullinger entende que é Paulo, que quis explicar aos doze
discípulos o pleno alcance do batismo de João: que importava ser batizado no
nome do Senhor Jesus, que não se limitava meramente ao arrependimento (v.4).
Pergunta aquele comentarista se devemos ver aqui um rebatismo, que seria o
único rebatismo em toda a Bíblia.*
Em Atos 8.16,17 vemos
um caso parecido, em que o dom do Espírito Santo segue, não ao batismo, mas à
imposição de mãos - e em 10.47 um caso diferente, em que o Espírito foi
recebido antes do batismo.
Neste trecho vemos
Paulo na sinagoga de Éfeso e na escola de Tirano, ainda operando alguns milagres
de curas.
Sabemos que ele nem
sempre curava os doentes milagrosamente (2 Tm 4.20), pois às vezes a doença é
correção divina.
No versículo 18
notamos como a confissão de pecados acompanha uma poderosa operação do Espírito
de Deus. Hoje em dia, onde o poder de Deus é pouco manifesto, a confissão é
quase desconhecida.
Fanatismo e interesse
(21-41). Paulo achava seu serviço em Éfeso terminado, e propôs visitar
Jerusalém, indo, porém, primeiro em direção contrária pela Macedônia e Acaia.
Mas era preciso ainda sofrer em Éfeso alguma perseguição movida pelo fanatismo
e interesse.
Nesta perseguição
vemos como a idolatria fez degenerar até mesmo homens inteligentes, fomentando
suas paixões mais ignóbeis e tornando-os em feras. Alguns discutem com pedras.
Estes, em vez de argumentar, empregam a vociferação, gritando durante duas
horas: "Grande é a Diana dos efésios".
O escrivão da cidade
mostrou-se mais sensato e conseguiu acalmar o povo.
Paulo propôs em (seu)
espírito (v.21). Esta é uma expressão hebraica que significa resolver
firmemente. No capítulo 20.22 tem o mesmo sentido (Bullinger).
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CAPÍTULO 20
Paulo visita a
Macedônia e volta a Trôade, na Ásia (1-16). Nesta viagem , em vista do seu
propósito de visitar a Grécia, escreveu 2 Coríntios. Então visitou Corinto
(v.2), ficou ali três meses, e escreveu Gálatas e Romanos. É agora o ano 58
d.C, e ele não podendo efetuar seu primeiro pensamento, volta pela Macedônia e
atravessa o mar de Nápoles a Trôade (vv. 2,6).
É o domingo (v.7).
Reunião da Ceia; um longo discurso; muita gente; muitas luzes; pouca
ventilação; um moço sonolento, apesar de (por absoluta falta de assentos) estar
pessimamente acomodado numa janela; um desastre; pronto socorro; o partir do
pão; o moço vivo e seus pais consolados.
Visto que alguns têm
querido provar que esta reunião da Ceia se realizou num sábado, podemos notar
com cuidado que neste capítulo mencionam-se apenas dois dias: o primeiro dia da
semana (v.6) e o dia seguinte(v.15). Em um outro desses dias realizou-se o
partir do pão, mas não encontramos palavra alguma do dia anterior ao domingo.
Paulo e os anciãos de
Éfeso (17-38). Para os efésios chegarem a Mileto, precisavam viajar 110
quilômetros por terra ou 33 por mar (Scroggie), mas o discurso que ouviram
serviu-lhes de plena compensação.
No versículo 22
preferimos a tradução da V.B "constrangido no meu espírito".
"Neste discurso
Paulo fala do seu serviço, tema e sofrimento:
a) seu serviço era constante, em todas as ocasiões "em tempo e fora de
tempo". Era humilde e afeiçoado - com muitas lágrimas - e penoso, pelas
ciladas dos judeus. Era fiel - anunciando tudo que fosse útil. Era público e
particular (v.20); b) seu tema era, objetivamente, o Evangelho da graça de Deus
(v.24), e, subjetivamente, 'arrependimento para Deus e fé no Senhor Jesus
Cristo'; c) seu sofrimento, que antecipava, eram prisões e tribulações
(Goodman).
Notemos no versículo
35 uma bem-aventurança pronunciada pelo Senhor Jesus e não relatada nos
evangelhos.
Podemos também estudar
este discurso da seguinte maneira:
1) O que Paulo diz e
si mesmo.
2) O que Paulo diz da
mensagem.
3) O que Paulo diz da
Igreja.
4) O que Paulo diz dos
anciãos.
1) Paulo diz de si
mesmo que a sua atuação passada começou com seu comportamento (v.18); foi
humilde, com lágrimas, sem interesse material (v.33); foi individual (v.31),
com provações dos judeus (v.19) e completa (v.20), foi pública e particular,
falava expressamente do arrependimento e da fé (v.21) e incluía "todo
conselho de Deus"(v.27).
