A entrada triunfal em
Jerusalém (1-11). Parece que temos aqui um cumprimento de Malaquias 3.1. Foi uma daquelas raras ocasiões em que Jesus
permitiu ao povo expressar seu entusiasmo de maneira natural.
Podemos acreditar
que durante o reino milenar haverá em muitos lugares tais manifestações de
entusiasmo popular.
Chegamos à semana da
Paixão. É o domingo. A entrada triunfal é para cumprir as profecias de Isaías
62.11 e Zacarias 9.9, mas é somente Mateus que recorda o episódio.
João 12.18 explica o
motivo desta manifestação de entusiasmo popular. Era por saberem do notável
milagre da ressureição de Lázaro.
É preciso consultar
Marcos 11.15-18 e Lucas 19.45-48 para saber tudo o que aconteceu nesse dia e no
imediato. Temos de combinar Lucas 19.40 com Mateus 21.16 para ler toda a
resposta de Jesus à censura dos fariseus.
Referente à entrada
triunfal, notemos: a) que a entrada foi o propósito de Jesus; b) que foi o
cumprimento de uma profecia; c)que a multidão o aclamava, como muitos hoje o
aprovam sem obedecer-lhe em tudo; d) que sua chegada alvoroçou toda a cidade (
quando Jesus entra no coração, Ele revoluciona a vida inteira); e) que o
chamaram de “o profeta”, um mensageiro de Deus ao seu povo. É assim que o
conhecemos?
A purificação do templo
(12-17). Parece que Mateus põe a (segunda) purificação do templo no mesmo dia
da “entrada triunfal”, e Marcos no dia imediato (segunda- feira) depois de
passar a noite em Betânia. Em todo o caso parece que Jesus dormiu em Betânia,
distante uns três quilômetros de Jerusalém (em casa de Lázaro?), várias noites
durante a última semana da sua vida.
Notemos que esta
segunda purificação é referida por Mateus, Marcos e Lucas. A primeira somente
por João (2.13-17).
A figueira seca
(18-22). Este é o único milagre de Juízo que Jesus operou. “A figueira é uma
das três árvores que nas Escrituras servem como símbolo de Israel, a nação
eleita, sendo as outras a videira e a oliveira. A videira, cultivada com tanto
cuidado, tinha dado uvas bravas(Is 5.1-4). A oliveira tinha sido infrutífera e
seus ramos foram quebrados (Rm 11.17). A figueira não tinha nada senão folhas,
ou figos maus (Jr 24.8), apesar de ser grande exteriormente, não tinha frutos
para Deus. Assim foi dada uma lição prática da sorte de Israel.
“A promessa aqui
(vv.21.22) tem aplicação muito extensiva, e seria um erro limitá-la, salvo como
o Senhor mesmo faz. Nada se nega a fé; mas não é limitar, o insistir que a fé
não seja verdadeira”(Grant).
O batismo de João
(23-27).( Veja-se em Marcos 11.27-33 e Lucas 20.1-8)
A parábola dos dois
filhos (28-32). Notemos a semelhança dos filhos. Tiveram os mesmos pais, o
mesmo ensino, a mesma criação, o mesmo serviço, e, afinal, a mesma ordem.
Para evitar confusão
precisamos notar que Almeida e Figueiredo dão como sendo o primeiro quem disse
“Não quero” e a V.B diz que foi o segundo que se recusou trabalhar. Esta
diferença vem dos mais antigos manuscritos. Podemos seguir a ordem de Almeida e
Figueiredo, e entender que foi o primeiro que mostrou má vontade e falta de
respeito pela vontade do pai, mas que, afinal, se arrependeu e obedeceu. Disso
aprendemos o perigo das respostas irrefletidas, da transigência com as próprias
inclinações, da tendência de fugir dos serviços árduos. Mas aprendemos também o
valor da reflexão, de julgar e até reprovar algumas das próprias resoluções, de
um completo arrependimento, a confissão dos próprios erros.
O segundo parecia
estar pronto, submisso, obediente às ordens do pai, mas afinal, revelou-se
egoísta, desobediente, volúvel, preguiçoso, preocupado com seus próprios
interesses.
Não sabemos que
influências tenham levado o moço desobediente a mudar de parecer. Sabendo a
vontade do pai e refletindo sobre a urgência do caso, observando o estado de
abandono da vinha; sobretudo, ele pode ter refletido na bondade e sabedoria do
pai, que não daria uma ordem desnecessária.
Felizmente ele teve
oportunidade de mudar de plano. Alguns arrependem-se tarde demais, quando não
há mais tempo para remediar a sua desobediência.
A parábola dos
lavradores maus (34-46) Diz o Dr. Scroggie: “O sentido desta parábola é tão
claro que aqueles contra quem foi dita bem entenderam o seu alcance. O
proprietário é Deus; a vinha é Israel: o povo escolhido, cercado pela Lei;
deveria ser frutífero, mas está cheio de homens de interesse próprio( os
lavradores ladrões). Os lavradores são os chefes religiosos; os servos são os
profetas; o filho é Cisto. A parábola é uma história de Israel em miniatura”.
Notemos o empenho do
proprietário pelo fruto da sua vinha: seu cuidado em cercá-la; a entrega da
vinha aos lavradores; a responsabilidade destes; o egoísmo, a perversidade, e a
crueldade deles; seu pouco respeito pelo “filho”; seu erro crasso de pensar que
o crime que iam praticar resultaria em lucro para eles. Notemos que, desde o versículo
23, Jesus está falando com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus
(v.45).
Propostas emendas de
tradução. No versículo 43 “povo” em vez de “nação” (o. 20). No versículo 8
leia-se “muitíssima gente”, como em Almeida, e não “a maior parte da multidão”
como na V.B, (R.145). No versículo 42 leia-se “cabeça do ângulo” como em
Almeida e não “pedra angular” como na V.B.
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