Sua atuação futura
deveria ser corajosa: seria perseguido (v.23), mas daria testemunho do
Evangelho da graça.
2) Paulo diz da sua
mensagem que é "útil" (v.20); que é dirigida a judeus e gregos; que
exortava ao arrependimento e à fé (v.21); que declarava "a graça de
Deus"; que era "poderosa para efetuar" (v.32).
Os leitores podem
considerar se o Evangelho tem para si todos estes valores.
3) Paulo diz da
igreja: que é o rebanho de Deus, que deve ser apascentada por quem o Espírito
Santo constitui bispos (superintendentes); que tinha sido remida com sangue
(v.28); que do seu meio levantariam homens perversos.
4) Paulo diz dos
anciãos que devem olhar primeiro para si mesmos e depois para o rebanho que
devem vigiar, e lembrar o exemplo apostólico, que a Palavra de Deus seria sua
suficiência, que deviam seguir o exemplo de trabalho que ele deixara; que
lembrassem as palavras do Senhor Jesus (não mencionadas nos evangelhos)
"Mais bem aventurada coisa é ..."
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CAPÍTULO 21
Subindo à Jerusalém
(1-14). O versículo 4 deste capítulo leva alguns a acreditar em que Paulo não
devia ter ido à Jerusalém. A maioria dos comentadores, porém, entende que foi
Deus quem o mandou para lá (18.21; 20.16,22).
Diz F.W.Grant: "O
aviso dado é duplo. Primeiro o apóstolo é proibido, clara e positivamente, de
ir a Jerusalém; depois são apresentadas as consequências que, se assim fizer,
lhe sobrevirão. Sendo Paulo o homem que era, o simples conhecimento das consequências
talvez não fosse suficiente para servir-lhe de aviso, mas vindo esse
conhecimento após a proibição taxativa, reforçou-a de modo inequívoco. Porém
nem assim Paulo toma conhecimento: está como que de olhos vendados pela paixão
que possui pela salvação de Israel (Rm 9.1-4). Dominado por essa paixão, ficou
incapacitado de reconhecer qualquer empecilho à realização do seu plano.
Disposto como estava a sacrificar-se até o último extremo, não acreditava que
Deus o proibisse de agir de acordo com o que, para ele, era o fruto do Espírito
de Cristo no seu coração".
A viagem do apóstolo
foi pela costa sudoeste da Ásia menor. A ilha de Coos tem cerca de 32
quilômetros de comprimento. Havia ali uma cidade grande e um templo pagão.
Rodes é uma maior, que fica a 70 quilômetros mais para o sul. Pátara era a
capital da Lísia, no continente. A fenícia ficava ao sul da Síria onde se
situavam os portos de Tiro e Ptolomaida. Os viajantes tocaram na grande ilha de
Chipre. Pafos ficava no extremo leste dessa ilha. Em Tiro o grupo descansou sete
dias (Goodman).
Não podemos dizer de
que modo as quatro filhas de Filipe "profetizavam" (v.9), mas também
não precisamos imaginar que o faziam em desobediência às Escrituras, como em 1
Coríntios 14. 34 e 1 Timóteo 2.11-15. Podem ter profetizado em casa na família
e não na igreja.
Uma concessão em face
de circunstâncias anormais (15-26). Havia então em Jerusalém dois grupos de
crentes: 1) crentes israelitas zelosos da Lei (v.20); e 2) crentes gentios que,
pelo julgamento dado em 15.23-29, haviam ficado isentos da circuncisão e da Lei
(v.25). Qual dos dois tinha razão? A resposta encontra-se em Romanos 14.2-23, a
saber: a) É indiferente o uso de costumes cerimoniais, uma vez que não se
confie nele para a salvação. O que não é da fé é pecado, mas tudo que é da fé
agrada a Deus. O Senhor aceita tudo que é feito com ações de graças "para
Ele". b)Mas não devemos julgar uns aos outros em tais coisas. Cada um tem
liberdade para servir seu Senhor (Rm 14.13). c) Temos liberdade para considerar
uns aos outros e acomodar-nos a fraqueza de nossos irmãos (Rm 14.1), quando
nenhum princípio divino é comprometido. Assim Paulo declara em 1 Coríntios
9.20.
"Sem dúvida foi
por isso que Tiago e os anciãos propuseram o plano do versículo 26, para
evitar: 1) falta de compreensão da atitude de Paulo perante a Lei, e, 2) em
consequência, um motim. A atitude de Paulo com a Lei não era a de querer que
fosse abandonada, mas que fosse compreendida (v.21).
Ele ensinava: a) que a
Lei apontava para Cristo, e que Cristo é o fim da Lei para a justiça de todo
aquele que crê (Rm 10.4); que a Justiça, embora à parte da Lei (por ser somente
em Cristo), fora testemunhada pela Lei (Rm 3,21); e b) que a Lei era boa se
alguém dela usasse legitimamente (1 Tm 1.8), isto é, não descansando nela como meio
de salvação, mas regozijando-se nela porque ensina a glória moral de Deus, e
antecipa o Evangelho. Tiago e os anciãos esperavam que Paulo, levando aqueles
homens ao templo para cumprir o seu voto, evitaria a má compreensão pela prova
do seu respeito para com o serviço do templo" (Goodman).
A cidade em tumulto
(27-40). O plano fracassou. Foi justamente a presença de Paulo e outros no
templo que deu origem ao tumulto.
"O Resultado foi
que Paulo ficou preso por cinco anos, 58 a 63 a.C., primeiro em Jerusalém
(21-37 a 23.22), depois em Cesaréia (23.23 a 26.32), e finalmente em Roma
(caps. 27 e 28).
"Vemos Paulo
calmo, corajoso, energético, cortês, razoável. O tribuno era um homem sensato.
Notemos o púlpito (v.40), a congregação (v.36), as circunstâncias (v.35), o
pregador (v.40)" (Scroggie).
Podemos também estudar
o incidente assim: 1) a ocasião do motim; 2) a atitude da multidão; 3) o
procedimento do tribuno.
1) A ocasião do motim
foi quando Paulo, persuadido por irmãos legalistas, comprometeu-se de novo com o
serviço do templo e os "votos" do judaísmo (vv. 20-27).
Alguns pensamentos
ligam-se com isto, por exemplo.
a) Precisamos cuidado
quanto aos lugares que frequentamos, ainda que os nossos motivos sejam bons. O
crente que, por qualquer motivo, vai à missa, pode ver a sua ação mal
interpretada. Igualmente. Igualmente se for ao cinema.
b) Precisamos cuidado
quanto à companhia que procuramos. Esses quatro varões com seus votos judaicos
comprometeram o apóstolo, que tantas vezes tinham testemunhado contra o legalismo.
O companheiro que nos
compromete pode não ter tomado nenhum voto, mas por outros motivos pode ser
companheiro inconveniente.
c) Precisamos cuidado
quanto aos compromissos que assumimos. O caso talvez seja diferente do de
Paulo; pode não ser um compromisso religioso (talvez o fato de ser fiador de
alguém), mas pode acarretar desastre em nossa vida espiritual.
2) Na atitude da
multidão hostil, vemos ódio, mentira e violência- características que muitas
vezes acompanham o erro, mas de que o Evangelho nunca precisa servir-se.
Toda a perseguição foi
baseada numa suposição: pensavam que Paulo tivesse levado Trófimo ao templo.
É hoje quantas vezes,
mesmo entre crentes, uma inimizade é baseada em alguma suposição errada!
Devemos ter cuidado de nunca pensar mal, mas habitualmente atribuir os melhores
motivos aos outros, e ser pacientes em esperar a explicação dos casos
problemáticos.
3) No tribuno vemos
prontidão, prudência, investigação, condescendência. Parece-nos que o romano
pagão procedeu melhor do que os judeus religiosos.
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CAPÍTULO 21
Subindo à Jerusalém
(1-14). O versículo 4 deste capítulo leva alguns a acreditar em que Paulo não
devia ter ido à Jerusalém. A maioria dos comentadores, porém, entende que foi
Deus quem o mandou para lá (18.21; 20.16,22).
Diz F.W.Grant: "O
aviso dado é duplo. Primeiro o apóstolo é proibido, clara e positivamente, de
ir a Jerusalém; depois são apresentadas as consequências que, se assim fizer,
lhe sobrevirão. Sendo Paulo o homem que era, o simples conhecimento das consequências
talvez não fosse suficiente para servir-lhe de aviso, mas vindo esse
conhecimento após a proibição taxativa, reforçou-a de modo inequívoco. Porém
nem assim Paulo toma conhecimento: está como que de olhos vendados pela paixão
que possui pela salvação de Israel (Rm 9.1-4). Dominado por essa paixão, ficou
incapacitado de reconhecer qualquer empecilho à realização do seu plano.
Disposto como estava a sacrificar-se até o último extremo, não acreditava que
Deus o proibisse de agir de acordo com o que, para ele, era o fruto do Espírito
de Cristo no seu coração".
A viagem do apóstolo
foi pela costa sudoeste da Ásia menor. A ilha de Coos tem cerca de 32
quilômetros de comprimento. Havia ali uma cidade grande e um templo pagão.
Rodes é uma maior, que fica a 70 quilômetros mais para o sul. Pátara era a
capital da Lísia, no continente. A fenícia ficava ao sul da Síria onde se
situavam os portos de Tiro e Ptolomaida. Os viajantes tocaram na grande ilha de
Chipre. Pafos ficava no extremo leste dessa ilha. Em Tiro o grupo descansou sete
dias (Goodman).
Não podemos dizer de
que modo as quatro filhas de Filipe "profetizavam" (v.9), mas também
não precisamos imaginar que o faziam em desobediência às Escrituras, como em 1
Coríntios 14. 34 e 1 Timóteo 2.11-15. Podem ter profetizado em casa na família
e não na igreja.
Uma concessão em face
de circunstâncias anormais (15-26). Havia então em Jerusalém dois grupos de
crentes: 1) crentes israelitas zelosos da Lei (v.20); e 2) crentes gentios que,
pelo julgamento dado em 15.23-29, haviam ficado isentos da circuncisão e da Lei
(v.25). Qual dos dois tinha razão? A resposta encontra-se em Romanos 14.2-23, a
saber: a) É indiferente o uso de costumes cerimoniais, uma vez que não se
confie nele para a salvação. O que não é da fé é pecado, mas tudo que é da fé
agrada a Deus. O Senhor aceita tudo que é feito com ações de graças "para
Ele". b)Mas não devemos julgar uns aos outros em tais coisas. Cada um tem
liberdade para servir seu Senhor (Rm 14.13). c) Temos liberdade para considerar
uns aos outros e acomodar-nos a fraqueza de nossos irmãos (Rm 14.1), quando
nenhum princípio divino é comprometido. Assim Paulo declara em 1 Coríntios
9.20.
"Sem dúvida foi
por isso que Tiago e os anciãos propuseram o plano do versículo 26, para
evitar: 1) falta de compreensão da atitude de Paulo perante a Lei, e, 2) em
consequência, um motim. A atitude de Paulo com a Lei não era a de querer que
fosse abandonada, mas que fosse compreendida (v.21).
Ele ensinava: a) que a
Lei apontava para Cristo, e que Cristo é o fim da Lei para a justiça de todo
aquele que crê (Rm 10.4); que a Justiça, embora à parte da Lei (por ser somente
em Cristo), fora testemunhada pela Lei (Rm 3,21); e b) que a Lei era boa se
alguém dela usasse legitimamente (1 Tm 1.8), isto é, não descansando nela como meio
de salvação, mas regozijando-se nela porque ensina a glória moral de Deus, e
antecipa o Evangelho. Tiago e os anciãos esperavam que Paulo, levando aqueles
homens ao templo para cumprir o seu voto, evitaria a má compreensão pela prova
do seu respeito para com o serviço do templo" (Goodman).
A cidade em tumulto
(27-40). O plano fracassou. Foi justamente a presença de Paulo e outros no
templo que deu origem ao tumulto.
"O Resultado foi
que Paulo ficou preso por cinco anos, 58 a 63 a.C., primeiro em Jerusalém
(21-37 a 23.22), depois em Cesaréia (23.23 a 26.32), e finalmente em Roma
(caps. 27 e 28).
"Vemos Paulo
calmo, corajoso, energético, cortês, razoável. O tribuno era um homem sensato.
Notemos o púlpito (v.40), a congregação (v.36), as circunstâncias (v.35), o
pregador (v.40)" (Scroggie).
Podemos também estudar
o incidente assim: 1) a ocasião do motim; 2) a atitude da multidão; 3) o
procedimento do tribuno.
1) A ocasião do motim
foi quando Paulo, persuadido por irmãos legalistas, comprometeu-se de novo com o
serviço do templo e os "votos" do judaísmo (vv. 20-27).
Alguns pensamentos
ligam-se com isto, por exemplo.
a) Precisamos cuidado
quanto aos lugares que frequentamos, ainda que os nossos motivos sejam bons. O
crente que, por qualquer motivo, vai à missa, pode ver a sua ação mal
interpretada. Igualmente. Igualmente se for ao cinema.
b) Precisamos cuidado
quanto à companhia que procuramos. Esses quatro varões com seus votos judaicos
comprometeram o apóstolo, que tantas vezes tinham testemunhado contra o legalismo.
O companheiro que nos
compromete pode não ter tomado nenhum voto, mas por outros motivos pode ser
companheiro inconveniente.
c) Precisamos cuidado
quanto aos compromissos que assumimos. O caso talvez seja diferente do de
Paulo; pode não ser um compromisso religioso (talvez o fato de ser fiador de
alguém), mas pode acarretar desastre em nossa vida espiritual.
2) Na atitude da
multidão hostil, vemos ódio, mentira e violência- características que muitas
vezes acompanham o erro, mas de que o Evangelho nunca precisa servir-se.
Toda a perseguição foi
baseada numa suposição: pensavam que Paulo tivesse levado Trófimo ao templo.
É hoje quantas vezes,
mesmo entre crentes, uma inimizade é baseada em alguma suposição errada!
Devemos ter cuidado de nunca pensar mal, mas habitualmente atribuir os melhores
motivos aos outros, e ser pacientes em esperar a explicação dos casos
problemáticos.
3) No tribuno vemos
prontidão, prudência, investigação, condescendência. Parece-nos que o romano
pagão procedeu melhor do que os judeus religiosos.
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CAPÍTULO 22
Paulo se defende
perante o povo (1-21). O discurso divide-se em três partes: ele fala do
período:
1) Antes da conversão
(1-5). Aqui o apóstolo procura ganhar a simpatia dos seus ouvintes, relatando
seu nascimento, instrução escolar, obediência à Lei e zelo religioso.
2) A sua conversão
(6-16) em que se refere à visão, à voz, às trevas, à cura, à confissão e ao
batismo.
Ananias apresenta
quatro pensamentos referentes à chamada divina (14,15): a) que conheças a sua
vontade; b) e que vejas aquele Justo; c) e ouças a voz da sua boca; d) hás de
ser sua testemunha. Sem os três primeiros não pode haver o último.
3) Depois da conversão
(17-21). Aqui Paulo justifica a sua missão aos gentios, como em 6.16 tinha
justificado a sua fé em Cristo.
Notemos o efeito da
palavra "gentios" (21) sobre o auditório israelita: uma explosão
imediata de fanatismo religioso.
No versículo 16 é
preferível ler "receber o batismo" como na V.B. e não
"Batiza-te" como em Almeida.
Paulo Amarrado, mas
não açoitado (22-30). No versículo 24 vemos o modo primitivo que era costume
empregar para investigar a verdade. Mas
Paulo insistiu no seu direito como cidadão romano, e o tribuno não teve mais
coragem para açoitá-lo.
Às vezes é necessário
acomodar nossa linguagem à compreensão dos ouvintes. Escrevendo aos crentes em
Filipos, Paulo podia dizer-se cidadão dos céus (Fp 3.20), mas falar disso ao
tribuno seria incompreensível e inútil.
Há anos, em Lisboa, um
crente sem recursos queria entrar num hospital do governo. "Para isso você
necessita um atestado de pobreza", disse um irmão. "Ah! mas isso não
pode ser, porque nós crentes somos ricos (2 Co 8.9)", observou outro.
"Sim, mas o mundo não entende a nossa riqueza", disse um terceiro.
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CAPÍTULO 23
Paulo se defende
perante o Sinédrio (1-11) Paulo se defende perante quatro diferentes classes de
gente: perante o povo (Cap .22); perante o Sinédrio (Cap.23); perante os
governadores romanos (caps. 24 a 26), e finalmente perante César (2 Tm 4.16).
Alguns têm achado
certo progresso espiritual na sua maneira de se defender.
"Há poucos
trechos na Escritura que apresentam tantas dificuldades como este. Paulo fez
bem em falar como falou no versículo 3? Como era que ele não sabia que o sumo
sacerdote presidia o conselho? Se fez bem em falar como no versículo 3, por que
pediu desculpa (v.5)? Ele fez bem em classificar-se como fariseu, uma vez que,
espiritualmente, já se achava muito afastado desse partido? Em qualquer caso,
que tinha "a esperança e a ressurreição dos mortos" com sua acusação?
"Deus te
ferirá". "Cinco anos mais tarde Deus feriu notavelmente a Ananias.
Tendo sido incendiada a sua casa durante o motim promovido por um filho seu,
foi preso e levado ao palácio real; donde, havendo debalde procurado
esconder-se, foi retirado e morto" (Treasury).
"Várias
suposições podem resolver a dificuldade do versículo 5 . Historicamente, o
cargo do sumo sacerdote estava vago no momento, e Ananias, um sumo sacerdote
deposto, exercia-o interinamente."
"As últimas três
perguntas, e todas elas, podemos considerar à luz do versículo 11. "têm
ânimo".
Então o Senhor estava
satisfeito com Paulo? Isto não prova que Paulo tenha procedido bem em tudo, mas
mostra que o seu coração era reto diante de Deus (Scroggie).
Termina a sua prisão
em Jerusalém (12-22). Paulo, sem dúvida, sentiu-se reanimado pela visão do
Senhor (v.11). Temos outro incidente análogo em 2 Timóteo 4.17.
Neste trecho podemos
notar diversas coisas: conspiração inimiga (v.12); conjuração atrevida (v.13);
cilada diabólica (v.15); um sobrinho corajoso (v.16); um oficial atencioso
(v.19); uma resolução enérgica.
No tribuno Cláudio
Lísias vemos as seguintes características: prontidão (21.32); prudência(33);
experiência de motins judaicos (38); bondade (40); espírito de investigação
(22.24); justiça (27,28); condescendência (23.19); cautela (22); respeito aos
seus superiores (26-30).
Começa a prisão em
Cesaréia (23-35). Paulo viaja para Cesaréia quase como rei, a cavalo, escoltado
por uma comitiva de 470 soldados. Era viagem de uns cem quilômetros.
Paulo tinha visto
Jerusalém pela última vez. Começaram agora suas longas prisões, mas, mesmo
preso, ele continua testificando do Evangelho, e parece que nunca perde a sua
serenidade espiritual. Na carta aos Filipenses, escrita na cadeia, fala em cada
capítulo do seu gozo, e exorta os Filipenses a se regozijarem.
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CAPÍTULO 24
Paulo perante Félix: a
acusação (1-9). Os Judeus alugaram um orador romano para acusar seu compatriota
perante este tribunal estrangeiro.
No discurso de Tertulo
notamos lisonja e mentira. A acusação continha quatro alegações mentirosas quando
dizia que Paulo era: 1) "uma peste" (uma afirmação contra seu
caráter); 2) promotor de sedições; 3) chefe a seita dos Nazarenos; 4)
profanador do templo.
A defesa (10-21).
Paulo demonstra como eram absurdas as acusações, pois ele tinha estado poucos
dias em Jerusalém e não tinha sublevado o povo nem discutido, mas apenas
adorado.
Porém seu principal
interesse não é o de defender-se, mas testemunhar da verdade. Em muitos pontos
esse discurso se parece com sua defesa em 2 Timóteo 4.16-18.
"Nesta defesa de
Paulo vemos: cortesia, mas não lisonja; razão, e não malícia; respeito, e não
desprezo; argumento, mas não abuso. A defesa de Paulo é conveninte pela sua
correção, coerência e calma. A parte negativa está em 11-13; a positiva em
14-21" (Scroggie).
O resultado (22-27).
Notemos a respeito de Félix:
1) que era bem
instruído acerca do Caminho, talvez porque sua mulher Drusila* "Drusila
era irmã de Agripa de quem lemos no capítulo 25, e filha de Herodes que matou
Tiago (cap.12). Não era esposa legítima de Félix, pois abandonara seu marido
para viver com aquele"(Gray)* era judia. 2) que quis evitar uma decisão,
semelhante a Pilatos, porque era difícil agradar a todos os partidos; 3)
esperava suborno, como era de costume; 4) escutou o testemunho de Paulo ao Evangelho;
5) estremeceu, mas não chegou a uma decisão. Esperava uma ocasião mais
conveniente - que nunca chegou.
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CAPÍTULO 25
Paulo perante Festo
(1-12). Um após outro os governadores romanos julgaram o apóstolo. Nenhum deles
percebe a importância da ocasião nem aproveita a oportunidade para receber o
Evangelho de Deus. E nós, porventura, somos mais sensatos do que eles,
aproveitando bem todas as nossas oportunidades?
A defesa de Paulo
desta vez é resumida em um só versículo, o 8. Ele afirma não ter ofendido a
Lei, nem o Templo, nem o governo romano. Depois fez seu célebre apelo ao
tribunal de César (v.11) que é confirmado pelo seu Juiz.
Ouvimos o apóstolo
dizer confiadamente: 'Não fiz agravo algum dos judeus, como tu muito bem
sabes". Como é bom ter sempre uma boa consciência!
Paulo perante Agripa
(13-27). "Berenice era irmã de Festo. Ela tinha abandonado seu primeiro
marido para casar com Agripa, o filho de Herodes de quem lemos no capítulo 12,
o assassino de Tiago e perseguidor de Pedro. Herodes era o rei da Galiléia. O
imperador Nero estendera seu reino para incluir essa região. Assim vemos que
Agripa estava visitando seu cunhado Festo por ocasião da posse deste como
governador" (Goodman).
Percebemos quão pouca
importância Festo ligava ao Evangelho nas palavras, "questões de sua
supestição, e de um certo Jesus, defunto, que Paulo afirmava viver". E
ainda hojee ainda há alguns que não ligam importância a isso!
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CAPÍTULO 26
Paulo perante Agripa
(continua, 1-18). Neste trecho não aparecem os acusadores, mas a Paulo é
permitido defender-se. Ele relata a história da sua vida, como fariseu, e como
pregador do Evangelho.
Seu testemunho
principal é do fato da ressurreição de Cristo. Durante seu argumento ele afirma
o seguinte: 1) que ele mesmo tinha sido muito contrário à "nova lei"
(v.9); 2)que a vinda do Messias era a esperança de Israel (6,7); 3) que a
ressurreição não deve ser uma coisa incrível; 4) que ele mesmo tinha visto
Jesus ressurgido elevado na glória de Deus.
É esta a terceira vez
que a conversão do apóstolo é relatada, e o único lugar em que devemos ler as
palavras: "Dura coisa te é recalcitrar", etc. (v.14).
Paulo evangeliza seus
juízes (19-32). Notemos no versículo 18 a grande comissão dada ao apóstolo, e
tudo que ela continha. Vemos nos versículos 20 e 21:
a) a esfera de sua
evangelização; b) as pessoas que evangelizava; c) o ensino que lhes deu; d) a
perseguição que sofreu.
Nos versículos 22,23 aprendemos
mais verdades: a) o segredo da sua continuação; b) o alcance do seu testemunho;
c) a base profética dos fatos que proclamava; d) que o Cristo havia de padecer,
ressurgir, iluminar a Israel e aos gentios.
Vemos depois a reação
dos juízes descrentes. Festo julga que tudo é loucura; Agripa, ao que parece
fica um tanto impressionado; porém pode ser que tenham sido irônicas as suas
palavras "com pouco me persuades a ser cristão" (v.28, V.B.)
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CAPÍTULO 27
Tempestade no mar
(1-17). Estes capítulos 27 e 28 referem-se aos anos 60-63 d.C.
As viagens marítimas
naqueles tempos remotos eram muito mais perigosas do que agora. Não havia
bússola, nem cartas marítimas, nem vapores, mas apenas pequenos navios
impelidos à vela ou a remos.
Paz no meio da
tempestade (18-29). Paulo podia ficar tranquilo porque tinha a Palavra de Deus
referente ao seu destino (24). Em momentos de grande provação, a realidade da
nossa fé é verificada, e a fé real conserva a tranquilidade da alma. Não é
provável alguém, por exemplo, testemunhar de um suicida que era homem de fé.
E vemos que a provação
era grande (v.20), não havendo mais esperanças de salvação.
Neste trecho vemos que
o homem de Deus pode, às vezes, animar todos os seus companheiros.
O naufrágio (30-44).
"A presença de um homem de fé, que conhecia Deus e confiava nele, resultou
na salvação da totalidade da tripulação e dos passageiros - 276 almas. Deus
tinha dado todos a Paulo (v.24), e foi seu ânimo, coragem e fé que os salvou.
"Se a tripulação
tivesse escapado no batel, certamente teriam
todos perecido (31). Foi a voz de Paulo que os deteve. Sem a tripulação
ninguém teria achado uma enseada própria para o desembarque, nem teria podido
guiar o navio para ela. Foi Paulo que os animou a tomar alimento e assim
recobrar coragem e forças, e finalmente foi Paulo que ganhou o coração do
centurião de maneira que os presos não pereceram (v.43). Contudo Paulo nunca
interveio no manejo da embarcação, nem assumiu o comando heróico. Ele era como
o pobre homem sábio que pela sua sabedoria salvou a cidade (Ec 9.15)"
(Goodman).
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CAPÍTULO 28
Paulo em Melita
(1-10). Não devemos entender mal a palavra nos versículos 2 e 4 traduzida por
Almeida "bárbaros". É melhor, como na V.B. "indígenas" ou
"estrangeiros". Melita (Malta) era então uma ilha próspera e
civilizada, com edifícios públicos importantes.
"No espaço de
poucas horas Paulo teve uma variedade de experiências: sofreu naufrágio e foi
salvo; ficou destituído e foi abastecido; foi mordido de cobra e conservado com
saúde; foi tomado por assassino e adorado como deus"(Simeon). Quem vive na
presença de Deus conserva a serenidade em meio da diversidade das
circunstâncias.
Notamos que os pagãos
eram caridosos, supersticiosos (v.4), e inconstantes (v.6).
A cura (v.8) foi feita
pelo homem de Deus, e Lucas o médico, relata o caso.
Durante os três meses
passados na ilha, podemos acreditar que Paulo teve muitas ocasiões para falar
do Evangelho.
Rumo a Roma (13-31).
Afinal a viagem é reiniciada, e prossegue sem novidade. Vemos que, então, como
agora, era costume dar nomes aos navios. Castor e Pollux eram dois irmãos
gêmeos da mitologia, filhos de Júpiter e Leda ; segundo a crença da época,
protegiam os marinheiros (Pequeno Dicionário Bíblico).
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INTRODUÇÃO
O título "Atos
dos Apóstolos" não é muito bem aplicado, porque o livro se ocupa apenas
com dois deles, Pedro e Paulo. Era conhecido em tempos antigos como "O
Evangelho do Espírito Santo" e "O Evangelho da Ressurreição",
mas seu título mais acertado é "Atos do Senhor Ressurgido e
Glorificado". O Capítulo 1.1 revela
a mensagem do livro. Os evangelhos recordam a vida de Jesus na carne; Atos, sua
vida no Espírito (Lee).
Escritor. Em Atos dos
Apóstolos Lucas continua o relatório do Cristianismo começado no Evangelho que
traz o seu nome. No "primeiro tratado" ele relata o que Jesus
"começou não só a fazer mas a ensinar"; em Atos descreve o que Jesus
continuou a fazer e a ensinar pelo seu Espírito.
Data. O livro dos Atos
termina com a narrativa do primeiro ministério de Paulo em Roma, em 65 d.C. e
parece ter sido escrito nesses tempos.
Tema: Este livro
relata a ascensão e a promessa da volta do Senhor Jesus, a descida do Espírito
Santo no Pentecoste, o uso das "chaves" por Pedro, abrindo o Reino (considerado
como esfera de profissão como em Mateus 13) aos judeus no Pentecoste, e aos
gentios na casa de Cornélio. Relata ainda o começo da Igreja Cristã, e a
conversão e ministério de Paulo.
O Espírito Santo enche
a cena. Como nos evangelhos, a presença do Filho, revelando e exaltando o Pai,
é o fato principal, assim a presença do Espírito Santo, exaltando e revelando o
Filho, é o grande fato de Atos (Scofield).
ANÁLISE DE ATOS
Introdução (1.1-11)
1. O período hebraico
do testemunho da Igreja pregando a Cristo (1.12 a 8.4).
Centro - Jerusalém
1.1 Formação da Igreja
(1.12 a 2.4).
1.2. Testemunho da
Igreja (2.5 a Cap. 3).
1.3. Oposição à Igreja
(Cap. 4 a 5.10).
1.4. Prosperidade da
Igreja (5.11-42).
1.5. Administração da
Igreja (6.1-6).
1.6. Perseguição da Igreja
(6.7 a 8.4).
2. O período
transicional do testemunho da Igreja (8.5 a 12).
Centro - Antioquia
2.1. Filipe prepara um
testemunho mais amplo (8.5-40).
2.2. Paulo prepara um
testemunho mais amplo (9.1-31).
2.3. Pedro prepara um
testemunho mais amplo (9.32 a 10.48).
2.4. Os apóstolos
preparam um testemunho mais amplo (cap.11).
2.5 A Igreja prepara
um testemunho mais amplo (Cap. 12).
3. O período gentílico
do testemunho da Igreja (cap. 13 a 28).
Centro - Roma
3.1. A atividade
incansável de Paulo (cap. 13 a 21.16).
3.1.1. Sua primeira
viagem missionária (Cap. 13 a 15.35).
3.1.2. Sua segunda
viagem missionária (Cap. 18.23 a 21.16).
3.1.3. Sua terceira
viagem missionária (Cap. 18.23 a 21.16).
3.2. Prisão frutífera
de Paulo (Cap. 21.17 a 28).
3.2.1. Em Jerusalém
(21.17 a 23.22).
3.2.2. Em Cesaréia
(23.23 a 26.32).
3.2.3. Em Roma (Caps.
27 e 28) - (Scroggie).
A MENSAGEM DO LIVRO DE
ATOS
Qual é o escopo deste
livro, que liga os evangelhos com as epístolas? Têm-se dito que é: "a
origem e progresso do cristianismo desde a capital do judaísmo até a capital do
paganismo"; e também: "Os atos do Salvador glorificado formando e
treinando a sua Igreja". Este último está mais de acordo com o que o
próprio livro afirma de si mesmo.
No Evangelho de Lucas
temos a narrativa daquilo que Jesus fez, Ele próprio, e, em Atos, do que fez
por intermédio de outras pessoas. Cristo, mais do que a Igreja, é o assunto,
porque Ele é o autor, a autoridade da obra, enquanto a Igreja é apenas o
instrumento. Isto compreendido, muitas dificuldades deixarão de existir, tais
como: por que os discursos são resumidos; por que as viagens longas são
referidas em poucas palavras; por que faltam detalhes de grandes períodos de
serviço em certos centros; e por que o livro termina não inopinadamente.
O sentido do livro não
é tanto biográfico ou histórico, mas espiritual, e seu propósito dominante é
relatar o que o Senhor ressurreto fez por muitos servos em muitos lugares e em
benefício de muita gente pelo seu Espírito. Isso demonstrado, o propósito do
livro estava realizado, e a pena posta de lado. Não há nenhuma conclusão formal
do livro, que fica aberto e incompleto, porque a grande obra começada não
terminou com a prisão de Paulo. Ainda continua, e durante todos os tempos o
Cristo glorificado nunca tem cessado de operar por meio dos seus remidos
(Scorggie).
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